Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira
Os oito meses de recuperação passaram lentamente, quase que á torturando. Lhe obrigando a desenvolver paciência.
Nos últimos meses, passou por todos os estágios do pesar: Negação, raiva, medo, culpa, depressão.
As vezes separadamente, ás vezes tudo ao mesmos tempo. Suas oscilações de humor eram obvias quando aconteciam. Uma hora estava bem, tratando todos normalmente, na outra, estava ríspida e ignorante.
Quando cansava disso, simplesmente, dormia. Dormia por horas, dias, e as vezes acordando só para comer, dormia por semanas...
A mãe, que enfrentava alguns problemas com Phil, nem percebia, o quanto a perda do irmão á tinha abalado, mergulhada em seus próprios problemas, organizava tudo para a viagem da filha.
Angélica já estava andando normalmente, quando Andréa chegou e lhe entregou um envelope:
-O que é isso?
-Sua passagem pra casa da sua avó.
-Eu não vou!
-Vai! Vc já terminou o tratamento está bem melhor, portanto está na hora de ir.
-Mas...
-Mas nada! A passagem está marcada pra daqui á uma semana, comesse a arrumar suas coisas.
Disse a mãe, saído.
Durante o jantar, as perguntas de Angelina eram inevitáveis:
-Por que vc vai?
-Por que sim, querida, coma sua salada.- Dizia Andréa controladora como sempre.
-Quando vc vai voltar?
-Quando for a hora dela voltar vc vai saber. –Andréa continuava respondendo.
-E vc vai lembrar de mim, lá na casa da vó?
-Claro que vai, come tudo filha!- Disse Andréa de novo, sem dar chance de Angélica responder.
Após o jantar. Angélica se trancou no quarto.
No dia seguinte, acordou cedo e foi á praia tomar sol.
Sua pele já estava macia e hidratada, como antes do acidente, mas continuava branca e fria.
Ficou o dia todo na praia. E quando voltou á noite, sua mãe estava no quarto arrumando as malas da filha.
-Oque vc ta fazendo?
-Vc vai daqui a dois dias e ainda não arrumou nada.
-Eu vou ir, não se preocupa!!! Agora larga minha coisas!
-Tá, bom, vou confiar em vc. Mas até amanhã eu quero tudo isso nas caixas.
Angélica trancou a porta e desfez a mala que a mãe havia arrumado.
Dormiu e no dia, seguinte, realmente assumiu a tarefa de fazer as malas.
Andressa tinha prometido que á ajudaria e levou algumas caixas pra ela:
-Brincadeira isso que sua mãe ta fazendo. Fala sério!
-Pois é- Disse Angélica triste, enquanto colocava seus livros numa das caixas.
-Vc sabe quando vai voltar?
-Não. É um castigo por tempo indeterminado.
-Aff’s seu eu tivesse uma filha ,jamais faria isso com ela.
Angélica continuou séria.
-Como é lá?- Perguntou Andressa insistindo na conversa.
-Chato. É uma daquelas cidadezinhas do interior onde todo mundo se conhece e se dá bem sabe?
-kkk’ engraçado.
-E parece que todo mundo sabe da sua vida, a gente respira e já ta todo mundo sabendo!
-Nossa.
-Ah, e lá é frio pelo menos em ¾ do ano.
-Como vc vai viver assim? Sem praia?
-É, ahh, minha vó tem pelo menos 10 gatos, ela é apaixonada por felinos.
-Que fofo.
-Ela é costureira, então na casa dela, só tem colchas, tapetes, toalha de mesa, de retalhos.
Andressa se divertia, enquanto Angélica contava as coisa que mais odiava, na cidade:
-Só tem uma sorveteria lá. Uma escola. Um posto de saúde. Um restaurante... enfim, é a cidade de coisas únicas- Disse debochando. E tenho que andar muito pra chegar em qualquer lugar, minha vó acha de morar justo na parte mais afastada da cidade acredita? Ahh, e tem mais, intermináveis almoços em família, eles adoram!!! Chamam todo mundo e mais um pouco pra esse almoços.
Ela continuou falando, até que, pouco antes de escurecer já estava tudo arrumado.
-Tenho que ir amiga. Tenho prova amanhã.
-Já??? Dorme aqui hj!!!
-Não dá. Eu juro que queria ficar mais com vc, mas eu não posso mesmo.
Angélica olhou triste pra baixo e Andressa disse:
-Boa viajem, e eu vou ficar aqui te esperando quando voltar!- Dizendo isso, á abraçou e foi embora.
Angélica não conseguiu dormir nessa noite. Inquieta, apenas pensava em como as coisas seriam da lí pra frente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!