O Diário de Rory escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 16
Pa...


Notas iniciais do capítulo

A frustração nos olhos do meu pai quando ele me contou isso foi a melhor parte. Hahaha.
Estou com oito meses fora do flashback
Boa leitura.



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Já haviam se passado oito meses desde que Rory havia nascido. Kurt não era um pai tão coruja quanto antes. Não ficava noites em claro para poder cuidar do filho, deixava outras pessoas alimentarem ele, não ficava tanto com ele no colo, mas ainda mimava o garoto:

[Flahsback]

– Kurt, ainda não entendo porque estamos no shopping comprando mais roupas para Rory, um bebê de sete meses que logo não entrará em nenhuma. – Dizia o moreno enquanto carregava o filho no colo e caminhava atrás do Kurt pelos corredores do shopping.

– Blaine, você está agindo como um velho marido hetero e sem dinheiro. – Kurt respondia enquanto olhava as vitrines de algumas lojas para crianças.

– Ah, nessa parte eu concordo com os heteros. – Disse Blaine.

– Fique quieto, não nos matamos de trabalhar: eu nos palcos e você no estúdio; para você me bloquear como devo gastar meu dinheiro.

– Ok, tudo bem. – Blaine caminhou um pouco mais rápido para segurar a mão do marido com uma mão e segurar o bebê no outro braço. – Que tal entrarmos ali? – Sugeriu Blaine na grande loja de roupas. Kurt concordou com a cabeça e a família entrou.

Quando entraram, Kurt observou algumas coisas até que pegou uma sacola e foi colocando as peças que mais havia gostado.

– Blaine, traga Rory aqui. – Blaine estava no fim do corredor e Kurt no começo. Quando Blaine começou a caminhar, Rory deu um grito e os dos pais olharam para o menino. Agora Kurt é quem ia de encontro aos dois. – O que foi, Roy? – Perguntou o pai da criança.

O garoto tinha a barriga encostada no ombro de Blaine e esticava os bracinhos querendo pegar alguma coisa atrás do pai. Kurt olhou para o que o filho queria. Era uma centopeia toda colorida de pelúcia.

– Você quer isso? – Perguntou Kurt mostrando o brinquedo na frente do rosto do menino. Rory pegou o bichinho com os dois bracinhos e apertou forte. – Pode ficar. – Disse ao garoto.

Quando Kurt e Blaine caminhavam de volta á onde Kurt havia chamado Blaine para ver uma camisa, Rory balbuciou de novo. Quando Blaine olhou para os bracinhos indicavam: um microfone.

– Kurt... Olhe. – Chamou Blaine.

Kurt se virou lentamente, sem tirar os olhos da camisa para ver seu marido lhe encarando, enquanto Rory mais uma vez tinha o bumbum para o alto, tentando pegar um novo brinquedo.

– O que é aquilo? – Perguntou Kurt ao marido, mas já se encaminhava para saber.

– Um microfone... – Blaine disse enquanto se virou para ficar de frente para o tal microfone. Como Blaine girou, Rory agora era quem ficava de costas para o brinquedo, mas logo tratou de ficar de frente novamente e puxar Kurt pelo ombro.

– Ai meu Deus! Como não pensei nisso antes?! Dar um microfone a Rory e incentiva-lo a cantar. – Kurt foi pegar o microfone e checou o preço. – Ah, deve ser um daqueles brinquedos que desenvolvem a criança. Blaine checou o preço.

– Sério que vamos dar um microfone de plástico de 200 dólares a uma criança de sete meses? – Perguntou Blaine.

– Só espero que se recorde quem o incentivou, quando ele começar a compor as próprias músicas ou entrar para o primeiro musical da escola. – Kurt entregou o microfone ao filho, que ficou apertando todos os botões, e deu três tapinhas na mandíbula de Blaine, antes de finalmente voltar as roupas.

Depois de passarem duas horas dentro da mesma loja: Kurt escolhendo as roupas e Blaine sentado no sofá, quase dormindo com Rory no colo. Kurt enfim resolveu ir para o caixa para concluir a compra.

– Finalmente! – Disse Blaine um tanto bravo pela demora. Kurt retribuiu mostrando a língua. Os dois foram para o caixa onde começaram a ser atendidos. Enquanto a mulher do caixa estava registrando as peças, Rory deu um novo grito e levantou os braços para a parte de cima da cabeça da mulher do caixa. – O que foi agora? – Blaine falou um pouco alto, recebendo a atenção de algumas pessoas ali.

Kurt seguiu a direção dos braços do menino e viu um enorme urso na prateleira da loja.

– Quer aquele, Roy? – Perguntou Kurt. Rory deu mais um grito enquanto se esforçava para alcançar o urso. – Quando é aquele urso? – Blaine rapidamente olhou para Kurt com os olhos arregalados, implorando para que ele entendesse que era para parar.

– Aquele urso não está à venda... Ele é parte da decoração da loja... – Respondeu a atendente.

– Meu filho quer aquele urso. Quanto custa? – Perguntou mais uma vez Kurt. Quando Blaine ia protestar, Kurt colocou a mão na frente do rosto do marido, calando o mesmo.

