Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 16
Mini pirate (part II)


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
Como eu disse, os flashbacks do Hook ficariam um pouco grandes, por isso achei melhor dividi-los, e aqui está a 2ª parte.
Temos também a introdução a um novo personagem, a ficha que foi enviada pela Tata. *-*
Hoje seria o último dia para o envio dos personagens, mas, como sei que tem algumas pessoas que queriam participar e ainda não tiveram tempo de enviar, darei mais uma semana ok?!
Bom, acho que é só isso.
Espero que gostem!
Boa leitura :)



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(Flashback)

Hook's POV:

O cheiro de chocolate e café impregnava a casa. Os bolinhos, especialidade de minha mãe, provavelmente já estavam quase prontos.

O aroma era acolhedor e totalmente aconchegante e, fazia meu estômago roncar, lembrando-me que eu estava faminto.

Caminho até meu quarto, enquanto a madeira do piso range debaixo de meus pés. Meu quarto é o lugar mais desorganizado que eu conheço, honestamente. E isso, dizendo o mínimo.

O cômodo é pequeno, quadrangular. Com a cama encostada em uma das paredes laterais e, na outra, o guarda-roupa.  Em cima dela, os cobertores encontravam-se sobre os lençóis, embolados com alguns brinquedos. Como eu disse anteriormente: totalmente desorganizada. O guarda-roupa era antigo, porém estava em perfeito estado. Era grande, alcançando o teto, tabaco, com alguns detalhes em branco. Não se diferenciava do resto do quarto no quesito organização. Porém, nunca se desgastava. Podia sofrer pancadas, arranhões e continuava intacto. Minha mãe dizia que era uma peça especial para uma criança especial. Segundo ela, foi um presente das fadas, no meu aniversário de 1 ano.

Havia uma mesinha oposta à cama, de uma coloração marrom claro, com estilo clássico e era bem bonita, porém, bem desgastada. Livros cobriam sua superfície.  Na parede ao lado da cama, encontravam-se prateleiras preenchidas com miniaturas de navios, barquinhos e bonequinhos de piratas. Muitos deles eram presentes de Peter, meu tio. Ao lado do guarda-roupa, estava um grande e brilhante baú, presente de meu pai, onde guardava os meus maiores tesouros. Não era apenas o meu quarto que transmitia nossa simplicidade. Toda a nossa casa era bem assim, não tínhamos condições para esbanjar, mas o suficiente para sobreviver. Porém, o restante da casa era bem arrumadinho e impecavelmente limpo, diferentemente do meu quarto. Veja bem, minha mãe também arrumava meu quarto mas, não adiantava muita coisa, ele só ficava limpo nos primeiros 5 minutos, depois eu... bom, fazia uma pequena bagunça. Mas enfim, isso não importa.

Fui até o baú e tirei dali minha espada. Voltando para a sala com ela, me jogo e me esparramo no sofá. 

Meu tio chega alguns minutos depois, cantarolando, em seu traje habitual. Presa na bainha de sua calça.

Ele tem os olhos azuis de minha avó, assim como o meu pai, lembrando o azul do mar. Porém, enquanto os olhos dele demonstravam a liberdade e mansidão do mar, lembro-me que os do meu pai, entretanto, mostravam sua tempestuosidade e incapacidade de ser dominado.

Talvez eu tivesse um pouco dos dois.

- E aí? – disse meu tio, cumprimentando-me com um soquinho no ombro enquanto se sentava ao meu lado no sofá.

Retribui o soco e começamos a nos socar durante bastante tempo. Por fim, ele me deixou vencer.

- Você veio mais cedo dessa vez – disse eu, dando uma pausa na brincadeira

- Estava trabalhando para uns caras e eles resolveram passar por aqui.

- Resolveram?

- Não se incomode com isso, garoto.

- Por que não?

- Que tal um duelo? – pergunta meu tio e, percebo que tudo o que ele quer, na verdade, é mudar de assunto.

- Adoraria poder acabar com você.

- Rá-rá-rá, sua determinação me comove, garoto. Tão pequeno e tão insolente, como isso é possível?

