Os Vingadores: Blackout escrita por Tenebris


Capítulo 22
Traição


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi :D
Mais um capítulo pra vocês :) Esse tem mais ação... E acho que será capaz de confundir vocês ainda mais em relação ao Loki e seus planos huahauaha Enfim, desculpem-se se houver algum erro de formatação, pois na hora de colocar ele deixou algumas partes em maiúsculo :) Não sei se vai aparecer assim, mas, de qualquer forma, vale o aviso :) Um beijinho e boa leitura gente! Deixem seus reviews e recomendações, um abraço o/



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O Gigante maior colocou em Anne duas algemas, que pareciam feitas de puro gelo. Nada que Anne conseguisse manipular. Dessa forma, não havia meios de a garota escapar. O Gigante jogou Anne a um canto, como se fosse um inseto particularmente nojento. Anne caiu no chão lamacento, sentindo-se mais fraca do que nunca.

Não podia acreditar no que ouvia. Loki estava do lado dos Gigantes de Gelo? Bom, isso era bem provável. Até mesmo Anne já considerara esse fato possível. Entretanto, surpreendeu-se pela falsidade do deus. Como ele fora traiçoeiro e cruel. Enganara-a.

Se ao menos tivesse deixado clara sua verdadeira posição desde o começo, Anne teria se afastado e odiado o deus como deveria ser. Os beijos não teriam acontecido. Esperanças não teriam sido construídas. Mas, ao ocultar isso dela e fingir, Loki deixara tudo camuflado. Fez parecer que uma possível traição era algo mais distante.

Anne não acreditou que Loki fosse capaz de usá-la.

Entretanto, agora era isso o que ele fazia.

Anne pensou em mil xingamentos e mil argumentos que humilhariam Loki diante daquela pequena multidão. Ela despejaria sobre ele tudo o que fez, tudo o que fingira fazer. Poderia destruí-lo moralmente ali mesmo.

Em vez disso, lançou para ele um olhar de desprezo que resumia tudo o que ela não podia verbalizar.

Um olhar frio, gélido, de uma repugnância tal, que fez Loki finalmente levantar a cabeça para olhá-la.

Tudo o que Anne conseguiu sentir por aquela criatura foi desprezo. Afinal, Loki estava do lado inimigo. Deixou os Jotuns seqüestrarem-na. Fingira esse tempo todo. Não fizera mais do que seu nome lhe designava, trapaça...

- Anne... – Murmurou Loki, olhando para uma Anne caída no chão.

Anne reforçou o olhar que dirigia a Loki. Indicou também para ele não se aproximar.

Loki parou imediatamente, o olhar querendo transpassar arrependimento. Anne não acreditou em nada do que via. Deveria ser só mais um fingimento dele. Como todo o resto fora.

- Ora, ora... O deus da trapaça? Importando-se com uma mortal? Esse não é o Loki que eu conheço... – Comentou o Gigante Menglod: O maior deles. O Líder.

Loki olhou casualmente para o Gigante, como que o intimidando.

- Bom, tanto faz. Afinal, a visão foi bem clara. Você precisa da garota. – Disse Menglod.

E então Anne não pôde mais se refrear:

- Que visão?

- Você não contou a ela, Loki? – Falou Menglod ironicamente. – Eu conto então, Senhorita Stein. Você tem um dom incrível. Não sei qual é, mas sei que é notável o bastante. Seu amigo, Loki, pediu minha ajuda para dominar o mundo. Os deuses foram bem claros: Loki precisa de você para dominar o Universo, de alguma forma. Por isso, ele tem usado você até descobrir como, de fato, conseguir o que deseja.

Anne ficou boquiaberta.

- Em troca dessa ajudinha, Loki vai me dizer onde está o Tesseract. E todos nós teremos nossas metas alcançadas! Não é maravilhoso? Meu exército pouco se importa com seus Vingadores. Viemos para pegar o cubo e zarpar. Agora, Loki, me diga. Onde está o cubo?

Anne levantou-se e dirigiu-se para Loki. O tom de voz dela começou calmo, mas foi aumentando pouco a pouco. Lágrimas irromperam dos olhos de Anne, mas, por causa da chuva, ninguém percebeu. Exceto Loki.

