Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 22
Capítulo 22




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Fora as conversas por sms com Raphael, a semana foi uma tortura para Angélica. Se na primeira semana ela se mostrava forte e decidida a aceitar sua nova realidade, nessa, ela se mostrava triste e vulnerável. Estava entediada e desanimada nessa cidade. Sem entusiasmo e alegria, que na sua idade seriam comuns, ela estava angustiada e distante.

A mãe não tinha ligado nenhuma vez desde que ela chegou, e apesar de acostumada com a indiferença da mãe, ser ignorada á matava por dentro as poucos.

Perante todos em casa, parecia feliz e bem resolvida. No seu quarto porém, chorava até dormir.

No sábado, quando finalmente conseguiu ir na cachoeira encontra-se com Raphael. Ele tocou no assunto:

-Parece cansada. –Ele afirmou.

-Minha vó me fez limpar os moveis da casa inteira essa semana. –Respondeu com olhar distante.

-Não falei fisicamente.

Ela apenas suspirou. E ele continuou:

-Você está triste essa semana.

-Acho que só agora estou vendo onde me meti. Sinto falta minha casa. Da minha escola. Das minhas amigas. Do Phillip e da Angelina. Do calor, da praia...

-Devia pedir pra sua mãe pra voltar.

-Não dá. Ela me jogou aqui e esqueceu que eu existo. –Ela riu –No fundo não é tão diferente de quando eu estava lá.

-Ela deve sentir sua falta.

-Não. Ela me culpa pelo acidente. O Miguel era o filho dos sonhos dela e eu o matei. Se nossa relação já era péssima, depois disso, acabou definitivamente.

-Você não o matou.

-Ela acha que sim.

-Ela está errada.

-Não. Minha mãe sempre está certa. Não importa oque aconteça. E se você estiver certo, ela te encara com aquele olhar frio até você mesmo se convencer que está errado. Ela tem razão sobre mim, sou egoísta e imatura, e tenho que pagar por isso.

-Você também sofre. La tem que ver isso.

-Ela já tem problemas demais pra se preocupar comigo. Acho que ela está se separando do Phillip.

-Seu padrasto?

-É. Ela não conseguiu segurar o primeiro marido, e tá se livrando do segundo. Parece que pra ela o amor tem prazo de validade. Uma hora acaba.

-Isso é horrível. O amor não acaba.

-Claro! As pessoas deviam mater o amor, acho que ele acaba sim, mas é como uma planta. Só morre se você não cuidar.

-É uma ideia romântica.

-Devia ser a realidade.

-É, mas é muito difícil. Por isso que eu evito ao máximo me apaixonar.

-Por que acaba?

-Também, e também tem que ser mutuo, não adianta você tentar e a outra pessoa não.

-É verdade.

-Agora mesmo estou me esforçando muito pra não me apaixonar por você.

-Eu sou tão ruim assim? –Perguntou ela magoada.

-Não. Só acho que... Se eu me apaixonar por você. nunca mais vou querer outra pessoa.

Ela achou isso lindo. E ao mesmo tempo em que sabia que ele dizia isso para afasta-la, era o que fazia ele quere-lo ainda mais. Para tirar a seriedade do momento, Angélica não conteu o riso, ele também fez o mesmo, sabendo do peso da verdade.

Após um tempo assim, voltaram a conversa ao normal:

-Sua vó convidou meus pais pro almoço amanhã.

-É, ela está muito animada. Passou a semana toda falando nesse almoço.

-Sua família toda vai?

-Praticamente.

-Hum...

-Você vai?

-Claro!

-Pena que a gente não vai poder ficar juntos. –Lamentou ela.

-A gente dá um jeito.

Ela deu um sorriso triste, meio de lado.

-Vem cá! –Ele á puxou e ficaram abraçados por um tempo, até voltarem pra casa, mais uma vez como se nem se conhecessem.


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