Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 15
Mini pirate


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
A partir desse capítulo, começaremos a conhecer um pouco mais da vida do nosso Hook antes de ele ser o Hook. haha
Mas, como essa história dele é um tanto quanto extensa, com muitos flashbacks, resolvi dividir em algumas partes, para que os capítulos não fiquem muito grandes e cansativos.
Então, essa é a primeira parte.
Espero que curtam!
Boa leitura :)



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(Flashback)
Hook's POV:

O céu exibia brilhantes tons de rosa, laranja e lilás. As nuvens fofas e esplendidamente brancas dispersavam-se rapidamente devido aos fortes ventos. O céu assimilava-se, sem dúvida, à uma verdadeira obra de arte. Um véu suave com suas misturas de tons, e o fraco brilho do grandioso Sol refletindo-se ao fundo.

A noite estava chegando.

O porto estava cheio, navios suntuosos estavam chegando e saindo desde a manhã daquele dia. Rostos diferentes e, nunca antes vistos, espalhavam-se pelo local.

E piratas.

Havia muitos piratas. E isso fez lembrar-me do fato que encontraria meu tio hoje. Não pude deixar de conter a animação.

Comecei a correr até minha casa, o mais rápido que pude, com a esperança de encontrá-lo por lá, já esperando por mim.

Enquanto caminhava de volta para casa, vislumbrava atentamente o cenário pelo qual eu estava passando. Alguns dos piratas misturavam-se à multidão, conversando entre si. Outros, por sua vez, encontravam moradores, ali mesmo da região, talvez amigos antigos ou parentes, não sei. E, ainda, alguns dos marinheiros pregavam peças nas pessoas. Pegadinhas bem simples até pegadinhas que geravam alguns tapas em suas caras como consequência. Isso me fez rir.

Era uma cidade simples e pequena. Não gostava de viver ali. Além de o lugar trazer-me muitas lembranças ruins, eu sentia que não pertencia àquele lugar. Não pertencia a lugar nenhum. Queria viajar pelo mundo, conhecer todo o globo, viver aventuras pelos sete mares...

Mas, esse é um sonho de qualquer criança, porém no meu caso, era um sonho persistente. Era algo que eu realmente queria fazer e faria.

Demoraram mais ou menos uns 45 minutos para que eu chegasse em casa. Confesso que fui bem devagar e, pelo caminho, parei em um trecho repleto de árvores frutíferas para colher algumas maçãs e jabuticabas.

Esses 45 minutos foram o suficiente para o céu escurecer completamente.
Finalmente cheguei a casa, descarreguei toda a comida que consegui na cidade e me esparramei no sofá.

– Killian? Já chegou? Tão rápido? - escuto uma voz feminina vindo de umas das portas da sala que dava para a cozinha. Era minha mãe.

Eu que deveria fazer essa pergunta, já que, ela costumava parar pouco em casa. Levantei-me do sofá e corri para abraçá-la. Seus braços envolveram minha cintura e seu queixo repousou em minha cabeça, e ela soltou um suspiro.

– Fico feliz em ver você também, querido.

Minha vida não tem sido fácil nos últimos tempos, e, apesar de ter vivido apenas 7 anos, tive que amadurecer muito rápido. Meu tio era aquele que me proporcionava o mais perto de uma infância normal e feliz. E, minha mãe, aquela que proporcionava a minha sobrevivência, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Ela trabalhava duro para me sustentar. Depois que meu pai sumiu, a situação tornou-se um pouco mais complicada.

Digo que estou surpreso por encontrá-la em casa tão cedo, pois, isso era raro de acontecer. Normalmente ela chegava tarde em um dia e saia cedo no outro. Quase não nos víamos. Mas, posso dizer que, era ela a pessoa mais pura, carinhosa, meiga e amorosa que eu já conheci e a única que eu poderia conhecer. Duvido encontrar alguém tão genuinamente altruísta como ela no futuro.

