Os dias passaram rápido no hospital, sempre recebendo visitas das enfermeiras e de Phil, se distraia fácil, mas o dia  de ir embora estava chegando, e ela teria que se acostumar com mais uma coisa: a cadeira de rodas.

Phil á pegou no colo e á colocou na cadeira. Era desconfortável e fria. Seria muito difícil se acostumar a não ser tão livre quanto antes.

Ao chegar ao apartamento, tudo estava diferente, como a mãe dissera, tudo estava organizado de modo para que ela tivesse o máximo de espaço possível para se locomover.

Mas o terror foi mesmo ao chegar no quarto. Entrou e viu que a mãe tinha tirado a cama de casal, onde Angélica dormia com o irmão, e posto uma de solteiro ao lado da de Angelina.

Ainda sentia o cheiro e a presença do irmão, em tudo alí, por mais que a mãe tivesse tentado limpar varias e varias vezes.

Na hora de dormir, sentiu falta de abraça-lo, e de lhe contar como foi seu dia enquanto ele lhe contava, apaixonado, como era bom ficar com Carol.

Carol também não saía se seu pensamento. Encarar os pais dela, depois disso tudo seria uma das coisas mais difíceis que ela faria na vida.

Fechando os olhos, pensou em Leo. Nunca mais sentiria o beijo dele novamente, nunca mais sentiria um arrepio quando alguém lhe chamasse de “Angie”.

Numa noite, perdeu as três pessoas mais importantes de sua vida. E arruinado a vida de outras duas. Não conseguia se perdoar por isso, e conforme os dias passavam, não sentia mais  nenhum tipo de alegria.

Sua única salvação foram as tardes em que passava na clinica de recuperação fazendo fisioterapia. Estava cada dia mais disposta a sair daquela cadeira.