Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 17
Mini pirate (part III)


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Primeiramente, quero pedir muitas desculpas por ter demorando tanto para atualizar a fic. Mas, esse capítulo ficou beeeem grandão, espero que preencha a demora! haha
Quero agradecer aos 110 reviews e as 5 recomendações, obrigada, de verdade. Vocês são uns lindos! ♥
Nesse capítulo conheceremos mais uma nova personagem, na ficha enviada pela Lady Castellan.
Enfim, como eu disse, o capítulo ficou bem grande, mas espero que gostem de lê-lo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo!
Acho que é só isso mesmo.
Boa leitura :)



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(Flashback)

Hook’s POV:

Apertei o botão que minha mãe havia indicado. Nada aconteceu.

Continuei dentro do armário e continuei ouvindo tudo o que se passava no quarto. Resolvi esperar.

Ainda conseguia ver tudo pela fresta do guarda-roupa.

– E então? – perguntou o homem, que ainda segurava meu tio.

Enquanto observava a cena, tive vontade de sair dali, já que a espada estava comigo, e queria tentar ajudá-los, desafiando os homens. Obviamente seria em vão, eu era apenas um pirralho.

A cena que presenciei a seguir foi um tanto quanto estranha.

O cara jogou meu tio fortemente no chão, e veio em direção ao guarda-roupa, abrindo veloz e furiosamente suas portas. Minha mãe soltou um gemido baixo de pavor.

Tudo aconteceu tão rápido que, a única coisa que tive tempo de fazer foi gelar, da cabeça aos pés. Queria ser corajoso, forte. Mas estava me sentido como um animalzinho indefeso diante de seu predador. Tremia de medo. E não sabia o que fazer em seguida. E ah, sim, seria descoberto.

Abracei meus joelhos e encarei o homem, enquanto ele vasculhava dentro do armário com os olhos.

Seu olhar encontrou o meu por um breve segundo e depois voltou-se para o interior do móvel novamente.

O castanho de seus olhos, refletindo-se graciosamente com tons de dourado seriam bonitos, não fosse pelas chamas de fúria que eu podia ver dançando em seu olhar. Eu, definitivamente, nunca esqueceria aquele olhar.

Suas mãos apalpavam as roupas e as reviravam, em busca de alguma coisa. Seus olhos encontraram os meus novamente e ele bufou de frustação.

O homem ignorava-me completamente.

Espera um minuto ai... ele não estava me vendo?

Ah.

Então era isso que o tal botão fazia. Eu estava invisível.

– Onde ele está? – o homem repetiu a pergunta, pelas minhas contas, essa era a milésima vez. Ou a próxima repetição seria a milésima vez?

Ele revirou os olhos e bufou.

O guarda-roupa estava agora escancarado. Eu podia ver tudo perfeitamente.

O homem chutou meu tio na cara e ele reprimiu um gemido.

Queria que o guarda-roupa estivesse fechado para que eu não visse aquilo.

– Tanto faz. O rei quer vê-los mortos. Ele quer o garoto vivo, ok – disse ele, gesticulando freneticamente e um arrepio percorreu a minha espinha quando percebi que “o garoto” era eu – Mas, vocês ajudando ou não, o encontraremos. E já que não querem nos ajudar, acho adequado eliminá-los agora.

– Covardes! – meu tio gritou – Por que juram tanto amor ao seu estúpido rei? Sabe ao menos o motivo para que ele nos queira morto?

– Para o bem de todos, provavelmente. Devemos jurar amor ao nosso rei, é o que fazemos. Certamente, você está certo quanto a uma coisa. Ele realmente não mencionou o motivo mas, com certeza, é um bom motivo.

– Para o bem de todos ou para o bem dele próprio? – meu tio gritava agora, ainda mais alto.

O homem enrugou a testa, as sobrancelhas se curvando, como se ele estivesse confuso e pensasse a respeito do assunto.

– Vocês são criminosos?

– Não!

– Criminosos de verdade, sempre se declaram inocentes, nunca são culpados – um dos outros dois homens disse, falando pela primeira vez desde que entrara ali.

– Verdade – concordou o homem que conversava com meu tio.

– Vocês são loucos! – disse Peter, ainda gritando.

