Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 27
Traps by the ship


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
Demorou mas saiu novo capítulo! Bom, como já disse a vocês, tenho estado com o tempo curto para postar capítulos semanalmente, e esse em especial, deu um pouquinho de trabalho... mas, de qualquer maneira, espero que a demora valha a pena! Mas isso é temporário, já já terei mais tempo e voltarei a postar semanalmente, como antes.
Bom, nesse capítulo temos POV da Odete, onde vamos começar a conhecer a história dela. Em algum dos capítulo anteriores ela já apareceu, mas bem rapidamente.
E OUAT voltou!!!! O que acharam da estreia? Hoje tem episódio novo para nossa felicidade o/ hahaha
Enfim, acho que é só isso. Espero que curtam!
Boa leitura :)



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Odete’s POV:

É estranho ter todas as minhas memórias de volta a minha mente, dado que, durante muito tempo, eu era apenas um cisne confuso, vítima de uma maldição. Quer dizer, esclarecendo isso, eu ainda sou um cisne, porém há algum tempo, fui atingida por uma enxurrada de lembranças que ajudaram a clarear mais as coisas. Ou pelo menos, boa parte delas. Antes, eu era um cisne confuso, agora sou um cisne não mais vítima de amnésia. Mas ainda assim, um cisne. Sim, isso é deprimente.

Resumindo, eu era (sou?) uma princesa, prestes a me casar, com o único e verdadeiro amor que tive durante toda a minha vida – Derek. Na verdade, nós, antes mesmo de nascermos, já éramos prometidos um para o outro. Convivemos juntos desde pequenos, e nem sempre fomos tão amigáveis um com o outro. Entretanto, depois de algum tempo, nos apaixonamos verdadeiramente.

Apesar de ser uma princesa, e ser cobrada por bons modos – pontualidade, por exemplo, sempre foi o meu fraco – eu adorava fugir para passear na floresta. Não era uma floresta comum, na verdade. Havia tido a sorte de tê-la descoberto. Existia uma cachoeira por ali, a qual sempre era tentada a ir observar e, por fim, dar um rápido mergulho na parte mais rasa. O lugar em si, era completamente deserto, o que achava um desperdício considerando a grandiosidade e beleza do local. O ruído das fortes e cristalinas águas, caindo com força nas pedras, era abafado pelas densas e enormes árvores que rodeavam o lugar. O som incessante dos cantos dos pássaros também ajudava a esconder o barulho das fortes águas.

No meio da cachoeira havia uma ponte natural, por assim dizer, feita das mesmas pedras pelas quais as cascatas desciam. Eram cinzentas, algumas grandes demais e outras pequenas demais, mas todas extremamente conectadas, brilhando na luz do sol e permitindo que alguém corajoso o suficiente a testá-las, passasse por cima delas, trançando o caminho. Essa ponte dava em um paredão, algo que sempre achei estranho pois, se não há nada a ser alcançado, por que supostamente deveria haver uma ligação concreta para ligar a algo que não existe? Sempre pensei nisso, entretanto nunca dei tanta trela para tal pensamento. Um dia, porém, enquanto passeava sobre as pedras, resolvi ir direto ao paredão e ver se havia algo por ali ou não. Provavelmente não, eu pensava. Mas então, tive o desprazer – e mais tarde percebi que seria um prazer – de escorregar. Achei que seria meu fim. Juro que já era capaz de enxergar a luz da morte (ou depois da morte?), ouvir cantos estranhos e sinos tocando. Sem pressão.

Mas, milagrosamente – ou não – peguei um cipó firme que caía sobre os meus ombros, do topo das pedras que constituíam o paredão, que até então, eu nunca havia reparado que existia. Pois é, tempos desesperados nos mostram coisas que antes nunca tínhamos sido capazes de enxergar.

Consegui me agarrar ferozmente nele, e, enquanto o puxava, o paredão de pedras se abriu repentinamente fazendo com que eu soltasse um grito de surpresa abafado. Antes que eu pudesse pensar duas vezes – ou cair – pulei para dentro.

O lugar era um completo breu. Não consegui me acostumar com a falta de luz mas, nem precisei porque enquanto eu seguia adiante, a luz do sol foi aproximando-se cada vez mais de mim, até que, com ela me guiando, acabei por fim em um outro lugar. Um dos mais lindos que já vi.

Hook’s POV:

(Flashback)

- E então? – perguntou Connor, apreensivo – O que, supostamente, deveríamos fazer agora?

- O que, supostamente, vocês sabem fazer? – perguntei

- O que supostamente, deveríamos saber? – revidou ele

- Por que, vocês supostamente, estão falando assim? Parem por favor – falou Luke, irritado.

