Os Vingadores: Blackout escrita por Tenebris


Capítulo 21
Verdades


Notas iniciais do capítulo

SALVE, SALVE, GALERA :)
hahahaha, estou animada hoje. Pra começar, gostaria de agradecer imensamente à Cupcake do Malik, que recomendou minha história com palavras carinhosas de elogio e incentivo :) Isso é inspirador! E também gostaria de agradecer a Carol Stark e
Juliana Hiddles pelos reviews incríveis e maravilhosos, vocês são demais :) Adoro quando participam da história. Bom, nesse capítulo teremos um misto de ação/romance... Desculpem se pareceu "forçado"... O final é impactante ahuahuha, e tem a ver com a surpresinha que eu deixei pro final :) Vocês topariam uma continuação da fic? Pensei em algo relacionado ao passado da Anne... Enfim, não sei direito. A previsão é de até uns 30 capítulos para essa daqui, mas tive muitas ideias recentemente que podem prolongar um pouquinho mais... Me digam o que acham :) Beijos!



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Capítulo 21: Verdades

Ninguém poderia ter dimensão daquilo que ocorria.

Centenas de Gigantes de Gelo apareceram, não se sabia de onde. Provavelmente, desenvolveram algum mecanismo de invisibilidade para si próprios e para suas naves, porque ninguém de nada desconfiou. O que os revelara tinha sido o raio azulado, característico daquela espécie.

E então, ocupando todo o perímetro da região ao redor do castelo, os soldados asgardianos mobilizaram-se e a luta teve início. Mesmo debaixo daquela chuva torrencial que não dava trégua.

Assim, Fury ordenou novamente que os Vingadores protegessem a área mais próxima do palácio, deixando os arredores para os soldados. A luta parecia incrivelmente equilibrada. Talvez, perigosamente equilibrada.

Logo que os primeiros Gigantes foram avistados, Fury ordenou para que todos se posicionassem. Anne não conseguiu terminar de conversar com Gambit, porque logo mais Gigantes apareceram e ela precisou se defender.

Por sorte, a maioria dos Jotuns se direcionava para a parte sul, onde os Legionários Asgardianos estavam atacando. Uma vez concentrada na luta e em atacar, Anne desvinculou-se de todo o resto. A paisagem parecia um borrão cinza e úmido por causa da chuva. Ela não avistou nenhum Vingador. A única coisa com que ela se importou naquele momento foi em cumprir sua missão e acabar com aquilo de uma vez por todas.

Conforme ia destruindo, ou pelo menos desacordando os Jotuns, Anne colocava seu poder em prática. Primeiramente, ela tentava desligar as armas tecnológicas dos Jotuns. Ela manipulava a energia das armas e lanças, desligando-as. Isso a dava segundos de vantagem, suficientes para aplicar golpes corpo a corpo e destruir um por um.

Anne não teve certeza, mas sabia que os outros Vingadores estavam indo consideravelmente bem. Caso contrário, um sensor no uniforme dela apitaria e ela saberia que algum de seus colegas corria perigo. Tudo estava indo bem então, na medida do possível. Anne até mesmo se esquecera dos problemas da madrugada passada. Desse modo, à medida que os Jotuns iam diminuindo em quantidade, Anne se viu em um lugar diferente.

Estava numa parte mais afastada dos jardins do Palácio. O lugar era uma clareira, cercada de árvores imensas. Tudo estava encharcado, parecendo um pântano. Isso porque a chuva caía agora ainda mais intensa. Nessa clareira, havia um lago. Provavelmente, este transbordara por causa da chuva e agora tudo era um borrão cinza, verde e lamacento.

Anne estava distraída, sozinha, observando aquele lugar sinistro. Sem dúvida, sob a atmosfera dourada de um dia ensolarado asgardiano, aquela clareira deveria ser linda. Mas, naquele momento, parecia haver algo errado, em meio à chuva e a solidão.

E, então, Anne só teve tempo de sentir uma coisa: Mãos que a empurravam diretamente para a profundeza negra daquele lago.

Uma armadilha.

Anne fora desviada propositalmente para longe de seu grupo de Vingadores. Pensava que estava sozinha, mas na verdade Jotuns a estavam guiando para onde queriam. Algum Jotun surpreendera Anne por trás, empurrando-a para aquele lago turbulento.

Surpresa com essas descobertas, Anne teve duas sensações: De imediato, o frio cortante daquele lago. A temperatura deveria beirar zero grau. E a segunda: Começou a pensar em como sairia dali.

