Os Vingadores: Blackout escrita por Tenebris


Capítulo 23
Veneno


Notas iniciais do capítulo

Oiiii queridos :)
Antes de começar, só lembrando que a formatação está péssima :( Não sei que o que está acontecendo, mas toda vez que colo a história o nyah distorce. Peço paciência com esse pequeno detalhe.
Bom, mais um capítulo pra vocês. Desculpem não ter postado antes, mas acho que vou regularizar isso... Vou postar em quartas e domingos. Esse capítulo, na minha opinião, foi o mais difícil de fazer e o mais legal... Me digam o que acharam, só lembrando que ainda teeem muuita coisa pra acontecer. Não se desesperem, porque esse capítulo tem altas emoções uhauhauah Boa leitura e beijinhos



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Ainda restava metade dos Jotuns para serem detidos. Porém, eles não mais tinham como voltar para Jotunheim. Menglod observou o cubo inerte em suas mãos. Um cubo de pedra maciça. Sem poder. Inútil. Então, os olhos do Jotun se voltaram para Anne, que arquejava ao lado de Steve. O Gigante de Gelo urrou e esboçou um sorriso sanguinário cheio de dentes pontiagudos, revelando a gengiva vermelha como sangue. Seu olhar era voraz e ele seguiu diretamente na direção de Anne. - Steve, ajude os outros com o que restam deles. Esse aqui é meu. – Avisou Anne. - Tem certeza de que é uma boa ideia? – Indagou Capitão América, alarmado. - Vá. – Disse Anne, sorrindo bondosamente. - Melhor ouvir a garota, Capitão! – Disse Tony, cuja armadura estava sendo mordida pelos bichos. – Preciso de uma mãozinha por aqui. - Bom, se precisar de ajuda, avise-nos. E, fique com isso... Presentinho do Thor – Disse Steve, dirigindo-se para a outra batalha. Deixou com Anne uma espada feita de puro bronze e ouro, toda adornada com desenhos mitológicos. Por sorte, Anne sabia usá-la graças aos treinamentos com os soldados Asgardianos. E Anne esperou que o Gigante de Gelo se postasse de frente para ela, querendo vingança.     - Vai se arrepender de ter feito isso! – Gritou Menglod, esbarrando sua lança contra a espada de Anne. As armas faiscaram ao choque do encontro. A arma do Jotun era uma lança de espessura média, mas muito comprida. Era quase do tamanho do Gigante inteiro, e parecia feita de um gelo azul escuro diferente... Anne não soube identificar. E a luta seguiu equilibrada. Menglod era maior e mais forte. Porém, isso o deixava menos ágil. Anne, pequena e esguia, conseguiu se livrar das primeiras investidas e mover-se com mais rapidez. Menglod usou um golpe particularmente difícil, e Anne desviou-se com dificuldade. A lança do Gigante cortou o ponto onde ela estivera exatamente um segundo antes. E então ela percebeu: Não conseguiria vencer Menglod sozinha. Apenas poderia desestabilizá-lo para outro Vingador destruí-lo ou ela poderia distraí-lo. E então, enquanto Anne tentava chamar a atenção de Thor, clamando por ajuda, Menglod a empurrou com o braço livre e a fez cair. - Você desligou a energia do Tesseract. Então é esse seu poder? Manipula energia? Espero que saiba devolver isso que você tirou, antes que eu a faça em pedaços! – Berrou Menglod, mirando um ataque, ao que Anne rolou no chão para desviar-se. Loki assistia tudo estupefato. O poder de Anne era magnífico. Ela manipulava energia viva... Desligara a maior fonte energética já conhecida. O deus ficou maravilhado com tal poder... E por um segundo, seu lado maligno o dominou. Loki pensou no que faria se tivesse Anne sob seu controle... Teria o poder de tirar poder... E de ganhar também. Uma feliz contradição. Então, Thor percebeu a situação de Anne. Bolou um plano com os outros Vingadores. Assim que conseguissem tirar Anne das garras de Menglod, Homem de Ferro dispararia um laser, com a ajuda de Thor, e Menglod ficaria consideravelmente ferido. Então, Hulk entraria em ação, fazendo o que sabia fazer de melhor: Esmagar. Mas Anne ainda estava