Sofia escrita por Larissa M


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Aleluia, consegui terminar esse capítulo.
Eu juro que não foi inteiramente por writer's block, nem por preguiça. Foi mais mesmo trabalhos e provas =/
Mas enfim...
Enjoy.



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A ideia de uma possível mudança para Londres foi cada vez mais tomando forma na mente de Sofia, e, à medida que a moça dispunha de mais tempo para refletir sobre o assunto, mais ele lhe parecia uma resolução sensata e satisfatória para sua família. Catlyn, antes mesmo que aquela visita terminasse, assegurou Sofia de que falaria com Sr. Foster sobre a vacância de Highgrove Cottage, e ainda reassegurou que Richard emprestaria Brakefield Hall. Sofia confiava o suficiente na amiga para esperar uma resposta rápida.

Só restava decidir-se.

A decisão não se caracterizava pela dificuldade. O que representava maior empecilho para Sofia era a incerteza de poder quitar a dívida em que ficaria com Catlyn no futuro. Se aceitasse morar em Londres, teria de arrumar um jeito de pagá-la de volta, pois, ela dizia para si mesma, o sentimento de dívida seria grande demais.

No entanto, ainda havia outro ponto a ser considerado antes que ela seguisse adiante com a ideia. Uma das primeiras providências tomadas por Sofia fora conversar com sua mãe, logo assim que Catlyn e Richard deixaram a casa.

- Mãe, gostaria de conversar algo com a senhora.

- Diga, Sofia. – Frances respondeu, fechando a porta atrás de si, após ter perdido a carruagem dos Foster de vista.

- É algo que Catlyn propôs-me mais cedo, quando Sr. Foster havia ido contigo para fora... – Sofia indicou o sofá para sua mãe, demonstrando que a conversa poderia se estender por bastante tempo.

Após a mãe ter se acomodado, Sofia explicou-lhe a proposta que Catlyn havia lhe feito mais cedo naquele dia. Frances ouviu tudo com atenção, considerando os bons motivos que a amiga de Sofia dera para a mudança. Entretanto, assim como a filha esperava de sua mãe, a mais velha ainda relutou em aceitar ir para Londres:

- E você, Sofia, o que acha disso? Por enquanto só me falou de Catlyn.

Sofia sabia que a mãe hesitaria em dar uma resposta, como sabia que a opinião dela já estava formada; preferia ficar. Frances não era dada a mudanças, especialmente se tratando de uma que não era obrigatória.

- Eu prefiro ir. Tenho certeza de que será algo melhor, e, embora sejam necessárias certas mudanças no nosso estilo de vida, não será nada muito grande.

Frances não respondeu, ponderava em silêncio. Sofia deu um suspiro, mas se ergueu com animação.

- Ah, mamãe, deixá-la-ei refletir em silêncio. – deixou escapar aquele sorrisinho de quem conhece a pessoa com quem fala – Só não tarde para me dizer o que acha! Catlyn ficou de me devolver uma resposta do Sr. Foster, o tio de Richard, sobre nossa propriedade.

Sofia subiu as escadas, e rumou para seu quarto. A comparar com duas semanas atrás, seu humor estava deveras melhor.  Achou incrível as mudanças que tão curto período de tempo conseguia provocar nela, ou talvez, refletiu, em qualquer um. Sua mãe, embora Sofia estivesse consciente de que lutava lá embaixo com as lembranças de seu tio, fazia as tarefas do dia bem mais animada, enquanto até mesmo cantarolava canções que lembravam Sofia de sua infância. Sabia que Catlyn estava preocupada com ela, mas sendo casada decerto já trazia mais preocupações...

Os pensamentos de Sofia a guiaram inadvertidamente para os Foster. Pensava em como eram distantes de sua pequena família dali do Cottage, mas, ao mesmo tempo, Highgrove Park se estendia imensa a não mais que algumas centenas de metros de seu quintal dos fundos. Sofia só vira a família Foster algumas vezes, sendo seu contato maior com Richard, e mesmo assim, por intermédio de Catlyn. Ambos os irmãos Foster, embora suas idades se aproximassem da dela, disto sabia, não vira nem falara mais do que algumas poucas vezes. Sabia que Adam, o mais velho e herdeiro, viajara para o exterior há algo como um ano; não tinha certeza, pois soubera da notícia por terceiros, e para Andrew, o segundo filho, restara os estudos, na grande faculdade de Oxford, em algum assunto indeterminado.