Os três homens riram alto.

– Talvez, talvez – disse o terceiro mascarado.

Minha mãe lançou-me um olhar afetuoso. Ela não me via, mas sabia que eu estava ali e receberia aquele olhar, e o seu recado. Ela sussurrou as palavras “eu te amo” tão baixo que somente eu poderia ler seus lábios. Lágrimas rolaram pelo seu rosto.

Meu coração apertou.

Finalmente ignorei sua ordem, descendo do guarda-roupa e indo ao encontro de seus braços. Queria abraçá-la, não me importava se acabaria morto ou sequestrado ou sei lá o que.

Porém, antes que eu me confortasse em seu abraço, algo atrapalhou-me no meio do caminho. O homem virou-se rapidamente para minha mãe, e, com um movimento rápido, sacou sua espada e decepou sua cabeça.

Um grito irrompeu em minha garganta, mas não saiu. Entretanto, as lágrimas saíram aos montes.

Fechei os olhos e balancei a cabeça, tentando esquecer aquilo.

Sei que nunca esqueceria.

– Mercenários! - gritou meu tio, com a voz carregada de tristeza. Percebi que ele também estava chorando.

O homem virou-se para ele, posicionando-se para que pudesse acabar com meu querido tio do mesmo modo que acabou com minha querida mãe.

Minha querida mamãe... as lágrimas caíam pesadamente dos meus olhos e eu não conseguia reprimir os soluços.

Voltei correndo aos prantos para o guarda-roupa. Queria fugir daquilo e não queria assistir o que aconteceria a seguir.

– Mercenários não. Mosqueteiros – foi a última coisa que ouvi, vindo na voz daquele homem, antes de apertar qualquer botão do armário e me deixar ser levado para longe dali, seja onde quer que fosse.

(Agora)

Hook’s POV:

– Você disse mosqueteiros? – Emma perguntou-me curiosa, olhando de relance para a porta, como se repentinamente se lembrasse de quem havia acabado de passar por ali.

Desde que comecei a contar minha história, ela havia sido uma ouvinte maravilhosa. Apoiando-me exatamente nos momentos nos quais eu mais precisava de apoio.

Nunca havia contado para ninguém. Não por ser segredo nem nada, mas porque, nunca havia encontrado alguém em quem pudesse confiar. Nunca havia encontrado alguém que precisasse e merecesse saber disso.

Emma era a primeira a ouvir tudo.

– Malditos mosqueteiros – murmurei

Ela apenas me observou.

– E quanto a D’Artagnan? Vocês ficaram amiguinhos.

– Nós não somos amiguinhos.

Ela me olhou sarcasticamente, erguendo as sobrancelhas, desafiando-me a discordar dela.

– Somos coleguinhas, talvez. Mas nada mais que isso – meu tom soou como o de uma criança de 5 anos e me senti ridículo por isso - D’Artagnan não estava entre eles, não precisa se preocupar com isso.

– Como você sabe?

– Eu reconheço aquelas vozes, acredite. Anos podem ter passado, porém eu nunca esquecerei essas vozes. E, claro, mais tarde eu descobri toda a história. Ainda não terminei de contar.

– Ah. Sinto muito pelo que aconteceu, hum, sabe, com sua mãe... e seu tio.

Sorri para ela. Ela se sentia claramente desconfortável com a situação, sem saber o que dizer ou fazer, mas parecia querer ajudar.

– Tudo bem.

– Por que não confrontou Porthos? – ela perguntou

– Ele não sabe que eu sou eu.

– Hã? Cara, nada que você fala costuma ter fundamentos reais e lógicos, mas, tente, pelo menos uma vez, fazer algum sentido.

– Você é lerda e eu que não tenho fundamentos?

– Eu não sou lerda.

– Claro que é. Quer entrar aqui? Posso te ajudar a ficar mais rápida.

– Pelo amor de Deus! – ela revirou os olhos, mas estava corando – não seja ridículo.

Como ela era linda.

– Não seja tímida.

– Se eu entrar ai, será apenas para te dar um bom soco.

– Tentador. Venha cá então, tenho certeza que irei fazer você mudar de ideia no minuto em que colocar os pés nessa cela.

