Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 18
My name is Peter Pan


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!!!!!!!
Sim, mais uma vez aqui estou eu, super atrasada. Quero pedir mil desculpas por isso.
Fiquei atolada com provas, trabalhos, simulados... e essa semana ainda teve o meu aniversário, então foi uma verdadeira correria.
Desculpem-me mais uma vez!
Esse capítulo ficou pequeno comparado ao último que postei, mas, esclareci algumas coisas para compensar a demora. Não sou tão malvada, sou? hahaha
Espero que gostem!!!!!
Boa leitura (:



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Hook’s POV:

(Flashback)

- Que lugar é esse? – estava ainda um pouco confuso comtudo o que acontecia ao meu redor. Como eu tinha ido parar ali? Que raios de guarda-roupa era aquele? Tudo isso era... magia? Todas essas perguntas martelavam incessantemente na minha cabeça.

Ah.

Certo.

Acho que já encontrei a resposta para uma delas.

O armário.

Foi ele que me levara até ali, pelo o botão que pressionei naquele momento de frustação. Mas como? Não fazia sentido. Aliás, nada estava fazendo sentindo ultimamente.

Percebi que a espada, presente do meu tio, ainda estava comigo.

- Você está na Terra do Nunca – disse o menino do meio – poderia dizer que é um lugar maravilhoso, cheio de magia, e coisa e tal, mas estaria mentindo.

Ele era o mais alto de todos. Deveria ser apenas um ou dois anos mais velho que eu, no máximo. Seus cabelos encaracolados loiros caíam pelo seu rosto, formando ondas graciosas que criavam um contraste com seus olhos azuis, com um brilho maníaco e travesso.

- Claro que estaria. Essa coisa de magia não existe – disse eu, duvidando das minhas próprias palavras, mas receando acreditar no que ele tinha dito.

Os três riram.

- Lá vamos nós outra vez – disse o menino da ponta. Este era baixinho, com cabelos pretos lisos, e olhos assustadoramente verdes.

- Você parece ridículo com essa espada – disse o outro, rindo. Ele era ruivo, com muitas sardas espalhadas pelo rosto, e seus olhos ora eram verdes, ora eram mel.

- Ridículo ficará você quando eu fizer a espada parar na sua cabeça – disse eu, na defensiva. Realmente um duelo agora cairia bem, pelo menos assim eu poderia descontar minha raiva de alguma maneira, e, de quebra, ainda teria a oportunidade de ter todos os meus sofrimentos enterrados, junto com o meu corpo.

Eles riram mais uma vez.

- Não acho que seja uma boa ideia você querer me enfrentar – disse o ruivo – sabe, sou muito bom com meu arco e flecha.

- Além do mais – falou o loiro – acho que estamos todos no mesmo barco, ou, na mesma terra – ele riu de sua própria piada, e os outros dois caíram na gargalhada junto com ele. Eu, porém, permaneci imparcial. Ele não gostou.

- Tem gente que realmente não tem senso de humor – falou ele – Enfim, acho que seria mais confortável para todos nós se você fosse um aliado, e não um inimigo.

- E essa espada pode ser útil. Onde arrumou? – perguntou o moreno

- Meu tio me deu.

- Então você não é órfão? – perguntou o loiro

Meus olhos começaram a se encher de lágrimas novamente.

- Esqueça – disse o loiro, abanando as mãos – pelo visto, você é um de nós agora. Mas não se preocupe, não estará sozinho aqui. Terá muitas companhias maravilhosas – disse isso apontando para ele próprio – e outras, nem tanto. Entretanto, já estamos trabalhando com essas “outras”. E você irá nos ajudar.

- Ou prefere levar uma flechada? – perguntou o ruivo

- Cara, não leve para o lado pessoal, apenas não estou num bom momento. Nada disso é culpa sua, não posso culpá-lo, só estou com raiva – respondi

- Tudo bem, tudo bem. Mas é melhor superar isso logo – disse ele.

- Qual o seu nome? – perguntou o moreno

- Não vou te dizer.

- Hein? – disse o loiro espantado. Quando viu que eu realmente não diria, suspirou e continuou:

- Certo. Eu sou Connor. O ruivinho ali é Hubert. E o baixinho é Luke. Agora é sua vez.

Continuei em silêncio.

