Eu acabara de chegar na clareira de minha casa quando avistei minha mãe e Jacob parados em frente á minha casa conversando e sorrindo um para o outro. Jacob! Fazia uns três dias que eu não o via e isso era angustiante. Eu corri para ele ao ver que ele acabara de me perceber e assim que cheguei perto o suficiente me taquei em seus braços, era revigorante sentir novamente o calor de seu corpo másculo novamente.

– Como você está, pequena? - disse ele com a mão em meu rosto ao nos separarmos.

– Bem! E você? Não te vejo a uns dias! - eu disse o encarando ainda sorrindo.

Ele pareceu pensativo ao responder minha pergunta:

– É uma longa história...

– Shiiiiii... - eu disse colocando o dedo em sua boca. - Você me conta depois! Pensei em fazer um jantar pra gente já que você vai ficar aqui o dia todo, né? - eu disse fazendo um biquinho.

– Acho que sim...

– Acho uma ótima idéia! - interrompeu minha mãe, que eu até esquecera que estava ali.

Lhe dei um abraço e ela retribuio, o tom dela estava ansioso, não era sua melhor mania.

~ x ~

Eu tomei um banho e coloquei roupas mais casuais possíveis, Jacob subira para meu quarto e ficamos sentados na cama conversando; não foi dito nada demais, pois as grandes novidades eu queria ouvir depois.

– Como está o pessoal? - eu perguntei olhando para ele.

– Todos bem! O Seth está sentindo sua falta! - ele riu.

– Claro que sim!

Ficamos em um silencio repentino, até que ele me deu uma idéia brilhante.

– Tá pensando no que eu tô pensando? - Ele disse rindo para mim.

– Ir a La Push? Rá! Fala sério! - eu disse me levantando da cama.

– Ah, qual é? Vamos voltar antes do jantar! Vai ser rapidinho. - disse Jacob se colocando a meu lado na janela.

Fiquei bem pensativa sobre ir até a área quileute. Não por ser uma semi-vampira, mas por outros motivos indesejados, tipo a Leah. Nunca nos demos bem e acho que não vai ser agora que iremos nos dar, bom é isso que eu penso.

– Me diz o que ganho com isso? - eu disse mirando uma folha cair no chão, de uma árvore na orla da floresta.

– Vai ter a oportunidade de ver o Seth e...

– Ah, bom! E vou me derreter toda!? - eu disse o encarando.

– Nada disso! Ia dizer que você ia se divertir. Só.

– Ah! Vou fingir que acredito nessa! - eu disse o encarando.

– Vamos logo, Nessie! Você sabe que não minto pra você! - ele fazia um biquinho profissional.

– Tá bom! Mas se eu me aborrecer, você apanha totó! - eu me atirei na cama. - Acha que essas roupas estão boas, pois não quero fazer feio.

– Pra quem? O Seth não vai nem notar! - ele saiu correndo do quarto rindo. Ainda bem, pois se não eu o mataria ali mesmo.

Saí do quarto e fui em direção ao quarto dos meus pais, eu ao menos pediria uma permição a meu pai.

– Pai! - eu disse entrando no quarto. - Posso ir a casa do Jacob?

Ele estava deitado na cama e sorrindo pro closet do quarto, mamãe devia estar lá dentro.

– Não!

Eu fiz uma carranca. Por que ele tinha que ser assim.

– Edward! - disse minha mãe saindo do closet. Ela estava linda, usando um vestido rosa-bebê que estava em total concordância com suas sapatilhas da mesma cor e o cabelo mogno. - Claro que pode filha!

– Eu disse não. E além do mais, ela perguntou a mim, não a você! - ele disse frustrado.

– Estou dando uma arrumadinha na sua resposta! - Minha mãe olhou pra mim e apreciou minha cara embasbacada. - O que foi filha?

– Estou vendo que você começou a se vestir de uma jeito mais natural. Curou sua aversão por moda?

– Renesmee, escolha as palavras de melhor forma na próxima vez! - ela disse me encarando. - Já sei, vou tirar esse vestido! Devo estar horrível e...

Do nada, Edward se materializou ao lado de minha mãe, a segurando pelos dois braços.

