Descobrindo Um Amor escrita por minduimchan


Capítulo 2
Capítulo 1 - Jess




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330160/chapter/2

Eu acabara de me trocar. O uniforme tinha caído bem em mim. Eu vestia uma camisa branca com um colete social feminino preto e uma gravata vermelha com o brasão da escola bordada. A saia xadrez vermelha e preta. Fui me olhar no espelho. Meus cabelos lisos caiam sobre os meu ombros. Meu coração ainda estava acelerado. Aquele não era um simples pesadelo, era uma lembrança que me aterroriza até hoje.

Mas eu não podia ficar assustada. Respirei fundo. Hoje era o meu primeiro dia de aula depois de anos estudando em casa, e não podia ficar com essa cara de assustada.

Fui até a cozinha. Precisava tomar café da manhã.

– Bom dia, Zilda - cumprimentei a empregada.

– Bom dia, senhorita Parker. A senhorita quer tomar o seu café.da manhã?

– Claro.

Fui até a mesa. Zilda me serviu torradas com geleia de morango - o meu favorito - e uma suco de laranja. A casa estava silenciosa como sempre. Meus pais sempre estavam ocupados,meu pai com as coisas da Editora Diamond e a minha mãe com o livro que ela esta escrevendo. Então eu quase não os via.
Depois do café, fui escovar os dentes. Depois voltei ao meu quarto e me olhei novamente para o espelho, passei um lápis preto em torno dos meus olhos para dar cor ao meu rosto e não ficar com cara de doente. Olhei o relógio. Era 6:50. Peguei a minha bolsa e fui para a sala de.entrada, onde o motorista já.estava a minha espera.

– Bom dia, senhorita Parker. O carro já está pronto para irmos - disse Josepy.

Assenti e fui para fora. O carro estava na frente da entrada da casa. Josepy me ajudou a entrar.

Durante o caminho, fiquei olhando maravilhada para a cidade. Era muito mais bonita ao vivo que por fotos. Era tudo muito lindo. Até que vi algo que me chamou mais a minha atenção.

O bosque era grande, a maioria de suas árvores eram cerejeiras. E como era primavera, todas elas estavam floridas. Me lembrei que aquele bosque ficava na frente do colégio. E tive uma ideia.

– Josepy, por favor. Pode me deixar aqui - disse assim que ele parou o carro no semáforo.

– Não posso, senhorita Parker. Não depois daquele acidente. E também, eu tenho ordens para deixá-la no colégio - respondeu Josepy.

– Mas, tecnicamente, estamos na escola - insisti.

– Está bem. Mas eu irei levá-la até lá - ele disse, encostando o carro para eu descer.

– Não, não precisa. Eu sei me cuidar sozinha - disse ao sair do me comodar na cadeira de rodas. - Até mais tarde.

Entrei no bosque. Eu estava feliz. Nem acreditava que eu estava ali. Eu parei um pouco, respirei fundo e senti o doce perfume das flores. A brisa roçava a minha pele. Ouvi som de passos. Abri meus olhos, e me virei para trás. E ali estava um garoto, na qual seu uniforme era do mesmo colégio que eu, parado, me fitando. Ficamos um tempo assim. Até que ele veio na minha direção.

– O-oi. Você poderia me dizer em que direção fica o colégio? - ele me perguntou.

– É só seguir em frente - respondi.

– Valeu. Meu nome é Ian Fontaine. E o seu?

– Prazer. Eu me chamo Jess Parker.

– Prazer em conhecê-la. Ah, quer que eu te leve para lá?

– Não precisa.

– Não. Eu insisto - ele disse, indo pra trás de mim e começando a me empurrar em direção ao colégio. - Não vou deixá-la ir sozinha para o colégio no primeiro dia de aula.

A gente ficou conversando no caminho. Ele era tão gentil. Quando chegamos no colégio , ele me levou até o mural onde estava as divisões de classe. Eu ainda estava procurando o meu nome quando Ian disse:

– Olha, parece que estamos na mesma classe! - ele exclamou e apontou para os nossos nomes. O meu número de chamada era 22, e era 21, já que a letra "i" vem antes de "j". - Estamos na classe D. Agora posso levá-la para a classe todos os dias - ele disse sorrindo.

