Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 20
(Bonus) Brave in Neverland


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey, hey!
Primeiramente quero agradecer muito por mais uma recomendação! Obrigada, Diana, fiquei muito feliz em ler tudo aquilo! E também quero agradecer aos 163 comentários, nunca imaginei que alcançaria tanto :') Vocês são uns lindos!!!!!!!!!
Quero pedir mil desculpas pelo atraso, não postei antes porque tive crise de sinusite e junto veio uma gripe :(
Ainda estou um pouco mal, mas, para não fazer vocês esperarem tanto, resolvi postar um capítulo bônus. Eu iria postá-lo, porém, só mais tarde. Apenas adiantei um pouquinho hehe Mas, como não estou 100%, por favor, mereço um desconto, ok? hahaha
Caso eu melhorei, postarei um novo ainda essa semana ^^
Ficou mais pequeno que o habitual mas, exatamente por conta de ser apenas um bônus.
Bom, espero que gostem!!!
Boa leitura! :)



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Hook’s POV:

(Flashback)

O dia estava lindo, como sempre costumava estar na Terra do Nunca, porém, a temperatura baixa fazia com que todo meu corpo tremesse. Minha boca batia ferozmente, tanto que eu não duvidaria caso meus dentes quebrassem de repente.

O céu estava límpido, azul era tudo o que conseguíamos ver. Nenhuma nuvem, nada. O Sol brilhava, o que era acolhedor e estranho ao mesmo tempo. Como aquele lugar poderia estar tão gelado, com um calor intenso emanando do Sol acima de nossas cabeças?

Por fim desistimos de bater queixos e seguimos uma trilha que nos levaria a uma praia, segura o suficiente para que pudéssemos desfrutar um pouco daquele Sol.

Nos últimos dias, criei fortes laços com aqueles meninos. Todos eles, na verdade. Porém, os três, que conheci primeiramente, Connor, Hubert, Luke eram como irmãos agora para mim. Não de sangue, mas de coração. Enfrentamos muitas coisas juntos desde então, e sempre encontrávamos o apoio necessário no ombro de um ou de outro. Estávamos inseparáveis desde então.

Depois da minha primeira noite naquela terra desconhecida, descobri que não era o único que guardava uma história trágica dentro do peito. Aliás, é mais fácil dizer que eu era apenas mais um. Todos ali tinham suas histórias, recheadas de dores e reviravoltas por quais ninguém iria querer nunca passar.

Hubert, o ruivinho, tinha 2 irmãos gêmeos e uma irmã mais velha. Tinha uma família completa e feliz, como problemas, claro, mas, qual família não tem sua cota de desavenças? De qualquer maneira, ela foi desestruturada e ele, separado de seus entes queridos. Hubert não me deu detalhes da história e eu também não pedi, é algo muito pessoal, se ele ainda não se sente à vontade de compartilhar, não há por que forçá-lo. Connor, o loiro alto, apesar de demonstrar ser o mais forte dos três, pude perceber que é o mais vulnerável também. Foi o primeiro dos três a compartilhar sua história comigo e, embora tentasse demonstrar um esquecimento aos fatos, vi que tudo o que aconteceu estava longe de ser esquecido por ele. As dores fazem parte da vida, não tem jeito. E cada um tem sua própria maneira de lidar com elas. Não cabe a eu dizer com é a maneira mais ou menos dolorosa, mais ou menos fácil de fazer esquecer. Isso também é muito pessoal e cada ser humano sabe com o que é capaz de lidar. Ou qual a melhor maneira de lidar com tal coisa. A de Connor, pelo que pude ver, era demonstrar o esquecimento. Tentar “não ligar”, tentar ser forte e imune à dor. E, sinceramente, eu o entendo. Talvez, tentando demonstrar que se esqueceu, uma hora a gente esqueça de verdade... quem sabe? O que a gente nunca esquece, isso eu posso dizer, é a esperança.

Enfim, Connor vivia com sua mãe apenas, pois foram abandonados pelo pai assim que ele recebeu a notícia que teria um filho – indesejado, provavelmente -. Viviam uma situação difícil mas, segundo ele, sua mãe nunca deixou faltar alimento físico. Porém, emocionalmente, ele não era suprido. Sentia, que não era indesejado apenas pelo pai, mas também pela sua mãe. Ele conta que, em alguns momentos de fúria, ela descontava tudo nele. Batia nele, falava coisas como “você não era para ter nascido” ou “você é um atraso na minha vida”; Nessa época ele tinha apenas 5 anos. Era inocente e, apesar de ter o coração partido com todas as atitudes de sua mãe, ainda a amava, e por isso, não a julgava. Um belo dia – ou não tão belo assim – quando ele já estava com uns 7, quase 8 anos, ele acordou e se deparou sozinho em casa. Achou que a mãe havia saído para trabalhar, como de vez em quando fazia. Encontrou alguns ovos mexidos e bacons já preparados, e se surpreendeu, porque mimos não era muito uma característica dela. Ficou feliz demais, achou que finalmente iria poder orgulhar sua mãe. Porém, ela nunca mais voltou.

