Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 23
Musketeers convention


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
Bom, nesse capítulo revemos o Rumplestiltskin lindo e maravilhoso que já estava sumido há um bom tempo hahaha
Se tudo correr bem, pretendo postar um bônus ainda essa semana.
Bom... acho que é só isso mesmo.
Espero que gostem!
Boa leitura :)



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Emma’s POV:

Ainda nos braços de Hook, encarando aqueles olhos azuis, lembro-me que assim como a cor de seus olhos, é a cor do mar, e assim como o mar é ele: não pode ser contido. Porém, apesar de sua rebeldia, a beleza e o seus tesouros guardados no fundo continuam intactos.

Antes que pudesse ser dito qualquer coisa, Porthos surge ao nosso lado aplaudindo. Não que houvesse alguma coisa mais a ser dita, mas... enfim.

- Se todo duelo terminasse assim, o mundo teria menos mortos – diz o mosqueteiro

Hook se levanta e eu continuo observando tudo do chão. Estou em choque e ao mesmo tempo, me sinto em um mar de rosas.

- Você quer um beijinho também? Lamento informar mas, você não faz o meu tipo – diz Hook, com um sorriso sarcástico e simultaneamente, pegando sua espada que estava no chão

- Não, obrigado, não quero pegar doença.

- Você está falando que eu sou doente?

- Não falei nada.

- Doente é você, seu inútil, pega logo a porcaria dessa sua espada para nós continuarmos. Mas, é claro, se você quiser desistir, entendo completamente. Provavelmente, preza pela sua vida, estou correto?

Porthos solta uma gargalhada um pouco alta demais:

- Está errado. Pelo amor de Deus, olhe só para mim e olhe para você. Você é só um pirata qualquer. Precisa se olhar mais no espelho e ver que seus pensamentos sobre você mesmo estão completamente errados.

- Na verdade, eu já me olho bastante no espelho – diz Hook sorrindo e gesticulando com a espada

Já estava prestes a me levantar e interromper a discussão dos dois quando alguém, interrompe antes de mim.

- Porthos. Pare com isso.

O cara se vestia no mesmo estilo de Porthos e D'Artagnan.

- Mais um? – disse eu, suspirando e levantando-me do chão. A minha intenção não era magoá-lo, mas ele pareceu ofendido:

- Como assim mais um? Quem é você? Ah, não importa. Como eu ia dizendo, Porthos, pare com isso. Essa não é a maneira que as pessoas costumam usar para pedir perdão. Sabe como é, quero pedir desculpas a fulano aí eu vou lá e começo um duelo. E se fulano morrer? Como ele vai te perdoar? É complicado.

Hook solta uma gargalhada:

- Não entendi uma palavra que você falou, mas pude compreender bem que o bonitão aqui quer me pedir perdão. Vamos lá, pode se ajoelhar – diz ele, ainda rindo

Porthos inesperadamente lança um golpe com sua espada contra Hook, que por sua vez, desvia facilmente. Ainda rindo. Os dois começam a duelar. Hook continua rindo. Gargalhando. Qual o problema dessa criatura?

Entro no meio dos dois sorrateiramente e levanto as mãos:

- Parem com isso!

A lâmina da espada de Hook atinge meu braço e o corte começa a queimar. A dor percorre todo o meu e eu agarro meu braço, mas continuo gritando para os dois pararem. Felizmente já não é mais preciso.

- Seu babaca, olha o que você fez – esbraveja Hook – Swan, você está bem? – Ele me toma em seus braços e começa a analisar o ferimento.

- Eu que fiz? Acho que você está equivocado.

Hook range os dentes mas o ignora.

- Eu estou bem.

- Não, não está.

- Pelo amor de Deus, é só um cortezinho de nada! – digo, esquivando-me de seus braços – Quem é você? – pergunto ao novato

- Aramis – diz, fazendo uma reverência – Peço desculpas pelo meu amigo, ele é um pouco abrutalhado.