Sofia indignava-se com a condição deste Andrew. Ela conhecia algumas moças de famílias, as quais se seguiam quase obrigatoriamente o adjetivo prendadas, no entanto, quantas mulheres que vira ou sabia da existir que exercessem outra função que não músicas trabalhadas no piano para o entretenimento alheio ou costuras e cortes de tecidos para o olhar interessado e crítico de futuras sogras exigentes? Nenhuma delas era posta para estudar nada do que “prestasse”, questões sociológicas ou filosóficas, e só dispunham de um acervo literário muitas vezes limitado. Mesmo assim, o que suas preceptoras ou professoras lhe demandavam era puramente algo exigido por uma sociedade, às vezes decorado e recitado frente aos outros, recebido com um sorriso e logo após descartado da mente da moça por questão mais frívolas. A diferença entre um jovem, talvez aquele Andrew Foster, que mal encontrara depois de crescido, mas que agora servira de referência – e porque não – padrão (pois vinha de uma família rica e clássica, e decerto deveria se formar um médico adulto de reputação impecável e orgulho até mesmo para um primo distante) e uma jovem rica como algumas mocinhas que moravam no vilarejo quanto ao que estudavam era grande, e o quanto era cobrado de cada sexo, mais ainda.

Ganhar créditos apenas por ser herdeiro não constitui em méritos pessoais! Sofia pensava consigo mesma. Andando de um lado a outro em seu quarto, em reflexão, uma vontade súbita se acometeu dela. Sentou-se a sua escrivaninha, pegou a pena, e pôs-se a escrever.

 Pouco antes do pôr do sol, Sofia foi interrompida por uma batida na porta. A moça se assustou, do tanto que estivera concentrada na escrita. A sua frente estava a pequena pilha de papeis que acabara de escrever; até manchara seus dedos de tinta na rapidez com que rabiscava!

- Sofia, querida, posso abrir? Estou atrapalhando? – era a voz de sua mãe.

- Entre, entre, não está atrapalhando em nada. – ela se apressou em responder.

Sofia pousou a pena na madeira, e tampou a tinta que estivera usando. Virou-se para trás a tempo de ver sua mãe entreabrindo a porta.

- Chegou um bilhete para você agora há pouco. Diz no verso que é de Catlyn.

Sofia ergueu-se da cadeira e apanhou o bilhete que sua mãe lhe estendia.

- Obrigada, mãe. Deve ser algo urgente, senão Catlyn o diria pessoalmente... – Sofia refletia em voz alta, com o cenho franzido de preocupação. Em voz alta, leu-o.

Sofia,

Conversei essa tarde mesmo com o Sr. Joseph Foster, logo após retornar de sua casa, e animadamente lhe dou a notícia de que ele concorda com sua possível mudança, e pode facilmente traçar planos para que Highgrove consiga um novo inquilino. Porém, lhe dirijo um pedido especial de meu sogro e sogra: ambos os Foster convidam você e sua mãe a um jantar na próxima noite aqui em Highgrove Park, na companhia de seus filhos, de mim e de Richard. Gostaria que passasse o recado a Sra. Eastwood por mim.

Sinceros cumprimentos,

Catlyn.

- Que ótimas notícias! – exclamou Frances, assim que a filha terminou de ler o bilhete. – Embora este Sr. Joseph Foster só nos tenha convidado uma ou duas vezes a Highgrove Park... Creio que tenha ficado alegre com a perspectiva de um inquilino que possa pagá-lo... Bem, nada disso é nossa culpa, e muito menos deles. – ela comentou com um suspiro. – Vamos, é claro que vamos, não é? Adoro sua amiga, Sra. Richard Foster, e seu marido; ao menos devemos isto a eles.

Sofia não pôde deixar de concordar com a mais velha acerca do que havia observado. Algumas horas antes do jantar marcado com eles – Sofia enviara outro bilhete em resposta, e agora se arrumava – ela se pegou pensando neles novamente: os Foster. Nem sequer haviam dado o trabalho de mais de um ou dois convites, e ainda assim eram a nova família de sua amiga... Sofia repreendeu a si própria. Não deveria estar pensando esse tipo de coisa deles, nem sequer os conhecia direito! Tudo o que poderia conseguir com julgamentos precipitados eram equívocos.

