Acordei com o despertador tocando. Não queria levantar, estava morrendo de sono, fiquei deitado por mais cinco minutos. Fui fazer a minha higiene pessoal, e depois fui para a cozinha tomar o café da manhã.

– Bom dia, Ian - disse a minha mãe. - Animado para o seu primeiro dia de aula?

– Bom dia, mãe. Você ainda pergunta isso, mesmo já sabendo a resposta?

– Aff, Ian. Só estava tirando uma com a sua cara - disse a minha mãe fazendo biquinho.

– Mãe, você é uma mulher adulta. Pare de agir como uma criança. – Hum. Não posso nem mais brincar com você, sem receber uma bronca.

– Ah, shiu. Não estou de bom humor - disse comendo os meus waffles

– Tá - ela se levantou. - Já estou indo trabalhar. Você vai querer uma carona para a escola?

– Não. – Você é quem sabe. Depois não se arrependa.

– Não vou me arrepender - disse já saindo da cozinha e voltando para o meu quarto.

Troquei-me de roupa. Estava meio desaminado. A maior parte da minha escola antiga, foi para a mesma escola que eu estou indo. Eu queria fazer novas amizades.

Peguei a minha bolsa e sai de casa. Queria chegar na escola cedo para vez se eu conseguia conhecer alguém.

Estava quase no bosque em frente da escola, quando eu vi uma garota de cabelos negros e lisos com mesmo uniforme que eu. Ela era uma deficiente física. Foi aí que eu me lembrei que essa escola aceitava deficientes físicos. Mas, no dia dos exames escolares, não havia nenhum de cadeira de rodas. Ela deveria ter feito em uma sala separada. Ela entrou no bosque. Esperei um pouco antes de segui-la. Até que de repente ela parou. Parei a alguns metros de distância. Ela estava sorrindo. Sem perceber, comecei a ir em direção a ela, acabei pisando em um galho, o que chamou a atenção dela. Ela se virou e pode ver o seu rosto. Ela era linda. Parei no mesmo instante e fiquei a fitando. Não por quanto tempo, precisava dizer algo. Pense. Pense. Fui até a direção dela.

– O-oi. Você poderia me dizer em que direção fica o colégio? - perguntei. "Nossa, que merda de pergunta que eu fiz? Eu já sei onde fica a escola." pensei.

– É só seguir em frente - ela respondeu. A sua voz era calma.

– Valeu. Meu nome é Ian Fontaine - me apresentei. - E o seu?

– Prazer. Eu me chamo Jess Parker.

– Prazer em conhecê-la. Ah, quer que eu te leve para lá? - perguntei. Não seria justo, eu apenas perguntar que caminho era para seguir para ir pro colégio e deixa-la ali sozinha. E também eu queria conhece-la melhor.

– Não precisa.

– Não. Eu insisto - disse, indo pra trás dela e começando a empurra-la em direção ao colégio. - Não vou deixá-la ir sozinha para o colégio no primeiro dia de aula.

No caminho, fiquei puxando assunto com ela. Ela era doce e gentil. Ela sempre respondia sorrindo. Ela fazia aulas de desenhos particulares, e disse que quer ser uma estilista. Ela disse que fazia vários cursos, porém eram todos particulares, como aulas de piano, de costura, de trico - eu achei um pouco estranho, mas tudo bem - , e entre outros. Ela disse que como ela havia passado a maior parte da vida dela tendo aulas particulares na sua casa, ela pedir para os pais esses cursos para ela passar o tempo.

Quando chegamos na escola, levei a Jess para o mural onde estava as divisões das classes. Sempre estava, ou na classe A, ou na classe D. Então comecei a procurar o meu nome na lista da sala D, e eu achei o meu nome, eu era o número 21 da lista. Logo abaixo do meu nome, vi o da Jess.

– Olha, parece que estamos na mesma classe! - exclamei e apontei para os nossos nomes. Fiquei tão feliz. E de repente, corei. Acho que eu falou com muita empolgação. - Estamos na classe D. Agora posso levá-la para a classe todos os dias - disse sorrindo, tentando amenizar o que eu havia dito.Mas não adiantou.

– Não precisa. Não quero incomodá-lo - ela disse. Acho que ela nem percebeu. Ainda bem. Mas eu quero ser gentil com ela.

– Imagina. Não vai incomodar, não.

Levei-a até a nossa sala. No caminho, as pessoas viram nos olhando e cochichando.