Luke, o moreno de olhos verdes impactantes também ainda não contou completamente como veio parar aqui. Tudo o que ele disse foi: “acabei sozinho, como todos vocês.”

Antes que você pergunte, eu ainda não sei exatamente o meu modo de lidar com a dor. Talvez ainda seja muito recente, ou não sei... Simplesmente não sei...

Bom, relembrar todos esses fatos trágicos me deixou deprimido então, vamos voltar ao assunto anterior.

Lá estávamos nós, na praia, bem no meio para que o Sol pudesse nos esquentar bastante. Essa, como eu disse antes, não era muito frequentada. Estávamos sempre procurando por lugares assim porque havia alguns piratas psicopatas que estavam atrás de nós.

É o seguinte: os tais piratas, pelo o que eu ouvir dizer, já viviam atrás de crianças ali na Terra do Nunca há muito tempo. Porém, desde a minha primeira noite ali, eles passaram a ter um interesse maior e peculiar em nós. Por quê? Tudo minha culpa, é claro.

Eu meio que, acabei com alguns deles e destruí bastante o navio do capitão detestável. E, acho que um pirata ser derrotado por uma criança, cara... ele era muito ruim mesmo. Mas, como eu estava dizendo, o coitado provavelmente teve o orgulho ferido. Opa, oS coitadoS.

Mas, essa é outra história que contarei depois.

O fato é que, estávamos lá, tomando um Sol e tentando nos esquentar, de boa, de boa... quando de repente, uma flecha passa rente ao meu ouvido e crava na maçã que estava bem do meu lado. O espanto foi tanto que fiquei parado o que pareceu ser uma vida, pensando o que faria em seguida. Acho que babei.

Hubert pulou desesperadamente, e ficou olhando para os dois lados procurando o atirador. Enquanto Luke levantava calmamente, e dizia:

– Sem pânico, cara. Vamos levantar devagar, sem fazer barulho para não sermos percebidos e, quando estivermos longe o suficiente, damos no pé, beleza?

– Quem atirou? – perguntava Hubert, freneticamente, ainda olhando para os lados – QUEM ATIROU?

Connor levantou sobressaltado e, batendo os braços e as palmas das mãos nas pernas:

– Ótimo, agora sim vamos morrer. Sempre soube que esse dia chegaria mas não achei que fosse tão rápido...

– Eu disse sem pânico – repetia Luke

– Vamos morrer.

– QUEM ATIROU?

– Calem as bocas, droga! – Luke gritou, e me espantei porque ele nunca gritava – Vamos sair daqui. Sem. Pânico. Entenderam?

Balançamos nossas cabeças afirmativamente e simultaneamente.

Quando já estávamos quase chegando na floresta novamente, uma voz fez com que parássemos.

– Onde pensa que estão indo?

Não queria, mas não consegui resistir, tive que olhar. O que vi me surpreendeu, e acho que não fui o único. O tal atirador era, uma atiradora, de cabelos longos, encaracolados e vermelhos. Vestia um vestido deslumbrante, que parecia pertencer à um membro da realeza. Porém estava sujo e em farrapos. E sua postura revelava que ela era determinada, porém moleca. Sua semelhança com Hubert era espantosa.

Ah.

O ruivinho saiu aos prantos para encontrar os braços da irmã.

– Merida! Merida! Como me achou?

– Não interessa. O que importa é que finalmente o encontrei.

Eles se abraçavam forte e pareciam satisfeitos e realizados. Fiquei feliz pelo meu amigo.

– Como você está? – ela perguntou, com os olhos verdes cintilando

– Agora? Ótimo! Mas como chegou aqui?

– Calma maninho, vamos colocar as informações em dia daqui a pouco. Primeiro, vamos para um lugar seguro com seus colegas. Encontrei com uns caras estranhos agora pouco.

– Senti tanto a sua falta – ele ainda estava agarrado aos seus braços

– Eu também.

Quando finalmente se separaram, pude ver questões que Hubert queria perguntar porém tinha medo das repostas. E Merida, por sua vez, tinha medo de dar as respostas.

Tão rápido quanto a flecha, o céu mudou. Escureceu completamente, assumindo um tom cinza, com nuvens negras e pesadas. Podia ouvir tiros de canhão ao longe... Os piratas estavam por perto.

Saímos todos juntos em direção à floresta, e, depois de alguns segundos, até Sininho juntou-se à nossa jornada. Ela queria falar alguma coisa, mas preferiu nos acompanhar e esperar.

E eu achando que esse poderia ser um dia tranquilo...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??
Beijos e até a próxima ♥