Em frente ao espelho de sua penteadeira, Sofia tentava tirar seus pensamentos de julgamentos com o Foster e transportá-los para julgamentos de suas vestimentas. Queria estar apresentável, no entanto não muito produzida para o jantar daquela noite.

Trajava-se com simplicidade. Sempre preferira roupas e cores simples, assim como joias, pois não se permitia muitas despesas com coisas mais elaboradas.

Seu vestido bege era enfeitado por rendas de desenhos delicados, desde a gola até a barra da saia, que tinha seu volume aumentado por uma espessa camada de tule. Uma simples pérola suspensa em cada orelha era o suficiente para realçar seu charme, e o espartilho, apesar de não muito apertado, marcava bem o desenho de sua cintura. Em contraste com toda a delicadeza e cores discretas, a negritude dos cachos de Sofia se espalhava por seus ombros e espáduas, apenas algumas mechas estando presas no topo de sua cabeça. 

 Sofia rodopiou em frente ao espelho. Estava satisfeita com sua aparência. Aos seus olhos, não havia nada mais a acrescentar, a não ser, talvez, uma opinião de sua mãe. Quando Frances viu a filha, sorriu e encheu-a de elogios sinceros, como acontece com toda a mãe quando uma filha pede opinião. No fundo, ela sempre estará impecável.

As Eastwood desceram as escadas assim que o relógio da casa bateu quatro horas. Era o horário marcado para que a carruagem de Richard Foster as viesse buscar, assim como haviam combinado. Não precisaram esperar por longo, pois logo ouviu-se o barulho de rodas no cascalho, e a o veículo se apresentou na porta de Highgrove Cottage.

O caminho entre o chalé e a casa da família Foster não era caracterizado por sua extensão; no entanto, cobrir uma distância de meia milha trajadas com vestidos de festa e no princípio da noite não era uma ação sensata da parte das Eastwood. Portanto, a carruagem se faria necessária.

Mãe e filha chegaram à casa pouco tempo depois. Passaram pelos infindos jardins de entrada da mansão, organizados com uma simetria impecável, mostrando uma fileira de pinheiros tanto à esquerda quanto à direita. O que as árvores não cobriam, Sofia podia enxergar vastos campos verdes, salpicados aqui e ali com cores marcadas do que ela imaginava serem flores – estavam demasiado longe para que ela pudesse identificá-las, no entanto, sabia que sua mãe, se tivesse chance, iria para o jardim assim que pudesse. Frances já comentava com a filha, numa voz animada, tudo o que via.

Deixaram os jardins para trás, com a expectativa de visitá-lo mais tarde. Para recepcioná-las, Richard Foster se encontrava de pé ao portão da casa. Sofia avistou-o pela janela do coche enquanto a carruagem fazia a curva; ele sumiu de sua visão apenas por um momento, e, quando o avistou de novo, Richard já estava abrindo a porta e oferecendo-a a mão para descer.

- Boa tarde, Srta. Eastwood, como vai?

Sofia respondeu com educação. Logo em seguida, se afastou de Richard para que ele pudesse ajudar sua mãe, e aguardou.

Assim que Sofia se virou de frente para casa, sua atenção se desprendeu de sua mãe e Richard atrás de si, e passou a observar a mansão Foster.

A construção erguia-se imponente logo a frente de Sofia, no estilo em moda do século XIX. Enfileiradas a esquerda, direita e para cima, as janelas iam se sucedendo numa linha reta e simétrica, as sombras do interior dos retângulos reduzidas a medida que subiam de encontro ao céu branco. A escadaria da frente era equivalente em tamanho, dando entrada por uma grande porta de carvalho. Aquela mansão poderia ser chamada de tudo, pensou Sofia, exceto modesta.

- Gostaram dos jardins? – Sofia ouviu a voz de Richard logo atrás dela, fazendo com que seu olhar tornasse a se fixar nas pessoas ao seu redor.

Frances respondeu por ela, e juntos entraram na mansão.

Richard serviu como guia da casa: a medida que mais adentravam a mansão, o marido de Catlyn ia citando os aposentos, apresentando-as tudo até a chegada da sala de estar, onde, pelo o que Richard havia dito, todos se encontravam.

