O Diário de Rory escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 14
Voltando




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Quando os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto do hospital e se iluminarem o rosto do moreno, o mesmo se lembrou de onde estava e logo abriu um sorriso. Blaine estava no hospital e na mesma cama que Kurt, com um rápido movimento, o moreno apertou o marido em um grande abraço aconchegante, mas assim que Blaine fez, ele percebeu que não era Kurt e sim um travesseiro.

O moreno hesitante abriu os olhos para encontrar não um travesseiro, mas sim uma almofada azul. Blaine tirou o rosto que estava afundado no objeto e olhou em volta. O moreno estava em um sofá, em frente à cama do marido, mas Kurt não estava na cama. Blaine não estava entendo nada, até que foi tirado de seus pensamentos pelo som das batidas na porta.

– P-pode entrar. – Blaine tinha duvidas que fosse Kurt, mas não entendia porque Kurt estaria fora da cama, porque ele estava em um sofá e desde quando esse sofá estava no quarto de seu marido. Assim que a maçaneta girou e a porta branca se abriu, Blaine se levantou para falar com Kurt e perguntar o que estava acontecendo, mas assim que o castanho se virou depois de ter fechado a porta, ele viu que não era seu marido. – Q-quem é v-você e onde está meu marido? – Blaine tinha uma sensação que já tinha visto aquele homem antes e não era um médico, nem enfermeiro, porque ele não estava vestido de branco.

– P-pai? –Perguntou o homem com o terno cinza. Na verdade não era um homem, era um jovem. Era Rory.

– Pai? R-rory? O-o que está fazendo aqui? E quando ficou tão velho? – Blaine andava para trás, se afastando do filho.

– Quando eu o- - O jovem encarou o medo refletido nos olhos do pai. - Oh, pai. Pai, eu te pedi para não vir mais aqui, isso só vai piorar tudo...

– P-piorar o que? Rory, eu exijo saber do que você está falando! Cadê o meu marido? Cadê seu pai, Rory?

– Ai meu Deus... Você se esqueceu de novo... – Rory se aproximou do pai e colocou as mãos do ombro do homem. – Pai... Papai não aguentou e... E ele... E-ele morreu, pai... – Rory tinha lágrimas nos olhos, provavelmente se lamentando do pai que nunca havia conhecido.

– Não, não, não. Isso é mentira... Você... Você está mentindo pra mim. – O homem se afastava se protegendo com o antebraço e totalmente assustado. Blaine olhou para a TV ligada onde tinha a foto de Kurt junto ao jornal de notícias. – Não, isso não pode estar acontecendo. Kurt nunca me deixaria... – Blaine sentiu que havia chegado no limite do quarto e olhou para trás. Blaine pode ver pela janela a entrada do hospital, havia uma multidão de pessoa com flores, fotos, cartazes; e um em especial Blaine conseguiu ler: “Nós sempre te amaremos, Kurt”. – Não! Não! – Blaine sentiu lágrimas nos olhos e levantou o olhar para os prédios, mas a única coisa que o homem viu, foi um velho Blaine, com cabelos brancos, testa enrugada, bochechas caídas, boca murcha. Blaine havia perdido muito tempo, Kurt se foi.

[...]

Não! – Blaine gritou enquanto suava e tremia freneticamente na cama do hospital. O homem olhava em volta a procura de qualquer coisa. Ele estava naquele mesmo quarto e novamente sozinho. Blaine começou a entrar em desespero.

– Blaine! – Kurt saiu correndo do banheiro para acalmar o marido. Kurt segurava o rosto do marido e não deixava escapar nenhum centímetro do rosto do homem, parecia que o moreno estava atrás de alguma ferida física no homem que tanto amava. – Amor, por favor, se acalma. – Kurt estava notavelmente assustado. Blaine finalmente percebeu que tinha alguém com ele e esse alguém era seu marido. Blaine colocou suas mãos em cima das do marido. Blaine começou a chorar e Kurt vendo a situação e sem saber o que fazer também chorou.

