Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 19
Perceptions


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!!!!!
Hoje posso dizer que não estou atrasada, certo?! hahaha
Nesse capítulo temos a apresentação de uma nova personagem, enviada na ficha pela Lívia.
Esse capítulo ficou bem grandão e confesso que amei escrevê-lo! Aos leitores desesperados por um beijo entre Emma e Hook: acalmem-se, em breve esse momento chegará! haha
No final tem uma pequena surpresinha para vocês... hehehe
Espero que gostem!
Boa leitura :)



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Hook’s POV

(Agora)

Como eu iria encontrar Porthos nessa cidade? Essa era a pergunta que fazia a mim mesmo desde o primeiro momento que tirei os pés daquela delegacia.

Estava aliviado de finalmente ter saído de lá. Agora um homem livre e com meu gancho. Graças. Porém, ao mesmo tempo, estava chateado por ter de sair da companhia de Swan. É meio complicada essa situação cujo único momento em que posso ficar perto dela é quando estou atrás das grades. Mas, paciência, vida de pirata não é mole mesmo.

Pensei em dar um fim logo naquele mosqueteiro desgraçado. A vingança já faz parte de mim. De uns tempos para cá tento compreender se isso é bom ou ruim, mas... Não importa.

De qualquer maneira, como eu estava falando, acertas minhas contas com Porthos iria me satisfazer bastante e, de quebra, ainda acabaria novamente naquela cela pequena, podendo estar na presença da xerife.

Entretanto, ao mesmo tempo, essa ação proporcionaria duas reações totalmente agradáveis para mim, proporcionaria também uma terceira reação que seria Swan magoada. E eu não queria isso. Tudo bem, talvez eu esteja enganado e talvez ela estivesse cagando e andando para mim, mas, mesmo assim, prefiro prevenir, pois não quero magoá-la.

Nunca quis magoá-la, na verdade. E logo agora, que as coisas pareciam estar... Diferentes entre nós. E por diferentes quero dizer melhores.

Ok, talvez eu esteja enganado novamente mas, dane-se, não estou nem aí.

De qualquer maneira, daria um jeito de acertar as contas com o maldito de uma forma que me agradasse, de uma fora que eu pudesse ir para a cadeia novamente (talvez?) e, de uma forma que eu não magoasse tanto a Emma. Se é que isso é possível.

O que estou pensando? É lógico que é possível. Eu sou eu, e o simples fato de eu ser eu já torna tudo possível porque, afinal de contas, é de mim que estamos falando.

Enquanto caminhava indo sei lá para onde, procurando Porthos, visualizei algumas pessoas que nunca havia visto na minha vida. Esbarrei em um cara, devia ter uns 19 anos, loiro e de olhos claros e parecia determinado. Ele estava indo para delegacia. Problema? Talvez.

Resisti ao impulso de voltar e ver do que se tratava. Mas continuei seguindo adiante, Swan já havia demonstrado várias vezes ser capaz de resolver tudo brilhantemente bem.

Estava indo em direção ao Granny’s. Mesmo que todos me odiassem nessa cidade, talvez lá eu conseguisse alguma informação. Eles me dariam o que eu queria para que eu fosse embora logo, normalmente funcionava assim. Minha insistência era ótima, acreditem. E o ódio que eles sentiam por mim me ajudava mais ainda a conseguir o que eu queria, pois eram enormes os seus desejos de me despachar logo e não precisarem mais ver minha carinha linda.

Antes que eu chegasse ao meu destino, algo chamou minha atenção e vez que eu parasse abruptamente.

Havia uma pequena praça. O lugar era bonito, aconchegante, fofinho e blá blá blá mas, entediante. Muitas árvores rodeavam o local e, um par de balanços enferrujados e um escorregador, aparentemente novo, estavam colocados estrategicamente no meio. Havia também uma casinha de madeira com flores muito ajeitadinha, nas cores rosa, branco e amarelo. E, do lado da casinha, tinha algo como se fosse um baú (?) cheio de terra e pedrinhas, com um castelinho de areia recém-montado.

Mas não foi a pracinha amigável que me chamou atenção. Em uma das árvores estava um alvo pintado. E, a uma distância bem longa dessa mesma árvore estava uma garota. Sua postura era forte e determinada. Seus cabelos ruivos longos e cacheados balançavam suavemente com o vento. Seus olhos verdes faiscavam repletos de concentração. As sardas em seu rosto faziam com que ela parecesse mais nova, porém, sua postura determinada e experiente denunciava que não era bem assim. Nas suas mãos pediam um arco, e quando ela soltou a flecha, essa foi de encontro ao seu alvo e o acertou bem no meio.

