A Saga Crepúsculo - Summer escrita por DrigoFive 35


Capítulo 12
Capítulo 11 - Estresse


Notas iniciais do capítulo

Oi queridos!!! O cap de hoje vai dedicado ao meu mais novo leitor, o amando, que comentou caps anteriores...
Um beijo a todas as minhas leitoras que comentam sempre e espero que todos leiam o próximo cap, este sim vai pegar fogo!
Aproveitem...



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Terminei meu lanche lentamente, mais observando todas as mesas do refeitório do que nada. Minha atenção ia de minutos em minutos na mesa das meninas, que eu percebi que me olhavam pelo canto do olho. Estava sentada na mesa dos Trend, que faziam de tudo para descontrair o clima... Nenhuma das tentativas conseguiram mudar meu humor seco. Os eventos passados mexeram psicologicamente comigo mais do que deveriam; agora que "todos" os motivos da vontade de sangue do vampiro que me perseguia pareciam estar claros, não era de menos eu ficar um pouquinho abalada.

- Sabe, de graças a Deus por você ter um pouquinho de experiência em combate! Se não, não quero nem pensar no que poderia ter acontecido...

- Henrie! Renesmee o atacou! E isso não é lugar pra ficar relembrando esses eventos passados. Há pessoas demais e estamos tentando "ajudar" Renesmee! - sibilou Melaine para Henrie, que abaixou a cabeça.

- Ela tem razão. - disse Leonard. - Quanto a tudo. Renesmee, não precisa se preocupar. Nossas famílias e os quileutes estão resolvendo tudo em Forks... Ninguém sairá morto e além do mais, esse tal de William deu no pé! Conseguimos por ele pra correr...

Outro lado complicado era o de que meu pai conversara pessoalmente com Leonard, pedindo que ele tomasse conta de mim quando eu não estivesse por perto... Tudo do que eu precisava agora era uma babá!

- É, Leonard! Só que ele pode voltar! Se for um Volturi, ainda pior... Eles só querem um motivo pra exterminar minha familia... Ou alguns membros da minha familia... - eu exclamei, estressada.

Ele me encarou:

- Isso não é motivo para se estressar desse jeito...

- Não estou estressada por "eles"; estou estressada por eles! - fiz um aceno com o dorso da mão para todo o refeitório. - Agora que fiz amigos verdadeiros que não se resumissem a clareira de minha casa, ponho a vida deles todos em risco. Se ele voltar, a primeira coisa que ele ira fazer será caçar eles... Ele deixou bem claro que ia exterminar tudo o que era precioso para mim.

Ele assentiu tentando me compreender... Era horrível não ter Jacob por perto. Simplesmente, ninguém me compreendia tão bem quanto ele, talvez apenas meu pai.

- Sei que você teme por elas. Tente se acalmar. Elas ficaram bem. - explicou Melaine, tentando me acalmar.

- Nós prometemos... - disse Henrie.

Leonard fez com que 'sim' com a cabeça, ainda com olhos distantes. 

- Vocês ainda não entendem. 

Me levantei simultaneamente com minhas palavras e andei erguida pelo canto do refeitório, tentando chamar o mínimo de atenção. O que era inútil, pois Bridigit me vigiava sorrateiramente.

Cheguei no banheiro e olhei minha expressão no espelho; eu estava realmente devastada por dentro. E pensando dessa maneira, parecia um pouco exagerado. Tudo o que eles estavam fazendo era para me acalmar, só que "eu" achava que "eles" estavam fazendo errado. O problema em todo aquele esquema era "eu" e sempre "eu"... No fundo era isso que mais me chateava, e eu simplesmente me aborrecia por ver que eles não conseguiam perceber minha própria convicção interior de que eu era o grande problema.

De todos estaram em perigo, pagando por algo que não entendem e, provavelmente, nunca entederão. Eu não podia deixar as coisas acabarem daquela maneira pra ninguém. Nem para meu colegas, nem para os Trend, nem para minha família e nem para minhas amigas...

