Levantar às sete da manhã não era minha situação preferida, e isso só acontecia quando eu tinha um pesadelo calafrioso. É difícil aceitar que meu pesadelo iria se tornar realidade daqui a uma hora, era angustiante.

Fui ao banheiro de meu quarto e tomei um banho e escovei os dentes. O plano de freqüência era dormir na casa de meus avôs e "degustar" das melhores opções de roupas possíveis, só que desorganizei meu inventario e consegui ter uma ótima noite de sono na minha cama original (não que a cama na mansão de meus avôs fosse ruim, mas não era a mesma coisa).

Fui diretamente ao meu guarda-roupa que por sorte se mantivera comum, Alice é realmente persuasiva, mas era um doce; eu mantinha o segredo, mas Alice era minha tia favorita, Rosalie era completamente atenciosa, pórem tinha seu lado obscuro.

Escolhi um tênis de cano-longo com estampa xadrez das cores branco e azul claro, uma blusa de manga longo azul-elétrico e uma calça jeans; coloquei uns brincos de estrelas (mas mal dava pra velos, por causa do cabelo) e luvas dedos-livre, pois estava frio lá fora. Pra dar o grau de naturalidade, coloquei um casaco vermelho. Acabei indo no espelho ao lado do reque e adorei o que vi, e não estava me gabando.

Olhei o relógio da parede e marcava exatamente sete e trinta e dois; decidi pegar minha mochila e ir em bora. Aproveitei e dei uma espiada na janela: Jacob não estava lá, algo até compreendido, pois passou o domingo enteiro comigo na casa de meus avôs, só me dando forças.

Decidi que já estava na hora de ir, coloquei minha mochila e sai do quarto; quando chego no topo da escada, avisto meu pai e minha mãe me esperando.

– Mãe, Pai... Estou indo! - exclamo eu, dando um abraço em um de cada vez.

– Lembre-se de pegar o carro! - alertou meu pai enquanto me dava um beijo no topo da cabeça.

– Não posso ir a pé?

– Renesmee Carlie Cullen, quer que eu a leve!? - indagou ele me encarando.

– Não precisava gritar. - E me dirigi a porta.

– Vai dar tudo certo, meu amor! - disse minha mãe me dando mais um abraço.

– Sei que sim!

Corri em direção a mansão e em menos de três minutos, já tinha saltado o rio, corri pelo gramado e fui atendida por Alice antes de subir os três degraus da casa. Dei um abraço nela sem pensar, afinal eu estava nervosa o suficiente para abraçar um mendigo.

– Vim avaliar suas roupas, mas... - disse ela me avaliando - não vou precisar. Hoje!

– Posso pegar o carro? - eu disse mudando de assunto. - Vou me atrasar!

Alice então me levou até a garagem (era impossível não notar a quantidade de divindades auto-motivas ali, a Ferrari de minha mãe, que ficava aqui, o inverso de sua Mercedes), e chegando lá se dirigiu até o chaveiro lotado de chaves, pegou uma e acionou o alarme de destrava; o pi-pi desse carro era diferente, e provavelmente esse era novo, e realmente era.

– Edward pediu pra mim dar a você. Aproveite! - Assim que Alice acabou de anunciar a novidade, tirou um enorme pano preto de cima de uma Mercedes prata de tamanho desacreditável.

– Não acredito! É um Mercedes-Benz Classe E Coupé! Eu amo esse carro! - dei-lhe um abraço desesperador.

– Tá, Tá! Agora vai! Vai se atrasar, esqueceu!?- Ela me deu um impurrão, mas nem senti. Me deu as chaves e corri para dirigir meu avião.

A parte interna do carro era estonteante, mas se me concentrasse nisso, não ia conseguir me controlar; girei a chave no carro que logo deu partida. Dei um tchauzinho pra Alice que abriu a porta da garagem para mim, não esitei e logo estava na estrada.