– Não precisa. Não quero incomodá-lo.

– Imagina. Não vai incomodar, não.

Ele estava me levando para a sala. No caminho, as pessoas começaram a nos olhar e alguns ficaram murmurando algo. Não consegui ouvir, mas também eu nem queria saber sobre o que era.

Quando chegamos na sala, todos nos olharam e começou os cochichos de novo. Suspirei. Odiava fofoca, elas sempre estragam a vida dos outros e inclusive a minha. Estava cansada de cochichos, e a maioria deles eram histórias inventadas. Ian me levou até a última carteira ao lado da janela, já que aquele era o lugar que tinham reservado para mim.

Ian foi se sentar em uma carteira vazia no meio da sala. Algumas pessoas foram até ele e o cumprimentaram. Parecia que ele era bem popular.

Peguei o livro mais recente que a minha mãe escreveu, era uma cópia do manuscrito, ele ainda não foi editado e nem publicado. A minha mãe sempre me dava uma cópia para eu ler, já que eu adoro ler. Toda vez que eu lia, eu me sentia em outro mundo. Sempre ficava imaginando como era o mundo fora da minha casa, na qual eu estava nesse momento.

– Bom dia, turma! - disse o professor. Eu levei um susto, porque eu nem tinha percebido que ele havia entrado na sala. Fechei o livro e o guardei. - Sejam bem vindos. Eu sou o professor Arthur Pinheiros, mas podem me chamar de Pin. Eu dou aula de Educação Física. Eu serei o professor-coordenador de vocês. E bem, estamos lisonjeados de termo a senhorita Jess Parker estudando aqui conosco - ele disse fazendo um gesto com a cabeça em minha direção. Todos se viraram para me olhar, inclusive o Ian. Corei um pouco e sorri. Pude ouvir uns cochichos.

"Droga! O que será que eles estão falando mal de mim?" pensei. Eu tenho medo de que as pessoas me achassem uma garota fraca, egocêntrica, mimada. E que depois elas começarem a me evitar. Eu não sou assim. Eu tenho uma imagem para manter em eventos que eu ia com os meus pais. Mas na escola eu quero ser eu mesma e quero que as pessoas conhecessem o meu verdadeiro eu. Eu queria que as pessoas parassem de cochichar e tentarem falar comigo para descobrirem como eu sou realmente, em vez de acreditarem em fofocas.

– Bem, pessoal, vamos para o auditório para a cerimônia de começo das aulas - disse o professor. Ele veio até mim perguntou - Por favor, senhorita Parker, poderia me acompanhar?

– Ahn, c-claro. E pode me chamar de Jess, professor.

No auditório, o diretor chamou pela atenção de todos, e começou a falar sobre as regras da escola e de como o Ensino Médio é mais complicado que deveríamos nos dedicar ao máximo nos estudos.

Quando chegou o intervalo, peguei o livro e comecei a ler, até que alguém fez sombra e bloqueou a minha leitura. Levantei os meus e percebi que era Rachel, ela é filha de um dos funcionários da Editora Diamond, nos conhecemos em um dos eventos de divulgação de um mangá novo que foi lançado mês passado.

– Oi, Jess. Eu soube que você também estava estudando aqui e vim aqui te ver - ela disse sorrindo. - Pena que não estamos na mesma sala.

– Oi, Rachel. A quanto tempo a gente não se vê.

– Pois é, né? Sabe... - o sinal tocou, interrompendo-a. - Aff, vou ter que voltar para a minha sala. Depois a gente se vê.

– Ahn, t-tchau.

"Por que estou gaguejando? Ela é a minha amiga, não é? Ou será que não? Ela é tão gentil comigo." pensei.

A aula acabou mais rápido do que eu pensava. Comecei a arrumar o meu material. As coisas são meio diferentes do que eu pensava. Era um pouco mais desanimado. Nos livros, a vida escolar era mais animada, mais empolgante. Estava quase saindo da sala, quando eu ouvi alguém me chamando.