A forma que encontrei para fugir de tudo aquilo foi tentar recomeçar mudando meu comportamento. Chega de se culpar, Renesmee. Você pode até ser a culpada, mas culpar os outros por não enxergarem isso em você era demais.

Em seguida, lavei o rosto demoradamente, e o enxuguei com folhas de papel. Quando dei outra olhada no espelho do banheiro, vi a imagem de uma menina de porte médio e magra que passava um lindo gloss em seus lábios. Virei para o lado e distingui melhor o rosto de Emma, que sorriu pra mim.

- Cê tá legal? A aula da senhora Clith acaba com qualquer um, né?! - ela exclamou sorrindo.

Emma continuava com seu visual "office" moderno, cabelos batidos na nuca e bronzeado artificial. Tinha também um boné aba-reta cor-de-rosa, que a deixava bem mais simpática.

- Esse seu gloss é demais... - falei descontraidamente.

- É sim... - ela vasculhou os bolsos de sua calça branca e tirou uma caixinha de batom. - Tenho um sobrando... É seu!

Eu peguei a caixa desconfiada, mas rapidamente, abrindo e passando logo um pouco de gloss.

- E as meninas, estão bem?! - ela exclamou, dando mais retoques em sua maquiagem.

Eu a avaliei e sorri:

- Estudamos na mesma sala! 

Ela rebateu meu olhar:

- Elas não falam mais comigo. Como deve saber, ano passado Clover e Karen faziam parte do jornal, assim como eu e Jasmine. Só que esse ano, Clover ficou apenas no Grupo de Ciências e Karen passou para a Equipe de Vôlei... Elas acham que eu passei pro lado da Liane... - ela gargalhou.

- E não passou? - eu cortei o ar.

Sua risada se congelou e logo sua expressão voltou a seriedade.

- Você vai entender no momento certo. Todas vocês vão... - ela finalizou seu trabalho facial e virou-se para mim. - Você faz parte da equipe de vôlei, não?! Fala com a Karen que ela me deve cinco dólares... Muito obrigada, Ness! Ficou linda com o gloss e boa-sorte com a aula do senhor Hartford, vai precisar!

- E você?

- Ah, eu e um grupo de alunos temos aula com o gato do professor Herrera, de espanhol!

- Sorte a sua!!!

E se retirou aos pulos. Me virei para o espelho e gostei do que vi, o aspecto rosa glitter caira muito bem em mim, tenho que admitir. Minutos depois, o sinal tocou e quando me virei para sair do banheiro, duas pessoas adentraram o cômodo velozmente. Karen e a treinadora Sati me encaravam curiosamente.

- Treinadora... Karen? 

- Eu não tenho nada a ver com isso, Nessie...

- Calada, Spinel! Minha conversa é com a Cullen e tratarei de ser bem direta. - ela exclamou seca. - Cullen, você está expulsa da equipe de volêi por falta de interesse e participação! Suas queixas sobre dor de cabeça e dores corporais não me enganam mais.

Meu queixo caiu. Agora que eu tinha decidido ser uma pessoa "melhor".

- Professora! Mas todos os alunos precisam ter ao menos uma matéria extracurricular nos históricos, se não...

- Então sugiro que arrume uma outra logo, se não é reprovação certa no final do ano! Estão despensadas, seus professores vão ficar bravos se chegarem atrasadas nas salas!

Eu e Karen saímos do banheiro em pleno silencio, sem ao menos pestanejar. Como a treinadora conseguia ser tão malévola?!

- Por que cê veio com ela?! - indaguei desnorteada.

- Ela precisa de uma testemunha para realizar esse tarefa de expulsão...

Agora sim eu estava estressada...

- Eu concordo que você seja desinteressada, mas te expulsar? Um pouco exagerada...

- E agora? O que vou fazer?! - indaguei passando a mão nos cabelos. Isso só piorava meu stress.

