Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 23
Capítulo 23




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Dormiu ligeiramente bem essa noite, mas acordou cedo com a voz da vó dando ordens na sala para três rapazes, que iam e vinham toda hora.

De pijama, foi para a sala e apenas ficou observando a vó dando ordens, a tia limpando os moveis desesperadamente. Um dos rapazes tentou flertar com ela, mas desanimada, ela o achou fútil e sem graça, apenas sorria e brincava de gostar do jogo dele.

Voltou para o quarto, onde Natália também estava limpando:

-Vem! Me ajuda. –Disse ela, entregando um pano á Angélica.

-Ajudar a que?

-A limpar ué.

-Mas o almoço, não vai ser aqui!

-Eu não vou limpar nada!

-Mas...

-Eu não sou empregada de ninguém ta bom?

-Você mora aqui.

-Mas essa não é a minha casa!

Natália ficou ofendida e saiu do quarto, enquanto Angélica se jogou na cama. Quando a vó veio falar com ela:

-Por que falou daquele jeito com a sua prima?

-Por que eu quis, ela que tem que deixar de ser sensível demais!!!

-Não levante a voz pra mim!

Angélica se sentou na cama e  a vó continuou:

-Por que você é assim? Nós te acolhemos aqui!

-Vocês foram obrigados! Eu não queria estar aqui também!

-Mas você está! Então comesse a agir de acordo! –Disse a vó lhe entregando um pano novamente.

Natalia voltou, e juntas arrumaram o quarto. Ela realmente não tinha vontade nenhuma de arrumar nada, suas coisas estavam muito bagunçadas e ela não se incomodava, mas por obediência, fez tudo “de acordo”.

Logo depois de terminarem a arrumação, cada qual tratou de se arrumar. Natália, a mais vaidosa, demorou mais, é claro.

Desanimada, Angélica apenas fez o que a vó pediu: procurar um vestido para usar. Ela também se maquiou, e com um pouco mais de esforço cacheou os cabelos.

Pôs o vestido preto, justo que achou, uma meia calça rendada e all star.

Foi para a sala, e Natália que estava com um rodado de tafetá rosa bebê super- comportado, á olho de cima a baixo e disse:

-Um pouco curto.

-Eu só tenho vestido assim.

-Sabe... Eu não sou tão mais alto que você, posso te emprestar alguma coisa.

-Eu não quero, to bem assim.

-Angélica, nossa família toda vai estar aqui, vários homens, não é bom você usar esse tipo de roupa.

-Não quero parecer provocativa.

-É claro que quer, se não não usaria esse vestido.

-Por que meu vestido é curto não quer dizer que estou me jogando em cima deles!

-Quer dizer sim!

Angélica se alterou e quando ia responder a vó interrompeu:

-Troque de roupa!

-Mas vó!!!

-Agora!!! Você ouviu sua prima.

Batendo o pé e revirando os olhos, ela foi trocar de roupa. Como não tinha vestidos muito mais logos do que aquele, pôs uma calça jeans escura, uma camisa de cetim preta que tinha um laço na gola, e um sapato de salto alto, vermelho.

Fora a maquiagem forte e o salto vermelho, não havia sinais externos da rebeldia de Angélica. Recebeu os convidados educadamente. Serviu os tios, tias e primos como se sempre os tivesse amado, e não falou nada sobre como odiava tudo aquilo.

Comportadamente sentada na sala de estar, ouvia a conversa das tias , e por algumas vezes o assunto se voltava para ela, perguntando  se ela gostava de escola e coisas do tipo. Ela é claro, apenas acenava e dizia que tudo estava ótimo .

Quando a campainha tocou e ela mais uma vez foi atender quando abriu a porta porem, sua apatia se tornou em alegria, ao ver a família de Raphael. Ela sorriu pra ele, mas a mãe foi logo dizendo:

-Desculpe pelo atraso, é que a Amélia teve um contratempo com o cabelo. –Disse Érika dando dois beijos em Angélica – Como você cresceu! –Falou segurando o rosto dela e saiu.

Depois foi cumprimentada pelo pai e a irmã de Raphael da mesma forma, aproveitando a oportunidade, Raphael também deu dois beijos em Angélica.

