Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 33
Capítulo 33




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Ao chegar foi direto tomar banho, estava agitada que nem ligou pra agua morna.

Depois, no quarto, ainda de toalha enquanto olhava para as marcas nos braços que no dia seguinte com certeza estariam roxos. Começou a pensar melhor em tudo que tinha acontecido, e admitiu que não havia sido justa com ele.

Durante o jantar, enquanto ouvia mais uma longa história de como Natália havia salvado a vida se um senhor que teve uma crise de asma, e todos s elogios feitos á ela. Angélica disse;

-Consegui um emprego hoje.

Todos param e voltaram sua atenção para ela;

-Sério? Em que? –Perguntou a tia.

-Vendedora/ atendente na loja de armarinhos. –Disse Angélica.

-A loja daquela mulher vulgar a... Como é mesmo o nome dela? –Disse a vó.

-Maria. Mas ela não é vulgar.

-Uma mulher direita não pintaria o cabelo daquela cor, nem usaria as unhas daquele jeito.

Angélica ficou com raiva da ignorância da vó e disse;

-Eu acho legal. Aquela cor ia combinar com você. -Falou em um tom de superioridade, enquanto Natália se engasgou com o suco.

A vó á fuzilou com o olhar e ela saiu rapidamente da mesa.

Depois de um tempo, Natália entrou no quarto sorridente:

-Sabe Angélica... Eu sou obrigada a admitir que estou com um certo orgulho de você.

Angélica olhou desconfiada.

-Claro que também é um orgulho dizer que as mulheres da nossa família nunca precisaram trabalhar... Mas é uma coisa boa você seguir o exemplo da sua mãe.

Humilhação. Natália fazia isso muito bem:

-Obvio que ela venceu estudando bastante pra seguir uma profissão de verdade, mas... Atendente numa lojinha de 1,99 é um começo né?

Sorrindo satisfeita, ela começou a se trocar para dormir. Angélica não respondeu para não começar uma discussão. Ela só conseguia pensar que tinha que se desculpar com Raphael.

No dia seguinte, ao chegar na escola, sentiu uma sensação estranha de que estava sendo observada. Pensou que era coisa de sua cabeça e foi andando normalmente para sua sala, mas nos corredores todos pareciam cochichar olhando pra ela. Tentou prestar atenção no que conversavam, mas a única fase que entendeu foi suficiente para faze-la estremecer:

-É, agora ela é a mina do Rapha.

Ela encarou a garota com raiva e entrou na sala. Raphael não tinha ido, então ela teve que aguentar toda a fofoca sozinha. Na hora do intervalo ela já estava impaciente e prestes a bater em alguém, quando Natália se sentou em sua frente, com um pesado olhar de desaprovação:

-Você é uma vergonha pra nossa família sabia? –Disse ela.

-O que? –Respondeu Angélica ofendida.

-Você briga com um cara, fica com ele, depois sai passeando com o outro?

-Eu não fiquei com ninguém!

-Não é o que as pessoas estão dizendo.

-As pessoas falam demais!

-E quanto a briga? Também vai negar? –Disse ela apontando para as marcas roxas nos braços de Angélica.

-Eu só tava me defendendo. E não devo satisfações a ninguém.

-É claro que deve! Já parou pra pensar em como isso vai refletir na vóvó?

-Refletir?

-É! Quando isso se espalhar mais todos vão começar a dizer que ela não sabe educar a neta, que deixa ela solta por ai pra brigar na rua e namorar criminosos.

-Mas isso não é justo! –Angélica não tinha pensado nisso, de como suas ações rfletiam nos outros. Foi quando Natália mudou o discurso:

-Imagina o que ela vai fazer com você quando souber disso...

-Você não contaria...

-Você duvida?

Angélica pensou um pouco, e também deu seu “xeque-mate”:

-Então conta, você vai estar me fazendo um favor.

-Como assim?

-O pior que ela pode fazer é me mandar de volta pra casa. Exatamente o que eu quero.

Contrariada e com raiva Natália saiu da mesa.

Depois da escola, ela foi para o primeiro dia de trabalho. Ao passar pela praça, acabou se encontrando com Raphael e o pai dele:

-Como vai Angélica? –Falou o pai dele sorridente.