Na última curva que fizeram, Sofia pôde ver o mordomo entrar na sala, e anunciar seu nome, antes que pudesse ver os hospedes em si.

- Sra. e Srta. Eastwood.

As Eastwood entraram na sala, onde cinco pessoas as aguardavam. Após uma mesura educada, retribuída inicialmente pelos homens, três no total, e depois pelas mulheres, duas, elas foram convidadas a se sentarem.

- Por favor, entrem e sentem-se. – o homem de cabelos brancos e fartos e olhos inteligentes e escuros, que aparentava ser o mais velho dos três, falou.

- Senhoras, gostaria de apresentar-lhes meu tio, Sr. Joseph Foster, meus primos, Adam e Andrew Foster, e minha tia, Sra. Joseph Foster. – Richard os apresentou.

O homem de cabelos brancos respondeu ao nome de Joseph; era quem possuía toda a mansão e os terrenos de Highgrove Park, incluindo, agora, o chalé das Eastwood. Parado à sua esquerda estava Adam Foster, o herdeiro. Era alto, com um sorriso simpático no rosto e olhos acolhedores, castanhos, de mesma cor que seus cabelos encaracolados e de aspecto parecido com os de seu pai.

Sentada no sofá para dois, ao lado de Catlyn, encontrava-se a Sra. Joseph Foster. Embora envelhecido pelo tempo, seu rosto ainda revelava a beleza de outrora, com um sorriso tão franco quanto o do filho. Fez uma mesura educada quando entraram e depois manteve-se em silêncio.

Postado atrás do sofá e de sua mãe, estava a última figura, quem Sofia reconheceu como sendo Andrew Foster. Ao contrário de seus dois parentes, sua boca se conservava numa sorriso tímido de lábios pouco curvados, e seus olhos verdes se desviavam com facilidade de quaisquer olhares que ousassem encará-los. Pelo pouco tempo que Sofia o observou, achou que seus olhos arredios lhe dava um ar um tanto quanto indiferente, como se toda a simpatia de seu irmão e mãe fossem contrastados ali. Entretanto, não deixava de ter sua beleza; a luz do fim do dia se refletia em seus cabelos deixando-os reluzindo como cobre.

- É um prazer conhecê-los, senhores e senhora. – respondeu a mãe de Sofia, no que a filha fez coro.

- Não há de quê, o prazer é recebê-las aqui. – respondeu a Sra. Joseph Foster – Pelo tanto que Catlyn nos falou de você, Srta. Eastwood, não pude deixar de ficar curiosa para conhecê-la. É lamentável que no passado não passássemos tanto tempo aqui em Highgrove Park, de modo que não viéssemos a conhecê-las tão cedo. – ela completou. Sofia observou bem a rosto de sua interlocutora; tudo o que passava era um sorriso que só poderia ser interpretado como verdadeiro. Como seria, afinal, a personalidade daquela família?

O restante do fim de tarde passou-se numa agradável conversação entre os Foster e as Eastwood. Catlyn era quem mais falava, pois, como conhecia ambas as partes, já possuía intimidade o bastante com todos.

Não tardou muito, as Eastwood foram convidadas pela anfitriã para o jantar, em outra sala, onde todos se reuniram ao redor da mesa.

No pouco tempo em que ficara numa conversação constante com seus anfitriões na sala de estar, Sofia pode inferir que eram muitíssimos diferentes do que esperava. Não houvera nada na conduta dos Foster que chegasse perto a empáfia com que geralmente reservavam a Sofia os que se diferiam dela por sua classe; eles nem sequer deixaram transpassar que havia quaisquer diferenças entre eles.

A Sra. Joseph Foster era de longe a mais simpática entre os anfitriões de Sofia. Conversara sobre os mais variados assuntos sem esforço, e fizera questão de manter Sofia entretida, para que a menina “não achasse enfadonha aquela reunião familiar”. E, sobretudo, a senhora fizera tudo com o maior dos sorrisos sinceros no rosto.