– Você está magnifica! Eu adorei essa roupa, sério! - e caíram em um beijo pra lá de apaixonado.

Eu virei meu rosto para baixo, era extremamente constrangedor ver aquela cena inédita.

Decidi sair do quarto de fininho, pois percebi que aquele beijo não terminaria agora e eles mal notaram minha ausência; chegando a sala, vi jacob em pé a minha espera e logo nos dirigimos a pequena garagem. O cômodo só possuía três carros: o Volvo do meu pai, a Mercedes de minha mãe e a minha Mercedes. Decidi pegar o carro menos chamativo, e manuse-ei a chave do Volvo prata de meu pai. Jacob não se agradou com minha idéia.

– Por que não podemos ir na sua espaço-nave? - ele disse entrando no carro.

– Porque você deveria ter trazido seu Rabbit. - eu estava direta hoje, valeu Renesmee!

Ele riu e saímos de perto da casa passando pela ponte de madeira e indo para a estrada de barro. Logo tomamos a reta de La Push e seguimos numa velocidade estável.

Eu dirigia pensando em tudo que não podia pensar perto de minha família, ou melhor, meu pai! Isso me irritava bastante, pois ele prometera me dar um mínimo de privacidade, só que era bem difícil para ele cumprir com o prometido.

– Sabe de uma coisa, eu passei ontem pela casa nova na floresta e escutei um coração batendo o que me levou a pensar que eles são humanos. - Jacob disse lentamente.

– E, eu sei. Uma família de europeus que se mudou pra cá! Meu avô disse que já conversou com eles, simpáticos.

– Ah, bom!

Sem muita demora chegamos até a casa de Jacob, estacionei meu carro enfrente sua casa e seguimos para sua oficina, ou seleiro, conversar um pouco. A unica coisa que eu sabia era que íamos encontrar com os meninos, eles foram a unica razão para eu ter vindo, definitivamente.

– Senta, eles já devem estar vindo. - ele sentou-se ao meu lado no banco de madeira.

Esperamos alguns instantes e logo morenos enormes adentraram a porta do seleiro. Todos os velhos e os dois novos, Josh e Taylor, que eram simpáticos, mas eu estava ainda em uma fazê de testes afetivos.

​- Salve, salve Nessie! - disse Seth me dando um abraço que retribui.

​Todos s demais me cumprimentaram da mesma forma ímpar, sem nenhuma objeção.

O que me assustou um pouco foi o fato de que todos estavam de camisa, coisa que não era nem um pouco comum. Presumi que Jacob tivesse mandado ou ao menos solicitado isso, sabe se lá pra que!

– Cadê a Leah, hein pessoal? - perguntou Taylor.

– Vai passar bem longe daqui hoje! - disse Josh rindo com os outros.

– Por causa de mim? - eu disse bem seria. Jacob me encarou de forma bem constrateante, ele achava que eu deveria rir com aquilo?

– Em parte, sim! - disse Paul sorrindo.

​- E a outra?

– O Jacob! - disse Quil gargalhando.

– Ela tem uma aversãozinha por você, Renesmee. Ainda! - disse Sam dando uma risadinha.

O papo Leah morreu ali. Por dois motivos, o primeiro era que eu não me sentia nem um pouco confortável entrando em um assunto tão complexo como Leah; e o segundo era que os meninos eram engraçados demais para se ligar num assunto tão tedioso como esse.

​Piadas vinham de todos os lados e era impossível não se divertir. O único mal foi o tempo. Novamente. Logo deu a hora de irmos e eu não hesitei, só fiquei triste.

Retornamos ao Volvo andando lentamente no gramado.

– Você se divertiu, né!? - ele perguntou bem excitado.

– Claro! Como não se divertir?

– É...

~ x ~

Chegamos em casa e eu fui logo preparar o jantar para nós dois, um jantar com Jacob resolveria minha mente. Jacob era um ótimo ouvinte e conselheiro, e isso me dava a coragem de desabafar isso com ele, ele era um grande amigo. Eu faria uma carne recheada, que era bem pratico já que eu tinha a carne. Fiz tudo muito rápido e coloquei a carne pra assar; aproveitando meu grande tempo decidi dar uma passada no quarto dos meus pais, para lhes avisar sobre meu jantar, mas ao chegar no quarto tive uma surpresa: na maçaneta da porta na parte interior do quarto um vestido rosa-bebê destruído estava depositado, e vários pessas de roupa estavam espalhadas pelo chão. Na cama estavam minha mãe e meu pai fingindo que estavam dormindo; decidi não "acordá-los", pois estragar aquele momento era bem chato.