no chão. E Menglod caminhava até ela de maneira lenta, como que para saborear o momento pré-vitória. Aí, foi a vez de Loki correr até Anne. Ele a ajudou a se levantar, e Anne falou: - Sinceramente, não te entendo. Mas não tenho tempo pra você. Saia, Loki! – Ela respondeu, ajeitando a espada nas mãos. - Ora, ora... Que bonito... – Disse Menglod. – Loki apaixonado por uma mera mortal? Não era o tipo de coisa que eu esperava... Mas acho que há um lugar para você na minha coleção de traidores de raça! E Menglod investiu novamente contra Anne. A luta durou alguns minutos. Entretanto, Anne estava sendo vencida pelo cansaço. Sentiu que não conseguiria mais agüentar. Então, de repente, Anne pareceu se desviar de um golpe muito preciso de Menglod. Ele apontara a lança diretamente para o coração de Anne, mas ela conseguiu segurar a arma com uma mão e evitar uma perfuração muito profunda. Mas sangue escorreu pelo peito dela. Não muito, mas o suficiente para Anne entender que estava ferida. Não muito, nem nada grave, mas simplesmente aterrador. -Sabe, minha jovem, já ouviu falar do Lago Icy, em Jotunheim? Creio que não. Diz a lenda que as armas, quando mergulhadas nesse Lago, liberam um veneno mortal. Vamos testar isso? Diga-me. Quão forte é a dor que está sentindo?     Um turbilhão de sensações se apoderou de Anne naquele momento. A primeira impressão que ela teve foi que o tempo desacelerou. Tudo, a partir disso, pareceu ocorrer em câmera lenta. Depois, ela levou uma mão ao ferimento e tocou o sangue quente. Não importava o tamanho do ferimento. A lança que a atingira estava envenenada. Ao se dar conta disso, aconteceu. Anne sentiu a sensação de acidez, de formigamento. Era como se puro ácido estivesse correndo pelas suas veias, se disseminando rápido e contaminando tudo, fazendo congelar e queimar ao mesmo tempo. A ardência e a dor tomaram conta dela... Anne sentiu que gritava, mas não teve certeza se era real. Então muitas lembranças e visões passaram pela mente dela, e ela recordou-se dos sonhos que tivera inúmeras vezes. Era como se ela tivesse previsto, em cada um de seus pesadelos, o que estava acontecendo naquele momento. Viu cenas de Loki. Viu cenas dos Vingadores. Viu cena de seus irmãos perecendo... Tudo o que mais temia. Então era esse o efeito do veneno... Fazer Anne ter pesadelos sobre o que mais temia... Mas ela ainda guardava uma parte lúcida. Ainda que visse em pequenos trechos, viu Thor energizar a armadura de Tony por meio do Martelo. Viu Tony disparar uma carga energética de laser na cara de Menglod. Viu o Gigante cair, deixando de lado a lança ensangüentada e o cubo inerte. Viu Hulk cair em cima do Jotun e se afastar, levando o que parecia ser uma cabeça sem corpo. Viu que não havia mais Jotuns vivos no local... E viu Loki correndo diretamente até ela. As pálpebras dela vacilaram. Anne só teve tempo de ler nos lábios do deus algo como: “Anne, fique viva!”.     Anne sentiu que tinha feito uma longa viagem. Ficou à deriva de sua própria consciência, tendo pensamentos ocasionais. Era como se sua mente tivesse se desligado e recobrava o funcionamento aos poucos. Ou melhor, era o veneno que deixava a mente de Anne preguiçosa, assim como ela por inteiro. Abriu os olhos depois de uma semana, sentindo que seu corpo estava ainda mais cansado. O tempo que dormira não fora suficiente. E nenhum tempo seria, porque era esse mais um efeito do veneno. Ele destruía Anne pouco a pouco. Ela sabia disso. Sabia que jamais teria a sensação de vitalidade de antes. O veneno a enfraquecia. Ia destruindo-a pouco a pouco. Ela definhava. E isso ocorria de forma gradual, já que ela fora infectada por pouco veneno. Os efeitos eram devastadores, mas não aconteciam de uma vez só. Agia de forma lenta e não menos impetuosa. Observou que estava em seu quarto, deitada na sua cama e cheia de cobertas. Havia um curativo logo