Karen pensou:

- Eu tenho uma solução, mas tem de ser no final das aulas! Tenho aula com o professor Herrera. Está bom pra você? 

Eu assenti parando em frente a porta fechada da sala do senhor Hartford.

- Karen! - ela olhou pra trás. - Você deve cinco dólares à Emma.

Ela deu um sorriso azedo e voltou a andar, em direção a sua sala. 

~ x ~

As aulas acabaram com uma velocidade incomum e em frente a sala de aula, Karen me esperava com os braços cruzados encostada na parede. Leonard e Bridgit vinham comigo, o que não parecia muito conveniente, devido minhas atuais situações...

- Leonard, pode me esperar lá no carro? 

Ele se virou e deu uma breve corridinha para andar ao lado de seus irmãos.

- Veio pra escola com o Trend? - indagou Karen fitando Leonard.

Eu a encarei:

- Me leve aonde deve! 

Ela sorriu para Bridgit:

- Ele tem um bumbum lindo, né?!

Bridgit gargalhou e as duas bateram palmas. Eu (como sempre) tive que dar puxões de orelha para que pudessem parar de falarem asneiras... Uma tarefa realmente difícil se tratando de Karen e Bridgit.

Karen nos levava mais para os fundos da escola do que nunca fomos (ou fui). Ela seguio até um corredor pouco iluminado e se posicionou a frente da ultima porta branca que continha uma paquinha escrita: "CLUBE DE XADREZ". Eu já sabia o que viria a seguir...

- Xadrez..? - indagou Bridgit.

- É querida, xadrez! O único grupo escolar no qual se não precisa fazer nada... - Karen bateu na porta e logo a figura de um homem esguio e magricela se posicionou em nossa frente. - Dexter!

O menino saldou-nos e Karen continuou:

- Então, Dex, estamos querendo nos inscrever...

Dexter franziu o cenho.

- As três?!

- Se não for muito incomodo...

Ele passou olhos curiosos por nós; naquela nem eu estava acreditando...

- Entrem aqui...

Eu e Bridgit meio que fomos puxadas por Karen que adentrou rapidamente a sala, que era bem espaçosa. Meio que um paraíso nerd se estendia por toda sua extensão e lá, no meio da sala...

- Sasha... Aqui?! - Bridgit berrou.

No meio da sala, Sasha, que estava sendo instruída por Clover, tomou um susto tão grande que o tabuleiro de xadrez voou para longe graças ao grito de Bridgit.

- Flint, quer nos matar?! Nerds sabem ser agressivos quando querem... - sussurrou Karen para Bridgit.

Logo em seguida, Clover veio até nós três, deixando Sasha aos cuidados de outra menina.

- E aí, meninas, o que vai ser?

Antes de Karen começar a falar, eu me precipitei:

- Amiga, eu fui expulsa da equipe de vôlei, e não sou como você que tem milhões de atividades extra-curriculares no histórico. Eu preciso entrar em um grupo e a Karen me indicou esse... Eu preciso de alguém que me ajude nesse exato momento.

Clover ergueo as sombrancelhas, tentando cogitar meu discurso mais do que rápido.

- Bem direta, você... - ela sorriu e se entreolhou com Dexter, ainda pensativa. - Tá bem... Um jogo. Se você vencer um jogo contra o Dexter não precisa mais comparecer em nenhuma das reuniões do grupo e sua ficha vai para o histórico...

- Pera, peraí... E se ela perder...

- Não vou. - suspirei. Seria facil vencer.

Clover e Dexter sorriram:

- Ele foi o campeão regional ano passado. Não vai querer nem se preparar...?

- Hoje, agora... Estou pronta e vou vencer. - exclamei, jogando minha mochila para Bridgit que a pegou no ar.

- Está bem... Tragam um tabuleiro! - falou Clover.

As ordens foram ouvidas e logo tudo estava pronto para nosso "combate".

- Hola, gente! - exclamou Sasha, vindo à nosso encontro. - Vi que vai ter barraco de nerd aqui e decidi aprender a jogar depois...

