Trouble escrita por Julice Smolder


Capítulo 6
Secrets of the night


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente desculpa se o capitulo está muito pequeno,mas é que eu realmente travei nesse final, eu escrevi e reescrevi diversas vezes, queria fazer vocês sentirem o que a Elena sentiu naquela cena, mas tudo o que consegui foi isso. E realmente não me agradou. Enfim, o próximo cap prometo recompensar vocês, e como ficaram uma semana sem capítulos, tentar postar dois essa semana. Espero que goste. Boa Leitura.

OBS: Amanhã ou depois no máximo sai novo capitulo de Fairytale.



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A noite esta mais fria do que o normal, o clima baixo me arrancava arrepios. Da minha janela nada se enxergava por conta do embasamento. Estava a uns quinze minutos passando meus dedos finos sobre a janela fria, fazendo desenhos de estrelas e corações, me sentia uma criança quando fazia isso, desde pequena tenho essa mania boba de desenhar nas janelas do carro quando chovia, ou na janela do meu antigo quarto, era uma forma de me isolar do mundo, de não prestar atenção nas constantes brigas em minha volta.

– Posso entrar? – Depois de me recuperar do susto, reparei em Damon parado no batente da porta, cheio de bugigangas em seus braços, colchão, roupas de cama, e uma bolsa gigante. Escorri minha mão pela janela limpando qualquer tipo de desenho infantil que ali estava, corri até a porta o ajudando a entrar com todas as suas malas.

– Como você demorou – Sorri colocando suas bagunças em um canto do quarto, e por pouco quase fui ao chão. – Precisava de tudo isso? Tá vindo morar aqui e não me avisou? – Falei e ele gargalhou tirando de dentro de sua bolsa um notebook, o colocando em cima da mesa do "meu" quarto.

– Não reclame, você vai gostar – Falou sorrindo e continuando a montar seu cantinho – E que filme vai ser? – Perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas.

– Filme? – perguntei me fazendo de desentendida

– É, ou acha que vamos ficar aqui o resto da noite desenhando na sua janela embaçada? – Me recolhi de vergonha, então ele viu meus desenhos, desmontei minha cara de vergonha fingindo não ter ligado para seu comentário – Não que eu não goste, até tenho que te contar histórias sobre isso um dia, mas acho que temos coisas melhores para fazer hoje. – Sorriu para mim que retribui seu gesto – E qual filme vai ser?

– Tem "Diário de uma paixão"? – Perguntei franzindo o nariz por ser um filme antigo, mas por mais antigo que seja eu nunca o assisti, quando ele ia lançar eu fui internada, e desde então a duvida de como o filme é me persegue.

– Romance Elena? Jura? – Damon fez cara de desgosto e em seguida soltou uma gargalhada.

– É que eu nunca o assisti – dei de ombros – Mas pode escolher outro então Doutor ranzinza.

– Nunca assistiu Elena? – Perguntou abismado andando até mim – Em que mundo você vive? – perguntou se sentando ao meu lado

– Vamos ver, eu vivo em uma clinica, onde eu não tenho contato com o mundo exterior, nada de filmes, novelas ou coisa do tipo. – Assim que falei os olhos de Damon pesaram e sua cabeça se abaixou. – Ei, está tudo bem, eu já estou conformada de estar aonde estou – Falei pegando em seu queixo e levantando seu rosto – Agora vai por logo esse filme, porque eu não tenho a noite toda – sorri reconfortante para ele que na mesma hora assumiu uma cara animada e correu em direção ao seu notebook.

– Eu trouxe salgados e refrigerantes – Olhou de lado sorrindo para mim – Vai pegando e arrumando as coisas para assistirmos.

– Sim senhor – Falei indo até a sua bolsa e arrancando de lá três pacotes de salgadinhos e um refrigerante, provavelmente ele teve que esconder bem escondido para trazer isso até aqui, pois é extremamente proibido trazer qualquer tipo de comida ou bebida aos quartos dos pacientes. – Fugiu da revista para entrar com tudo isso aqui né? – Perguntei sorrindo.