Blaine se sentia como se estivesse em um corredor e esse corredor estivesse a cada segundo se estreitando e o moreno não pudesse fazer nada para parar, mas sabia que aquilo era uma morte certa e agonizante. Na verdade não era Blaine, e sim seu coração, um coração apaixonado que não poderia fazer nada pra salvar quem mais amava e as paredes eram a realidade fazendo-o acreditar no pesadelo, dizendo-o que nunca mais veria Kurt. E Kurt, havia conseguido quebrar as paredes da realidade e feito o moreno diferenciar o que era sonho para o que era verdade.

– Desculpa, me desculpa. – Blaine tentava se explicar em meio as lágrimas que caiam. – Eu achei... E-eu achei que havia te perdido... Pra sempre... Me desculpa. – Mesmo que o moreno soubesse que estava tudo bem, a dor era arrasadora.

– Ok, está tudo bem. Vai ficar tudo bem, se acalme. Estou aqui, como sempre estive e como sempre estarei. – Kurt respirava fundo envolto aos braços do marido. – Quer falar sobre isso? – Blaine negou com a cabeça.

Os dois ficaram ali se abraçando, então Blaine resolveu dizer:

– M-me prometa que nunca vai me deixar... Me prometa que no dia que ficarmos velhos... Eu serei o primeiro que-

– Ei, ei, ei. Para com isso, temos uma vida enorme com o nosso menino pela frente, somos jovens, foi apenas um sonho, não precisa se preocupar com isso agora. – Mais uma vez Kurt tentava acalmar o marido.

– Kurt, só, por favor. – Blaine matinha os olhos fechados e a cabeça abaixada. – Me prometa que será eu quem vai morrer primeiro... – Blaine parecia que tinha os olhos mais claros, como se as lágrimas tivesse manchado o castanho avelã.

Kurt ficou encarando Blaine, o moreno parecia desesperado, Kurt não viu outra solução além de colocar o braço para trás, cruzar os dedos e dizer: - Eu prometo. – Blaine pareceu mais aliviado e beijou Kurt com força. O castanho de certa forma se sentia estranho.

[...]

Depois da promessa que ainda perturbava Kurt, os dois tomaram banho, tomaram café e esperaram a visita do médico para que Kurt pudesse ir embora. Houve batidas na porta do quarto, então o castanho pediu para que entrasse.

O médico, loiro e alto que Blaine detestava entrou.

– Trago boas e más notícias. – Disse o homem olhando na prancheta. Kurt e Blaine ficaram apreensivos . – A boa é que você recebeu alta. – Disse o médico ganhado um sorriso de Kurt e a visão do casal se beijando. – E a ruim é que ficarei sem meu paciente favorito.

Blaine rolou tanto os olhos que conseguiu olhar além do cérebro. Kurt se levantou para abraçar o médico que cuidou do castanho nesse tempo.

Por favor, Kurt esteve dormindo esse tempo todo. Como foi seu paciente favorito? Fura olho. Lacraia do cabelo de palha.- Pensava o moreno, enquanto encarava a cena com os olhos semiabertos e com a boca rígida em um bico. Blaine tossiu para separar os dois. – Kurt, preciso ligar para James...

– Então vá. – Kurt se virou sugerindo a porta com a cabeça para o moreno.

– Ok... – Blaine saiu da sala e deixou os dois sozinhos. Tirou o celular do bolso, discou o número de casa e esperou. Julia atendeu. – Mãe, peça para James vir aqui no hospital para buscar Kurt e eu... Sim... Tudo bem, obrigado. – Blaine desligou e voltou para a sala – Kurt, James já está a caminho. - Diss– o moreno.

– Então, Kurt... É isso. Obrigado por ser um paciente tão... – Blaine levantou uma sobrancelha. – Quietinho. – O homem piscou para Kurt, bateu a mão forte e enorme no ombro de Blaine, que fez o moreno até fraquejar com o peso inesperado, e saiu.

– Esse cara tem problemas. – Disse Blaine abraçando a cintura de Kurt e beijando o castanho que depositou as mãos no rosto do marido. – Eu te amo, Kurt.