- Tudo bem então, diga um pseudônimo. Não sei por que está com tanto medo de sabermos seu verdadeiro nome, mas, obviamente, deve haver um motivo. Sendo assim, diga-nos um nome qualquer, afinal, precisamos chamá-lo de alguma coisa – disse Luke.

Seus olhos verdes reluziam, e percebi que, ele era o mais inteligente dos três. Realmente tinha motivos – e bons motivos – para não querer revelar meu nome.

Nomes são poderosos. E eu queria um que pudesse fazer com que eu estivesse sempre perto de minha, e de meu tio.

Meu tio se chamava Peter. Esse seria meu primeiro nome. Ele sempre foi presente em minha vida e eu sempre o admirei, sempre quis ser igual a ele quando eu crescesse. Agora teria seu nome, nem que fosse de mentirinha.

E quanto a minha mãe?

Relembrei dos momentos em que ela falava que eu era um verdadeiro defensor dos animais. Uma vez, um passarinho havia machucado a asa e caíra em frente a nossa casa. Não sosseguei enquanto não consegui arrancar dela a promessa de que cuidaríamos do bichinho. E foi assim que aconteceu. Quando ele se curou, o libertei. Afinal de contas, seu lugar não era preso em uma gaiola. Se nós amamos a liberdade, se nós mesmos não suportamos o cárcere, por que com os animais a situação seria diferente?

De vez em quando o passarinho voltava. Deixamos uma casinha e uma fonte decorada reservada para ele. E pode ser difícil de acreditar, mas toda semana, o bichinho aparecia por lá.

Mamãe também dizia que eu era muito alegre, e era a alegria de sua vida. Um belo dia ela me apelidou de Pan.

“Pã” na mitologia grega era o deus das florestas, da natureza. E, o nome “Pan”, de origem havaiana, significava alegre, divertido. Sabia disso porque, ela dizia que tinha um primo distante, havaiano, com esse nome. Minha mãe dizia que não havia nome melhor para descrever-me.

Esse momento nostálgico trouxe de volta as lágrimas aos meus olhos.

Seria isso então.

- Você pode me chamar de Peter Pan – disse eu, sorrindo pela primeira vez desde que chegara ali.

Hook’s POV:

(Agora)

- Swan?

- O que foi?

- Não acha que estou há muito tempo aqui?

- Não.

- Ah, é claro que não. Você me adora, nunca haverá tempo demais para você estar na minha presença.

Emma revirou os olhos.

Realmente estava curtindo compartilhar um pedaço tão importante da minha vida com alguém. Não sei se mencionei isso mas, nunca havia contado nada do que aconteceu comigo anos atrás para ninguém.

O fato que estava compartilhando isso com alguém, estava gostando, esse alguém era Emma e, mais ainda, estar com ela fazia com que eu me sentisse estranho, de uma forma que não sentia há muito tempo, esse fato me assustava. Porém, ao mesmo tempo, queria continuar assustado.

- Não se preocupe – continuei – eu voltarei para continuar nossa conversinha. Mas eu realmente preciso sair agora.

- Tem algum compromisso?

- Tenho.

- Com quem?

- Por que você acha que é com alguém? Está com ciúmes?

Ela revirou os olhos novamente e me olhou descrente. Mas pude jurar que vi uma pontinha de um sorriso brotando no canto de seus lábios. Ela ficava linda quando estava irritada.

- Não seja ridículo. Você sabe de quem estou falando.

- Não sei não.

- Porthos.

- Achei que pudesse ver mentiras e não pensamentos.

- O que você quer com ele?

- Só esclarecer algumas coisas.

- Você está mentindo.

- Ah. Então você consegue ver mentiras E pensamentos? Assim fica difícil conviver com você, Swan.

Ela apenas me encarou.

- Vamos lá. Você não acha que, depois de tantos anos, não tenho direito de saber a verdade?

- Você disse que já sabe.

- Hum. Era só para ver se você estava atenta ao que eu contava.

Ela sorriu, para a minha surpresa.

- Mas, acho que depois de tantos anos, você merece uma conversa com ele. Não sei quem ele foi na sua vida porém, provavelmente, deve ter sido uma peça chave nisso tudo, certo? – disse ela

- Certo. Ele quem matou minha mãe e meu pai.

- O que? – não sei se era essa a intenção de Emma, mas sua garganta soltou um grito esganiçado.