- Sei fugir, e vocês? – disse Hubert, meio sincero, meio sarcástico

- Poderíamos nos esconder, e quando eles voltarem, a gente os surpreende.

- Tipo, bú, vem me pegar! ??? – perguntou Connor, pulando na minha frente, com as palmas das mãos viradas para mim, com um rosto assassino; gesticulando teatralmente demais.

Revirei os olhos.

- Olha cara – continuou ele, saindo do modo ator – não quero ser chato, nem nada, mas precisamos de um plano melhor que esse.

Silêncio.

E então eu me dei conta do que deveríamos fazer. Fui estúpido demais por não ter pensado nisso antes. Piratas burros cairiam fácil nas mais simplórias armadilhas. Aliás, as mais simples são as melhores, era o que meu tio dizia. As pessoas tentam fugir dos mais complicados jeitos quando, na verdade, a coisa é tão simples que chega a doer.

Meu tio havia me ensinado a fazer algumas armadilhas e, pelo olhar rápido que lancei por todo o convés, parecia que tínhamos tudo ali ao nosso alcance. Não contive um sorriso.

- Vamos espalhar algumas armadilhas – falei.

Ensinei-os como fazer tudo e, depois de muitos nós feitos, Connor e Bae, que eram os mais altos, amarraram algumas cordas no topo das velas e próximas a elas. Tinha isso por todos os lados do navio. Eram armadilhas bem simples, você deve estar pensando, mas também eram muito eficazes. E, eram um pouco diferente das normais. Era um esquema parecido com o das algemas chinesas. Quer dizer, quem pisasse na corda, era capturado por uma teia de cordas maiores. Mas, uma vez preso, era difícil sair. Pelo menos para aqueles piratas seriam, afinal, eram estúpidos. Quando mais forte você tentasse se soltar, mais preso você ficaria. O segredo era tentar não se soltar. Puxar-se contra a direção que o levaria a liberdade. Como eu disse, basicamente, funciona como as algemas chinesas só que não são algemas, literalmente. Quando meu tio me ensinou a montar isso, lembro-me de ter ficado admirado... Sinto muita falta dele.

Depois de tudo pronto, nos escondemos e esperamos.

5 minutos?

30 minutos?

1 hora?

Passado um tempo longo demais, eles estavam de volta ao convés, com suas risadas de híbridos e seus bafos de bebida.

- Onde estão aquelas pestes?

- Eles não podem ter ido embora, certo?

- Claro que não, sua besta, estamos no meio do mar!

- Eles poderiam ir nadando.

- Cale a boca.

- Precisamos deles.

- Não me diga!

- O que será que o Senhor das Trevas quer com os pestes fedorentos perdidos?

- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.

- Nossa, não sabia que você era tão clichê! – uma risada de um híbrido de porco com foca ecoou pelo navio – Ai!

- Cale a boca.

- O que eu sei – continuou outro – é que, qualquer recompensa vinda do Senhor das Trevas é bem-vinda.

- Sim, sim.

- Verdade.

Se os capachos concordaram, o dono da frase provavelmente era o capitão.

- Ei?

- O que?

- Clichê é uma palavra culta, certo?

- Para alguém tão estúpido e ignorante quanto você, é sim.

- Ótimo! Mais um ponto para mim! Cara, já usei 3 palavras difíceis essa semana, e você só duas! Estou ganhando! Acho que alguém terá que me pagar um dinheirinho hein...

- Que droga.

- Calem a boca, seus inúteis, vamos procurá-los!

- Certo, capitão!

- Ei... o que esta corda está fazendo aqui? Cara, pegue aquela outra lá. Ei, espera...

Nesse momento, um grande estrondo e gemidos foram ouvidos. De novo. De novo. E de novo.

Será que todos já estariam presos?

Arrisquei uma olhadela, e lá estava o capitão, com uma expressão perplexa, tendo sido o único a ficar livre. Estava no meio do convés, brandindo a espada e gritando para os seus animais de estimação que pendiam completamente presos acima de sua cabeça.

- Mas que porra é essa? – soltou ele

Resolvi sair do meu esconderijo. Os meninos não fizeram o mesmo, como já havíamos combinado.

- Para piratas tão bons, vocês foram um tanto ruins, não acham? Deixando que pirralhos incapazes fossem capazes de fazer isso – disse eu, apontando com a espada para os bundões que gemiam e berravam enquanto tentavam se livras das cordas.

Sorri maliciosamente.

O capitão sorriu de volta.

- Você é bem impertinente, não? – disse ele e dei de ombros.

- Ora ora, você realmente me lembra seu pai – continuou ele, falando pensativo – Hum, já que você se diz tão esperto quanto nós, que tal um duelo? Homem com homem? Cara a cara? Só eu e você?

Engoli em seco e ele sorriu ao perceber meu nervosismo.