- Um pouco? – pergunta Hook, em tom sarcástico, segurando os meus braços por trás e acariciando o meu corte, enquanto faz um curativo rápido.

Não poderia me dar ao luxo de reclamar de dor naquele momento mas, a dor estava realmente insuportável. Fiquei grata por tê-lo aqui.

- Não era nossa intenção na verdade. Muito pelo contrário – continua Aramis – viemos aqui para procurar não só D'Artagnan, mas você também.

Hook fica em silêncio. Depois de um longo período, que parecem décadas, ele diz:

- Vieram terminar o serviço?

- Não. Viemos nos desculpar por termos começado o serviço.

Nessa altura, Hook já terminou o curativo, e caminha até ficar cara a cara com o novo mosqueteiro. Não me sinto muito melhor mas, pelo menos não estou mais sangrando. E, sinto-me pior ainda por não estar entendo nada dessa conversa. Acho que deve ser a parte na qual Hook parou de me contar, certo?!

Resolvo sentar porque estou vendo estrelas.

- Nós trabalhávamos para um rei, muito bom, aliás. Porém, um belo dia, ele sumiu e outro assumiu o poder. Não sabemos como nem porque, não conseguimos descobrir. Porém, o homem realmente tinha legitimidade para sentar no trono. E, durante um período, no início, fez um ótimo trabalho no nosso reino. Viramos servos leais a ele. Você sabe o que aconteceu com seu pai?

Hook balança a cabeça negativamente, o rosto com uma expressão distante e preocupada.

- Bom, ele era o nosso rei.

- Como é que é?

- O novo rei que assumiu, era o seu pai.

- Como?

- Como eu disse, até hoje não descobrimos como ele conseguiu subir ao trono. Enfim. Ele nos deu uma ordem de irmos até sua casa, eliminarmos sua mãe e seu tio porém, levar você vivo até ele. Se questionamos? Sempre questionávamos. Entretanto, ele não nos deu muita satisfações. Apenas disse que sua família era uma ameaça ao nosso povo, e que depois entenderíamos. Você conseguiu escapar, sei lá como, e mais tarde, realmente entendemos. Na verdade, aqueles dois eram uma ameaça a ele e, não ao povo. Eles tinham alguma coisa que poderia arruinar seu pai. Um objeto, uma informação, talvez... Ou até mesmo você.

Aramis faz uma pausa, acredito que para dar tempo ao pirata de absorver tudo. Mas Hook continua em silêncio, encarando impassivelmente o mosqueteiro, até ele continuar:

- Não descobrimos o que eles tinham. O que, de fato, era uma ameaça. Talvez você saiba, talvez não. Entretanto, descobrimos que sua mãe e seu tio tinham um caso. De muito, muito tempo. E seu pai, na verdade não é seu pai. Seu tio é seu pai. Esse é um dos motivos de termos sido enviados para matar sua família, mas, posso lhe garantir que não é o único.

- Meu tio é meu pai?

- É.

- Você tem certeza?

- Absoluta. Achei que gostaria de saber... Sinto muito por tudo isso.

Aramis sem dúvida era o mais amável dali. Tentei lembrar a história dele, porque já tinha lido livros e visto filmes sobre os três mosqueteiros.

 “Um jovem delicado, elegante e cavalheiresco, amigo de Athos e de Porthos. Era um mar de contradições: mosqueteiro sem vocação, mas excelente e temerário espadachim; sempre disposto a seguir os ensinamentos do clero, mas constantemente envolvido em intrigas políticas e romances clandestinos.”

Parece realmente ser ele. Lembro-me de ser um dos meus personagens favoritos quando li o livro, a obra original.

Agora estou vendo não só estrelas, mas o universo inteiro. Deito minha cabeça no chão e, antes que eu possa lutar contra isso, meus olhos se fecham involuntariamente e acabo inconsciente.

Hook’s POV:

É incrível a capacidade das coisas acontecerem tão de repente e, melhor ainda, tudo ao mesmo tempo. Eu sou uma pessoa super inteligente porém, vamos lá, isso é muita coisa até mesmo para eu absorver.