Eu dirigia um dos melhores esportivos do mundo, mas este aqui é diferente, ele tem a carroceria de cupê, sendo uma versão voltada mais para o desempenho, faróis retos e divididos, a lateral do carro possui uma linda linha de cintura, mostrando um padrão mais clássico. Os espelhos retrovisores são muito bonitos mesmo, com essa pequena linha prateada. O contorno das janelas ficou discreto e elegante. E as rodas têm uma tocada mais esportiva, sem sair do já citado padrão clássico. A traseira… nossa, que linda! Essas lanternas intimidam qualquer BMW ou Audi que queira subestimar o Classe E, e esse escapamento está em total sintonia com elas. A terceira luz de freio combina com o detalhe de acabamento que se localiza em cima do logo da Mercedes.

Tudo o que eu queria! O carro era tão potente que eu já estava a apenas uns quilômetros da escola. A escola! Ah, não! Como pude ser tão burra? Chegar na escola com um classe E no primeiro dia de aula? Loucura total!

Era tarde para voltar, pois eu já havia chegado a frente do estacionamento do colégio High School que acabara de ter sua pintura refeita, mas a cor vermelha permanecia. Fiquei parada ali por um bom tempo, mas tomei coragem e entrei.

Bom, queixos caídos e comentários mais que audíveis eram as expectativas que tive; em todo o lugar era isso, os alunos empurravam para ver design do meu carro, que era luxuoso demais! Parece até que vim diretamente de Abhu Dhabi.

Achei uma vaga quase de frente para a entrada do colégio. Isso era ótimo, só assim eu iria fugir de desagradáveis piadinhas de alguns bobões. Duvido. Peguei minha mochila no banco do carona e sai do carro, que logo soou o alarme de travado.

– Fala aí, guria - disse uma voz masculina, que vi que era um garoto que estava em cima de uma picape ao lado de meu carro - que banco você roubou!? Definitivamente não foi o de Forks!

Vi uma multidão de risinhos vindos de um grupo de garotos que começaram a adornar meu carro.

– Nenhum, obrigada. - Rebati, seca.

– Que carrão, hein!

– Obrigada.

Subi os degraus de concreto sem desgrudar os olhos de meu carro, mas logo uma coordenadora, ao ver a aglomeração de alunos, dispensou todos do lugar e foram obrigados a entrar.

Fiquei mais tranqüila, mas nada que me pudesse saltar de alegria; todos me olhavam com interesse (principalmente os garotos) e eu podia ouvir comentários do tipo: "Quem é ela?" e "Que gata!". Eu sei, o último foi constrangedor, mas eu andava de cabeça erguida. Eu ainda tinha dez minutos antes da primeira aula, aproveitei o tempo e dirigi-me até a secretaria para pegar meus horários e localização das salas; posso dizer que fui bem atendida, e sai da secretaria satisfeita. Minha primeira aula era Inglês, e ficava no segundo prédio, apertei o passo.

– Oi, você deve ser a garota nova? - uma voz me pegou de surpresa, já que eu estava bem atrapalhada com meus mapas. - Sou Bridgit, e faço parte do Comitê Imaginário de Boas-Vindas ou CIBV. Há-há! - A piada dela soou bem, mas não consegui reagir. - A qual é, era uma piada.

– Desculpa! - eu parei de andar assim que cheguei no segundo prédio. Bridgit era uma garota loira, com olhos verdes e lábios carnudos; seu corpo era muito bem modelado e suas roupas eram simples, iguais as minhas, um agasalho colorido, calças jeans e tennis cano-longo. - Renesmee - disse eu estendendo minha mão com um sorriso, ela logo apertou e voltamos a andar.

– Desculpe, Renesmei...

– Renesmee!

– Ah, nossa, mil perdões!

– Não precisa!

– Bom. É que, como você é nova em Forks, eu achei que você fosse meio... Metida! - disse sorrindo para mim.

– Não pode ficar tranqüila! Estou aqui pra novas amizades!