– Eis uma das vantagens de trabalhar aqui há muito tempo – sorriu torto.

– O que te fez querer trabalhar com pessoas loucas? – As palavras escapuliram de minha boca sem ao menos eu perceber.

– A história é longa – respondeu dando de ombros – Mas resumindo, é pra tentar salvar pessoas como você – me olhou e logo se desligou de meu olhar, como se algo o machucasse.

– Hm, e esse filme, é pra hoje? – Tentei mudar de assunto o fazendo soltar uma gargalhada frouxa.

– Pronto apressadinha – Apertou o play e correu até o interruptor para desligar as luzes do quarto, pulou no seu colchão se sentando ao meu lado, como se não quisesse perder um segundo do filme.

O filme começou e conforme ia passando eu me apaixonava mais e mais pela historia de Duke e Allie, o amor deles de certa forma me contagiou. Fez-me querer sentir um amor igual, mas eu sabia que isso era algo impossível afinal eu nunca sairei dessa clinica. Nunca viveria um amor épico e inesquecível que um dia poderia virar uma historia boba para adolescentes. Eu sempre ficarei aqui, trancada, sozinha, afastada de tudo e de todos. Senti lágrimas escorrerem pelos meus olhos e lavarem meu rosto, me senti uma idiota por chorar por essas coisas, então o mais rápido possível comecei a secar minhas lágrimas, mas foi tarde de mais.

–Eu vi você chorando –Damon desconectou seus olhos da pequena tela do notebook para fitar meu rosto. –Por que você está chorando Lena? –O moreno perguntou passando as pontas dos dedos delicadamente pelas minhas bochechas.Aquele simples toque enviou um arrepio por todo meu corpo e fez meu coração bater mais forte, eu não entendi o motivo mas gostei da sensação.

Sem querer esconder nada de Damon eu decidi contar a ele o motivo pelo qual chorei.

–Damon, eu nunca terei alguém que me ame como Duke ama Allie, ninguém um dia será capaz de esperar a vida toda por mim, ou querer construir uma vida do meu lado –Respirei fundo tentando me acalmar. –É horrível saber que eu ficarei aqui para sempre, nunca evoluindo ou progredindo, nunca achando alguém que me ame o suficiente para ir até minha janela e fazer uma serenata ou gritar ao mundo que me ama. –Chorei. –Pode me chamar de ridícula, mas é isso uma das coisas que eu mais queria –Suspirei. –Ser amada -Completei.

Não tinha a menor coragem de encarar Damon, ele deveria estar me achando uma idiota e eu me amaldiçoei por ter contado aquilo a ele. Respirei fundo e segui meu olhar novamente para a tela do notebook onde o filme ainda estava passando. Sentia os olhos de Damon colados em meu rosto, analisando cada cantinho do mesmo. Minhas bochechas coraram e ele sorriu voltando seu olhar para o filme.

O filme terminou e Damon tratou de arrumar as camas enquanto eu ia ao banheiro escovar meus dentes.

–Elena? Por que seu colchão está cheio de remédios? –Senti um vento gelado atravessar meu corpo e eu fiquei paralisada em frente ao espelho.

Eu não tinha pensado nisso, não tinha cogitado a idéia de que Damon poderia descobrir sobre os remédios. Agora era tarde de mais. Minha mascara tinha caído, ele sabia da verdade e eu o perderia, eu sabia isso.

Tinha certeza disso

–Me responde Elena! –Seu tom de voz era forte, o que fazia todos os pelos do meu corpo se enrijecer.

–Er...Eu... –Comecei a sentir minhas mãos tremerem, hesitei antes de continuar, mas ele queria uma resposta. –Eu não tomo meus re-remédios. –Gaguejei.

O quarto inteiro ficou em um silencio doloroso. Eu estava me culpando por ter esquecido esse detalhe. Estava querendo auto me machucar, sentir o sangue escorrendo pelos meus pulsos fracos até não suportar mais a dor.