– Senhor, n-nós não-

– Quanto. Custa. Aquele. Urso? – Kurt estava quase subindo em cima do balcão e voando na mulher. Depois de um tempo calculando o que falar, ela disse:

– 1.000 dólares. – Respondeu, jurando que o homem desistiria.

– Feito. Adicione ele ao carrinho. – Disse Kurt saindo das pontas dos pés.

– O que? – Perguntou a funcionária e Blaine.

– Isso mesmo, adicione ao carrinho. – Kurt assim pediu e assim deixou a mulher em problemas.

[...]

– Eu prometo não comprar tudo o que Rory quiser, quando sairmos para as compras... – Disse Kurt. O homem se encontrava sentado na ponta da cama com Blaine andando de um lado para outro com os braços cruzados.

– E...?

– Prometo não comprar coisas desnecessárias para Rory... – Kurt tinha as duas mãos entre os joelhos e a cabeça abaixada.

– E...?

– Prometo não mimar ele e nem fazer meu marido passar vergonha na frente de várias pessoas. – Completou o castanho.

– Ótimo. Vamos dormir. – Disse Blaine. Kurt começou a se ajeitar na cama. – E Kurt... – Kurt parou de esconder debaixo das cobertas e olhou para o marido. – Não pense que usando “sairmos para as compras” não inclui você comprar pela internet. Você só vai comprar alguma coisa para o Rory quando eu disser para.

– AAAAAAAHN! – Kurt se jogou contra o travesseiro, cruzando os braços e fazendo biquinho.

[Flashback]

Kurt riu se lembrando da vergonha que passou, quando pegou o microfone jogado no chão do quarto menino; um dos brinquedos que Rory nem brincava mais.

– Kurt, sabe qual é a melhor parte de sermos um casal gay com um filho? - Perguntou Blaine entrando no quarto do filho, com o mesmo, que tinha as perninhas entre a cabeça do pai.

– Não precisaremos nos preocupar em saber como é o corpo feminino para oriente-lo? – Perguntou Kurt enquanto recolhia os brinquedos do chão.

– Não! – Blaine juntou as sobrancelhas e inclinou a cabeça, pensando no que acabara de escutar. – Quero dizer que quando Rory começar a falar, não ficaremos frustrados em saber que nosso filho disse o nome do outro, porque nós dois seremos o “Papa” dele. – Blaine soltou o menino no chão, que engatinhou para o pai que juntava os brinquedos.

– Ah não ser que ele fale “Mama” primeiro. Ai nós podemos chorar e nos bater por dias. – Disse Kurt. Blaine riu e balançou a cabeça. O moreno se sentou no chão e cruzou as pernas, colocando Rory de cabeça pra baixo, de modo que o garoto tinha as perninhas seguradas pelas mãos do pai, o bumbum no espaço entre as pernas de Blaine e a cabeça no pé do moreno.

– Exatamente por isso estou propondo que não no chamemos mais de “Kurt” ou de “Blaine”, passando agora para “Papai” e “Pai”. – Sugeriu o moreno.

– Ok, isso é muito estranho. Principalmente porque terei que te chamar de “papai”. - Kurt levantou uma sobrancelha e Blaine entendeu.

– Não. Não, nesse sentido. Jamais, Kurt. E eu prefiro que você seja o “papai” e eu seja o “pai”.

– Motivo? – Perguntou o castanho, ainda mexendo com os brinquedos.

– “Papai” combina mais com você. Assim como “Hummel-Anderson” combina melhor que “Anderson-Hummel” e já te ajuda com o fato de me chamar de “pai”. – Kurt pensou um pouco no que Blaine havia dito.

– Ok, por mais que isso seja coisa de casal hetero. “Papai. Mamãe.” – Kurt fingiu ter problemas com a fala. Blaine gargalhou. – Eu aceito... Pai. – Disse Kurt.

– Tudo bem... Papai. – Blaine sorriu.

– Meu Deus... Isso é muito... Escroto. – Sussurrou Kurt. Blaine caiu na gargalhada com as palavras do marido.

[...]

Havia duas semanas desde que Kurt havia aceitado o acordo com Blaine. Para melhorar o clima da casa, Blaine havia feito uma seleção de músicas com a palavra “Papai” ou “Pai”. Kurt estava surtando de tanto que escutava “Papa, Can You Hear Me?” e a maldita música do refrigerante ruim.

Kurt acordou às oito horas da manhã e foi tomar café com Blaine e Rory, que já se encontravam na mesa. Kurt estava meio sonolento porque não havia dormido bem, então mal mantinha os olhos abertos, muito menos se orientava sobre tudo com facilidade.

– Bom dia, Roy. – Disse Kurt beijando a cabeça do menino, depois bagunçado os cabelos do mesmo. Blaine se dirigiu à Blaine e deu um selinho no marido. – Bom dia, Blain-

– Papai! Meu nome é Pai. Quem é esse tal rapaz? – Blaine ficou encarando Kurt, que se arrastou até a cadeira, desabou em cima dela e circulava a região das têmporas.