Depois dessa fiquei ofendida, mas não dei muita importância.

- Sasha, fica quieta, a Nessie precisa se... 

- SHIIIIIIII.... - exclamaram todos na sala quando nossa partida começou.

Eu estava com as brancas e ele com as pretas. Comecei com o entinto de acabar logo, só que Dexter era realmente mortal. O que não tinha de músculos tinha de cérebro. E isso complicava mais minha situação. Eu não podia perder para um "humano"! Era vergonhoso demais, "errado" demais. Eu poderia estar um pouco paranóica, mas essa era a verdade.

Não demorou muito para que eu acabasse com um xeque-mate quase que berrado. Minhas amigas (inclusive Karen) urraram vacinando Dexter e outras pessoas que não tinham nada a ver com a história.

- Chupa essa, Liane! A garota além de linda é inteligente... Só mutante pra judiar do Dexter nesse Jogo! - Exclamou Sasha, abraçando nos calorosamente.

- Dexter... Você perdeu! - exclamou Clover, ainda tentando entender o que acontecera.

Dexter estava parado e perplexo por ter perdido... Eu sentia pena dele agora. 

- Como você...

- Eu chamo de "Estratégia Cullen". É de familia, não da pra contar... Onde eu assino, Clover?! - gritei, devido a euforia da sala de aula.

De repente, uma menina apareceu com uma prancheta  e Clover começou a recolher todas as minhas informações, sem ecessão.

Quando terminamos, peguei minha mochila com Bridgit e a coloquei nas costas. Vendo que Dexter ainda estava em choque, disse-phe umas palavras amigas e saí da sala com Sasha, Karen e Bridgit indo para o estacionamento.

Karen se despediu de nós, pois ia a pé, e saiu pela frente da escola. Sasha se ofereceu para levar Bridgit, já que hoje eu viera para a escola com Leonard. 

Leonard. O carro dos professores, o de Sasha, a Biz de Clover, o Aston Martin de Leonard, outro carro de Henrie Trend e outros poucos carrinho estavam no estacionamento. Leonard deveria já estar sem paciência. 

Corri até seu carro e adentrei rapidamente, batendo a porta devagar.

- Podemos ir? - ele perguntou calmamente.

- Desculpa te fazer esperar... Era meu futuro acadêmico que estava em jogo. - falei abraçando minha mochila.

Ele deu partida e retirou seu carro da vaga. 

- Que nada. Estou aqui pra isso né?

Eu o encarei por cima do ombro.

- Na verdade, não!

Ele sorriu e saiu do estacionamento. Segundos depois, o carro de seu irmão saiu com velocidade, meio que dando uma gnada.

- Eles sim estão com pressa... - sussurrou Leonard, olhando o carro pelo retrovisor.

Eu os observei enquanto carro de Leonard voava pela pista. Me lembrei dos acontecimentos na escola e contei tudo a Leonard, que ficara perplexo com as novidades.

- Você? Expulsa da equipe de vôlei? Por que?!

- Porque sou desinteressada e minto para não jogar, só por isso... É que eu tento não chamar atenção para mim, omitindo quem eu sou; se quisesse, eu poderia ser brilhante. - ele pareceu entender e uma lâmpada se acendeu em minha cabeça. - E você, Leonard? Qual é a sua atividade extra-curricular?!

Ele me encarou com aquelas safira azuis celestiais e falou:

- Na verdade, nenhuma. Meus pais conseguiram fazer com que eu e meus irmãos fiquessemis sem atividades extra-curriculares em nossos históricos... Não fazemos nada na escola.

Agora eu tinha ficado chateada. Por que meus pais não fizeram isso comigo.

- Parece estar menos estressada...

Eu sorri dessa vez:

- É que percebi algo... Deixa pra lá. - eu continuava a olhar o carro atras de nós pelo retrovisor. - Estão no nosso encalço... Pediu pra eles nos acompanharem? 