Porque o lago parecia um Oceano. As chuvas intensas provocavam ondas e correntezas naquele lago, que já possuía uma profundidade gigantesca. Os pés de Anne não alcançavam o chão. As ondas levavam água para todo o rosto dela, impedindo-a de respirar tranquilamente. Anne foi sentindo que os pés pesavam e que os braços já não conseguiam mantê-la na superfície. Ela iria se afogar.

Pensou no quão estúpida seria aquela morte. Se afogar em um lago turbulento por conta de uma chuva mais intensa, empurrada por um bicho alienígena. Entretanto, sentiu que não agüentaria mais. Permanecer na superfície era cada vez mais impossível. Os pulmões de Anne queimavam, clamando pelo ar. Os músculos dela estavam rígidos, incapazes de moverem-se com mais agilidade.

Os olhos de Anne só conseguiam enxergar o negrume das águas. Procurou pelos Jotuns que a atingiram, e conseguiu ver um punhado deles no chão lamacento, rindo da agonia dela. Instintivamente, ela pensou em Loki, sem saber dizer o motivo.

E Anne desistiu, parando de fazer esforço para manter-se na superfície. A água gelada vencera.

Anne não sabia dizer quanto tempo se passara, mais uma vez. Só queria que os Vingadores ganhassem a briga, para a morte dela não ter sido em vão. Queria que Loki se regenerasse. Que todo o ódio e a fúria em seu coração se dissipassem. Queria saber se o beijo fora somente um sonho, porque o hálito fresco do deus parecia ter impregnado nos lábios dela. Queria ter eternizado aquele momento no qual dançou com o deus da trapaça, que naquele instante era apenas Loki sendo ele mesmo. Nada mais. Queria que pudesse ter se desculpado com os irmãos, agora tão distantes.

Tudo parecia melancolicamente tão distante e inalcançável.

Foi então que Anne ouviu vozes e alguém a puxando pelo braço:

- Você está louca? O que está fazendo aqui? Você é estúpida?

Ela reconheceu os braços hábeis e a voz colérica do deus da trapaça.

Na verdade, Anne não morrera, apesar de ter estado bem próxima disso. Ela se afogara, mas Loki, vendo-a no lago, salvara-a assim que teve chance.

Ele salvara a vida dela.

Loki, então, deitou Anne em seu colo, com ele ajoelhado no chão. Ele retirou seu casaco e a cobriu com ele. O deus já tinha prática nisso. E, dessa vez, o casaco era mais resistente. Anne ficaria bem.

Quando ela recobrou a consciência, estava no colo do deus, sentindo-se bem melhor. Encarou aqueles olhos verdes por alguns instantes, prestes a fazer uma pergunta. Anne abriu a boca, mas Loki respondeu antes:

- Não.Você não está morta.

Anne sorriu, e sentiu que todo o seu corpo doía. Quando se deu conta de que estava no colo de Loki, ela rapidamente levantou-se.

- Por que diabos você veio até aqui? Essa área foi o local de desembarque dos Jotuns. Há centenas deles aqui. Não podia ter ficado na frente do palácio? – Urrou o deus, quase transtornado.

- Eu não sabia. Caí numa armadilha. Aliás, o que você faz aqui? Já que é uma área de domínio... Inimigo.

Loki crispou os lábios. Era nítido o quanto fora pego de surpresa. Não esperava essa pergunta. Porém, uma vez desconcertado, ele rapidamente se recompôs e pôs-se de pé.

- Vim procurar por você. E, pelo visto, você deve sua vida a mim. – Retorquiu ele, gabando-se e indicando o casaco com o dedo indicador.

Anne fitou a blusa que vestia, entendendo que Loki a tirara da água e que a cobrira com suas roupas.

Ela mordeu o lábio, recordando-se do momento:

- Foi horrível... Vi cenas de toda a minha vida... Pensei que fosse... – Mas Loki a interrompeu. Não deixou que ela completasse a frase.

- O que você viu sobre sua vida? – Perguntou ela, curioso.

- Flashbacks. Cenas de todo o tipo, acho até que imaginei uma coisa... – Comentou Anne, lembrando-se do beijo.

Sentiu também que Loki percebera o que ela queria ter dito. Loki entendera o que ela deixara implícito.

- Eu nem deveria falar sobre isso... – Disse Anne, dando meia volta em direção ao Palácio.