– O que ouve lá em cima? - disse Jacob quando cheguei na sala e sentei-me ao seu lado.

– Nada. - eu disse olhando o quiz show na TV.

O tempo passou e logo nossa carne recheada já estava pronta, mandei Jacob forrar a mesa enquanto eu tiraria a carne do fogo. Estava no ponto certo e as batatas estavam bem coradinhas. Tirei a enorme bandeja do fogo e a coloquei sobre a pia; troquei a carne para um outro recipiente de alumínio e coloquei-o na mesa. Jacob observa-vá tudo, sentado na cadeira da minúscula cozinha; eu era a unica pessoa que cozinhava, então não precisava ter algo tão exorbitante, definitivamente não! Coloquei os copos e o refrigerante sobre a mesa e assentei-me, Jacob como sempre impressionado:

– Carne recheada? Tá de brincadeira! Vamos comer! - ele cortava e servia a carne enquanto eu servia o refrigerante. Corria tudo com suavidade.

Jacob fazia um silêncio perturbador comendo, era um dos objetos que o fazia perder mais tempo do que comigo, e é também claro que ele receberá uns pedaços extras de carne.

– Você recheou com queijo e presunto?

– É, foi! - eu disse bebendo meu refri. - E aí? Novidades?

Um estalo pareceu ecoar de sua cabeça nesse mesmo instante:

– É sim! Nossa, como sou burro! Me esquecer disso? Não brinca!

Eu estava totalmente enrolada.

– E que anteontem, eu, Seth, Quil, Paul, Embry e Sam estávamos rodeando um perímetro e nós encontramos um rastro estranho, mas que tínhamos certeza de que era de um vampiro, só que nunca tínhamos notado aquela presença antes, nós não conhecíamos aquele cheiro.

Eu estava quase que convicta que o tal vampiro era meu perseguidor de hoje mais cedo, só que isso não me dava o conforto de contar para Jacob, pois ele certamente contaria a minha família para minha própria segurança. Isso eu odiava:

– Pegaram ele?

– Mais ou menos! Seguindo esse cheiro nós encontramos um carinha bem estranho! Nunca o vi em nenhum lugar! Ele tentou atacar a gente, mas não conseguio. Perseguimos ele até a fronteira canadense, mas mesmo assim não foi o suficiente. Ele era muito rápido, e nos enganou com facilidade! No dia seguinte voltamos a procura-lo, mas não o achamos. Por isso não vim aqui ontem!

– Só isso? - eu disse cogitando tudo isso.

– Acho que sim! Pera aí... Teve algo ontem bem estranho... Enquanto eu fazia a patrulha, vi uns vampiros bem de longe. Eles estavam caçando cervos, então eu pensei que fosse da sua família! Eles notaram minha presença de longe e eu não os segui. Eles eram vegetarianos... Claro.

Eu não fazia idéia do que pensar. Três vampiros desconhecidos em Forks! Eu deveria estar tremendo! Pelo menos soube que meu caçador está bem longe agora. Por hora.

– Tudo bem? Você ficou tão quieta de repente. - disse Jacob preocupado.

– Tá sim! - exclamei colocando minha última batata na boca.

Eu não contarei aquilo nem tão cedo a ele. Nosso jantar seguio com suavidade, até que descubro uma torta de maçã, preparada por minha mãe, com um bilhete dentro do micro-ondas me desejando sorte. Bom, a sorte é que eu não sei pra que. Jacob comeu bem, como sempre, e logo estávamos na sala vendo televisão, descansando o jantar. Riamos, conversávamos e logo deu a hora dele ir embora. A hora mais triste do dia! Ele saiu pela porta e eu permaneci na soleira com meu beijo de boa noite no topo da cabeça.

Fui para meu quarto com a sala toda arrumada, tomei um banho e vesti minha camisola. Dormir seria o melhor para mim agora, amanhã seria um dia movimentado.

