Andou um pouco e entrou num beco para ir para a rua frente, e se arrependeu novamente ao ver um grupo de rapazes conversando. Respirou fundo e foi se aproximando. Ao chegar cada vez mais perto, viu entre os outros 5 rapazes, Raphael. Ele estava encostado na parede com o pé direito e com um cigarro na mão. Diante da surpresa ela parou de andar e o encarou. Um garoto atrás disse:

-Oi gatinha.

Ela olhou de cima á baixo pra ele, e depois pra Raphael, e resolveu sair com cara de nojo.

Ela ia saindo, quando sentiu o garoto que estava atrás dela, lhe passar a mão. Ela explodiu:

-VAI PASSAR A MÃO NA SUA MÃE IDIOTA!!!

-Como é que é vadia???

-Você me ouviu! E eu não sou nenhuma vadia!!!

-Com quem você pensa que tá falando? Tá maluca garota??

-Eu falo do jeito que eu quiser!!! Quem tá maluco é você, se me tocar assim de novo eu chamo a policia!

-Só se for pra você vadia burra. Andando por aqui sozinha, só pode tá querendo. –Disse á puxando pela cintura.

-Me larga!!! –Disse ela se afastando.

-Calma, eu sei que você tá gostando...

Ela não aguentou os insultos e instintivamente deu um tapa no rosto dele. Que imediatamente devolveu com outro. Que á fez perder o equilíbrio. Ela avançou pra cima dele e continuaram a briga, Raphael olhava apreensivo, mas um outro rapaz o segurou. Finalmente, Angélica caiu no chão, e o rapaz ficou em cima dela, ele segurou os braços dela no chão, enquanto ela debatia as pernas e gritava. Raphael continuava tentando se soltar, quando  o rapaz calou Angélica forçando um beijo.

-Sai! Solta ela!!! –Gritou Raphael, empurrando o colega para o lado, e o tirando de cima de Angélica que tentava não chorar.

-Qual é a sua cara? Eu ia dar uma lição nessa vadia!!!

-Ela não é vadia! –Disse Raphael ajudando Angélica a se levantar que se agarrava á ele como se estivesse se afogando e ele fosse um colete salva vidas.

-Ah entendi... –Disse o rapaz se levantando –Cê ta ficando com a garota e não quer concorrência. Aí gente! Ninguém mexe com a mina do Rapha beleza?

-Ah me esquece! –Disse Raphael saindo com Angélica.

Felizmente, na cidade ninguém reparou que estavam juntos, nem que ela se agarrava tanto á ele que chegava a machucar. Fora alguns olhares curiosos, ninguém notou que eles não deveriam estar juntos.

Ao chegar na estrada que ia para as casas, finalmente Angélica se lembrou que estava com raiva dele:

-Me solta! –Disse ela com grosseria.

-Calma!

-Não se preocupa. Estou super calma. –Disse com irônia.

-Estou vendo... Relaxa, já passou.

-Ah passou... Seus amiguinhos vão me pagar caro por isso.

Ele achou engraçado.

-Aliás, oque você estava fazendo com eles? –perguntou ela.

-Ei ei... Se eu não estivesse com eles, você não estaria a salvo agora.

-Eu ia dar um jeito.

-Ah é vi.

-Dei uns bons tapas nele.

-Mas na hora que ele te beijou você nem mordeu ele.

Confusa, ela não respondeu.

-E você? o que estava fazendo lá? –Perguntou Raphael.

-Não te interessa! –Ela disse virando as costas e indo embora.

-Espera! Vou pegar minha moto.

-Não vou esperar coisa nenhuma!

-Você quer mesmo ir sozinha?

Ela cruzou os braços.

-Ok. De nada! –Disse ele voltando pra cidade.

Angélica acabou correndo para chegar em casa por causa da raiva e do susto.