Leonard me olhou por uns segundos sorrindo.

- Sabe, mais ou menos isso...

Eu revirei os olhos, com um pequeno gemido.

- Pra que isso?! - exclamei. - Meu pai pediu para eu ter proteção reforçada ou você não da conta do recado?!

Ele bamboleiou no volante:

- É! Foi isso que aconteceu. Seu pai pediu sua proteção reforçada... Qual é? Ele até me deu seu número!

Esbugalhei meus olhos para Leonard. Meu pai dando "meu" número para um menino?

- O que?! - indaguei; Edward deveria estar muito desesperado.

- Na verdade, sua mãe teve a idéia... Ele concordou direitinho, aí... - descontraiu Leonard.

Eu me calei, tentando visualizar a expressão de meu pai ao fazer aquilo; se minha mãe tinha "induzido" ele a dar meu número, isso só significava que ele não pensara nisso antes. E ele tinha certas restrições ao fazer o que não pensara antes.

- Sabe, eu quebrei nosso acordo... - falei, quando entramos na estrada de terra.

Ele franziu o cenho.

- Aquele de que ele não leria minha mente... 

Ele sorriu, lembrava-se perfeitamente bem.

- Por mim?  É, tô lembrado...

Eu corei com o comentário. Será que ele se sentia por eu ter feito aquilo "por ele"?

- É, aquele por você... Permiti que daqui pra frente ele lesse minha mente... Ser adolescente é bom, mas nem sempre; e além do mais, meu pai tem que recolher todas as características e informações sobre esse vampiro psicopata da minha mente. Ele ás vezes é inconveniente, mas é meu pai...

Ele assentiu, prestando atenção na estrada à sua frente.

- Sabe, ele gosta de você... Meu pai. Se não ele não teria te pedido para carregar tão grande responsabilidade. - ri singelamente.

Ele mirou a floresta à sua esquerda. 

- Sabe, é verdade. Ele te ama muito... Dá pra perceber que só é cuidadoso com você. Na verdade, toda sua familia te ama, inclusive aquele seu amigo quileute.

Assenti, lembrando-me de Jacob na noite passada, que me dera apoio e continuava lutando por mim...

- É Jacob... O nome dele é Jacob.

Chegamos até a ao gramado da casa de meus avós e eu dei apenas um suspiro demorado. Sabia que as coisas não estariam melhores hoje...

- E você vai voltar pra sua casa ou...

- Não, vou continuar dormindo aqui. Meus pais acham mais seguro e, cá entre nós, é mesmo!

Ele assentiu olhando para mim.

- E nosso encontro? Está marcado, né?! - ele me perguntou sorrindo.

"Encontro"?!

- Quarta!? - eu exclamei sem pensar. - Com certeza! A que horas cê vem me buscar?

Ele pensou:

- Às sete! Te ligo quando estiver vindo... E se agasalhe, o inverno já entrou e logo vai começar a nevar.

Saí do carro de Leonard me despedindo e apenas sorrindo e tremendo com a idéia de meu primeiro encontro não ser um encontro. Dei um tchauzinho para o carro de Henrie que seguia o de Leonard, que me deu umas buzinadas. Logo em seguida, me dirigi a casa, com um ar alegre. Uma fina chuvinha nojenta caía contamtemente, o que feria mais ainda meu humor.

Mesmo com alegria, era impossível não notar o clima pesado da casa. Todo o calor hormonal que eu possuía tinha ficado para trás, na escola ou no carro de Leonard, e tinha sido substituído por um frio que congelava até a alma. 

Subi as escadas lentamente e minha vó apareceu, me recepcionando.

- Olá querida, como foi seu dia?! - ela exclamou, me abraçando.

- Bom, vó! Minha mãe..? - eu disse, nos separando.

- Foi caçar, com Jasper e Edward. Acredite ou não, mas eles estavam a semanas sem fazer isso e com você aqui, fica mais difícil para o Jasper se...

- Controlar.

Ela me encarou:

- Eu ia dizer concentrar...