Minha mãe nunca me disse como meu pai sumiu, e na verdade, eu não me lembro muito bem. Não sei se já havia nascido, se não... ela não me passou mais detalhes. Sempre fui muito apegado a meu tio e ele era... hum, como um pai para mim. O que é irônico porque agora descubro que ele realmente é meu pai. HÁ-HÁ como a vida é sarcástica.

Será que ele já sabia de tudo? É claro que sabia, eu era o único desinformado. Na verdade, não era tão desinformado assim. Eu havia descoberto que meus pais foram mortos por ordem do tal rei, mas, eu não tinha ideia que o rei era o meu pai e quais eram os motivos. Meu pai que eu achava que era meu pai porém, não é meu pai, quero dizer.

E ainda tinha Emma...

Bom, tudo o que eu sentia não era novo. Entretanto, estava tentando me controlar, juro que estava. Sempre fiquei melhor sozinho, assim não machuco a mim mesmo ou a ninguém que amo. Por que agora seria diferente?

Estava disposto a correr riscos com e por ela. Tenho certeza que valerá a pena.

- E por que vocês foram investigar esse rei?

- Bom, houve alguns problemas. Esse rei não estava dando muito certo no poder... Descobrimos que ele começara a fazer transações ilegais e, para conseguir o que queria, tirava vidas inocentes, se necessário fosse. Obviamente não iríamos deixar isso acontecer. Começamos a investigar e essa foi uma das coisas descobertas por nós. Nos arrependemos tanto por isso. De qualquer maneira, pegamos o rei no flagra, prestes a matar um homem. Esse não era inocente, mas era um dos seus “contatos ilegais”. Depois que tivemos certeza, matamos o seu pai. O que não é seu pai, na verdade.

- Vocês mataram os meus dois pais. E um eu nem sabia que era meu pai.

- Bom, é, isso. Desculpe-me.

- É tudo o que tem a dizer?

- Na verdade sim. O que mais eu poderia dizer? Infelizmente eu não posso trazê-los de volta, pequeno Killian. Mas, se serve de consolo, eu não planejava entregá-lo de imediato ao rei, o que achava que era seu pai.

- Ah, claro, muito consolador.

- Sarcasmo?

- O que você acha?

Aramis deu de ombros.

- Bom, ele não planejava mas nós sim – disse Porthos

- E se você estão tão arrependidos porque esse babacão estava querendo me matar?

Porthos já avançava para cima de mim com a espada, porém Aramis colocou as mãos em seu peito, impedindo-o de seguir adiante.

- Bom, honestamente ele achava...

- Ele acha – corrigiu Porthos

- Que você poderia ser como seu pai. Ou poderia saber alguma coisa. Ou poderia ser a própria coisa pela qual ele era uma ameaça.

- Que coisa seria essa?

- Eu não sei.

- Ele nem era meu pai!

- Ainda assim... E, claro, o fato que você é um pirata não ajuda muito. Mas, não se preocupe, ele está contido.

- Quem deveria se preocupar era ele.

- Você ainda quer tirar a prova? – provoca-me Porthos, eu realmente estava louco para acabar com aquele cara

- Só estou esperando por você, grandalhão.

- EI! – uma voz familiar grita ao longe, mas não reconheço de imediato.

Ah. D'Artagnan.

- Quem você pensa que é? – vocifera o antigo novo turista

- D'Artagnan! Como é bom ver você – diz Aramis

- Eu espero que vocês estejam de saída – retruca D'Artagnan – e claro, saiam sem matar nem um pirata que seja porque senão vocês estarão encrencados não só com a cidade inteira, mas comigo também.

- A cidade inteira? – pergunto – Isso ai está errado. Todos me odeiam nesse lugar, na verdade eles dariam uma festinha durante uma semana.

D'Artagnan me olha furiosamente e eu resolvo calar a boca.

- Não queremos machucar ninguém. Muito pelo contrário. Killian? – pergunta Aramis

- O que?