- Eu odeio você. Você é o pior tipo de pessoa que já conheci. Você não é nada do que faz ou do que diz ser. Você engana, mente, manipula. Você fez isso comigo. Fez isso com todos nós. Quer saber? Devia ter mostrado quem realmente era desde o começo. Eu poderia ter te odiado desde sempre. Aliás, devia ter me deixado naquela porcaria de lago. Eu preferia estar morta a ter sido salva por você.

Loki tentou desviar os olhos dos de Anne, mas estavam fixos como ímãs. Na verdade, tudo o que Menglod dissera era verdade. E tudo o que Anne dissera também. O problema era que Loki mudara de opinião.

Realmente, tivera intenção de usar Anne. Contudo, conforme foi conhecendo-a, percebendo o que ela era, ele cogitara a possibilidade de não matá-la. Era isso: Loki, por mais que desconhecesse seus sentimentos, estava começando a gostar de Anne. Quando se deu conta disso, resolveu que continuaria com seus planos, desde que nada prejudicasse a garota. Resolveu que iria poupá-la de sua crueldade.

Só não sabia como dizer isso a ela. E o momento atual parecia o menos oportuno possível. Como Loki diria a verdade para Anne na frente de Menglod? Isso não daria certo. Então, ansiando por dizer que a queria bem, Loki apenas assentiu. Não contradisse nada. Absolutamente nada. Ficou ouvindo Anne destruir o orgulho dele pouco a pouco, na frente de todos.

- O Tesseract está na sala do trono. – Loki limitou-se a dizer, desejando que, com seu olhar, Anne compreendesse o que ele queria dizer.

No lugar de compreensão, ele encontrou o olhar de Anne moldado em desprezo.

E então Anne ficou prostrada ao chão, chorando.

Ela sentiu-se uma fraca, embora soubesse que não o era. As circunstâncias e o momento a deixaram assim. Ela pouco se importava que todos a vissem chorando. Tantos problemas... Loki revelando sua verdadeira face. Um mentiroso traíra e manipulador. Anne longe dos colegas, seqüestrada e presa, sem poder fazer nada para ajudar na batalha.

Era isso o que mais a incomodava. Ela estava presa feito uma caça. Não podia sair dali para ajudar os Vingadores e muito menos para contar-lhes a verdade. Era isso o que mais doía: Saber que os Jotuns queriam o Tesseract e não poder contar isso aos outros. Ela estava sendo testemunha de algo que queria evitar.

Menglod então se retirara com seu grupo e com Loki, deixando Anne perdida, sozinha e presa naquela clareira. Anne parecia uma louca, chorando como estava sem poder fazer nada para reagir. Ela gritava. Essa impotência a estava matando. Por vezes tentou contatar algum Vingador, mas Menglod fora esperto. Destruíra os comunicadores enquanto estava com Anne nos braços.

Não demorou muito e Anne avistou a luz brilhante. Era etérea, mística, inundava o recinto com a claridade branca perolada, zumbindo energia pura. Menglod, com seu exército atrás, seguia rumo à clareira com o Tesseract em mãos. Com a energia infinita daquele cubo.

Anne levantou-se do chão lamacento com cuidado, já que as mãos imobilizadas deixavam-na desequilibrada. Os cabelos molhados devido à chuva grudavam em sua face, turvando sua vista. Anne engoliu o choro, observando o Tesseract sendo levado até o centro da clareira. Ela nunca sentira tanta energia junta. Poderia reunir o quanto quisesse. Uma fonte ilimitada de energia e poder pronta para ser manipulada... E foi então que Anne teve um plano.

Estava somente aguardando a melhor chance de colocá-lo em prática. Porque, quando Menglod passou por ela, olhando-a com superioridade, Anne teve certeza que não deixaria o Jotun escapar com sucesso. Simplesmente não deixaria.

E então, Loki passou por Anne, mais perto do que o necessário. Anne não queria olhar para ele, mas teve a impressão de ter lido algo nos lábios do deus: “Fique atenta”.

Anne fingiu não ter visto nada, irritada como estava com Loki. Depois disso, não conseguiu sequer encarar o deus. Agora, este se mantinha impassível ao lado de Menglod, os olhos verdes inexpressivos.