Ela era muito familiar para mim. O que estaria fazendo aqui? Será que ela realmente era quem eu estava pensando? Passaram-se muitos anos, talvez eu estivesse fazendo alguma confusão.

Antes que eu pudesse me mexer ela me avistou e veio de encontrou a mim, assim que tirou sua flecha da árvore.

– Peter! – disse ela, com a voz repleta de entusiasmo, dando-me um forte abraço – Você cresceu – falou depois que afastou-se de mim, com as mãos em meu ombro, dando uma “checada geral na minha aparência

Merida – respondi sorrindo, tendo agora a certeza de que ela era realmente quem eu pensava que era – Você também cresceu bastante, hein?! O que está fazendo aqui?

– Ah, é uma longa história – respondeu, tirando as mãos de meus ombros e as colocando na cintura – Aliás, eu poderia lhe fazer essa mesma pergunta.

– E eu sou obrigado a lhe dar a mesma resposta.

Ela apenas me encarou.

– É verdade. Aposto que a minha história é muito mais longa que a sua.

– Tem tempo?

– Não.

– Nem eu – Merida disse e suspirou – Que tal, quando tivermos tempo disponível, sairmos e contarmos nossas longas histórias?

– Ótima ideia – respondi – E quando será isso?

– Não sei... ando meio ocupada procurando meu irmão – ela olhou para mim, fez uma pausa, como se avaliasse se deveria ou não falar algo – Por um acaso você viu Hubert por aí?

Seus olhos verdes suplicantes cortaram meu coração e fiquei sem coragem de dizer que não. Mas, como iria mentir? Não tinha como.

– Não, sinto muito – disse, o pesar claramente evidente em minha voz – o que aconteceu?

– Longa história – disse ela, suspirou e sorriu – Mas, não se preocupe, tudo ficará bem.

Merida ainda era tão otimista quanto eu me lembrava. Sorri de volta para ela.

– Até mais, Peter. Espero que encontre o que procure – disse, abraçando-me e me beijando no rosto.

– Obrigado. Digo o mesmo para você. Tenho certeza que irá encontrá-lo – dito isso, sorri, Merida sorriu de volta e foi se afastando em direção às florestas.

Fiquei feliz em vê-la, mas, ao mesmo tempo preocupado. Ela era como uma irmã para mim. O que teria acontecido para que ela fosse parar em Storybrooke?

Meus pensamentos e preocupações foram interrompidas por uma voz gélida e bem conhecida que soou atrás de mim.

– Olha só, aí está você, pequenino.

Virei-me e me deparei com a figura de Porthos encarando-me com um sorriso cínico no rosto.

Hook’s POV

(Flashback)

Deveria dizer que estava em pânico depois do barulho que acabei de ouvir, mas não.

1°: Não sabia dizer nem que droga de barulho era aquele então, como poderia temer uma coisa que nem sequer conhecia?

2°: Tudo o que eu sentia era raiva.

3°: Percebi que uma coragem louca tomava conta de mim, como nunca havia acontecido antes.

4°: Queria que essa coragem permanecesse comigo sempre.


Hubert, o ruivinho, estava do meu lado direito:

– Fique tranquilo, irá ficar tudo bem – disse ele, sussurrando para que apenas eu pudesse ouvi-lo, tentando me apoiar. Fiquei grato por isso e apenas assenti. Do lado esquerdo estava Luke e, atrás, estava Connor com Sininho. Não sabia se ficava tranquilo ou preocupado por estar bem no meio de todos.

As folhas nos cobriam perfeitamente e tudo era silêncio ali, exceto por nossas respirações ofegantes. De repente, ouvimos o barulho novamente. Dessa vez foi mais perto, portanto, bem mais nítido. Consegui identificar o que era e gelei. Um disparo de uma arma ecoando em algum lugar bem próximo de nós.

Sei que não era uma boa hora para isso, mas, fiquei curioso: em uma terra repleta de magia, seres mágicos, e coisa e tal, realmente era necessário usar armas? Um utensílio tão humano e comum ao mesmo tempo?

Outro disparo. Dessa vez mais próximo.

Um grupo de pessoas passou pelo nosso esconderijo e fiquei tenso. Ao mesmo tempo que estava com medo de ser descoberto, queria sair dali de surpresa e enfrentar quem quer que fosse, mas fiquei quieto no meu canto, era o melhor que eu podia fazer.

