Era ela. E continuava a mesma apesar da tristeza em seu rosto.

Ela sentou-se ao seu lado e por alguns minutos nenhum dos dois disse nada.

Damon a olhou e disse:

-Te chamei aqui porque você precisa saber algumas coisas.

Elena nada disse apenas ficou esperando que ele começasse.

-Não sei como começar.

-Começar do começo. – disse ela por fim.

- Quando estava no hospital minha situação era mais grave do que parecia e, bom, digamos que eu tive de fazer escolhas. Eu poderia morrer o viver eternamente.

-Não estou entendendo. Viver eternamente como?

-Essa é a parte complicada. Já ouviu historias sobre vampiros?

-Ah sim, meu pai me contava quando era pequena.

-E se eu dissesse que é tudo real?

-Eu não acreditaria.

-Por quê?

-Porque nada dessas coisas são reais.

-Está enganada. Isso é real. Eu sou um vampiro.

-Você só pode estar de brincadeira. Me fez vir aqui para nada?

-É verdade Elena. Acredite em mim, é só o que eu te peço.

-Pedir para eu acreditar que existem vampiros é uma coisa meio absurda de se pedir, não acha?

Damon pensou por alguns instantes.

-Eu posso provar.

-Como?

-Promete confiar em mim?

-Tudo bem.

-Promete?

-Prometo

Damon deixou suas presas a mostra, Elena ficou paralisada. Ele vendo sua reação se esforçou e voltou ao seu estado normal. Aproximou-se e passou a mão em seu rosto.

-Não está com medo?

-Não sei por que, mas sinto que posso confiar em você, que não ira me machucar.

-É porque eu te amo Elena. E foi por isso que voltei apesar de ter dito que não me amava mais. Você precisava saber a verdade. Stefan também é um vampiro e ele usou disso para nos separar. Nós vampiros temos uma espécie de poder e podemos obrigar as pessoas a fazer o que queremos, e ele fez isso com você ele te compeliu a me deixar e ficar com ele.

-Então é por isso que me sinto tão presa a ele e não consigo deixa-lo? Sei que não o amo mais, mas não consigo terminar, algo em mim me diz que não posso.

-Sim. É por isso.

-Tem algum jeito de acabar com isso?

-Bom.. Tem um jeito, mas não dos melhores. – disse ele abaixando a cabeça.

-Então diga. – disse ela erguendo seu queixo.

Damon pode ver uma marca roxa em seu braço, quando levantou os olhos para ela.

-Quem fez isso? – perguntou ele.

-Ah...  Ninguém. – mentiu ela.

-Stefan? – ela não respondeu apenas olhou para ele - Eu vou mata-lo! Como ele foi capaz de fazer isso com você?

-Não. Não conte nada a ele, ou ele saberá que nos falamos e ele deixou bem claro que não queria que nos víssemos.

-Você tem medo dele?

-Stefan não é mais o mesmo. Ele está muito diferente. Confesso que às vezes sinto medo.

-Não se preocupe ele não ira te machucar mais. Eu prometo. –disse Damon abraçando-a.

Elena se aconchegou ao peito de Damon, se sentia segura, como nunca antes. Damo não imaginava que o irmão estivesse tão fora de si a ponto de machuca-la. Elena levantou a cabeça sem sair dos aconchegantes braços de Damon.

-Como podemos acabar com isso?

-O único jeito é se for transformada.

-Em vampira? Não vou fazer isso.

-Tudo bem, vamos achar outro jeito.  Mas até descobrirmos algo quero que use isto – disse ele retirando uma pulseira do bolso.

Era de prata com um pingente quase minúsculo, à frente do pingente estavam cravadas flores desabrochando com detalhes em dourado e a parte de trás era reta com a seguinte frase em letras pequenas: “Meu amor por você é infinito. –D”.

-Oh Damon é linda! Obrigada.

-Está repleta de verbena. Impedira que Stefan te controle. Quando ele tentar apenas concorde e ele acreditara. Estarei sempre por perto caso precise. É melhor nós irmos, Luce não conseguira distrai-lo por muito tempo. Use a pulseira sempre, ok?!

Elena assentiu e os dois foram embora. Damon a acompanhou até o inicio da estrada, para não levantar suspeitas e Elena então segui sozinha para a casa e Damon usou sua velocidade inumana para chegar em casa antes que Luce voltasse com Stefan. Entrou em casa da mesma maneira que saiu pela porta dos fundos, sentou-se no sofá e ficou esperando até que os três chegassem. Ao chegar Luce foi direto para o quarto e fez sinal para que Damon a seguisse.

-Stefan está muito diferente – sussurrou ela depois de entrarem no quarto – como foi com Elena?

-Ela acreditou. – respondeu ele.

-Porque está com essa carinha?

-Stefan está mesmo diferente. Ele a machucou.

-O que?

-Isso mesmo. Ele a machucou.

-Está dizendo emocionalmente ou...

-Fisicamente. –completou ele.

-Ah meu Deus!

-Minha vontade era mata-lo quando entrou, mas prometi a Elena que não falaria ou faria algo á ele ainda.

Damon ficou em seu quarto até o jantar, não suportava estar no mesmo cômodo que o irmão. Stefan havia ido jantar na casa de Elena.

Mansão Gilbert

Na mesa de jantar Stefan havia contado a mãe de Elena que Damon e Luce haviam voltado a Mystic Falls.

-Mas que ótima noticia! Depois de tanto tempo... Acho que é nossa vez de lhes oferecer um jantar.

Stefan mudou de expressão no mesmo segundo.

-Que ótima ideia mamãe! – disse Elena.

-Acha que podem vir amanha Stefan?

-Ah... Acho que sim. – respondeu Stefan.

Pouco depois de Stefan ter deixado a casa de Elena Damon foi até lá para saber como Elena estava. A esperou no quarto, como sempre.

-Então... Como Stefan se comportou?- perguntou ele depois que Elena fechou a porta.

-Bem – suspirou ela – vocês não estão se falando?

-Não suporto respirar o mesmo ar que ele. – disse Damon revirando os olhos.

-Minha mãe teve a incrível ideia de fazer um jantar, amanha a noite, não acho que será muito agradável.

-Não será nada agradável, mas podemos tentar.  – disse ele se aproximando de Elena- faço qualquer coisa para estar perto de você.

Elena corou e abaixou a cabeça, Damon ergueu seu queixo e aproximou seus lábios dos dela e a beijou. Ela o afastou.

-Desculpe.– disse ele ainda de olhos fechados –Você não imagina o quanto senti sua falta e o quanto foi difícil me afastar.

Ele estava com a testa encostada a dela.

Por mais que tudo lhe dissesse para se afastar de Damon ela simplesmente não conseguia. Estar com ele lhe dava a sensação de segurança. Ela tinha certeza de que ele nunca deixaria que nada de ruim acontecesse.

Sem pensar em mais nada Elena o beijou.