O Diário de Rory escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 22
Romeu




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– Papai! Papai! – O menor da família jogou sua mochila no chão e gritava por todos os cantos da casa atrás de seu pai. – Papai! Peter, onde está meu pai? – Pediu o menino ao mordomo que praticamente sempre se encontrava no hall, na ponta da escada.

– No estúdio com seu pai, querido. – O mordomo bagunço os cabelos do menino.

O garoto agradeceu e começou a correr até o estúdio de Blaine. Quando chegou, a porta estava fechava, o que indicava que seu pai estava trabalhando. O menino respirou fundo para não dar a entender que tinha corrido, para caso do pai dele tentasse brigar com ele. O menino se acalmou e bateu na porta. Ninguém respondeu e não dava para escutar nada do que se passava no estúdio. O menino sabendo que provavelmente iria levar uma bronca, abriu a porta mesmo sem permissão.

Rory entrou silenciosamente dentro da sala e fechou a porta atrás de si. Do outro lado do grande vidro, o garoto conseguiu ver seus pais com fone de ouvindo e em frente ao microfone. Eles trocavam olhares apaixonados e pareciam cantar uma música inédita, já que olhavam para algum papel em suas mãos. O menino se abaixou e foi de quatro até as aparelhagens e ligou o auto falante para poder ouvir o que eles estavam cantando. Provavelmente o botão de gravar e do auto falante eram os únicos que o garoto sabia onde ficavam. Então as vozes dos seus pais invadiram o estúdio.

Yeah, and even when I'm old and gray
I'm gonna feel the way I do today
'Cause you make me feel so, yeah, when I feel so
You make feel so young, so young

Pelo com o pouco que a criança sabia, a música estava em seu final e sabia que não era autoria própria de seu pai. Mas a coisa que mais aguçava a criança, era como as vozes de seus pais ficavam bem juntas. Não era porque um de seus pais era ator da Broadway e outro cantor e compositor, que ele escutava eles cantando o dia inteiro, geralmente era apenas no Natal, no aniversário de casamento ou quando cantavam “Parabéns para você” no dia do aniversário de Rory.

Quando a música chegou ao fim, Rory se sentou na enorme cadeira preta de seu pai. Quando os pais estava se aproximando, o garoto se apressou e ligou o microfone interno.

– Nada mal, mas acho que podemos fazer de novo. – Rory se encostou na cadeira e cruzou os dedos, do mesmo modo que o pai fazia.

Os homens se afastaram com o susto e olharam da onde o som vinha. Riram quando viram o pequeno Rory imitando o pai. Blaine encostou no microfone.

– Eu acho que está muito bom, senhor. – Disse o pai. Rory se encostou na bancada e segurou o botão para poder falar.

– “Mas eu sou o pai e você tem que me obedecer. Então se eu digo para fazer, você faz.” – Rory usou o que Kurt dizia quando mandava o menino arrumar os brinquedos do quarto.

Kurt cerrou os olhos para o filho e colocou a ponta da língua em cima de sua presa. O garoto riu e fez a mesma coisa com a língua; era uma mania nova de Kurt, que Rory havia imitado. Os homens penduraram os fones e começaram a se retirar da sala. Rory virou a cadeira para a porta que se abria. Os homens pararam em frente ao filho.

– Rory, o que eu te disse sobre bater na porta? – Perguntou Blaine cruzando os braços.

– Mas eu bati, mas os pombinhos estavam cantarolando tão alto que nem me ouviram bater ou entrar. – Disse o menino.

– Sinceramente, é a última vez que Rory passa o final de semana com a Santana. Ele volta transformado. – Blaine parecia atormentado com as respostas do menino.

– Ou eu aprendo a me virar na casa da tia Sant ou ela me usa como ingrediente naquelas comidas latinas dela, mas não é por isso que estou aqui. – O menino ficou em pé na cadeira. – Papai, tenho uma novidade. – O menino estendeu os braços para o pai, que o segurou no colo.

– E algo secreto que o velho pai aqui não possa saber? – Perguntou Blaine sentando em sua cadeira e mexendo em sua mesa. O moreno trocava sua atenção entre o filho e marido e a mesa.

– Claro que pode, mas acho que papai vai gostar mais. – Disse o menino olhando nos olhos de Kurt.

– Então diga! – Pediu Kurt arrumando o cabelo do filho.

– Hoje no curso de teatro, fui escolhido para ser o Romeu na peça “Romeu e Julieta” – Disse o menino.