E meu tio, irmão de meu pai, aparecia uma vez por mês, talvez duas. A comida que fui buscar na cidade foi cortesia dele. Poderia pegar o que quisesse em determinados lugares e, depois, ele acertaria. Uma vez, perguntei à ele como ele fazia isso, como ele convencia os comerciantes a venderem sem data para receber o pagamento e como ele pagava. Ele me pediu para calar a boca e parar de fazer perguntas idiotas. Disse que eu não precisava me preocupar com isso.

Ele era um Corsário. Algumas vezes, sumia durante meses, e em outras passava semanas conosco. Meu tio tinha muitas habilidades, e era uma ótima pessoa. Eu o admirava. Queria ser como ele. Ele era o pai que sempre quis ter e o pai que o meu não soube ser.

Seu nome era Peter, ele tinha 27 anos, era novo, mas já tinha viajado meio mundo. Ensinava-me todas as suas técnicas, os seus macetes. Ensinou-me como manejar uma espada e, mais tarde, como usá-la bem, sem erros. Ensinou-me a lutar, a me defender. Ensinou-me o que é honra.

Poderia continuar com uma lista gigante de todas as coisas que ele, e também minha mãe me ensinaram, porém, acho que talvez não seja mais necessário.

Ele presenteou-me com uma espada, assim que começou a me ensinar. De alguma maneira, seu peso era ideal para mim e não sentia desequilíbrio ao segurá-la. Sua lâmina brilhava, reluzindo o prata. Sua empunhadura era revestida a cobre, com suaves e longos detalhes de ouro cravados nela. Ele não me disse, mas, pelo seu emprego, pude imaginar que ele a arranjou em algum dos navios pelos quais passou. E com arranjou, eu quis dizer roubou, caso não tenha entendido. Mas, honestamente, não me importo com isso. Tenho certeza que a espada pertencia à pessoas que não eram nem um pouco admiráveis de caráter.

Sempre tive uma alma justiceira desde pequeno, e quando meu pai se foi, esse lado meu aumentou cada vez mais. Minha mãe conta que, quando eu tinha apenas 2 anos, um pequeno menino órfão havia invadido nossa casa para roubar pão. Meu pai ficou furioso. E eu o ajudei a escapar e lhe dei todo o estoque de comida que tínhamos. Não me lembro disso mas, não consigo conter o sorriso, toda vez que essas histórias contadas pela minha mãe, voltam à minha memória.

Minha mãe me afasta um pouco, porém repousa suas mãos em meus ombros.

– Que tal alguns bolinhos? Seu tio provavelmente já está a caminho.

(Agora)
Hook's POV:

Depois de tantos anos, não esperava que alguém me reconheceria como, bem, como não o capitão Gancho mas como, ah, você sabe. Ainda mais um mosqueteiro que nunca vi na minha vida.

Segundo ele, conhecia a meu respeito apenas por ouvir falar, mas, tenho minhas dúvidas. Se fosse assim, como ele reconheceria meu rosto? Como ele saberia quem sou?

Essa identidade do menino perdido na Terra do Nunca, foi algo que quis abandonar. Fez parte de mim. Ou melhor, faz parte de mim. Sempre fará. Porém, procuro esconder isso. Ninguém precisa saber dos detalhes da minha vida. Ninguém precisa saber das minhas fraquezas. Não sou mais um menino.

Infelizmente, estou diante da xerife da cidade que, cá entre nós, ela pode ser realmente muito atraente mas também consegue ser assustadora. E, não é só isso. Receio que não conseguirei esconder mais nada dela. Não agora.

Tenho a necessidade de que ela me aceite, de que ela me respeite. Não sei quando isso surgiu, mas, está aqui. E caso eu resolva sonegar informações, irá dar ruim para o meu lado de todas as formas possíveis. E eu quero ter o meu gancho, obrigado. Já é difícil o bastante conviver o bastante com apenas uma mão.

