Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 27
Capítulo 27




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335135/chapter/27

Em casa, ela agiu como se nada tivesse acontecido. Natália é claro, não se continha:

-Não te vi no intervalo hoje Angélica. –Disse ela se servindo de um pouco de salada.

-Acontece. Sou invisível pra muita gente.

-Hoje estava mais. – Natália também tinha um roxo no rosto da noite anterior.

Angélica não respondeu e continuou comendo.

Após o almoço, e depois de ajudar a vó a limpar a cozinha, se sentou na varanda com o avô, que estava tocando seu velho violão.

-Engraçado. –Disse ele á neta.

-O que?

-Vocês duas.

-O que tem?

-Nunca se deram bem. E nem sabem por que.

-Por que ela é uma mimada moralista de quinta?

-Não fale assim da sua prima.

-Mas é verdade. Todo mundo aqui a veneram como se ela fosse uma rainha.

O avô observava curioso enquanto Angélica continuou;

-Ela não é tudo isso. Eu que passei por um monte de coisas vocês tratam como se eu não fosse ninguém. Como se eu fosse de ferro.

-Você se mostra assim.

-Vocês me obrigam. Desde que cheguei aqui só ouvi criticas. Minha mãe me jogou aqui por que eu era problema demais pra ela, e vocês fazem o mesmo. Eu estou cansada disso.

Ela começou a chorar e foi para o quarto. O avô não á seguiu, nem disse nada. Ela chorou bastante e por muito tempo, dormiu de cansada de soluçar. Não foi jantar, apenas dormiu até o outro dia.

Durante o banho no dia seguinte, qual ela ainda não tinha se acostumado com a agua morna, ela ficou pensativa quanto ao que o avô tinha dito.

Como num filme, ela repassou na mente toda a infância. Mas nada á fazia se lembrar do momento em que Natália começou a odia-la. Todas as brigas e brincadeiras eram de nível normal pra uma criança.

Até que Raphael entrou nas lembranças, e ela viu que depois que se tornou amiga dele, tanto as brigas, quantos as brincadeiras com Natália, tinha se reduzido.

Ao entrar na pré-adolescência, quando com 11 anos ela morou com a vó pela primeira vez, se lembrou de uma briga em que Natália dizia que á odiava, que ela havia roubado tudo que ela tinha, casa, família e até o menino que ela gostava. Foi quando acendeu uma luz na cabeça dela; Natália era apaixonada por Raphael.

Terminou o banho rapidamente, se arrumou e saiu. Não tomou café nem esperou Natália.

Na escola foi direto pra sala. Em choque, sem saber o que fazer e como agir, ela nem respondeu as mensagens de Raphael. Durante o intervalo ficou observando Natália e Eduardo, pra ver se ela dava algum sinal de que ainda gostava de Raphael.

Depois, em casa, durante o almoço ela decidiu o que fazer. Após as tarefas que a vó á havia designado, ela seguiu Natália até o quarto, trancou a porta. Natália achou estranho, mas agiu normalmente, sentou-se em frente á penteadeira e começou a retocar a maquiagem.

Angélica cruzou os braços e á encarou friamente por um minuto inteiro, então disse;

-Eu sei.

-Sabe o que?

-Por que você me odeia.

-Eu não odeio você Angélica. Que coisa horrível. –Disse ela olhando o reflexo de Angélica no espelho.

-Você não é tão boa. Nem boa pessoa, nem boa atriz.

-Então fala. –Disse se virando pra ela – Por que eu te odeio?

-Você ainda gosta dele.

A expressão sarcástica de Natália desapareceu e ela ficou pálida, mas tentou disfarçar:

-Dele quem?

-Do Raphael.

-Você está louca. –Disse se voltando pra o espelho novamente.

-Não! É verdade, pelo menos já gostou pelo que eu me lembro.

-Foi coisa de criança. Passou.

-Se passou, então por que ainda me culpa?

-Te culpar de quê? – Disse cínica.

-De você não ser amiga dele, nem namorada agora.

Natália ficou séria de novo, mas abrindo um sorriso vitorioso disse:

-Pare com isso Angélica, ou vou ser obrigada a contar pra vóvó que você está se drogando.

-Eu não estou sob efeito de nenhuma droga!

-Tem certeza? Você anda falando umas coisas tão sem nexo.

-Você não vai virar o jogo desse jeito.

-Será? Em quem você acha que ela acreditar?

Natália á deixou com medo, mas agora Angélica sabia onde ataca-la:

-Ele nunca vai ficar com você.

Natália ia responder, mas o telefone tocou, era Eduardo, ela saiu para atender.

Satisfeita Angélica pegou um livro e deitou na cama para ler.

E assim a semana passou, Angélica tentando enfrentar o castigo e não dormir nas aulas e fazendo qualquer coisa em casa pra se distrair. Já Natália se mostrou bastante submissa e quieta. Não se falaram mais nenhuma vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Angel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.