– Oh meu Deus. Mentira. – Blaine rapidamente parou de mexer na mesa e ficou de pé para saber mais sobre a notícia do filho.

– O que? Rory, isso é maravilhoso. – Kurt levantou mais o menino em seu colo.

– Na verdade vai ser um pequeno musical. Fui para a casa da tia Sant para tia Britt me ajudar, porque não me chamam de “Pequeno Finn” atoa. – Kurt riu do pequeno apelido maldoso de Quinn. - Então quando cheguei na escola, só tive que competir com o Allan Abrams e acabei ganhando.

– E quem será a Julieta? – Perguntou Blaine. O menino corou e os pais puderam entender. – Uuh, acho que Camilla Dallas será sua parceira de cena...

– Sim... Papai, ela foi tão incrível! Ela tem olhos tão bonitos e o cabelo ruiva dela é tão legal. – Kurt conseguia ver o brilho nos olhos do filho.

– Mas não é ela que é um ano mais velho que você, Rory? – Questionou Blaine. O castanho deu uma cotovelada no marido.

– Sim, mas hoje ela disse que eu tenho bochechas bonitas. – O menino colocou as mãos nas bochechas tentando enxerga-las, enquanto Kurt olhou para o marido com um olhar confuso. Elogiar as bochechas não era a coisa mais comum. – A apresentação vai ser no primeiro dia da primavera. Vocês vão né? – Perguntou o menino.

– Mas é claro, querido. Não perderíamos esse momento por nada. – Afirmou Kurt. – Certo, Blaine?

– Com certeza! E pode ter certeza que será mais um evento que será gravado por mim. – Disse Blaine.

– Pai, eu tenho apenas cinco anos, mas sei que minha primeira vez usando o vaso não foi um grande evento, mesmo assim você gravou. – Disse o menino.

Blaine ficou uns bons segundos encarando filho.

– Ok, você nunca mais vai pra casa da sua tia. – Blaine jogou as mãos pro alto e voltou para a mesa.

[...]

Depois de dois meses, o grande dia havia chegado. Rory havia ensaiado muito para esse dia. O pequeno castanho as vezes ficava até tarde na escola de teatro para conseguir decorar suas falas, já que o menino não sabia ler.

Kurt e Rory conseguiram ficar mais próximos, pois o castanho mais velho ensinava o filho técnicas básicas e fáceis pra idade dele e o menino prestava a maior atenção nas aulas do pai. Blaine também havia ajudado o menino com coisas como dançar e cantar ao mesmo tempo, para não ficar sem folego rapidamente; mesmo que fosse uma peça infantil e as crianças cantariam e dançariam pouco, já era alguma coisa para o menino.

Faltavam algumas horas para o espetáculo e a casa Hummel-Anderson estava em modo de alerta.

– Papai, vamos logo. Eu te disse que preciso chegar antes. – Disse o menino gritando no primeiro degrau da escada.

– Rory se acalme, ainda temos tempo. – Disse Blaine atrás do menino abotoando o blazer.

– Mas pai, eu não posso chegar atrasado. Eu sou o Romeu. – Disse o menino praticamente se gabando.

– Ok, garoto. Eu entendi, mas ficar gritando pelo seu pai que está no quarto e nem deve estar te escutando só vai piorar as coisas para a garganta. – Disse Blaine. O menino arregalou os olhos e fechou a boca o mais rápido possível.

– Estou pronto. – O castanho descia as escadas com uma camisa branca com pequenas bolinhas azuis, uma calça caqui, oxford branco e um blazer verde-água escuro com as mangas até os cotovelos. Rory nunca conseguia entender como seu pai conseguia ficar tão diferente por apenas trocar de roupas. – Blaine, pegou a câmera? - Até Rory se virou para encarar o pai, que tirou do bolso de blazer a pequena câmera e levantou. – Rory, sua fantasia? – Kurt chegou ao fim da escada e parou na frente do filho.

– Confere. – Disse levantando o cabide com uma capa preta.

– Então podemos ir.

A família foi para o lado de fora, onde o dia já estava quase acabando, mas ainda tinha vestígios do belo sol. Blaine desceu as escadas da varanda com a roupa do filho e foi para a nova garagem que poderia ser considerar subterrânea. Depois de alguns minutos o moreno surgiu com um de seus carros vermelhos e parou na frente da varanda. Kurt prendeu o filho na cadeirinha e foi para o banco do passageiro, assim o carro seguiu para a escola de teatro.