Eu andei em direção ao meu quarto: "Dá no mesmo!" sussurrei mentalmente.

- Concordo.

Uma voz familiar soou atras de mim e vi meu pai e minha mãe subindo as escadas com meu tio Jasper logo atras. Eu lhe dei um abraço apertado, que até minha mãe estranhou.

- Nossa... Ele está ganhando abraço? - perguntou ela, desnorteada com os braços abertos.

Sorrimos todos de sua expressão e para não deixar passar em branco, mentalizei: "Jurou não ler minha mente!".

- Nosso acordo foi rompido. - pronunciou ele, se separando de mim.

- Não precisa ler minha mente a todo instante. - falei.

Dei um abraço em minha mãe enquanto os outros se dirigiam a biblioteca, onde estavam os outros.

- Abraço no seu pai? Está com febre?! - ela perguntou, enquanto caminhávamos lentamente pelo corredor.

- É que eu percebi que podemos ter pouco tempo pra isso agora... Se acontecer algo com ele...

- Nada irá acontecer com ele, querida! - ela falou me abraçando pelos ombros. - Nem com você e muito menos com nossa familia... Estarei protegendo todos.

Ela disse em tom brincalhão, só que eu tentei levar mais a serio. Não queria que nada acontecesse com eles mesmo! 

Chegamos até a biblioteca e simplesmente nos assustumas devido a aglomeração em torno de Alice, que estava sentada em uma cadeira de madeira, fitando o nada e sendo acalmada por Jasper.

- O que aconteceu? - minha mãe perguntou, indo parar ao lado dela.

- Teve uma visão... - sussurrou Rosalie, ainda mirando Alice.

Eu ri, aquilo não era normal?

- Não. - meu pai respondeu. - Alice estava tendo... Problemas em ver as ações dos Volturi. Ela passou a madrugada toda tentando e nada, mas agora...

- Eu vi... - ela sibilou.

Eu me aproximei e agachei-me a sua frente, olhando-a nos olhos e tirando-a de seu transe.

- O que, exatamente? - perguntei, entre pausas.

Ela respirou fundo antes de responder.

- O vampiro que te perseguio, e nós perseguimos em seguida... Ele é um Volturi. Como já disse, parei de vigiar as decisões de Aro à um tempo atras, então não sabia que ele tinha o recrutado... Eu o vi em Volterra, no covil dos Volturi, ele anunciou novidades e eles parecerem ficar muito satisfeitos... Depois... - ela parou.

- Depois?.. - eu quis continuar.

- Nada. - exclamou Emmet.

- Na verdade, escuridão, como se eles estivessem ocultando a visão...

- E isso é possível? - indaguei, erguendo o corpo e ficando ao lado de minha mãe.

- É um dom. Se prover dele, temos ainda menas chances de prever seus proximos passos - falou Rosalie.

Agora estava ficando sinistro...

- Peraí, pessoal... Estão com medo de um sanguessuga?! Qual é!? Se continuarmos mantendo as vigias pelas redondezas, capturamos ele facilmente; e os lobisomens estão nos ajudando. E além do mais, pelo que Alice disse, ele está na Itália agora. Mais tempo para pensarmos.

Todos assentiram.

- Ele tem razão... Vamos buscar uma forma de contatar Carlisle, ele está no hospital em Seattle agora - falou Esme, acalmando a todos.

- Pode deixar comigo! - exclamou Rosalie, se retirando da biblioteca.

Jasper em seguida se levantou e pronunciou-se:

- Precisamos avisar aos Trend... Emmet? 

Emmet se levantou e os dois logo desapareceram da biblioteca. 

- Quer comer alguma coisa querida? - intervir minha vó, colocando as mãos em meus ombros.

- Não vó, estou sem fome.

- Eu ainda não consigo entender! - berrou Bella. - O que eles querem com a minha filha... Não é possível que você não tenha visto... - ela agora berrara com Alice.