- Foi ele quem estava procurando por mim naquele guarda-roupa. Acredite, mesmo depois de anos, não esqueceria nunca aquele olhar. Achei que já tivesse tido isso... pelo visto você não está prestando atenção em tudo, não é, princesa?

Ela enrubesceu.

- Eu estou prestando atenção. Lembro agora de você ter tido isso, mas, acho que você usou um pouco mais de eufemismo, sabe como é. Não foi um “ele matou a minha mãe” – ela soltou as últimas palavras tentando imitar o meu tom de voz e fui obrigado a rir.

- E meu tio – completei.

- Mas, enfim, sei que já contou isso, apenas me surpreendi de novo – disse Emma, abrindo a cela e entregando-me o meu gancho – pode ir. Só não faça nada que me obrigue a trazê-lo de volta para cá, algemado. Não aguentaria ter de suportá-lo por mais tempo.

- Pode deixar. Continuaremos mais tarde – disse eu, despedindo-me, beijando o seu rosto, proximamente demais à sua boca. Mas sou um moço controlado.

Ela corou e sorriu. Depois disso saí dali, com um encontro pelo qual eu ansiava por muito tempo.

Hook’s POV

(Flashback)

- Muito prazer – disseram os três meninos juntos.

- Igualmente – respondi

- Então – começou a falar o loiro, como era mesmo o nome dele? Ah, sim, ele era o Connor – que tal um tour?

- Seria ótimo! – respondi um pouco entusiasmado demais, para o meu espanto. Mas ali estava uma chance de recomeçar, ter uma nova vida. Tentar esquecer o passado ou, se não fosse possível esquecê-lo, enterrá-lo bem fundo.

- Vamos – disse o Connor, chamando-me para mais perto.

Estávamos em uma ilha, ou ao mesmo era o que parecia. Tinha sido trazido pelo mar. O céu ainda era uma obra de arte. A lua brilhava acima de minha cabeça, com estrelas ao seu redor, e um véu rosa e lilás cobrindo todo o céu escuro. Adentramos na floresta.

O lugar era mais lindo ainda, visto mais profundamente. Havia muitas árvores, algumas extremamente altas, outras nem tanto, mas todas exibiam reluzentes folhas verdes. Algumas possuíam flores e frutos que eu nunca havia visto antes. Deslumbrei-me com uma das flores, e, quando fui tocá-la, Luke segurou minha mãe, alertando-me. Ele estava logo atrás de mim.

- Não toque em nada. Algumas plantas e frutos são fatais para humanos – o tom sério em que disse isso me assustou.

- Humanos? Mas, por um acaso, existem não-humanos por aqui? – perguntei, rindo já que a ideia soava tão ridícula. Foi quando uma criatura apareceu do nada na minha frente e me fez tropeçar.

Que droga era aquilo?

Quando consegui me levantar, vi e não acreditei. Uma fada, tão minúscula e linda e, tão irreal. Mas era real, porque estava ali, bem na minha frente.

Eu só podia estar ficando louco.

Seriaum trauma pós-eu-ter-me-tornado-um-órfão-e-um-perseguido-por-sei-lá-quem?

A fada se debatia ferozmente na minha frente.

- Sininho, por favor, tenha modos. Vamos respeitar as visitas, por mais que elas não sejam agradáveis, certo? – disse Hubert

Ela concordou balançando a cabeça.

- Está dizendo que não sou agradável? – perguntei um tanto quanto indignado demais.

Hubert deu de ombros.

A fada era loira, e seus cabelos estavam presos em um coque alto. Vestia um vestidinho curto e repicado, verde. Suas sapatilhas eram delicadas e seu balançar era como um tilintar agradável de pequenos sinos.

- Prossigamos – disse Connor, abrindo os braços e se sentindo um verdadeiro guia turístico.

Um barulho alto, feroz e assustador irrompeu por toda a floresta. Paramos abruptamente.

- O que é isso? – perguntei

- Cale essa boca – falou Luke educadamente. Puxando-me para que eu me escondesse junto com eles atrás de uma moita, acabei tropeçando mas logo recuperei o equilíbrio. Sininho veio conosco.

Seja lá o que fosse que nos aguardava a seguir, estava contente estar com a minha fiel e poderosa espada.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Mereço reviews? ^^ haha
Beijos, até a próxima ♥