Vozes altas, gargalhadas e mais gargalhadas, apenas de homens, ecoavam bem na nossa frente. As folhas atrapalhavam minha visão, porém consegui me ajeitar silenciosamente e pude ver melhor a cena.

Piratas.

Eles eram piratas.

Meu Deus! Essa coisa de pirataria me seguia para onde quer que eu fosse, o que é isso. Mas era algo familiar para mim. E estranho. Enfim, isso não importa agora.

– Você viu as caras deles? – disse um dentuço e gorducho

– É claro que eu vi, idiota, não sou cego.

– Ihhhhhhhhhh tem alguém de TPM.

– Cale essa droga dessa boca eu a calarei para você.

– Não sejam babacas – disse outro, ele era alto, o típico pirata que você imagina. No lugar de sua perna direita havia um pedaço de pau, e, pude notar vários dentes de ouro enfeitando sua arcada dentária. Percebi também que um de seus olhos era de vidro. O chapéu era marrom, majestoso, e parecia ser a única coisa limpa naquele cara.

– Foi ele quem começou, capitão.

Ah, então esse era o capitão deles.

– Dane-se quem começou, não estou nem aí. Estamos aqui por um propósito e esse propósito iremos cumprir.

– Não é um propósito verdadeiramente falando, é apenas uma de suas vontades, na verdade, porque, sabe...

– Quem dá as ordens?

– Você.

– Quem pode te esmagar como uma lesma a qualquer momento?

– Você – o pirata dentuço e gorducho respondeu engolindo em seco e ficando vermelho

– Ótimo, então cale a droga da boca e apenas obedeça, entendeu bem?

– Sim, capitão – responderam os três outros piratas em uníssono.

– Mas... – começou a ponderar o gorducho – Por que, exatamente, o senhor quer que matemos essas crianças?

– Elas me irritam.

– E?

– E já fizeram muitas gracinhas comigo.

– E?

– E qual a parte do eu sou capitão, eu ordeno e você obedece, o companheiro não entendeu?

– Entendi tudo.

– Então cale logo essa boca! Droga! Você já está me apetecendo.

– Ape... o que?

O tal capitão revirou os olhos.

– Não interessa, podemos prosseguir ou vocês vão continuar enchendo a minha paciência?

– Podemos prosseguir – disseram os três.

Os três piratas que estavam junto com o capitão pareciam três cãezinhos acuados mas, ao mesmo tempo, querendo atacar.

Quando achei que estaria livre daqueles caras, bom... eu estava redondamente enganado. O capitão parou abruptamente:

– Esperem – os outros três que estavam atrás dele tropeçaram devido a sua pausa repentina – Escutem.

Silêncio.

– Não estou ouvindo nada, capitão – disse o gorducho, sussurrando

– Claro que não, você não consegue calar a boca!

Silêncio.

– Sabe – continuou o capitão – posso não ter uma perna e não ter um olho, porém meus sentidos são muito aguçados... Incluindo a audição, olfato e todos os outros mais – ele caminhava em direção ao nosso esconderijo. Sei que deveria ficar desesperado, porém, fiquei empolgado. Empolgado com o fato que poderia enfrentar aqueles caras. Como eu disse anteriormente, uma coragem louca estava começando a brotar dentro de mim.

Tão rápido quanto um piscar de olhos o capitão-olho-de-vidro-e-perna-de-pau afastou todas as folhas que nos cobriam e encontrou ali, quatro crianças perplexas e órfãs e uma fada. Não, espere, a fada já tinha ido embora.

– Ora, ora, ora! O que temos aqui! – disse ele – Marujos, não precisamos prosseguir, já encontramos nossas presas diárias!


Merida’s POV

Depois de tantos anos, acho que finalmente conseguirei encontrar meu irmão. O fato de rever Peter por aqui, deu-me muitas esperanças!

Veja bem, posso dizer que, de uns tempos pra cá, nômade seria o melhor adjetivo para me descrever. Tudo aconteceu tão rápido e ao mesmo tempo tão lentamente...

Desde pequena sonhara em ser uma verdadeira guerreira. Lutar, defender meu povo caso fosse necessário e quando fosse necessário. Porém, minha mãe não apoiava muito esse meu ideal. Ela nunca achou certo que uma “garota” se comportasse assim. Tinha aula de etiqueta regularmente e era obrigada a aprender toda aquela baboseira de: “garfos para isso, colheres para aquilo; coluna reta; não acene assim, parece que está querendo socar alguém!”