Ela apenas me encarou de cara fechada. Seus olhos verdes brilhavam.

Eu amava aqueles olhos.

– Jura?

– Juro. Não precisa ficar vermelha – disse eu, fazendo com que ela corasse ainda mais – apesar de você ficar linda assim.

Ela fitou o chão e, ignorando o que eu disse, perguntou:

– Por que ele não sabe que você é você? Ele não sabe que você é o Peter Pan ou sei lá quem?

– O que eu quis dizer é que ele não sabe que eu sou o menino que ele procurava naquele dia. Sendo assim, ele não sabe que eu sei quem ele é.

– Uau. Isso é confuso. E como você sabe?

– Como eu sei o que?

– Quem ele é, droga.

– Eu nunca me esqueceria daqueles olhos castanhos. E outra, qual parte do “eu não terminei de contar a história” você não entendeu, Swan?

– Ah, desculpe. Estou meio distraída hoje.

– Não me diga – deixei o sarcasmo ser evidente em minha voz.

Nos encaramos por alguns minutos, que pareceram durar uma eternidade.

Por fim, ela disse:

– Continue.

– Desculpe, princesa, mas acho que você precisa me soltar.

– Como é que é?

– Tenho assuntos com o filho da mãe daquele mosqueiro para serem resolvidos.

– Hook...

– Me solte, Swan.

– Você sabe que quem decide aqui, quem sai, quem entra e quem fica nessa delegacia sou eu, certo?!

– Esse seu tom autoritário me dá arrepios.

Ela revirou os olhos.

– E então, você decidiu que eu saia, certo?

– Errado. Eu decidi que você fica. Primeiro irá me contar tudo, e depois, se tiver em condições de sair enganchando mosqueteiros por ai, talvez eu possa te soltar.

– Como assim talvez?

– Hook, você tem que entender que a vingança nem sempre é a resposta para os nossos problemas. Muito pelo contrário, é apenas o início de mais problemas.

– Não estou nem ai.

Ela suspirou e encarou-me com aqueles olhos verdes, suplicando para que eu me comportasse. Por fim disse:

– Vamos lá, continue.

Regina’s POV:

Minha mãe tinha um plano e, embora sua resistência em me contar, eu finalmente havia descoberto. Flagrei uma de suas conversas com Rumplestiltskin. Ele havia ido até a nossa casa e destacou com sua cordialidade habitual, “Quero conversar apenas com Cora. A sós. Só eu e ela. Sem ninguém espiando.”

Isso foi motivo suficiente para fazer-me ouvir toda a conversa.

Mamãe, esperta como sempre, mandou-me sair de casa e, garantiu que eles começassem a tal conversa apenas quando eu estivesse longe o suficiente. Eles sabiam mesmo usar magia.

Porém, eu herdei sua esperteza. E também sabia algumas coisinhas de mágica. Apenas algumas coisinhas.

Mentira, eu sabia bastante coisa, e, modéstia a parte, batia qualquer um.

Antes de sair de casa, coloquei um objeto pessoal da minha mãe no cômodo onde eles estavam (peguei um espelho antigo dela) e o enfeiticei.

Tinha em minhas mãos, um outro espelhos, porém esse pertencia ao Rumple. Consegui o objeto rapidamente – também por meio de magia, não tinha tempo para sair arrombando a loja dele.

O feitiço fazia com que eu pudesse ouvir a conversa dos dois, tendo dois objetos iguais, porém um de cada um.

Tomei o cuidado em escolher um espelho para que não apenas os sons fossem transmitidos, mas também as imagens.

Um feitiço simples, porém eficaz.

Com sorte, minha mãe demoraria a descobrir tempo suficiente para que eu pudesse ouvir toda a conversa.

E foi o que aconteceu.

Na verdade, presenciei até uma cena que preferia não ter visto. No final da conversa, os dois se despediram com um longo e demorado beijo.

Acredite em mim, foi estranho. Muito estranho.

Eles planejavam pegar os feijões mágicos, que estavam com D’Artagnan, e foi uma surpresa enorme para mim, descobrir que esses feijões ainda existiam. E estavam tão perto de nós.