No segundo seguinte, Alice se levantou e começou a bradar:

- Eu vejo o futuro, não o passado! Se tentar se acalmar, conseguiremos dar um jeito!

- Calma!? - perguntou Bella desnorteada. - Como pode me pedir para ter calma.?! Eles querem matar minha filha... Você por acaso tem idéia do que é isso...

- BELLA! - gritou meu pai, agarrando Bella pelos braços. - Acalme-se... Alice não tem culpa... Nenhum de nós tem...

Ela retirou os braços de meu pai abruptamente do corpo e me mandou um olhar devastado. Logo em seguida, saiu da biblioteca em um piscar de olhos.

- Edward...

- Não... Esme, deixa que eu vou. - Alice falou, saindo em disparada da biblioteca.

Nós três ficamos ali, parados, como se esperássemos que tudo se resolvesse em um passe de magica. Como se nunca tivesse acontecido.

- Querida, vá tirar essas roupas, tome um banho... - instruiu Esme.

Segui seus conselhos e fui para meu quarto, de cabeça baixa. O stress percorreu todos os membros da casa e minha mãe era a prova mais obvia disso. Eu não queria nem imaginar o que passava dentro de sua cabeça... Não naquele momento.

Joguei minha mochila em cima da escrivaninha e comecei a tirar minhas roupas. Tomei um banho gelado e demorado, queria que minha cabeça congelasse... Literalmente. Escolhi um short branco de algodão e uma blusa de mangás longas leve. Estava com um sono terrível em plenas cinco da tarde! 

Decidi fazer algo para me distrair, o dever de casa de ciências era meio maior desafio, se é que posso chamar assim... Fiz em menos de trinta minutos.

Fui ver a TV, só que não passava nada de legal a essa hora... Tive a pior sensação de tédio que já tivera em anos; era angustiante.

Até que decidi ligar para a unica pessoa que me ajudaria naquele momento: Jacob. Saquei meu celular e toquei seu nome na lista de  contatos, logo já estava chamando.

Demorou bastante, mas logo uma voz feminina e um tanto familiar atendeu o telefone:

- Alô! 

- Rachel?

A voz do outro lado pigarreou:

- É ela mesma... Nessie?

- Sou eu! O Jake está? 

- Não, Nessie. Jacob está fora desde ontem... Não está por aí.

Fiz com que não, tanto com a cabeça quanto com a voz.

- Que estranho... Bom, o Paul me contou o que aconteceu, eles devem estar marcando o perímetro com o resto da matilha... Que sinistro, hein? Um vampiro indo atras  de você? - ela exclamou preocupada.

Rachel sabia de tudo graças ao imprinting que Paul Lahote sofrera por ela. O imprinting, como sempre...

- É... Muito sinistro mesmo. Bom... Quando o Jacob chegar, você me liga? - eu perguntei, coçando a cabeça.

- Pode deixar, mas acho que será meu ultimo aviso...

Franzi o cenho tentando decodificar seu enigma.

- Como assim o ultimo?

- Ra ra... É que nesse fim de semana vou ir pra Nova York com o Paul. Vou voltar apenas no Natal, provavelmente... Já esta tudo organizadinho por lá e eu encontrei um emprego.

Eu sorri:

- Que bom, Rachel! Espero que seja muito feliz...

- Obrigada, Nessie!! Sabe, tente ajudar o Jake quando eu não estiver por perto. Ele gosta muito de você... Tchau!

- Tchau!

E desligamos. Jacob devia estar fazendo rondas com a matilha inteira, e não viria aqui tão cedo... Ótimo, arrasou de vez com meu humor. Joguei o telefone longe ao pé da cama. O que poderia acontecer de mau agora?

De repente, um alto chiado me fez dar um salto da cama para o chão. O toque de meu celular continuou sem pena. Me taquei em cima da cama atendendo-o:

- A-alô!! - urrei.

- Renesmee?! - uma voz masculina soou do outro lado da linha.

- Quem é?!