- Poder... Ilimitado poder. – Sussurrou Menglod, segurando o cubo com as duas mãos e elevando-o. A luz se intensificou no local, tinindo com a eletricidade do cubo.

Os outros Jotuns, cerca de trinta, estavam em roda ao redor de Menglod e Loki, e pareciam vidrados na luz perolada emitida pelo Tesseract.

- Você viaja comigo até Jotunheim, filho de Laufey? – Indagou Menglod para Loki.

- Acho que não tenho escolha. – Sussurrou Loki, piscando indiferentemente. O que o deus da trapaça planejava?

- Nesse caso, tem permissão para levar a garota. – Decidiu Menglod, invocando mais energia do cubo.

O Jotun líder estava fazendo isso: Invocando energia do cubo para se teletransportar de volta à Jotunheim. Ele voltaria para casa, ficaria seguro, e com poder absoluto. Isso não era nada bom. E estava chegando a hora de Anne executar seu plano...

- Acontece... – Declarou a garota, falando em alto e bom som, com os cabelos voando devido à invocação de seu próprio poder. –... Que eu não pretendo sair daqui. E acho que vocês também não.

- Bela frase de efeito, Blackout! Vou anotar essa! – Disse Homem de Ferro, chegando à clareira, seguido dos outros Vingadores.

Menglod olhou aturdido para aquela cena.

O inesperado acontecera. Os Vingadores tinham aparecido para deter os Jotuns e resgatar Anne. E, embora quase ninguém soubesse, quem tinha chamado o grupo era ninguém menos do que Loki. O deus, ao acompanhar Menglod na busca pelo cubo, duplicara sua aparência. Uma parte acompanhara o grupo de Jotuns. A outra – e original -, fora avisar os Vingadores do que estava acontecendo. O deus seguira até a fronte de batalha e avisara Thor, que rapidamente espalhou a notícia e juntou o grupo. Obviamente, Loki poupara alguns detalhes sórdidos e deturpara a história. Ele dissera que Anne fora seqüestrada e que Menglod descobrira o paradeiro do cubo sozinho. Os Vingadores, pelo menos aparentemente, pareceram acreditar. E então, foram informados do lugar para onde Menglod deveria se dirigir. Desse modo, Loki conseguiu normalizar sua aparência e unificar-se. Quando Menglod estava voltando com o cubo em mãos, Loki os acompanhou e seguiu até a clareira, sabendo que a presença dos Vingadores não tardaria.

Mas por que Loki fizera isso?

Na verdade, era por uma mistura de fatores.

A primeira razão: Loki já tinha o que queria. Liberdade e Anne. Então, não havia motivos para honrar o tratado com Menglod. Principalmente porque o Jotun estava ferindo Anne e fazendo-a sofrer, fato este que deixava Loki intimamente muito furioso. Além disso, o jeito com que Anne o olhara, a repugnância e o desprezo... Loki não suportou ver aquilo. Queria fazer uma nova boa imagem de si para Anne e para os Vingadores. Dessa forma, se contasse para os Vingadores o plano de Menglod, Loki poderia ganhar a confiança dos Vingadores – por ter contado a verdade e honrado o lado de Asgard -, e poderia reconquistar a confiança de Anne. Ou seja, teria feito uma boa imagem de si mesmo para todos os lados que pretendia atingir. A última coisa que ele queria no momento era fazer inimigos como Anne e os Vingadores. Precisava manter uma relação estável com estes para se garantir. E, futuramente, se garantir com a monarquia Asgardiana e suas Leis... Resumindo, agir da forma como agiu traria mais vantagens. E Loki sempre fazia o que era mais vantajoso para ele.

Assim, enquanto Menglod tentava fugir de Asgard, os Vingadores correram para interceptá-lo na clareira. Os Jotuns que ainda atacavam o Palácio estavam sendo massacrados pela legião Asgardiana. Era questão de tempo até serem completamente dizimados.

E agora, lá na clareira, o outro combate teve início.

Os Jotuns correram para combater os Vingadores, deixando Menglod com o cubo em mãos. Estavam fazendo uma espécie de cerco para impedir que o grupo de heróis alcançasse o líder deles.

Anne se viu estupefata com aquela cena.

