Is This A Fairytale? escrita por Lost in Neverland


Capítulo 12
Prisoner


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
Sim, eu sei, demorei muito para postar esse capítulo, mil desculpas!
E demorei muito para escrevê-lo também, então, espero que tenha ficado realmente bom!
Enfim, espero que gostem.
Boa leitura :)



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D'Artagnan’s POV:

Precisava buscar os feijões o mais rápido possível já que eles não estavam tão por perto. Por mais que eu tivesse feito uma acordo com Cora, achei mais seguro deixá-los longe. Pelo visto, eu estava certo.

De qualquer maneira, ainda não achava uma boa ideia entregar algo tão precioso e poderoso nas mãos de alguém tão perigoso. Não sei o que Emma pretendia ao fazer esse acordo com Cora, mas, estranhamente, eu já confio nela. Então, seja lá qual for seu plano, provavelmente é um ótimo plano.

Bom, assim espero.

Quando cheguei nesse mundo, pude ver o motivo pelo qual eu precisava ajudá-lo. Porém, as coisas por aqui funcionavam de um jeito bem diferente. Felizmente, me adaptei facilmente.

Participei da polícia, do FBI, fui até agente secreto durante algum tempo...

Entretanto, depois de um período, percebi que inimigos com os quais eu deveria estar lutando contra, estavam executando funções lado a lado comigo, ou até mesmo acima de mim, chefes. Inimigos influentes, autoridades que proferiam um discurso de proteção ao povo quando na verdade faziam o oposto disso.

A partir daí, comecei a investigar mais a fundo a vida de todos os envolvidos e consegui descobrir os mais sujos e piores segredos dessa “quadrilha”.

Sempre fui muito do tipo que prefere um confronto cara a cara, se é que me entende. E foi exatamente isso o que fiz. Eu os confrontei. Analisando bem essa atitude, posso dizer com certeza que não foi muito inteligente da minha parte.

Talvez confronto funcionasse perfeitamente no meu reino, mas aqui essa tática, em certas situações, não trazia muitos resultados eficazes. Muito pelo contrário, posso dizer que, de certa forma, cometi um suicídio, caminhei diretamente para a morte.

Enfim.

Drama não faz muito o meu estilo então vamos prosseguir com isso.

Você, provavelmente, já pode imaginar o que aconteceu em seguida. Devido a minha falta de capacidade de permanecer calado e minha óbvia atração por confusão, não demorou muito para que eles me capturassem.

Garanti minha segurança por muito tempo, porque, modéstia a parte, sei fazer maravilhas com uma espada. Porém, um dia, eles conseguiram me pegar desprevenido. Fui capturado em uma emboscada. Fui colocado preso em um carro para ser levado a algum lugar, e, apesar de estar vendado, consegui guiar-me por um longo período.

Passávamos por um terreno pedregoso e com algumas curvas. O solo, pude perceber, era bem desgastado. O cheiro inconfundível do pão francês da padaria Barker’s, que eu particularmente adorava, ajudou-me a localizar onde estávamos. Conseguir deduzir durante bastante tempo o ponto exato de nossa localização e para onde estávamos indo. Contudo, repentinamente fui atingido por algo pesado na cabeça e caí inconsciente. Quando acordei, ainda estava vendado e dentro do carro, que aliás, balançava-se incessantemente. Estávamos agora passando por um solo não tão agradável.

Nesse tempo em que fiquei desacordado acabei perdendo-me e terminei o trajeto completamente às cegas – e não digo isso apenas pelo fato que eu estava vendado, mas também por não ter noção de onde estava – e sem ter ideia da localização do cativeiro para o qual eles estavam levando-me.

Finalmente o veículo parou, bruscamente, devo dizer.

Lembro de ter sido tirado do carro brutalmente e então levar alguns golpes por todo o meu corpo, e sim o “alguns” foi um eufemismo. Ouvi risadas ao redor de mim e tudo o que eu queria matar todos eles, porém estava completamente sem forças e não demorou muito para que eu caísse inconsciente.

Não tenho ideia de quanto tempo permaneci desacordado, mas quando eu acordei, não tive uma visão muito bonita do local onde eu estava.

Havia sido algemado de uma forma peculiar, eles realmente não queriam que eu fugisse. Posso dizer que meu corpo estava em forma de “x”, para que você consiga visualizar melhor. Meus braços completamente esticados para o alto, colocados opostos um do outro. As pernas estavam ainda mais esticadas, o que causava um pouco de dor, colocadas também de forma como se estivessem se repelindo.

Percebi que minha cabeça latejava e todo o meu corpo doía e sangrava. Minha boca estava seca e notei que além de sede, estava também com muita fome.

Meu estômago roncou, confirmando a minha teoria de estar com fome.

Dei uma vasculhada rápida pelo local, que parecia mais ser uma caverna. Pelo menos ali, onde eu estava. As paredes e o chão eram constituídos de pedras grandes marrons e o ar era rarefeito e úmido. Não conseguia visualizar saída alguma, como se estivesse completamente preso, algo que era bem provável. Isso assustou-me de tal maneira e comecei a sentir falta de ar, como se os meus pulmões estivessem se fechando instintivamente para nos economizar oxigênio.

Havia apenas um raio de luz mínimo e quase imperceptível que vinha de uma pequena abertura em algum lugar no teto. Fora isso, o local estava afundado em uma escuridão total.

Pensava em como conseguiria sair dali.

Mas antes, precisava pensar em como iria conseguir me libertar das algemas, levando em consideração o fato que não estava preso de uma forma usual. Porém, isso era o menor dos meus problemas.

Como já sabia que estava sendo caçado e uma hora poderia acabar sendo capturado, tinha um pequeno “compartimento”, podemos chamar assim, em uma munhequeira especial. Havia um pequenino bolso nela que guardava um arame. Utilizava uma em cada braço.