Loki a segurou pelo pulso, fazendo-a se virar e encará-lo.

- O que você viu sobre mim?

Anne permaneceu estática, sentindo que Loki a decodificava, lendo o que se passava pela mente dela. Naquele momento, Anne teve certeza de que Loki sabia sobre o beijo. E, se ele sabia, se ele compreendia, era porque fora real.

- Anne, não vou impedi-la de voltar para a Batalha. Então, quero que, dessa vez, você realmente se lembre. – Disse ele.

E, em meio ao temporal, em meio à confusão de uma batalha épica, Loki beijou Anne. Recriou as emoções sentidas naquele momento em que tudo pareceu um sonho difuso. Contudo, era real.

Os lábios de Loki tocaram os de Anne. O beijo fora incrível, como se tivesse sido a primeira vez. As mãos de Loki cingiram a cintura de Anne, e as mãos dela percorriam-lhe a nuca, sentindo as gotículas da chuva. O hálito fresco do deus invadiu a boca de Anne, fazendo-a arrepiar-se. Somente Loki sabia fazer aquilo. Naquele momento, não houve preocupação com a natureza maligna de Loki, nem com a luta que se seguia.

Havia apenas aquele momento e duas pessoas que se queriam mutuamente. O beijo comprovara isso. Entretanto, Loki sentia que Anne lhe escapava pouco a pouco. Ela tinha consciência que uma luta esperava por ela. Não podia ficar ali para sempre.

Aos poucos, Anne foi se desvencilhando do abraço do deus, e os lábios foram se separando. Anne tinha que partir.

Estava a dois metros do deus. Voltou o rosto a fim de encará-lo outra vez. Loki parecia triste. Quase conformado. Talvez soubesse de algo que viria a ser fatal, porque ele tinha uma expressão de clara despedida. Anne poderia jurar que os olhos dele eram tristes, até mesmo arrependidos. Ela queria perguntar o que havia, mas os gritos distantes da luta eram como sua válvula para a realidade.

Anne falou, simplesmente:

- Eu vou me lembrar, Loki.

O deus sorriu, acenando. Anne suspirou e se voltou novamente para o deus, abraçando-o:

- Por favor, Loki, mude.

O deus afagou-lhe os cabelos e retorquiu com a voz leve, retribuindo o abraço:

- E você, Senhorita Stein, nunca mude.

E Anne então se virou, determinada a voltar para a guerra. Seus sentimentos e problemas pessoais poderiam esperar. Tinham que esperar.

Anne correu por alguns minutos, sem olhar para trás. Sentia que estava mais perto do Palácio, mas só enxergava árvores e a margem do lago. À medida que caminhava, ela pensou ter ouvido silvos estranhos vindos de algum Jotun, mas não viu ninguém em particular.

Pensou ter ouvido Loki chamá-la, e foi quando braços gigantes a interceptaram.

Anne teve tempo de perceber que o Jotun que a carregava era simplesmente gigante. O maior e mais forte que ela já tinha visto. Devia ter uns três metros. Os braços eram maiores do que as lanças que portava. Desse modo, por mais que tentasse lutar contra o Gigante, ela não conseguia se livrar dele. Ele a pegou no colo e tapou-lhe a boca com as mãos. Anne não conseguiu gritar. O Jotun sibilou, com a voz cheia de chiados vorazes:

- Olá, Anne Stein. Não se preocupe. Não vou afogá-la. Tenho outros planos para você.

Anne foi levada pelo Gigante até um grupo de Jotuns que estava na clareira onde ela se afogara anteriormente. Os Gigantes, que eram mais ou menos uns trinta, pareciam estar combinando algum plano de ataque.

Quando o Jotun maior chegou, com Anne em seus braços, todos se calaram. Anne entendeu o que isso queria dizer: Aquele era o líder máximo.

E então, em meio à atmosfera cinza, observou Loki a um canto. Estava cismado com alguma coisa, porque a cabeça estava baixa. Não parecia a expressão de alguém que queria atacar. Além disso, nenhum Jotun parecia tê-lo notado.

Anne tentou gritar furtivamente para pedir ajuda ao deus. Tentou chamá-lo com seu olhar desesperado, arfando por ajuda. O Gigante percebeu os esforços de Anne e olhou para onde a garota indicara: Observou Loki.

- Não adianta chamá-lo, querida. – Riu o Gigante. - Loki está do nosso lado. Ele não vai salvar você


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