Deram um olhar cumplice e ele seguiu a mãe até a cozinha.

Angélica se sentou no sofá novamente, mas agora sozinha. Havia um copo de wisk na mesinha de centro, quando ela se precipitou para pegar, Raphael sentou-se ao seu lado:

-Diz que a gente pode conversar aqui.

-Não sei, minha vó pode não gostar. –Respondeu ela, olhando em volta.

-Ela não vai fazer nada em publico.

-É, pode ser.. –Respondeu ela sorrindo.

Natália passou e os encarou com uma expressão não muito boa.

-Ou é melhor a gente socializar depois. –Ele se levantou e beijou a mão dela –Com licença.

Ele saiu e foi ficar com a mãe de novo. Ao ter certeza que ele não á via mais, Angélica pegou o copo de Wisk e bebeu de uma vez.

Um pouco tonta, ela foi pra sala de jantar, o almoço já estava sendo servido. De cabeça baixa ela se sentou, sem perceber, de frente para Raphael. Ele piscou pra ela, que não retribuiu, foi quando ele percebeu que tinha alguma coisa errada.

Depois do almoço, todos voltaram para a sala e continuaram conversando. Disfarçadamente Angélica foi para a cozinha e bebeu o que tinha sobrado nos copos, batida, vodka, cachaça, wisk.

Quando bebeu eu copo de tequila, olhou pela janela e viu Raphael sentado no balanço de uma arvore que tinha no quintal dos fundos da casa. Ela foi até lá:

-O que está fazendo aqui? –Perguntou ela ao se aproximar.

-Costumávamos brincar aqui. Você não lembra?

Ela deu de ombros. Estava mais deprimida do que na hora que ele chegou, e também com olhos vermelhos.

-Você bebeu? –Perguntou já sabendo a resposta.

-Não... Só um copo...

-Um copo pra quem não bebe á meses pode ser fatal.

-Eu sei! Sinto muito ok???

-Calma! Eu não estou brigando com você.

-Desculpa, eu tô nervosa.

- O que aconteceu?

Ela suspirou e disse:

-Tudo! Eu não aguento mais esse lugar e as regras ridículas da minha vó, ainda mais a minha prima “1oo % perfeita” dando opnião na minha vida.

-Ah... Talvez não seja por mal.

-Pode ser, mas eu nunca vou ser igual á ela, por que ficam me criticando?

-Acho que não querem que você seja como ela, só querem que seja melhor do que é agora.

Ela ficou calada.

Ele se levantou do balanço e disse:

-Vamos entrar antes que sintam nossa falat.

-Bem difícil.

-Vamos logo. –Disse ele rindo. Passou o braço pelos ombros dela e saíram. Antes de entrarem, ele passou a mão no cabelo dela, que hoje estavam cacheados e disse:

-Você está muito bonita hoje.

Ele entrou na frente. Algum tempo depois ela também foi.

Com uma forte dor de cabeça, resultado da cominação muita bebida + pouca comida, Angélica entrou no quarto exausta e se jogou na cama. Natália veio logo atrás, feliz com o sucesso do almoço.

Se sentou em frente a penteadeira e começou a tirar a maquiagem, quando falou com Angélica:

-Você gostou do almoço?

-Claro! –Respondeu ela, com a voz irônica sem olhar para a prima.

-Hum... O que estava conversando com aquele garoto?

Angélica despertou rapidamente e se virou para Natália:

-Nada. Ele só me cumprimentou.  –Tentou parecer tranquila.

-Sei... Mas eu vi vocês dois lá fora. –Ela também se virou para Angélica, com um tom de voz quase ameaçador.

Angélica ficou sem resposta, não sabia onde Natália queria chegar com isso, mas conseguiu contornar:

-Relembrando a infância.

-É... mas a vóvó não ia gostar nada disso. –Agora sim, a ameaça era real.

-O que quer dizer com isso? – Angélica respondeu tentando parecer o mais inocente possível.

Natália sorriu e voltou a olhar-se no espelho, o semblante meigo e sereno voltou, mas o olhar ainda era de ameaça. Não sabia muito bem por que, mas Angélica teve medo dela.


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