– Eu te amo, Blaine. – Kurt voltou a beijar o marido.

[...]

Depois de James ter chegado, os dois terem que passar por todos os fãs, que de algum modo descobriram que Kurt estava acordado e que hoje seria a saída do moreno, em frente ao estacionamento. O casal e o motorista seguiram para a mansão.

– Muito bom te ver e ter de volta, Sr. Anderson. – James dizia enquanto olhava para o chefe pelo retrovisor.

– James, eu fiquei em coma, mas não perdi a memória, ainda quero que me chame de Kurt. – Disse o castanho sorrindo para o motorista, que sorriu de volta. – E sim, é bom estar de volta e é bom te ver também. – Kurt mal podia se conter em ver tudo de volta. Mas acabou se dando conta de uma coisa. – Blaine, ligue para Julia e pergunte se Rory está acordado, vai ser frustrante chegar em casa e meu menino estar dormindo.

– Ok. – Blaine fez o que foi dito, conversou algumas coisas com a mãe dele e depois desligou. – Bom, aparentemente ele está dormindo. – Kurt desmanchou o sorriso. – Mas, já é hora dele acordar, então ela vai acorda-lo, dar banho e arruma-lo para que você possa ver ele. – Kurt assentiu com a cabeça olhando adiante do para-brisa, faltava pouco para o homem ver seu menino.

[...]

– Ao rei numero um da casa, minhas boas vindas. – Disse Blaine abrindo a grande porta branca da casa de Kurt, que ficava no hall e em frente as escadas brancas. No alto, havia uma placa escrito: “Bem-Vindo de Volta, Papai” com letras coloridas. Os dois entraram, Blaine deixou a mala no chão e foi abraçar o marido por trás que não parava de encarar a casa. – Saudades?

– Você não tem ideia. – Kurt disse olhando com a cabeça erguida olhando para a casa que conseguiu com tanto trabalho. O castanho até deixou uma singela lágrima cair.

– Estou chegando. – Disse Julia do topo da escada. Kurt deu uns passos entrando mais dentro da casa e Blaine ficou atrás com as duas mãos nos bolsos assistindo tudo.

Julia apareceu no topo da escada com um bebe. Rory. O garoto usava um chapéu igual um que Kurt tinha, gravata borboleta azul, camisa polo branca, calças com as barras dobradas também azul e sapatos pretos, assim como o chapéu. Kurt tinha dúvidas se o filho tinha puxado seu lado para moda. Quanto mais Julia descia os degraus devagar tomando cuidado com o bebe, mais Kurt se aproximava do primeiro degrau. Rory não tirava os olhos da avó.

– É-é... – Kurt tentou dizer enquanto tentava não se desmanchar em lágrimas. Ele não sabia pra quem olhava, então ficava trocando olhar com a cabeça virada do filho e com os olhos lacrimejados da sogra.

– Sim, é o nosso menino. – Respondeu Blaine firme.

– P-posso? – Kurt ofereceu as mãos para pegar o menino. As mãos estavam tão brancas e tremulas como nunca.

– Claro, querido. – Respondeu a mulher entregando o menino para o colo do pai. Assim que Rory foi posto no colo de Kurt e o castanho o ajustou para ver os olhos do mesmo, foi o momento que Rory olhou para o pai.

Kurt não sabia o que dizer, era realmente Rory. Os olhos azuis como o céu, a pele branca como a dele, o nariz e a boca iguais aos de Blaine. Kurt não conseguia tirar os olhos do menino, ele observava cada detalhe, cada detalhe que fosse preciso, para ter certeza que sempre se lembraria do menino e nunca mais ficaria sem ele.

– Oi... – Kurt disse enquanto uma lágrima escorria pela bochecha e caia sobre as pernas do garoto. Rory poderia não dizer nada, mas soltou o maior e o mais bonito sorriso banguelo que Kurt pensou que poderia ganhar. – Oi meu bebê.


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Notas finais do capítulo

Sem declarações. Na verdade, uma: Filho de gays em crise. Só isso.
Na verdade tem outra: Minha casa se parece com essa, só que branca.