Porém, meu pai, era um ótimo arqueiro e, para a minha completa felicidade passou tudo o que ele sabia para mim, minha mãe gostando ou não. Vivíamos bem até que nosso reino foi atacado e meus três irmãos, sequestrados. O reino Volkarina foi completamente destruído e fomos obrigados a fugir para outro. Uma feiticeira providenciou a fuga com feijões mágicos – fiquei totalmente deslumbrada quando os vi, nunca havia visto nada parecido – e nós fugimos. Entretanto, meus irmãos estavam perdidos e ninguém sabia para onde eles tinha ido.

A partir daí, nesse novo lugar, dediquei minha vida a encontrá-los. Eles eram umas pestes? Eram. E muito. Mas, eu os amava e daria minha vida por eles. Com o sumiço dos meninos, minha mãe tornou-se mais controladora do que já era, confesso que já estava cheia daquilo. Queria fazer minha própria vida, traçar meu próprio destino. Foi então que consegui 5 feijões mágicos depois de um acordo com um Rumple sei lá o que. O acordo custou-me muito, mas ainda assim não conseguia pronunciar o nome dele.

Enfim, depois de muitas pesquisas, procuras, cheguei à conclusão de que eles estavam na Terra do Nunca. Consegui chegar até lá com um feijão e restaram 4. Conheci pessoas, muita coisa aconteceu, enfim, essa é mais uma outra história.

Tudo o que você precisa saber é que quando voltei algo deu errado. Estava sozinha, sem os meninos, com apenas 3 feijões sobrando. Entrei em desespero, como você pode imaginar.

E o reino estava vivendo uma verdadeira crise. A rainha, estava prestes a lançar uma maldição e minha mãe, quando me viu abraçou-me loucamente e disse que poderia colocar seu plano em prática.

Ela pegou um dos meus feijões e junto com meu pai, disse que fugiríamos dali. A profecia dizia que, quando a filha da Branca de Neve e do Príncipe completasse 28 anos, ela voltaria e quebraria a maldição. “Voltaremos quando a maldição for quebrada”, dizia minha mãe. “A sua promessa de se casar com um príncipe e se tornar uma legítima princesa ainda estará de pé”, continuava ela.

Tudo o que eu fazia era revirar os olhos. A vida era minha e eu não queria fazer parte da realeza, mas, esse não era um bom momento para discussões de família. Pegamos o feijão e viemos para esse mundo. Restaram 2.

Até hoje procuro por meus irmãos, sem sucesso. Porém, agora que encontrei Peter... talvez ele seja a chave para eu encontrar os meninos. Os meus meninos! Hamish, Hubert e Harris... como sentia saudades deles...

Continuar minha busca e resgatar meus irmãos é o melhor que posso fazer agora. Principalmente agora, que a esperança finalmente brilhou intensamente.

Hook’s POV

(Agora)

Um formigamento percorreu a minha espinha e tudo o que eu queria era matar aquele cara, porém me contive. Por ora.

– Pequenino? Acho que perdeu a noção de tamanho, mosqueteiro.

– Não, na verdade não perdi não, pirata.

– Você sabe muito sobre mim, hein? Que tal um autógrafo?

Ele apenas sorriu cinicamente e continuou:

– Não tenho mais nenhum assunto para resolver com você ou com sua família. Quero que saiba que não foi nada pessoal. E caso me dê licença, tenho meus próprios assuntos para resolver.

– Na verdade, eu estava mesmo procurando por você. Precisamos ter uma conversinha.

– Não tenho tempo.

– Achei que fosse um mosqueteiro valente, destemido e cheio de honra...

Ele cerrou os dentes.

– Certo. O que quer pequeno Killian? – disse, sarcástico

O modo como suas palavras saíram de sua boca fez com que minha raiva aumentasse cada vez mais. Estava prestes a sacar a espada e mais ainda, determinado a enfiá-la na cabeça daquele infeliz, quando uma voz me fez parar.

– Hook!

Swan. Mas que raio ela estava fazendo ali?

Ela veio correndo em minha direção com o semblante preocupado e, quando parou ao meu lado, percebi que estava ofegante. Percebi também que sua preocupação fez com que eu ficasse um pouco atordoado. O que será que tinha acontecido?

Como ela conseguia ser tão estonteantemente linda?

De repente, percebi, além disso tudo e no meio disso tudo, que a amava.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? ^-^
Beijos, até a próxima! ♥