~ x ~

Eu acabara de estacionar meu carro na garagem da escola. O ritual foi o mesmo, todos me olhavam com o mesmo jeito de semanas atras, só que eu percebera algo de diferente nos alunos: todos estavam com um jornal na mão e pelo que aparentava eu estava na primeira página. Todos estavam me olhando e rindo, eu estava desmoronando aos poucos... Só quando avistei Leonard que me acalmei um pouco, só que ao invés dele me retribuir o sorriso, me deu as costas e andou para dentro da escola. Eu não entendi nada do que estava acontecendo, eu virei uma aversão agora?

– Ei, lindinha! Belo vestido! - disse um idiota moreno que acabara de me barrar com uma gangue de terceiristas.

– Com licença, estou com pressa! - eu disse avançando, mas eles me barraram.

– Vai pegar um trem ou coisa parecida!? - ele indagou aos risinhos com seus colegas.

Quando eu pensei em perder a linha, um braço salvador entrou em choque com o rosto do moreno, que caiu no chão com um gemido.

– Sai fora Spencer! Será que você não se enxerga! - disse um garoto alto, bronzeado, com cabelos encaracolados e castanho claro e olhos azuis escuro. Todos os meninos saíram correndo de medo e Spencer teve de engatinhar para fugir do meu salvador. - Você está bem?

Eu mal percebi que ele falou comigo, estava muito ocupada cogitando o que acabara de acontecer ali.

– Sim, obrigada! - eu disse meio embasbacada.

Ele sorriu para mim e se apresentou, estendendo a mão:

– Oi, eu sou o David, namorado da Jasmine! Vocês são amigas, né?

Eu apertei sua mão e assenti.

– Você deve estar super constrangida com o que aconteceu aqui.

Eu não entendi muito o que ele quis dizer com aqui. Entramos pela porta da escola, e logo a direita uma bancada enorme com duas pilhas de jornal estampavam os corredores.

– Reneesme! - eu escutei uma voz familiar vindo do corredor a frente.

​Bridgit e Sasha vinham correndo até mim.

​- Olha só! Aquela víbora atacou de novo! - gritou Sasha me amostrando o jornal.

Eu estava estampada na primeira pagina com um título de arrasar: "RENESMEE CULLEN, NOVA EM CERTOS ASSUNTOS, ANTIGA EM OUTROS!" , e outras mini fotos como meu carro, Leonard, Bridgit e etc. Era por isso que estavam rindo de mim! Enquanto eu lia a matéria com outras três pessoas sobre casos inesperados e mentirosos, como eu estar tendo um affair com Leonard Trend! Impossível, era odioso!

– Essa Liane é tão vadia que até publicou o jornal com um dia de antecedência! - Dizia Sasha orrorizada.

​- Ah, qual é! Não lerei mais isso! - eu disse, jogando o jornal na lixeira da sala de aula.

– Renesmee, tinha outras coisas para ler sabia! - Disse Bridgit colocando seus cabelos para trás.

– Qual é, Bridgit! É até compreensivo ela fazer isso! Só escreveram mentiras, né Renesmee? - indagou David.

Assenti mais uma vez, indo me sentar com Bridgit. Era incompreensível acontecer algo assim.

– Renesmee! Você já viu isso! - Jasmine colocou o jornal em minha carteira berrando.

– Você com certeza deve saber disso! - disse Bridgit em tom acusador.

– Vai tirando esse cavalo da chuva! Eu trato da parte de moda do jornal! - ela recuperou o jornal e sentou-se na carteira ao nosso lado, virando a página.

Eu escondi meu rosto entre os braços a medida que mais alunos chegavam. Era constrangedor demais passar pelo índice de atenção de novo!

– Amiga, não fica assim! Está tão preocupada com essas bobagens que nem notou meu cabelo, né.

Eu olhei para seu cabelo e percebi que ela fizerá mechas cor-de-rosa, que ficaram lindas.

– Tá linda! - eu disse sorrindo.

– Eu sei! - ela me abraçou.

Tirando minhas próprias conclusões, Leonard não, se quer, olhara para mim por isso. Logo agora que eu acabara de fazer uma ligação.