Meus olhos se encheram de lágrimas, meu corpo estava petrificado, minhas mãos fechadas em punhos, meus dentes trincados e o olhar perdido em minha imagem transmitida pelo espelho.

–Por que você faz isso? –Ele perguntou agora um pouco mais calmo, seus olhos estavam colados em minhas costas, mas eu não tinha coragem de virar e encarar aqueles olhos azuis.

–Você não percebe o quanto isso está te fazendo mal? –Ele elevou a voz e eu tremi, sentindo as lágrimas rolarem pelos meus olhos castanhos.

–De-Desculpa. –Chorei colocando as mãos sobre meu rosto tentando em vão me esconder de Damon, mas ele continuava ali, parado em minha frente decepcionado comigo, e isso estava me machucando.

–Não me peça desculpas, você está prejudicando a si mesma Elena. –Suas mãos passaram pelos cabelos pretos enquanto ele bufava. –Desde quando você não está tomando o medicamento? –Perguntou suavizando mais a voz.

–Acho que a uns três ou quatro meses –Eu respirava fundo tentando controlar as lágrimas mas não adiantava, quanto mais eu tentava, mais elas caiam como pedras de meus olhos.

–Para de chorar –Ele ordenou. –Olha pra mim. –O moreno se aproximou mais de mim e levantou meu queixo com as mãos. Assim que meus olhos se conectaram com os dele eu parei de chorar, e ele não disse nada apenas continuou me encarando. –Por favor, tome os remédios eu não...não quero te... –Ele não acabou a frase, fechou a boca e bufou. Porem eu nasci curiosa e eu desejava saber o final da frase.

–Não quer o que? –Murmurei segurando suas mãos.

–Elena... –Ele sussurrou aproximando seu rosto mais do meu e senti meu coração querer saltar para fora do meu corpo, meus olhos estavam colados nos seus e a minha respiração alterada. –Não quero te perder –Ele sussurrou tão baixo que eu quase não consegui ouvir.

Um sorriso bobo e involuntário brilhou em meus lábios depois da sua confissão e ele continuava a me encarar com o seu olhar decepcionado. Eu sabia que deixar de tomar os remédios tinha o magoado, e depois do que ele acabou de dizer eu acho que deveria um pouco a ele.

–Eu vou continuar tomando os remédios. –Sussurrei e afastei meu rosto do seu, mas ainda permanecendo de mãos dadas a ele.

–Por favor, tome ao menos um –Ele passou a mão pelos meus cabelos, colocando as mechas rebeldes para trás da orelha. –Não precisa ser todos os dias, no máximo uma vez por semana, por que se por quatro meses ninguém notou nada, não é agora que notarão. –Seus lábios se repuxaram formando um sorriso tímido me fazendo sorrir junto.

Passei meus braços ao redor de seu corpo o abraçando com toda a força que consegui, sentindo o mesmo suspirar aliviado. Ele não queria me perder, e eu nem de longe queria perde-lo. Nunca tive um melhor amigo como Damon. Nem se quer imaginei que um dia encontraria nessa clinica alguém que me faria tão bem quanto ele, que cuidasse e se importasse comigo tanto assim. Por alguns segundos me permiti acreditar que um dia seria realmente feliz, sem ter problemas me perseguindo por todos os cantos em que eu passava.

–Vamos dormir? Está tarde –Damon sussurrou passando mais uma vez a mão pelos meus cabelos bagunçados.

–Uhum –Funguei e depois sorri virando novamente para o espelho. Comecei a escovar meus dentes enquanto Damon saia do banheiro e se aconchegava embaixo das cobertas postas sobre seu colchão.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem e deixem duas escritoras felizes.

E leiam tambem nossa mais nova fanfic Delena: http://fanfiction.com.br/historia/343561/Save_Me_From_Myself/

"Damon e Stefan donos de um cabaré de las vegas, Elena uma jovem que está preste a se casar, como o destino irá uni-los?" LEIAM E COMENTEM PLEASE?