– Jess! Jess! - me virei e vi que era Ian. Ele se aproximou de mim. - Jess, eu te levo até a saída.

– Não precisa. Não quero incomoda-lo.

– Não. Eu insisto. Já falamos sobre isso - ele foi pegar as coisas dele. - Até mais, gente. Amanhã a gente se fala - ele começou a me empurrar para a saída.

Na frente do portão, o carro já estava a minha espera.

– Ahn, obrigada, Ian - agradeci.

– Não há de quê. Até amanhã.

– A-até - fui até o carro. Josepy me ajudou a entrar no carro.

No caminho de volta para casa, fiquei pensando no dia. Eu tinha gostado muito. Não conseguia esperar pelo amanhã.

– E aí? Como foi o seu primeiro dia de aula? - perguntou Josepy.

– Foi divertido. Um pouco desanimado, mas foi divertido - disse, mas pelo meu tom, não foi como se eu estivesse muito animada com isso.

– Ah, entendi. E quem era aquele garoto que estava te trazendo para o portão?

– É um garoto que eu conheci. Ele se chama Ian. Ele se ofereceu para me acompanhar até a saída.

– Ah, que garoto gentil. Bem que todas as pessoas podiam ser assim. – O que você quer dizer com isso?

– Ahn, nada... Quer passar m algum lugar antes de ir para casa? - ele perguntou tentando mudar de assunto. Ele estava me escondendo algo. Mas se ele não queria dizer, não vou força-lo.

– Hum... eu quero passar em uma joalheria. Já está chegando o aniversário da minha mãe. E eu quero comprar uma pulseira para a minha mãe. Você tem alguma sugestão de qual joalheria é a melhor?

– Ah, claro. Tenho uma amiga que trabalha em uma das melhores joalherias da cidade. Vou leva-la até lá.

Quando chegamos na loja, uma mulher loira de cabelos compridos veio até nós.

– Josepy! - disse a mulher.

– Lina! A quanto tempo - disse Josepy. - Essa é a Jess Parker. Jess, essa é a minha amiga Lina, aquela que eu tinha te falado.

– Ah, prazer em conhece-la - disse.

– Não. O meu prazer é meu. Você não sabe como estou lisonjeada em conhece-la. O Josepy sempre falava de você, e já faz um bom tempo que eu quero conhece-la - ela disse sorrindo. - Bem, o que trazem vocês aqui?

– Eu quero comprar uma pulseira para a minha mãe.

– Ah, entendi. Venha, tenho um ótimo modelo - eu a segui. Ela me mostrou uma pulseira com pingentes em formato de livros. Eu adorei, iria combinar muito com a minha mãe.

– Ah, que lindo! Dá para escrever neles?

– Dá sim. O que a senhorita quer que escreva?

– Você poderia escrever os nomes dos livros que a minha mãe escreveu? Eu tenho aqui anotado os meus preferidos. Você poderia mandar escreve-los um em cada pingente?

– Claro. Já volto em um estante - ela pegou a pulseira e foi para algum lugar. Depois de um tempo, ela voltou om a pulseira. - Aqui está.

– Ah, obrigada. Adorei - disse e entreguei a pulseira de volta para a Lina. - Você pode embrulhar para presente?

– Claro - ela foi para trás do balcão e o colocou em uma caixinha. Eu fui até o caixa para pagar. Quando eu terminei de pagar, Josepy veio ao meu lado com uma sacolinha da loja. - Obrigado. E voltem sempre.

– T-tchau.

Voltamos para casa. Fui direto para o meu quarto e guardei o presente na gaveta. Era 16 horas. Não tinha percebido que o tempo passou tão rápido. Fui tomar um banho.

Depois, resolvi tirar um cochilo, eu estava exausta. Posso não ter feito quase nada hoje, mas estava cansada. Eu feliz por ter conseguido realizar uma parte de meu sonho, e ansiava pelos dias que se seguiam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, aqui está o primeiro capítulo. Espero que gostem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Descobrindo Um Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.