– É, você parece legal. - Alguém me achou legal! Legal!

– Você também! - eu disse dando um sorriso descente pela primeira vez! - Qual é...

Não consegui terminar minha frase pois recebi um empurrão tão forte que fui parar no chão.

– Renesmee!

– Ai, Meu Deus! Você tá bem!?

Eu apenas escutei uma voz masculina, pois quando virei meu rosto para presenciar a pessoa, senti meu corpo sendo erguido no ar. Avistei simplesmente os olhos mais bonitos e a tonalidade mais perfeita de azul.

– Você está bem? - eu senti simplesmente um braço muito forte me envolvendo. - Perdão, por favor?

Eu me separei dele, e no mesmo instante ele me deu todos os mapas que tinham caído comigo no chão.

– Eu te machuquei? - ele perguntou, vi que suas feições estavam seriamente preocupadas, fiz com que não e logo senti um apertosinho na mão, virei meu rosto e vi que Bridgit estava ao meu lado. - Se cuida, tá? - senti ele afagando meu rosto e se afastou rapidamente,

Enquanto o estranho ia embora, Bridgit se colocou na minha frente impressionada:

– Nossa, você tá bem mesmo? Tá tão quieta!

– Tó sim!

– Vamos para a sala, qual é sua próxima aula?

– Inglês.

– Que bom, pra mim também! Vamos, a sala é logo ali!

Fomos então para a sala que ficava logo na esquina do corredor, e estava aparentemente cheia, havia apenas um banco e uma carteira que acomodava dois alunos, no caso, eu e Bridgit.

– Oh, snhª Flint e...

– Renesmee - disse Bridgit me apontando o polegar - ela é nova.

– Oh, sim! Deixe-me ver... - ela examinou a lista de alunos e exclamou: - Renesmee Cullen?

– Sim! - disse eu dando um meio sorriso.

–Podem se sentar ali, ao lado da janela, na terceira fileira.

Nós duas andamos para nossas carteiras, que ficavam na penúltima fileira. Os olhares pra nós (ou pra mim) eram fréneticos e discursivos. Oba, me transformei na atração principal. Ao sentarmos uma garoto de bronzeado mediterrâneo, cabelos castanho escuro e olhos verdes me encarou sorrindo e disse:

– Oi, meu nome é Jasmine! O seu Renesmee, né? - disse ela excitada.

– É!

– Oi, Mine! - disse Bridgit sorrindo.

– Oi, Dit! Como foi de férias?

– Bem, e você?

– Fui levando!

– Já se conhecem? - perguntei assistindo a fluência da conversa.

– Já, a unica garota nova aqui é você Renesmee! - disse Bridgit rindo.

Nossa, deslocada como estou agora, só uma avalanche no Monte Everest!

– Não fique triste, tá? - disse Bridgit me acalmando, entendi que foi só foi uma brincadeira, mas...

– Atenção, Atenção - disse a professora - vamos começar nossa aula. Para aqueles que não me conhecem, sou a senhora Clith - imprensão, ou isso foi pra mim? - e sou a professora de inglês - Clith era uma senhora beirando os quarenta, tinha algumas rugas, mas nada que matasse, sua pele era bem clara e seus cabelos eram loiro tingido, estava usando um sueter marrom e saia bege, com argolas nos pulsos e brincos e seus sapatos eram bege e tinham um saltinho - então é isso. Abram seus cadernos, vou passar uma revisãosinha!

Um "Aaaaaahhhhh" mais que estendido soou, mas eu estava tão desligada que mal ouvi. Ótimo, eu acabei de perder a introdução da professora, continue assim Renesmee!

– Desculpe, mas ela disse muita coisa? - perguntei a Bridgit.

– Não muito! - ela me avaliou - O que ouve Renesmee? Ainda esta tonta do encontrão que teve com o Trend ou se apaixonou?

– Tó... Meio tonta mesmo! - eu disse

– Bom... A diversão começa agora!