Finalmente, seu grupo chegara. Um sorriso involuntário nasceu nos lábios dela.  Pensou que finalmente havia uma chance concreta de vencerem. Thor conseguiu se desvencilhar de alguns Jotuns agressivos e perguntou para ela:

- Você está bem?

- Agora estou. – Ela disse, animada.

- Permita-me... – E Thor usou seu martelo Mjölnir para quebrar a algema de gelo. Os pulsos de Anne se libertavam.  

Anne flexionou o pulso e as mãos. Estivera imobilizada por muito tempo.

- Ah, Thor... Quem avisou vocês que estávamos aqui? – Indagou Anne, parando de repente, antes de entrar na briga.

- Loki. – Contou o deus do trovão. – Por quê?

- Nada... – Disse Anne, preocupando-se. Era o último nome que ela esperava ouvir naquele momento e naquela frase.

Como Loki poderia ter contado isso aos Vingadores? Isso contradizia tudo o que ela descobrira sobre ele recentemente. Afinal, de que lado Loki estava? Por que avisou os Vingadores? De qualquer forma, enquanto não obtinha resposta, Anne achou melhor não comentar nada sobre Loki e sua aparente traição.

Aquele não parecia o momento ideal para contar que o deus estivera ajudando Menglod. Mesmo porque Anne não tinha certeza se isso era verdade, depois do que ouvira. Aliás, não tinha certeza de mais nada em relação ao deus. Por isso, calou-se. Além do mais, a batalha urgia. Anne precisava lutar e impedir uma catástrofe maior. Loki não era a prioridade no momento.

Assim, Natasha, Clint, Tony, Steve, Thor, Gambit e Hulk estavam lutando contra os Jotuns.

- Nunca imaginei que você fosse nos contar alguma coisa útil, Homem Rena! – Disse Stark, referindo-se ao fato de Loki ter avisado o grupo sobre o Tesseract.

- Poupe-me de seus trocadilhos, Homem de Lata... – Replicou Loki, permanecendo casualmente parado, observando a batalha. Menglod não sabia do jogo duplo de Loki, então o deus achou melhor não atacar os Jotuns para não trair sua posição.

E então, Anne, após lutar contra alguns Jotuns, conseguiu furar o cerco e deparou-se frente a frente com Menglod. Aliás, o Jotun havia conseguido reunir uma grande quantidade de energia para se teletransportar. Um círculo de luz se formava ao redor dele, que ainda segurava o cubo firmemente nas mãos. Em poucos minutos, ele conseguiria reunir poder suficiente para sumir com seus soldados. Anne precisava agir rápido. Não podia tirar o cubo das mãos do Rei Jotun sem ferir-se gravemente... Mas podia tirar – ou pelo menos desligar – a energia do próprio cubo.

Anne preparou-se. Concentrou-se e reuniu o máximo de poder que conseguiu. Podia sentir os elétrons vibrando, podia sentir a energia pura que vibrava ao seu redor. Dada a extensa quantidade de energia, ela conseguiu evocar de dentro de si grande quantidade de poder... Sentiu que poderia manipular a energia que estivesse ao seu redor... E então, Anne pairou no ar.

Ficou, não exatamente voando, mas elevada a uns dois metros do chão. Seus cabelos voavam para todas as direções e suas mãos emitiam uma espécie de luz negra, como se estivessem em chamas sombrias, dispostas a engolir toda a luz existente. Isso nunca tinha acontecido. Mas também, Anne nunca lidara com essa monumental quantidade de energia. Ela estava em um nível de poder que jamais estivera. Ela falou, diretamente para Menglod:

- Então agora vai ser assim. Energia contra energia...

Anne gritou.

Sentiu suas mãos queimarem, ainda fustigando entre chamas negras. Depois, sentiu que a luz obscura de si sugava a energia branca vinda do Tesseract. Era como um buraco negro pronto a sugar energia... E, por fim, ela sentiu-se completamente fraca e atordoada. Caiu no chão.

- Anne! Você... – Murmurou Steve Rogers, aproximando-se da garota e ajudando-a a se levantar.

Anne percebeu que estava tudo muito escuro. Não havia mais luz azul iluminando a clareira.

- Sim. Eu desliguei o Tesseract


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Notas finais do capítulo

O QUE ACHARAM DO FINAL?
Achei uma bela frase de efeito, como diria Stark huahauha