E queriam enviar os habitantes de Storybrooke para um reino distante, e como Cora destacou “doloroso”. Não sei que lugar é esse, mas, pelo modo como eles falavam, pareciam conhecer o destino. Minha mãe também disse que, não queria contar nada a mim porque eu estava cega de amor por Henry. E não seria capaz de fazer nada que pudesse machucá-lo.

Ela estava certa. E errada.

Por bastante tempo eu venho sendo compreensiva e tentando inibir minha maldade. Venho realmente tentando ser uma pessoa melhor. Mas o que tenho ganhado com isso?

Nada. Apenas patadas e olhares de desprezo.

Para que ser boazinha então? Mas é claro, eu não poderia fazer nada na cara dura, porque assim, com certeza Henry ficaria chateado e não era esse o objetivo. Na verdade, era o que eu menos queria.

Entretanto, ao contrário do que minha mãe disse, eu estou disposta a fazer qualquer coisa, para conseguir o amor e a companhia de Henry. Mas teria de fazer por baixo dos panos.

E já sabia por onde começar.

Eu estava agora, em frente à biblioteca. Entrei e tive uma conversa rápida com Belle, e convenci a garota a ir dar uma volta. O estabelecimento estava mesmo vazio. Pelo visto as pessoas não estavam com muita vontade de ler, e isso não me admirava.

Entrei no elevador e desci para o subsolo. Não necessitava de ninguém para manejar aquilo, podia fazer tudo sozinha, com mágica.

Ali embaixo, eu mantinha algumas celas. E em uma dessas celas, encontrava-se a solução para os meus problemas. Ou esperava que fosse a solução.

Aproximei e o homem que estava trancado em uma das celas, virou-se para mim e me fitou com seus olhos azuis claros.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou-me grosseiramente

Ele era novo, com seus 19 anos e sua linda aparência, parecia ser frágil. Porém, eu sabia que não era bem assim.

Jake uma vez, resolveu vir atrás de mim, com toda aquela obsessão em acabar com meu reinado e salvar a todos. Um típico heroi. Mas não tão típico assim. Ele é um semideus, e poucos sabem disso. Com a maldição, eu o trouxe comigo, o mantendo trancado em uma cela. Não essa na qual ele estava agora. Muita coisa aconteceu e eu fui esperta o suficiente para saber que ele era sinônimo de problema. Problema para mim, quero dizer. Porém, depois que Emma conseguiu quebrar a maldição, o bonitinho fugiu. As celas eram fortes o suficiente, mas como eu disse ele era um semideus. O procurei secretamente por muito tempo, sem sucesso. E então, o amor foi a ruína de Jake. Não contente em continuar escondido, ele saiu em busca de sua amada Magara. E foi ai que eu o encontrei e o prendi aqui, para eventuais consultas.

Você deve o conhecer como Hércules.

– Onde está Hayley? – ele perguntou, com a fúria brilhando em seus olhos.

Hayley Storn é o nome da maldição, de sua amada Magara.

– Talvez eu possa te ajudar a encontrá-la se você também me ajudar a encontrar alguma coisa.

Ele avaliou-me pensativo.

– O que você quer? – sua posse ainda continuava firme e ameaçadora, porém com um tom mais suave agora.

Sentei-me em uma pedra que estava ali por perto e disse, sorrindo:

– Vamos conversar.

(Flashback)

Hook’s POV:

Quando abri os olhos, estava em um lugar completamente diferente. Não sei quanto tempo levei para chegar ali, mas acho que foi apenas alguns segundos. Ou, pelo menos, era o que parecia.

O lugar era lindo. A lua brilhava acima de minha cabeça, com estrelas brilhando ao seu redor, e um véu rosa e lilás cobrindo o céu escuro.

Eu parecia estar numa praia. As ondas do mar estavam baixas e o cheiro da maresia era ótimo. Três garotos que pareciam ser da minha idade olhavam para mim.

– Você está bem? – um deles perguntou

Percebi que ainda estava chorando e limpei as lágrimas. Mas, elas continuaram a escorrer.

– Não se preocupe – outro falou – você ficará bem.

O terceiro garoto ajudou-me a levantar e por fim disse, sorrindo e abrindo os braços:

– Bem-vindo à Terra do Nunca.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram???? *-*