- Você nos perdoa? Realmente sinto muito por tudo que aconteceu. Nossa lealdade cega foi um erro, imperdoável e incurável. Contudo, espero que possa nos perdoar.

- Gostei de você, tem estilo. Perdoo você com prazer, mas o outro ali que queria me matar, só se ele se ajoelhar.

Porthos solta uma gargalhada e olhar naqueles olhos me traz recordações não muito felizes. Quando eu vejo, já estou em cima dele o socando enquanto ele revida.

- Seu filho-da-mãe! Você matou os meus pais! E eu nem sabia que era meu pai! Filho-da-mãe;

D'Artagnan nos separa e pergunta, dirigindo a pergunta a Aramis. Percebo que ele deve ter tanto afeto quanto eu por Porthos, porque ele nem lhe dirige o olhar. Nenhuma vez sequer.

- Onde está Athos?    

- Estou aqui – o tal de Athos, vestia-se de modo semelhante aos seus companheiros mas, muito mais elegante. E caro. Ele seria o tipo de cara que usa Louis Vuitton. Estava segurando uma garrafa de vodca já no final e parecia perfeitamente bem. Sem nenhum vestígio de bebida quero dizer.

- O que é isso? Uma convenção internacional de mosqueteiros? – digo, rindo um pouco alto demais, quando D'Artagnan me dá um chute na perna direita.

Olho na direção que Emma havia se sentado e só então percebo que ela está desacordada. Corro até ela, apesar de ser uma distância mínima e tropeço, quase caindo de cara.

- Swan – falo, segurando-a em meus braços e dando tapinhas de leve em seu rosto. Ela ainda está viva, mas totalmente inconsciente. Por quanto tempo ela havia ficado caída ali? Como eu não vi? Apesar de minha super inteligência, confesso que às vezes eu conseguia ser um tremendo idiota – Swan.

Em meio ao murmúrio das vozes dos mosqueteiros, surge uma em especial, próxima demais a mim, que eu conhecia de longa

- Desculpe interrompê-los mas, tenho assuntos a tratar. Prometo que irá durar apenas um segundo.

Rumplestiltskin está atrás de mim, sorrindo, apoiado em sua bengala.

- Olha só, o crocodilo finalmente saiu do fundo do mar - digo, sem largar Emma, a apertei ainda mais contra o meu peito.

- Você pode ser engraçadinho e tentar me matar, como sempre tenta ou pode calar essa sua boca e me ouvir. O que vai ser?

- Estou esperando.

- Ótimo! Pelo visto o tempo fez bem a sua sanidade mental, queridinho. É o seguinte: o quarteto fantástico já esclareceu aqui algumas coisas, certo?

- Onde você quer chegar?

- Quero chegar no trono em que seu pai, ou quero dizer, o que achava ser seu pai, sentou – dizia ele, gesticulando freneticamente com as mãos – Sabe, fiz muitos acordos ao longo dos anos e nenhum deles, nenhum, foi descumprido. Exceto um.

- Você deixando seu filho cair até que chegasse onde só Deus sabe onde?

- O que? – Rumplestiltskin ficou mais abalado do que eu pretendia que ficasse o que foi algo realmente muito empolgante de ser ver.

- Como você sabe disso?

- Não interessa. Continue.

- Certo, não quero saber – mas, eu sabia, obviamente ele queria saber, porém até que o crocodilo conseguiu recuperar bem as suas estruturas – Corrigindo: Nenhum dos acordos que fiz em todos esses anos foi descumprido, exceto dois.

- Qual seria o segundo?

- Um que fiz com o seu querido pai, não tão pai, que você sequer conheceu – disse ele, ainda gesticulando, porém agora estava sorrindo e sua voz estava em um tom sinistramente agudo

- E o que ele queria?

- Poder. Controle. Fama. E, principalmente, poder mudar as coisas, fazer a diferença e aquele blá blá blá.

- E o que você queria?

- Você.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Mil beijos ♥