Não poderia se dizer que o Sr. Joseph Foster acompanhava a esposa em tudo; senão, o mais simpático seria ele, fazendo-se notar com facilidade por ser o dono da casa e respeitavelmente o mais velho dentre os presentes. Era claro que tanto seus próprios filhos, quanto o primo e sua esposa o respeitavam, sendo a única sua própria esposa quem durante todo o jantar fizera alguma objeção. Sofia não sabia interpretar se a figura imperiosa do proprietário se valia de sua retidão e rigidez naturais, ou se era algo como orgulho. Optou pelo segundo; afinal, as boas-vindas e boa tarde dadas pelo velho Sr. Foster – suas poucas palavras durante a estadia na sala de estar – soaram igualmente sinceros aos da esposa.

Como dois retratos de mãe e de pai, Sr. Adam Foster e Andrew Foster pareciam imitá-los como que por obrigação disciplinar. As aparências, já observadas por Sofia, divergiam-se mais, porém, o caráter de Adam era o de sua mãe, e o de Andrew, seu pai. Um efusivo, simpático e sincero; outro, taciturno, retido e reservado. Os irmãos só mesmo se identificavam pelo mesmo cabelo em tons castanhos, que brilhavam como cobre na luz.

Sofia pode ver os diferentes comportamentos em seus anfitriões durante o jantar, mas somente quando todos se reuniram novamente na sala – agora reorganizada para uma partida de cartas, foi que ela teve chance de conversar em meios mais particulares.

Não pôde privar-se de jogar a primeira rodada, embora não fosse a maior fã de carteado. Jogou em par com Catlyn, que, sendo astuta e de raciocínio rápido, conseguiu a vitória mesmo com uma parceira menos acostumada como Sofia contra os irmãos Foster. A verdade era que a moça nunca teve tanto tempo para praticar os jogos mais em voga na sociedade, muito menos tantos convites da alta sociedade para jogar com grandes grupos.

 Apenas depois, quando a partida na outra mesa teve seu fim, foi que os pares foram rearranjados, e alguns saíram de suas rodas para sentarem-se às cadeiras e conversar.

Percebendo que Andrew Foster saía um tanto mais afastado dos outros, Sofia deixou sua mãe em conversa com Sra. Foster, e ergueu-se de sua cadeira.

- Com licença, senhoras.

Sofia se dirigiu para onde Andrew se encontrava. Ele curiosamente preferira o afastamentos de todos, e agora observava calado o silêncio das estrelas.

- Gosta de observar o céu à noite? – Sofia lhe dirigiu uma pergunta, na esperança de não estar sendo impertinente ao perturbá-lo. Ele lhe parecia em profunda reflexão, franzindo o cenho e com os olhos fixos, o que a fez ficar curiosa perante a figura dele. Já averiguara que não era muito de falar, e ficava calado a maior parte do tempo.

Ele pareceu surpreso ao ouvir a pergunta, e olhou-o como se houvesse notado sua presença pela primeira vez.

- Sim. – sua voz saiu rouca. Com um pigarro, repetiu. – Sim, gosto. Mas o fazia sem prestar atenção. – ele sorriu, virando-se para Sofia. – Me desculpe; estar preso em pensamentos muitas vezes não é uma opção. – suspirou.

- Desculpe-me eu, reflexões também não são de pertinência minha. – ela disse com educação, embora mordesse os lábios e o perscrutasse com o olhar – Já as estrelas, elas são de quem as queira observar.

Andrew deu um sorriso fraco em resposta. O assunto morreu por ali, e os dois jovens ficaram sem alternativa do que dizer. Pelo pouco que Andrew dissera, Sofia mal sabia dos possíveis gostos do jovem, limitando suas possibilidades de puxar assunto.

Foram salvos por um chamado, da Sra. Eastwood:

- Como a hora vai adiantada! Sofia, querida, não acha que seria melhor voltarmos?

Certo alvoroço se estabeleceu no grupo depois que Sra. Eastwood disse aquilo a Sofia. Os anfitriões insistiram na estadia delas, enquanto elas insistiam em não perturbá-los. Foram tantos “faço questão que fiquem” e “não quero incomodá-los” que Andrew, que observava tudo calado, mais uma vez, perdeu a conta. Por fim, o não incomodar foi mais forte que o desejo dos Foster por companhia, e as Eastwood pacientemente esperaram o cocheiro e a carruagem de Richard.

Quando elas se foram, restou o silêncio para trás.


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Notas finais do capítulo

Olha, pode ter algum erro nesse capítulo, porque faz tempo que eu escrevi o início, então não os detalhes não estão frescos em minha mente xD por favor, avisem, e deixem comentários!