Consegui esticar os dedos e pegar o arame delicadamente para não correr o risco de deixá-lo cair. Não foi muito difícil abrir as algemas. Posso dizer que isso é uma das minhas especialidades.

Depois de abertas as algemas dos braços, libertei as minhas pernas. E pronto, poderia estar livre caso não fosse aquela caverna minúscula e completamente fechada. Já podia sentir novamente meus pulmões se fechando institivamente para economizar ar. Porém, essa economia não iria ajudar muito se continuasse tempo demais ali. Já estava ficando definitivamente sem ar. Precisava escapar.

Procurei uma saída por todos os cantos, em vão. Não havia como sair. E a caverna era completamente vazia, sem nada. Nem uma arma ou espada ou qualquer coisa que eu pudesse utilizar para tentar quebrar as pedras.

De repente, comecei a ouvir ruídos do lado de fora, até que eles foram tornando-se cada vez mais altos e mais intensos. Antes que eu pudesse me algemar novamente e me fingir morto ou algo do tipo, uma figura surgiu na caverna.

Inicialmente tudo o que pude ver foi sua sombra. Depois que ele foi se aproximando eu pude distinguir melhor. Ele era alto, forte, e mantinha uma bela espada ao lado na calça. Usava um longo sobretudo marrom e suas roupas eram com tons escuros. Preto e cinza alternando-se, com alguns detalhes em branco. E seu rosto, no qual eu estava realmente interessado, estava envolto em uma máscara.

– Vamos. Saia daqui. Fuja. – disse o homem com uma voz alta e autoritária

– Mate-me logo de uma vez

– Eu não vim para te matar, idiota. Vim para te salvar, não é óbvio?

– Quem é você? – perguntei, aproximando-me

– Se eu estivesse interessado que você soubesse minha identidade, não teria posto uma máscara.

– Mas...

– Nada de perguntas. Não interessa por que ou como eu estou aqui. Vá embora. Antes que eu desista.

Ele não precisou falar duas vezes. Saí da caverna, despedindo-me e agradecendo, e o homem sequer me respondeu.

Quem seria ele? E por que ele estava me ajudando?

Quando saí do meu cativeiro, a luz do Sol quase me cegou. Desviei um pouco os olhos até que eu me acostumasse com a nova iluminação. Confesso que fiquei aliviado por ter mais oxigênio a minha disposição.

Não sei que lugar era aquele, mas não era nada igual àquela caverna. Cheio de tecnologia e arquitetura moderna, eu poderia dizer que era um centro de investigações. Provavelmente era mesmo algo desse tipo, mas apenas para aqueles porcos corruptos.

Porque, apesar de tudo, existia muita gente honesta naquele meio. E para me manterem preso ali, obviamente o lugar era frequentado apenas pelos nojentos mentirosos.

Enquanto saia, ia avistando vários corpos deitados no chão. Não sei quem era aquele cara, mas ele era eficiente, com certeza.

Não estavam mortos, e quando encontrei com um em especial, pelo qual eu estava guardando um ódio incomparável, o matei com minha espada em seu pescoço. Minha espada, que no caso, estava detida ao lado de fora da minha caverna, felizmente. Consegui recuperar os meus pertences.

Ele era o chefe do departamento de investigações do FBI. Meu chefe, aliás. E estava também por trás de muitas dessas sujeiras. O matei e não me arrependo disso. A cadeia seria um lugar melhor para ele, mas isso não iria acontecer.

Depois de tantos anos, nunca imaginei que iria novamente poder fazer justiça com minhas próprias mãos. Não dessa forma.

Saí dali e providenciei rapidamente passagens para um lugar o mais longe possível. Não sei se já comentei isso, mas eu estava em Londres.

Enfim. Acho que já falei demais.

Contudo, pelo menos agora você sabe mais um pouquinho da minha história. Contaria mais, se tivéssemos tempo, o que não é o caso.

Mas, prometo, que em breve continuarei a contá-la. Agora, entretanto, preciso encontrar os feijões.

Emma’s POV:

Não imaginei que fosse convencer Hook tão rápido a me contar alguma coisa. Juro que estou surpresa com isso.

E muito, muito curiosa.

– Hook, eu não vou entrar ai. Vamos lá, conte-me, você fica ai e eu fico aqui

– Ah, princesa, assim nem é tão emocionante – disse ele, jogando um olhar pidão e fazendo beicinho

– Claro que é! Anda, conte

– Está bem curiosa, hein? Primeiro, jogue isso fora para mim – disse ele, entregando-me a lata de refrigerante e os papeis.

Eu também já havia terminado o meu lanche, então levantei-me e coloquei tudo no lixo. Quando voltei acomodei-me no sofá e ele disse, novamente, mais rápido que eu esperava.

– Certo. Vamos começar – disse Hook, ajeitando-se na cama e olhando confusamente para a porta de entrada da delegacia, fui obrigada a acompanhar o seu olhar – Acho que a minha empolgante história de vida terá de esperar um pouco, Swan. Você tem trabalho – disse o pirata, sustentando meu olhar solidariamente, o que foi estranho, pois ele não sabia exatamente qual “trabalho” seria esse.

Na porta da delegacia estava Neal, encostado. Esperava ansiosamente pelo dia em que ele me deixaria em paz.

Porém, acho que isso é algo que irá demorar - e muito – a acontecer.


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Notas finais do capítulo

P.S.: Só para avisar que a padaria Baker's foi uma invenção minha ok? Preferi não colocar pontos turísticos reais da cidade na história. Quem sabe em um próximo capítulo?

Mas e então, gostaram?
Reviews?? ^^