abaixo do seu peito esquerdo. E, ao redor de sua cama, todos os Vingadores, Loki e Nick Fury olhavam para ela com apreensão. - Você está bem? – Arriscou Thor. Anne sorriu descrente. - Não quero mentir pra vocês. Não. Não me sinto nada bem. – Ela respondeu, e odiou o olhar de pena de cada um que estava lá presente. - Tenho curandeiros trabalhando em um remédio pra você, Anne. Faremos o que for possível. – Disse Thor, segurando a mão dela. - Eu sei que não é possível, Thor. Mas agradeço profundamente a intenção. Afinal, somos uma equipe. Uma lágrima escorreu pelo olhar de Natasha. Ninguém viu, mas Clint segurou a mão dela com força. - Posso falar com você? Pessoalmente? – Acrescentou Loki, que estivera imóvel no canto do quarto. Todos no local olharam aflitos e surpresos para ele. Anne assentiu. - Vamos, galera. Ninguém aqui quer ser vela, não é? – Disse Stark, mandando um beijo para Anne. – Fique bem, querida. Ainda preciso vencer você em um duelo. Gambit sorriu e disse: - Se cuida. Precisando, estarei do lado de fora. - Obrigada... – Ela agradeceu. Anne desejou que pudesse ter passado mais algum tempo com Gambit para dizer-lhe o quanto era especial. Lamentou por isso. - Eu vou falar com Heimdall... – Disse Thor, seguindo o grupo em direção ao corredor. Todos se retiraram do local, deixando Anne e Loki a sós.     - Como se sente? – Indagou Loki. - Dolorida e cansada. – Respondeu ela com leve sorriso, apesar de tudo. O deus observou Anne. Os cabelos dela estavam murchos e sem vida, o rosto estava pálido e acinzentado, e os olhos estavam opacos e revestidos por grandes olheiras. Além disso, ela parecia fria. Tremia e batia os dentes, mesmo cheia de cobertas, num dia em que o sol brilhava dourado lá fora. Mas o que mais chamava a atenção eram as marcas em seu peito. Anne vestia uma túnica branca, e viam-se veias azuis que se espalhavam do peito até o ombro dela, ramificadas. Era o veneno se espalhando. Então, o deus da trapaça sentou-se ao lado de Anne, cuidando para não machucá-la. Envolveu-a com os braços delicadamente e algo inédito aconteceu. Ele, o temível e inatingível deus da trapaça, ao ver Anne sofrendo, frágil, definhando, sem ter como evitar que ela sofresse, observando impotente o fim dela se aproximar, quis intimamente uma coisa. Naquele momento, desejou chorar. - Eu prometo, Anne, se tiver alguma coisa que eu possa fazer para te ver bem de novo, eu vou fazer... – Disse Loki, levando as mãos de Anne ao seu rosto e sentindo o toque fraco da garota. - Eu fui envenenada, Loki. Por um veneno mortal e com cura desconhecida. Sei que não posso exigir nada, mas poderia me fazer uma coisa? – Pediu Anne, tossindo. Era notável seu estado de penúria. - Claro. – Respondeu Loki. - Leve-me para passear nos Jardins do Palácio. É um belo lugar... – Anne pediu. - Vou levá-la no meu colo, se não se importar. – Disse Loki, sugestivamente. - Isso é uma tentativa de me impressionar? – Divertiu-se Anne. - Devo admitir que sim... – Disse Loki, levantando-se para pegar Anne no colo. Não muito tempo depois, eles estavam nos jardins. Loki colocara Anne deitada na grama, perto de um canteiro de flores especialmente Asgardianas... Pareciam tulipas douradas com um perfume almiscarado indescritível. Anne ria e brincava com a flor que Loki lhe dera, observando sua beleza singular. E, enquanto isso acontecia, ela pensava em sua vida. Sabia que tinha apenas dias de vida, caso uma cura não fosse encontrada. No fundo, tinha esperança de que ainda podia se curar. Era inevitável não ter esperança, porque ela sempre foi do tipo de pessoa que acredita até o fim. E então, decidira aproveitar o tempo que lhe restava para viver pacificamente como queria viver. Estava no Jardim de Asgard, ao lado de Loki... Sem preocupações, sem vilões... Somente com o deus que ela gostava. Desde então, evitou pensar em qualquer coisa negativa que