-Bem e o senhor?

-Vou bem, quer dizer... Acabei de fazer uns exames, espero que esteja tudo bem.

-Ah... Com certeza! –Angélica foi educada, e viu que foi por isso que Raphael não foi á escola, tinha que acompanhar o pai.

-E você? O que faz por aqui? –Perguntou ele.

-Eu estou trabalhando na loja de armarinhos. –Ela olhou fundo nos olhos de Raphael – Qualquer coisa, é só me procurar.

Raphael entendeu o recado. E pouco depois de terem se despedido, ele deixou o pai numa lanchonete e disse que tinha que resolver uma coisa mas já voltava.

Quando entrou na loja de armarinhos, Angélica foi logo “atende-lo”, como se fosse um cliente:

-Posso ajudar? –Perguntou ela disfarçadamente.

-Eu quero... Botões? –Disse ele confuso, e ela tampou a boca com a mão para não rir, enquanto o guiava até o corredor de aviamentos.

Quando se certificou que ninguém a estava ouvindo, começou:

-Primeiro: eu queria me desculpar por ontem. Eu não devia ter sido tão grossa. Só... me irritei ao ver você com aqueles idiotas e... –De repente ela começou a falar de botões e as especialidades da loja, ele olhou confuso e viu que tinha alguém vindo atrás dele. A senhora disse:

-Oi querida!

-Olá dona Ana.

-Sabe.. Eu estou procurando uma tinta...

-Corredor 3. –Respondeu ela rapidamente.

-Ah... –A senhora olhou pra ela, para Raphael, e pra ela de novo, sorriu e saiu. –Obrigada.

-De nada.

Raphael tentou não rir e Angélica voltou ao assunto:

-Então...

-Tudo bem, eu te desculpo.

-E segundo... A escola inteira ta falando da briga de ontem e em como eu me tornei a “sua garota”.

-Ah... É. A Amélia me falou, ela está furiosa comigo. –Disse ele cruzando os braços e se encostando na parede.

-A Natália então nem se fala...

-E o que a gente vai fazer?

-“A gente”? O que você vai fazer! Já me meti em confusão demais, você tem que desmentir tudo isso.

-E como eu faço isso?

-Eu não sei. –Disse ela cruzando os braços também.

Ele pensou um pouco e disse:

-Eu podia espalhar por aí que a gente terminou.

-Não! Tem que ser algo que der a entender que nós nunca tivemos absolutamente nada!

-Obrigado pela parte que me toca.

-Não é pessoal. É que isso pode refletir no modo como as pessoas encaram a minha vó.

-E você tá ligando pra isso?

-Queria poder dizer que não.

-Ta bom! Eu vou pensar em alguma coisa.

-Obrigada.

-Tenho que ir. Tchau. –Disse ele dando-lhe um beijo no rosto e saindo.

Angélica passou o resto da tarde trabalhando. No fim do expediente, enquanto voltava pra casa, Raphael ligou pra ela:

-Ei! Tive uma idéia.

-Sério? O que?

-Você podia namorar alguém.

-Namorar?

-É. Se você aparecer com alguém, e convencer o cara a dizer que estão juntos á algum tempo, sua vó vai ficar “bem” perante todos, e de quebra o povo larga do nosso pé.

-Genial... Não fosse pelo detalhe que eu não posso namorar.

-Pensei que essa regra se restringisse á mim.

-Desculpe te desapontar, mas não. Minha vó me quer longe de qualquer tipo de envolvimento romântico.

-Nem com aqueles engomadinhos da igreja?

-Nem com eles. Acho que ela tem medo de eu leva-los pro mau caminho haha’

-Esquece então... –Ficaram calados, então ela disse:

-Por que VOCÊ não namora alguém?

-Por que a única garota nessa cidade que não me odeia além de você é a minha irmã?

-Ah... Vamos pensar em outra coisa. To chegando em casa, tchau.

-Tchau.

Angélica estava cansada e ao chegar em casa, foi direto para a cama. Apesar do acordo com Maria, ela havia combinado de trabalhar no dia seguinte. Felizmente aos sábados a loja fechava á 13:00 hrs.


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