– Eu não tenho duas identidades - retruca ela, com um olhar desafiador e ao mesmo tempo triunfante

– Você não conta.

– Como é?

– Ah, vamos lá, você entendeu o que eu quis dizer. Todo aquele papo de salvadora e blá blá blá. Fora que chegou aqui depois de todo mundo.

– Você também chegou depois - diz ela, erguendo uma das sobrancelhas

– É, mas eu sou um pirata. Ter informações escondidas, incluindo uma de minhas identidades, faz parte da minha identidade

Solto uma gargalhada, que não consegui conter, ao perceber a genialidade da minha piada.

– Qual é a graça?

– Faz parte da identidade, que é a identidade. Entendeu? - ainda estou rindo

A expressão de Emma continua indiferente e ela me olha com desprezo.

– Esquece, você é lerda demais para acompanhar alguma coisa - minha gargalhada já se desfez, dando espaço ao desespero de inventar uma boa mentira para contar a ela

Ela me olha, com os olhos brilhando de interesse e curiosidade, como se eu fosse um rato de laboratório pronto para ser testado, mas ao mesmo tempo, com uma generosidade e compreensão, como se eu fosse apenas uma criança necessitando de atenção.

Como apenas um olhar pode transmitir tantas emoções?

Eu não queria mentir para ela. E juntando isso com a minha falta de criatividade para criar uma boa história, acho que a verdade é o que vou acabar contando.

– Você é mesmo o Peter Pan? - ela pergunta, ainda com os olhos faiscando a diversa mistura de emoções

Apenas dou de ombros e sorrio.

– Mas isso é impossível - ela diz, olhando para o alto, depois para o chão e depois para mim novamente.

– E por que seria?

– Você é o Capitão Gancho? Como pode ser o Peter Pan ao mesmo tempo?

– Hã? Ah. É claro. Essas historinhas do seu mundo, sempre confundindo a sua doce cabecinha. Teve aquela versão do gigante do pé de feijão, com o relógio de ouro, certo?

– Harpa. Harpa de ouro - Emma me corrige

– Certo, tanto faz. E qual é a versão da minha história? Um pirata bonitão que viaja todos os mares, e depois governa o mundo?

– Eu acho que essa a versão dos seus sonhos, não? É melhor acordar - ela ri sarcasticamente e depois, seu sorriso torna-se afetuoso

– Não é sonho querida, é a realidade. Você, mais do que ninguém sabe disso.

– Eu? Por que eu iria saber de um absurdo desses?

– Bom, caso não saiba, você pode descobrir agora - digo, sorrindo
sugestivamente e erguendo as sobrancelhas

– Descobrir o que?

– Bom...

– Esquece, eu não quero saber - diz ela, balançando as mãos em frente ao seu rosto, como se tentasse expulsar os pensamentos

– Resumindo - continua Emma - a história que eu conheço é que, um menino chamado Peter Pan, corta a mão de um pirata malvado e nojento, esse seria você, joga a mão para um crocodilo se alimentar e depois os dois vivem em constante conflito. Resumindo.

Não consigo conter a risada.

– Jura? Fico tentado em descobrir de onde vem as fontes para essas histórias. Minha mão não foi jogada para um crocodilo, ela foi arrancada por um - continuo rindo, apesar de serem histórias loucas e completamente diferentes das reais, há muitos pontos que se assemelham aos verdadeiros.

Emma olha para mim sem entender.

– O que aconteceu com você? Está mais lerda que o normal.

Ela revira os olhos.

– O crocodilo é o Rumplestiltskin.

– Ah.

Depois de alguns segundos de silêncio, ela continua:

– Então, que tal você me contar a verdadeira versão?

– Tenho alguma outra escolha? - pergunto

– Bom, na verdade não.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Mereço reviews? ^^ haha
Só para lembrar, as inscrições com as fichas dos personagens poderão ser enviadas até semana que vem, dia 18/05, ok?
Beijos e até a próxima!
Espero que tenham gostado! :)



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