remetesse ao seu fim. A saudade dos irmãos nunca pesou tanto no coração dela. Fazia quase oito meses que ela estava em Asgard. - Loki... – Ela chamou, ligeiramente hesitante. - Sim? – Ele retribuiu, sentando-se de modo a ficar frente a frente com Anne, na grama. - De que lado você está? – Ela perguntou, em tom doce. Não queria levar isso a brigas, só queria descobrir a verdade. Loki suspirou e demorou alguns minutos antes de responder. Estava articulando uma resposta boa, mas que fosse verdadeira. Sentiu que devia isso a Anne. Por fim, fixou seus olhos verdes no rosto dela e falou sem interrupções: - Acho que no mínimo devo-lhe sinceridade. Bom, tudo o que Menglod lhe disse é verdade. Não vou negar. Mas, aos poucos, quando comecei a conhecer você melhor, descobri que nada mais daquilo importava. Não queria que nada, nem ninguém prejudicassem você. Estava disposto a seguir com meus planos iniciais, desde que nada ferisse você. O plano inicial era enganar você pra conseguir dominar o Universo. Mas... Por quê? Porque acho que descobri em você algo um pouco melhor para mim. Aprendi a dominar a mim mesmo. Aprendi a medir minhas ações por causa de você. Eu passei a ter um referencial. Eu não tomava mais decisões somente por mim. Passei a pensar melhor, tendo você em mente. Pela primeira vez na vida, eu tinha um propósito que valia a pena. Por isso rompi com os planos de Menglod. Você se tornou meu objetivo principal. Anne olhou-o com ternura. Ela acreditou em Loki. De alguma forma, o que ela sentia por ele era mais ou menos a mesma coisa. De início, odiara-o porquê ele era o vilão da história. O cara que tinha matado 80 pessoas em dois dias. O cara que todo mundo dizia ser mentiroso e trapaceiro. E, sim, Loki era tudo isso. Mas também era outras coisas. Como o elegante cavalheiro que convidou Anne para dançar e que agora realizava o desejo dela de ser levada para passear. Loki era muito mais do que as pessoas costumavam dizer.  Ele ainda continuava indecifrável. - Esse é o Loki que me convidou para dançar. – Disse Anne, segurando nas mãos frias do deus. – Loki, você não é só mentiroso, ou louco, ou um criminoso. Sei que tem algo a mais dentro de você. Saiba usar o que você tem de bom a seu favor. Loki assentiu. - Posso acreditar no que você acabou de me contar? – Perguntou Anne, referindo-se a confissão do deus. - Pode. O deus da trapaça cansou de esconder o que sente. – Disse Loki, tocando os cabelos de Anne. - E o que você sente agora? – Ela perguntou. Loki então preferiu não responder com palavras. Beijou Anne delicadamente. Um beijo com ares notáveis de despedida. Como das outras vezes, o beijo fora lento, ritmado, e depois se intensificou. Nenhum dos dois queria que o momento findasse, mas logo Loki interrompeu o beijo para envolver Anne em seus braços, como se dessa maneira nada fosse tirá-la dele. Como se fossem ficar assim até quando o deus da trapaça desejasse... Por muito tempo.     - Ainda não sei o que ela viu nele. Francamente, eu preferia o francês aqui! – Disse Tony Stark, que observava a cena de Anne e Loki, da janela do segundo andar do Palácio. Os Vingadores, ao lado de Nick Fury e Heimdall, estavam reunidos para discutir sobre uma possível cura para o veneno Jotun. Stark, que não perdia oportunidade, vira o beijo entre Anne e Loki e tirara sarro da situação. Na verdade, era mais ou menos do conhecimento de todos que Anne e Loki tinham alguma coisa. Só que ninguém tocava muito no assunto. E Thor também estivera observando a cena da janela. - Ele está sofrendo mais do que qualquer um de nós. – Disse Thor, melancólico. – Nunca o vi dessa maneira. E Heimdall – O sábio Senhor da Bifrost - respondeu: - É porque, pela primeira vez em sua vida, Loki está perdendo algo muito diferente de poder e glória. Está perdendo algo que não pode recuperar

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