Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 24
Capítulo 24




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Na mesa de café da manhã, no dia seguinte, Angélica se esforçava para ficar acordada, enquanto tentava ignorar o enjôo. Estava tão cansada que pôs a primeira roupa que viu pela frente e nem sequer havia se maquiado.

-O almoço foi excelente ontem!! –Disse a vó puxando assunto.

-É... –Responde Angélica desanimada.

-Foi tudo lindo vó. Tirando alguns convidados inconvenientes... –Natalia disse a ultima frase olhando sugestivamente para Angélica.

-Ah, eu sei querida. Mas eu sou amiga da Erika á muito tempo, e ela não tem culpa dos erros do filho. –Disse a vó se referindo a mãe de Raphael.

-Claro. Mas tudo bem, nós temos que AMAR nossos inimigos. –Novamente olhando para Angélica.

-Você é tão boa. –Disse a mãe de Natalia para a filha.

-Não tão boa quanto a Angélica, ela até cumprimentou ele ontem.

No momento em que ouviu isso, Angélica soltou a xicara de café com raiva, mas se controlou.

-É verdade? –Perguntou a vó.

-É-é... Mas foi rápido. –Ela olhou para Natalia, como que pedindo que ela não contasse o resto, e ela concordou.

-Hum... –Disse a vó não muito satisfeita.

-Agora vamos Natália, eu não quero chegar atrasada na escola –Angélica disse se levantando da mesa e saindo.

No caminho da escola, porém, ela tirou á limpo toda aquela cena de Natália:

-Qual é a sua hein?? –Disse ela segurando o braço da prima.

-Ai!!! Qual é a minha oque?

-Isso de ficar jogando indiretas na mesa do café.

-Mas eu não fiz nada. Só comentei.

-Só comentou??? Você viu a cara da vó? Ela vai ficar ainda mais no meu pé!

-Eu não tenho nada a ver com isso.

-Como não? Você provocou!

-Mas você quebrou as regras.

-Eu não quebrei regra nenhuma!

-Então por que está com medo? –Natália foi sarcástica o suficiente para fazer Angélica se afastar.

-Achei que você tinha mudado. –Disse incrédula com a maldade de Natalia.

-Pessoas nunca mudam. Lembre-se disse sobre seu amiguinho. –Disse ela saindo na frente e entrando na escola.

Angélica não conseguiu se concentrar na aula, e aproveitando a dor de cabeça, acabou dormindo. A professora chamou sua atenção duas vezes e ela continuou ignorando. Raphael jogou uma bolinha de papel nela, mas ainda assim ela não respondeu. Quando a professora chamou pela terceira vez e ela não respondeu, recebeu um puxão de cabelo:

-Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

-Ah!!!! Achei que você estava morta. –Respondeu a professora realmente aliviada.

-Não me viu respirando por acaso?

-Eu te chamei três vezes e você não respondeu.

-Tá... o que foi?

-Como o que foi? Você precisa prestar atenção na aula.

-Hum... –Disse ela entediada.

A professora pensou um pouco e disse:

-Quer saber? Não é a primeira vez que isso acontece. Venha comigo. –Disse saindo da sala.

-Pra que? – Respondeu Angélica á seguindo.

-Venha.

Ao chegarem no corredor, a professora falou:

-Vou te dar uma advertência.

-Que??? Você não pode fazer isso!

-Posso e vou.

-Não. Por favor. Eu não faço de novo. Eu prometo.

A professora parou de andar e falou olhando nos olhos dela:

-Olha... eu não sei por que você é tão rebelde e ao mesmo tempo tão vulnerável. Mas você não pode fugir das suas responsabilidades.

-Eu sei... –Disse insatisfeita.

Angélica pensou em discutir, mas como não levaria a nada, apenas pegou o papel com a advertência da professora e voltaram pra sala.

Ao chegar em casa, a Vó quase teve um ataque do coração ao ver a advertência que teria que assinar;

-COMO ASSIM DORMINDO NA AULA???

-Dormindo ué... –Angélica tentou não parecer tão irônica.

-É só isso que você tem a dizer?

-Desculpe... eu estava cansada.

-Cansada? A única coisa que você tem feito é se trancar naquele quarto e dormir o dia inteiro!

-Mas eu te ajudo em casa!

-Não faz mais do que sua obrigação. Mas sua obrigação também é ficar acordada na escola!

Angélica não respondeu, e ficou apenas se afundando mais no sofá, de braços cruzados, apenas observando a Vó despejar a enxurrada de insultos e “concelhos” á ela. Sentiu os olhos encherem de lagrimas, mas não se permitiu chorar, abaixou a cabeça e continuou apenas ouvindo.

-Voce vai ficar de castigo!

-Castigo como se eu não faço nada nessa droga de cidade?- Respondeu Angélica sem pensar.

-Eu vou pensar em algo. –Disse ela realmente pensando e falou de repente – As caminhadas que você tanto gosta. Acabam aqui!

-O quê???

-Pois é, e só vai voltar a ter essa liberdade quando eu for na sua escola e me certificar que está fazendo tudo direito.

-Você não pode fazer isso! –Gritou Angélica.

-Posso!

-Eu vou morrer trancada aqui!!!!

-Não seja dramática. Use seu tempo aqui pra pensar no que fazer da vida.

-Isso não é justo!!

-Eu decido isso Angélica! Agora vai para o seu quarto e não saia de lá até a hora do jantar.

Angélica saiu batendo o pé e se trancou no quarto.

Isso foi o fim do mundo pra ela. Pois além de as caminhadas serem uma desculpa para ir até a cachoeira ver Raphael, era nas caminhadas que ela extravasava suas emoções.


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