- Sou eu, Leonard!

Franzi o cenho, confusa:

- Leonard, cê tem meu número... Ah, é! Meu pai te deu ele, né!? 

Ele riu.

- Então..?

Ele estalou os lábios:

- Bem, é que seus tios me contaram o que aconteceu... Não conseguiram muita coisa, né?!

- Hum! E você acha que isso foi o pior?! Achou que eu estava de TPM, não viu o que aconteceu hoje de tarde!

- Que que houve? - ele sussurrou do outro lado.

- Digamos que foi estresse...

- Sempre ele, não?! 

Eu ri novamente:

- É...

Ele riu comigo:

- Bom, depois a gente se fala... Até mais tarde?

- Até! - e desliguei.

Meus tios deveriam estar de volta em poucos minutos, então esses eram os últimos momentos de "paz" que eu tereia. Saí do meu quarto em direção a cozinha, estava com uma fome bem mais feroz agora. Cheguei ao topo da escada e vi minha mãe sentada ao pé, com uma postura curvada e angustiante. Deci lentamente pelos degraus, segurando bem a barra de ferro.

- Você está bem? - eu disse, me sentando ao seu lado e entrelaçando seu braço com o meu.

No instante seguinte, ela virou seu rosto pra mim, me fitando profundamente.

- Minha menina! - e me abraçou fortemente pelos ombros. - Eu estou com tanto medo de te perder... Sabe, eu achava, antigamente, que quando eu me tornasse uma vampira tudo o que eu temia se desiparia e acabaria. Minhas fraquezas, meus temores... Tudo. Só que, com o tempo, percebi que tudo só se intensificou, pois quando se entra nessa vida, você fica mais exposta do que nunca a tudo...

Eu a abracei dessa vez e deixe-a desabafar.

- Mas aí veio você, que me deu mil novos motivos para continuar lutando... Eu não vou perde-la! Nunca.

Se pudesse, ela estaria chorando agora, assim como eu estava.

- Não vai perder, mãe! Nunca vai! - eu disse, a abraçando calorosamente.

Ela me retribuiu o abraço. Sinceramente, era mesmo pressão demais para uma pessoa carregar. Pensar em toda aquela carga emotiva já doía bastante.

- Sabe... - ela falou quando nos separamos. - Fisicamente, sinto que poderia destruir um tanque; mas pscicologicamente estou...

- Arrasada. É, sei como se sente. - eu falei fitando o chão. - E o pior é ver que os outros não conseguem compreender seus pensamentos...

Bella riu.

- Com seu pai, à onze anos atras, era assim. Ele simplesmente não conseguia compreender toda a dimensão do meu amor por ele, mas quando me tornei vampira, aprimorei meus dons e deixei-o ler minha mente. Quando ele viu o quanto eu o amava... Tinha que ver a cara dele...

Sorri ao presenciar que toda sua tristeza por um momento se esvairá, substituída pela grande porção de alegria.

- Quando ele veio me acalmar, eu lhe dei um fora... Edward, Edward... - ela abaixou a cabeça ainda rindo.

- Sabe, acho que a pior de todas as coisas em nossas vidas é o fator de não saber o que nos espera. A unica coisa que uma pessoa pode esperar de certa é a morte... Mas um vampiro não tem nem essa certeza. 

Ela assentiu, com uma expressão bem mais relaxada no rosto.

- Vamos lutar juntas dessa vez, O.K.? - eu exclamei, me levantando da escada e erguendo uma mão. - Que tal caçarmos agora? Um momento mãe e filha até que não vai mal... E eu estou morrendo de fome, sinceramente!

Ela abriu um largo sorriso ao pegar minha mão.

- Só troque essas roupas e coloque um casaco! Está frio lá fora, o inverno chegou... E nada de fazer essa cara, Renesmee Carlie Cullen! - e essa era minha velha mãe de sempre... Com ou sem estresse!


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Notas finais do capítulo

Bye, Bye... E deixem Reviews, hein!!!



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