– Blaine, não enche o meu saco logo cedo. – Disse ainda fazendo os movimentos circulares na mesma região. O castanho imaginou que Blaine tivesse abaixado a cabeça em frustração. Kurt então colocou a mão esquerda em cima da direita de Blaine. – Amor, não fique magoado. Só que está muito cedo para eu processar as coisas e o que devo falar, imagine Rory. – Blaine que estava na ponta da mesa, sorriu para Kurt. – Suas músicas infernais também ajudam nisso.

– Que músicas? Nisso o que? – Perguntou Blaine.

– Não literalmente suas músicas, mas aquelas que envolvem “pai” no meio, por isso essa dor de cabeça. – Respondeu Kurt pegando seu café.

– Pa...

– Kurt, você acabou de acordar, eu não tenho culpa, muito menos as minhas músicas... Talvez isso seja apenas cansaço. – Retrucou Blaine.

– Senhores? – Chamou Rita.

– Deixa eu ver se entendi; você está me chamando de cansado? – Kurt largou a caneca e cruzou as mãos debaixo do queixo.

– P-a... Pa-p...

– Não foi isso que eu disse. Eu disse que talvez você esteja cansado, não que você é casando. Você realmente não se dá bem com as manhãs, Kurt... – Falou Blaine passando geleia no pão

– “Kurt”? Olha que está descumprindo o acordo, mas você não desculpa, porque não “está cansado”...

– Uhn... Senhores? – Chamou a mulher novamente.

– ... E me dou muito bem com as manhãs, abusado. – Falou Kurt.

– Pa... Pa... Pap...

– Senhores!

Fala, Rita! – Gritaram Blaine e Kurt, olhando para a mulher. A moça apenas apontou para Rory. Os dois homens viraram suas cabeças, agora encarando o filho.

– Pa... Pap...

– Ai meu Deus! Está acontecendo! – Kurt perdeu todo cansaço que tinha e correu para o lado do filho no cadeirão. – Vamos Rory. Pa-pai. Pa-pai. – Kurt soletrava para o filho.

– Rory, diga: “Pai”. – Dizia Blaine, enquanto gravava o filho e o marido com o celular que havia tirado do bolso do pijama.

– Pa...

– Papai! – Incentivou Kurt.

– Pai! – Disse Blaine.

Quando estava tudo acontecendo, eles se esqueceram do acordo. Agora Kurt queria Rory lhe chamasse e Blaine queria que a primeira palavra do filho fosse “pai”.

– Pa... – O garoto balbuciava olhando para a boca de Kurt.

– Pa-pai.

– Pa-i.

– Pa... Pap... Papel.

Kurt e Blaine ficaram em silêncio para o que, pensaram que haviam escutado.

– Rory, repita... Pa... – Disse Kurt.

– Pap... Papel. – Disse o garoto, batendo as mãozinhas em cima da mesa do cadeirão.

Kurt dirigiu lentamente o olhar para o marido que ainda gravava, porém ficava olhando para filho estático ao invés do visor do celular. Blaine finalmente encarou Kurt, pelo que durou um minuto em silêncio.

– Me diz que eu não limpei o ouvido direito e a primeira palavra do nosso filho não foi “papel”. – Kurt encarava os olhos castanhos do marido.

– Então eu também não limpei os meus... – Blaine sentou na cadeira, deixando os braços caírem em cima do colo. O homem parecia totalmente perdido em pensamentos. O celular ainda gravava, agora o chão era filmado. – Perdemos para um mero material reciclável.

– Posso dizer uma coisa? – Perguntou Rita.

– Se não estiver relacionado com a palavra “papel”... – Kurt tinha o queixo em cima da mesa e olhava para baixo, encarando a mesma.

– Bom, talvez vocês tiveram sorte. – Falou a mulher. Kurt encarou a mulher com uma sobrancelha levantada. – Talvez Rory no fundo sentisse ou soubesse que se falasse o nome de um, o outro ficaria triste. Mesmo sendo pequeno, ingênuo e não entendendo nada. – Agora todos olhavam para o menino que mordia a mesinha. – Rory sabe seguir suas intuições. – Depois disso, Rita havia se tornado o centro das atenções, até mesmo de Rory. – Está no sangue. – Os homens se olharam e sorriram.

Provavelmente Rita e Rory estivessem certos. Talvez o garoto de algum modo louco, sabia o que era melhor para os pais. Se ele tivesse falado “papai”, Blaine se perguntaria onde ele teria errado, se dizendo que fez a proposta, selecionou as músicas, mas ainda assim, Kurt era o “vencedor”. Se Rory tivesse dito “pai”, Kurt se culparia por entrar em coma e ter perdido alguns meses com o filho, causando que Blaine fosse o preferido do garoto.

– Ainda estou aceitando os fatos, porém se não fosse nossos nomes, poderia ter sido “Perry”. – Blaine disse olhando para Rory. Kurt levantou uma sobrancelha para o marido. – O que?


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Notas finais do capítulo

#FALARITA #PAPEL #UMURSOPRAUMJOVEMDESETEMESESÉMAISDEMILDOLARES



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