Minha mãe traz até nós os bolinhos e as canecas com chocolate quente. O sabor está tão delicioso quanto o aroma.

Comemos, conversamos e, toda vez que eu tentava voltar ao assunto do qual meu tio tentava fugir, ele fazia manobras ( com a ajuda da minha mãe, o que achei suspeito ) para fugir mais uma vez para outro assunto.

- Você não devia esquentar a cabeça com isso, querido – ela dizia, sorrindo calorosamente, como se isso fosse fazer com que minha curiosidade se tornar-se nula.

Até que desisti. Temporariamente.

Não sei o que eles estavam tentando esconder mas, obviamente, era algo importante ou comprometedor ou os dois. E eu iria descobrir.

Por fim, levantamos e começamos a treinar um pouco com nossas espadas. Não querendo me gabar nem nada, mas eu estava ficando cada vez melhor. Até o derrotei algumas vezes.

Tudo estava correndo bem até que uma explosão ecoou lá fora.

- São eles – disse meu tio, retraindo-se rapidamente e lançando-me um olhar triste

(Agora)

Hook's POV:

Enquanto relembrava todas aquelas cenas e as contava simultaneamente para Emma, vi que não havia como fugir. Durante anos enterrei esse passado e comecei uma nova vida. Um passado doloroso no qual descobri que aquelas pessoas que eu sempre segui como exemplo, não eram nada do que eu imaginava.

Emma ouvia tudo atentamente, sorrindo e encorajando-me de vez em quando. Fiquei grato por isso. Mesmo sabendo que quando terminasse eu seria bombardeado de perguntas, o fato de ela não me interromper para fazê-las agora, tornava mais fácil para eu contar.

Simplesmente não gostava de lembrar-me do passado. Junto com as memórias de tudo o que aconteceu, vinham as memórias da pessoa que eu deixei de ser, para a minha própria segurança.  Receava que essa pessoa pudesse reaparecer em mim.

D'Artagnan’s POV:

Finalmente cheguei ao meu destino. Não demorei muito, como já imaginava.

O museu, estava lotado. Não sei se eram turistas ou moradores locais, mas simplesmente transbordava pessoas. Provavelmente seria complicado resgatar os feijões sem ser notado. O fato que turistas poderiam estar ali me lembrou de Storybrooke e me lembrou também que esses turistas poderiam não ser tão legais.

Mas, tecnicamente, eu sou um turista e eu sou adorável. Então, acho que posso ficar tranquilo.

Adentrei o lugar e perdi o fôlego, como sempre acontecia quando eu entrava ali. Amava tudo aquilo, será que algum dia ainda poderia ingressar nessa carreira? Deixei escapar uma risada nervosa, depois de perceber o quão ridícula era essa ideia.

Após alguns minutos rondando o lugar e avaliando o que eu poderia ou não fazer para não deixar rastros e evitar suspeitas, esbarrei em alguém. Alguém que esperaria não encontrar nunca mais. Alguém, cá entre nós, muito mais adorável que eu.

Annie Catherine Walker. Impossível esquecer.

Percebi que ela estava tão surpresa quanto eu. Seus cabelos louros estavam maiores do que eu me lembrava, e caiam em forma de ondas, nos seus ombros.

- D'Artagnan? Quer dizer – disse ela, pigarreando e olhando ao redor nervosa – William? Você era a última pessoa que eu esperaria encontrar de novo. Principalmente aqui.

Dei de ombros e sorri.

- Digo o mesmo.

Ela sabia de minha verdadeira identidade, de minha verdadeira história. E não apenas porque eu tinha uma enorme afeição por ela... bom, isso também, mas quero dizer, não apenas por isso.

Assim como eu, Annie veio de uma terra impregnada de magia. Lá, ela se chamava Guinevere, sendo uma bruxa branca e, ainda, rainha Camelot. Porém, Rumplestiltskin, com sua magia, fez com que ela voltasse a ser criança e a enviou para cá.

Ela era espiã da CIA – uma das melhores, na minha opinião – e, um belo dia, tive o prazer de trabalhar lado a lado com Annie. Segundo ela, havia se lembrado de sua antiga vida pouco antes de me conhecer. Estava confusa, perdida, sem saber o que fazer em seguida. Ajudamos um a outro a nos encontrar.