– Aquela não é a Jess Parker? A filha da Karoline Parker? - disse uma garota.

– Tem certeza? Hm... Acho que sim. Aff, já tem muitas pessoas egocêntricas aqui, não precisamos de mais uma - respondeu outra.

– Ela parece assustadora - disse um garoto. - Nas revistas sempre falam que ela era linda e gentil, mas ela tá mais pra assustadora.

Não gostei do que eu ouvi. Então me limitei a não ouvir mais nada.

Quando chegamos na classe, vi uma mesa sem cadeira no final da fileira do lado da janela, então supus que ali era o lugar da Jess. Levei-a até lá, depois procurei por um lugar vazio perto dela, porém não havia nenhum só tinha carteiras vazias no meio da sala, então fui lá para por as minhas coisas. Foi aí que os meus amigos apareceram e vieram falar comigo. Olhei de relance para Jess, mas ela estava lendo um livro. Então comecei a conversar com os meus amigos.

– Ei, eu vi você trazendo a Jess Parker para o colégio - disse o Daniel. - Provavelmente foi ela que te mandou leva-la até aqui.

– Ahn? Não. Fui eu que pedi para traze-la - disse. O pessoal começou a dar risada.

– Sério, Ian. Não precisa mentir. A gente sabe que ela que mandou - disse o Fernando.

– Não es...

– Mano, Ian. Deixa disso - suspirei. Nenhum deles queriam me ouvir. - Ela é uma filhinha de papai.

– O que você quer dizer com isso? - perguntei.

– Ué, você não sabe quem é ela? - perguntou o Daniel. Neguei com a cabeça.

– Ela é a filha do dono da Editora Diamond e também da escritora de romance, Karoline Parker - respondeu Bruno.

– Ah! E... Como você sabe que a Karoline Parker é escritora de romance, Daniel?

– Ahn... É... É por causa da minha irmã. Ela é que lê esses tipos de livro.

– Aham, sei - eu e o resto do pessoal dissemos juntos num tom sarcástico.

– É sé... - ele tentou dizer algo, mas foi interrompido pelo professor.

– Bom dia, turma! - disse o professor. "Aff, vai ser o Pin o nosso professor-coordenador." pensei. – Sejam bem vindos. Eu sou o professor Arthur Pinheiros, mas podem me chamar de Pin. Eu dou aula de Educação Física. Eu serei o professor-coordenador de vocês. E bem,...

O dia passou rápido. Quando percebi, a Jess já estava quase saindo da classe.

– Jess! Jess! - chamei-a. Me aproximei dela. - Jess, eu te levo até a saída.

– Não precisa. Não quero incomoda-lo - ela disse, no seu mesmo tom calmo de sempre

– Não. Eu insisto. Já falamos sobre isso - voltei para pegar as minhas coisas e voltei. Senti um alívio, que ela estava me esperando. - Até mais, gente. Amanhã a gente se fala - me despedi de meus amigos.

Levei-a até o portão. Tinha um carro na frente, então presumi que era o carro dela.

– Ahn, obrigada, Ian - ela agradeceu .

– Não há de quê. Até amanhã - me despedi.

– A-até - ela disse e foi até o carro. Fiquei parado onde estava, até o carro sair da minha vista. E fui embora para casa.

Quando cheguei em casa, fui direto para o meu quarto. Eu não conseguia parar de pensar na Jess. Suspirei.

   Os dias se passaram rápido. Graças ao Pin, eu fui escolhido para ser o representante da minha sala. E eu tinha que ficar um pouco mais tarde na escola, então eu não conseguia levar a Jess para o portão. Acho que ela ficou meio triste. Mas, sei lá. Ela está sempre quieta. Tinha vez, eu a via ajudando a jardineira, sempre regando as plantas. Aff, não consigo mas falar com ela. Ela não falava com ninguém, sempre ficava sozinha, ou regando as plantas, ou lendo um livro. Ouvi por ai que ela tem um olhar assustador. Acho que é por isso que ainda ninguém foi tentar fazer amizade com ela. Mas quando eu falo com ela, o olhar dela é doce e gentil, como de uma garotinha inocente e alegre. 

   Eu preciso fazer alguma coisa. Mas eu não consigo. Queria que alguma alguma coisa ocorresse para eu dar uma iniciativa de eu falar com ela. Não gostava que ninguém fosse excluído. E de alguma forma, ela me chamou a atenção.