Tentei não demonstrar o meu medo. Como meu tio sempre dizia para mim, a coragem não é a capacidade de não temer a nada, e sim a capacidade de enfrentar tudo o que se teme.

- Já que insiste tanto em morrer, vamos lá – disse eu por fim, forçando um sorriso.

Hook’s POV:

(Agora)

- Que merda vocês estavam fazendo lá? – berra David, quando já estávamos do lado de fora da delegacia. Confesso que ele conseguiu machucar os meus sensíveis ouvidos.

- Olha a boca, achei que você tivesse um vocabulário mais limpo e majestoso, alteza.

Diante disso, levo mais um soco. Dessa vez na boca.

- O que não ficará limpa será essa sua cara, se você continuar com gracinhas. Farei questão de deixá-la bem imunda, suja de um líquido vermelho, se é que me entende.

- Hum... Você vai jogar vinho em mim? Não faça isso, por favor. Deixe-me ao menos partilhar uma taça com Emma, em uma noite chuvosa e fria, perto de uma lareira...

- Pera, pera, pera – falei levantando as mãos, antes de outro soco me atingir em cheio, mas ainda sorria porque simplesmente não podia me conter – o que quer saber?

- O que vocês estavam fazendo?

- Ela já disse, não disse? Estava apenas ensinando sua filha a usar a espada.

Ele me olhou desconfiado.

- Eu não gosto de você, capitão – fez questão de pronunciar a última palavra com um nojo exagerado para que eu pudesse entender que era eterno.

- O sentimento é mútuo – falei, fazendo uma reverência.

- Se você machucar a minha filha, seja fisicamente, emocionalmente ou o que for, qualquer dano que causar a ela... Guarde bem as minhas palavras, te caçarei e o mandarei para as profundezas.

- Palavras guardadas no fundo do meu coração.

Dito isso, ele simplesmente me deu as costas, e saiu de cara feia e batendo pé.

Finalmente livre, pensei.

Ir embora ou voltar para a delegacia?

Virei-me e, antes que eu pudesse decidir, dei de cara com um Rumplestiltskin sorridente.

- Perdido? – perguntou ele, quase como se estivesse cantando.

- O que você quer?

- Não tivemos a oportunidade de terminar nossa conversa.

- E nem iremos.

- Ora, ora, ora capitão, tecnicamente, você me deve algo.

- Engraçado é eu não saber disso.

Ele gargalhou.

- A vida é engraçada, meu querido! Cheia de truques e segredinhos... Ah, mas é claro que você não sabe! Era apenas uma criancinha – falou ele, gesticulando freneticamente e pronunciando as últimas palavras com uma forçada voz de bebê. Desnecessário.

- Sabe, você era adorável! Pena ver como o tempo pode acabar com as pessoas – continuou ele.

Revirei os olhos.

- Eu sou adorável!

Ele riu.

- O que é? O que eu lhe devo, quero dizer.

- É uma longa história, você sabe. O seu pai que não era o seu pai, trocou você por poder. Resumidamente – ele sorriu – na verdade, ele não trocou, trocou, chegando a trocar, entende?

- Não.

- Não?

- Não. Sabe, repetir as palavras várias vezes não deixa nada mais claro. Está na hora de criar um feitiço para isso.

- Olha olha, mas que ótima, ótima ideia!

Revirei os olhos.

- Funcionou agora? – ele perguntou com uma falsa esperança. As repetições dessa vez, o fizeram entender?

- Você só pode estar de sacanagem.

- Funcionou?

- Não!

- Ah, mas que pena! Então, precisarei realmente perder o meu tempo lhe contando?

Apenas o olhei com desdém.

- Você não está muito comunicativo hoje, está?

Sorri sarcasticamente.

- Sabe uma magia que eu tenho dominado bastante, bonitão?

- Falta de noção?

- HÁ HÁ HÁ que engraçadinho! Você tem sorte por eu estar de bom humor. Não.

- Não o que?

- Não é falta de noção. Viagem no tempo, na verdade.

- E?

- E que tal viajarmos um pouco, hein? Você está meio tenso, precisa mesmo relaxar! Assim também não precisarei gastar minhas palavras e você poderá ver tudo bem de perto, e mesmo sendo lerdo e idiota irá entender. E ai então, conversaremos. E bom... talvez não vá ser tão relaxante assim... – falou ele, pensativo.

Antes que eu pudesse contestar ou fazer uma das milhões de perguntas que tinha em mente, Rumplestiltskin estalou os dedos, com um sorriso malicioso no rosto, e uma leve fumaça roxa nos envolveu tranquilamente, transformando-se progressivamente em um tornado, e nos levando para longe dali.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram??
Mil beijos, até a próxima ♥