- Sr. Collins, o que faz aqui? – perguntou ela, depois de me dar um forte abraço e um beijo no rosto

- Bom, estou atrás de umas coisinhas.

- Aquelas coisinhas? – ela também sabia dos feijões.

E ei, não venha me julgar. Tudo bem que eu não deveria sair por ai contando minha vida toda para todas as minhas atraentes colegas de trabalho, mas ela era adorável. E minha amiga. Se havia alguém em quem eu poderia confiar, esse alguém era Annie.

- Exato – respondi

- Precisa de ajuda?

- Você não está ocupada?

- Bom, nem tanto. Não se importe comigo. E afinal de contas, temos muito o que colocar em dia, não?! – ela dizia, animada e, como sempre, atenciosa.

- Com certeza, temos sim. Vamos lá então.

(Flashback)

Hook's POV:

- O que está acontecendo? – perguntei, gritando para que pudesse ser ouvido no barulho das explosões que aconteciam lá fora.

- Pegue sua espada – ordenou meu tio

- Vamos – disse minha mãe, puxando-me delicadamente pelo braço e levando-me em direção ao meu quarto.

Quando entramos, ela trancou a porta e a casa inteira balançou.

- Onde ele está? – perguntou uma voz rouca, forte e zangada, percebi que vinha de nossa sala. Minha mãe entrou em desespero.

- Entre no guarda-roupa – ela sussurrou, para que apenas eu pudesse ouvi-la – quando entrar, aperte o último botão da última fila, entendeu?

- Que botão? Meu guarda-roupa não tem botões!

- Entendeu? – perguntou ela, ignorando as minhas palavras.

Balancei a cabeça.

- Prometa que fará isso, prometa que ficará em segurança.

- Eu prometo.

Ela me abraçou forte, afagando os meus cabelos, e quando se afastou, tentava expulsar as lágrimas dos seus olhos.

- Agora vá, entre.

- O que está acontecendo, mãe?

- Entre

- Você não vem?

- Só tem espaço para um.

- Mas mãe...

- Entre – ordenou ela, com seu tom foi intimador. Resolvi obedecer.

Quando entrei no guarda-roupa, procurei as 3 fileiras com os tais botões que ela  havia mencionado. Estavam lá. Eram 3 fileiras, com 3 botões cada uma. Eram da cor do guarda-roupa, quase imperceptíveis. Tinham letras gregas, prateadas, que brilhavam no escuro do guarda-roupa. Não sei o que elas queriam dizer.

Não havia notado isso antes porque esse mecanismo estava escondido – muito bem escondido – por algumas roupas.

Não apertei nenhum botão, como minha mãe havia ordenado. Apenas a fiquei observando pela frestinha mínima da porta de madeira do armário. Ela estava ajoelhada no chão, abraçando os joelhos e chorando muito, silenciosamente. Ao ver isso, meu coração apertou.

Conseguia escutar uma discussão ao longe, mas não decifrei as palavras. O barulho do caos lá fora atrapalhava bastante, e a distância da conversa também.

Não queria ver minha mãe sofrer. E quando decidi sair do guarda-roupa, a porta do quarto se abriu. Pela fresta pude perceber que meu tio estava preso, e completamente ensanguentado. Havia dois homens atrás dele, enquanto um o segurava, prendendo seus braços atrás de suas costas. O homem que o segurava estava com uma máscara que cobria todo o rosto. Não pude ver os olhos, pois estava longe demais e observando de um buraco pequeno demais. Os outros dois também estavam mascarados.

Ele olhou por todo o cômodo, olhou para a minha mãe sofrendo no chão, e pude perceber o desprezo em seu rosto, apesar de não conseguir vislumbrar suas feições.

- Onde está ele? – perguntou o homem que segurava meu tio, dirigindo-se para minha mãe. 

Enquanto relembrava dessa cena um calafrio percorreu a minha espinha. Reconheci aquela voz e percebi que conhecia aquele sujeito.       


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram???
Mereço reviews? *-* haha
Beijos e até a próxima!