[...]

Como era de se esperar, o auditório estava cheio de pais e amigos das crianças. Até alguns famosos tentando se esconder no meio da multidão era possível ver. Como convidados de Rory, estavam Kurt, Blaine, Finn, Rachel, Burt, Carole, Nick, Jeff e Carson. Todos estavam animados para ver o menino, que enquanto eles conversavam, estava entrando em pânico no camarim com Kurt.

– Rory, se acalme, vai dar tudo certo. – Disse Kurt sentado no sofá do lugar, tentando acalmar o filho.

O menino estava andando de um lado para outro, totalmente nervoso. O camarim era um tipo de espaço aberto atrás das cortinas. Lá haviam vários espelhos, balcões, araras e fantasias. Ele estava sendo ocupado por professoras que faziam as maquiagem e ajustavam as fantasias e pais que tentavam acalmar as crianças.

– Mas papai e se eu esquecer a fala? E se eu cair do palco? Ou-

– Hey, hey. – Kurt se ajoelhou na frente do filho e chamou atenção do garoto o segurando pelos ombros. – Vai dar tudo certo, ok? – O castanho tirava as mechas que caiam sobre os olhos do filho e prendia dento da boina do menino. Rory estava começando a tomar Kurt como um professor e não como um pai. – E se algo der errado, lembre-se: O show deve continuar. – O menino respirou fundo e concordou. Kurt sorriu e o abraçou. – Agora eu preciso ir para meu lugar, porque daqui a pouco você entra no palco. – Disse Kurt olhando em seu relógio. – Tchau, querido. Merda para você.

– Até daqui a pouco. – Disse o menino indo se sentar no sofá e observando o pai sair.

[...]

Depois de uma hora de apresentação, todos não poderiam estar mais felizes por Rory. O garoto havia feito tudo certo e de uma tremenda graça. Era praticamente impossível negar que aquele realmente era filho de Kurt Hummel, que no fim da peça, chorava como nunca. As pessoas pareciam ter gostado muito, porque por ser uma peça infantil, eles foram aplaudidos por muito tempo.

Depois de alguns minutos que a peça havia acabado, a família do menino viram todas as crianças saindo, menos Rory. E como acharam incomum, resolveram ver o que poderia ter acontecido. Eles desceram até o palco, passaram pela cortina e quando chegaram ao camarim, viram Rory sentando com um enorme buque de flores azuis em seu colo. Kurt foi até o filho e se abaixou novamente em frente a criança.

– Rory? Qual é o problema? Tem algumas pessoas que querem te parabenizar. – O menino subiu seu rosto para ver quem estava presente, ele abriu um sorriso quando viu o avô e rapidamente correu para Burt. O velho Hummel segurou o neto com um sorriso enorme no rosto, por parte do orgulho e por outra da saudade. Depois o menino cumprimentou todos sorrindo, mas algo ainda o perturbava. O garoto foi até Blaine, que o pegou no colo.

– Pai, o que está escrito aqui? – Pediu entregando um papelzinho ao pai. Blaine achou estranho mas leu.

– “Para o melhor Romeu de todos. C.” – Falou Blaine. – Esse cartão estava junto aquelas flores? – Perguntou Blaine e o menino assentiu com a cabeça.

– Elas estavam em cima da minha cadeira e azul é minha cor favorita. – Disse o menino para Blaine. – Mas eu só não sei quem mandou. – Voltou a olhar para o buque.

– Rory, está assinado com um “C”. – Disse Kurt chegando atrás de Blaine e lendo o cartão. – Assim como o nome de Camilla... – O castanho pode ver as bochechas do menino corarem e um sorriso se formar. – Porém ela estava no palco com você, talvez possa ser de Carson... - Kurt apenas deu um empurrão para o pequeno castanho entender de quem eram as flores.

Kurt, Blaine e Rory olharam para o Carson, que estava de pé no chão. O menino corou e se escondeu atrás de uma das pernas de Nick. Nick e Jeff deram risada confirmando a desconfiança do castanho. Rory não tirou os olhos do amigo, e quando o loiro finalmente encarou os olhos de Rory, o menino sorriu docemente e novamente se deixou corar.


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Notas finais do capítulo

Allan Abrams não tem nenhuma ligação com meu tio Artie.
Não disse muito sobre o que aconteceu na peça, porque só Deus sabe onde meus pais colocaram esse vídeo, mas achei algumas fotos e fui me lembrando aos poucos desse dia.



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