O Diário de Rory escrita por TheKlainerGuy


Capítulo 10
8º Mês


Notas iniciais do capítulo

Meus pais resolveram "seguir em frente" e terem novos interesses...



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Kurt estava em uma sala branca, deitado sobre uma maca e em uma daquela camisolas de hospital. Sua visão era turva e difícil, mas o castanho ainda podia ouvir vozes ao seu redor.

– Façam alguma coisa! – Gritava Blaine com algumas pessoas que Kurt não conseguia ver seus rostos.

– Calma Blaine, estamos tentando nosso melhor. – Respondeu uma das pessoas perto de Kurt. O castanho percebeu que aquela era a voz do doutor Smith, e pelo teto branco, ele deveria estar no hospital.

– Então façam algo rápido. – Gritava o moreno com o doutor. - Calma Kurt, você vai ficar bem. – Disse ele passando a mão sobre a cabeça de Kurt e segurava uma de suas mãos.

O castanho encarava a silhueta que parecia de seu marido com a sobrancelhas juntas. Ele não entendia porque ele estava gritando com os médicos e porque lhe pedia calma.

– O que... – Kurt tinha dificuldade de falar. Ele não conseguia levantar o braço para poder tocar Blaine. – Blaine, o que está havendo?

– Kurt! Oh meu Deus. Kurt, querido, aguente firme, vai tudo ficar bem. – Garantia Blaine ainda mais firme.

– O que está acontecendo? – Pediu Kurt.

– Não conte a ele. – Repreendeu doutor Smith.

– Não contar o que? – O castanho juntou as sobrancelhas e começou a entrar em pânico. Procurou o rosto de Blaine, mas não enxergava, quanto mais o tempo passava, pior era para Kurt conseguir falar ou respirar.

– Eu não posso mentir para ele. Kurtie, Rory está preso-

– Blaine, não faz isso! – O médico parou por alguns segundos o que estava fazendo, para se virar até o moreno.

– Fica na sua. – Blaine respondeu virando apenas o rosto para o médico atrás dele.

– Olha como fala rapaz. Estamos numa situação crítica. Você tem sorte de adorarmos Kurt e entendermos sua dor, então não vou te chutar daqui. – O doutor era amigo de Blaine, mas no momento o moreno estava deixando ele em nervos.

– Kurt, Rory ficou preso. Você tá perdendo muito sangue e ficando fraco. Kurt você precisa resistir e ficar acordado. – Blaine ignorou totalmente o que o médico havia lhe dito e explicou o que estava acontecendo com o marido.

– O que? – O castanho começou a sentir a cabeça girar e estava prestes a desmaiar.

– Kurt... Kurt!

O castanho rapidamente se sentou em sua cama. Ele estava suando e respirando pesadamente. Kurt olhou para os lados para se certificar que aquilo havia sido um pesadelo e deixou seus olhos pousarem sobre a figura de Blaine dormindo ao seu lado.

– Blaine! – Chamou o castanho sacudiu os braços do moreno para acorda-lo. – Blaine! – O moreno desorientado se virou lentamente para o marido e o procurou deitado, mas viu que Kurt estava sentando e encarava a parede enquanto respirava pesadamente.

O moreno entendeu rapidamente, se sentou na cama e ligou o abajur de seu lado da cama. O moreno se virou para o marido e o segurou firmemente, enquanto fazia círculos em seus braços para acalma-lo.

– O mesmo pesadelo? – Questionou o marido ainda tentando acalmar Kurt. O castanho apenas assentiu com a cabeça encostada no peito de Blaine. – Ok, agora você pode se acalmar. Foi só um pesadelo e agora estou aqui com você.

– Ma-mas e ser for um sinal? – Kurt tentava se expressar enquanto chorava.

– Claro que não, é só um pesadelo muito ruim. Nada disso vai acontecer, é porque faltam poucas semanas e você está se sentindo ansioso. – O moreno dava alguns beijos na cabeça de Kurt para acalma-lo.

– Assim espero. – Dizia Kurt com os olhos direcionados para a sua frente.

– Ei, olhe para mim. – Blaine colocou a mão embaixo de Kurt e levantou para que o castanho pudesse olha-lo. – Vai ficar tudo bem, ok? – Blaine deu beijo no marido. Kurt logo se livrou do beijo.

– Blaine, por favor acabamos de acordar. – Blaine já pode ver o sorriso no rosto do marido se formar.

– Vou aceitar isso com uma resposta. – O moreno puxou Kurt para mais perto. Quando os braços de Blaine estavam em cima da barriga de Kurt, o moreno conseguiu sentir Rory se mexer na barriga de Kurt. – Olha só quem acordou. Bom dia, meu garoto. – Disse Blaine esfregando a barriga de Kurt. As ondas na barriga do castanho ficaram mais intensas.

– Acho que ele gosta de você. – Assim que Kurt fechou a boca, Rory chutou novamente. – Ah! Ok, entendi. Você gosta, você gosta. – Aquilo realmente havia doído. Blaine deu uma leve gargalhada.

– Só não machuque seu pai, Rory. Ainda precisamos dele. – Blaine disse para a barriga e depois beijou o rosto de Kurt.

– Ok. Vamos deixar os chutes de lado, porque precisamos nós temos o chá-de-bebê de Rory. Tenho que supervisionar as coisas lá embaixo.

– Então quer dizer que hoje esse menino vai ganhar um monte de brinquedos? – Perguntou o moreno para barriga e viu o chute de Blaine.

[...]

– Blaine, cadê todo mundo? – O castanho dizia enquanto olhava por volta do jardim.

A equipe que Kurt havia decorado todo o jardim em azul, verde e branco. Algumas coisas estavam listradas, outras com bolinhas ou xadrez. Ursinhos, carrinhos e balões por várias partes. Havia mesas de doces e mesas e cadeiras brancas daquelas próprias de jardim. Os garçons já estavam apostos e a cozinha do jardim estava cheia de comidas.

– Calma, Kurt, daqui a pouco as pessoas estão chegando. – Disse a líder da equipe que Kurt havia contratado, Lilian.

– Escute Lilian, ela é a voz da sabedoria aqui. – Blaine disse depois de dar um gole em sua cerveja. Kurt que estava de costas para Blaine, se virou e colocou as mãos na cintura.

– Já, Anderson? – Questionou o castanho nada feliz. Lilian se afastou para deixar os dois sozinhos.

– Anderson? Estou em algum tipo de encrenca? – Perguntou o homem com uma das mãos no bolso e a outra direcionava a cerveja até a boca.

– Ainda pergunta? – Questionou Kurt começando a esticar a mão de para tirar a lata da mão de Blaine.

– Alguém chegou. – Disse o moreno rapidamente antes que perdesse sua bebida. Kurt se virou para ver quem estava entrando. Eram Nick, Jeff, que segurava o pequeno Carson em seus braços. – Nick! – Dizia Blaine enquanto corria até o melhor amigo.

– Blaine! – O homem que segurava a bolsa do filho, acelerou o passo até Blaine. Os dois se encontram e se abraçaram, parecia que fazia anos que não se viam, o que no caso era somente seis meses. Depois que Cooper havia praticamente desaparecido, o moreno se aproximou mais de Nick e os dois estavam mais próximos que nunca. – Como vai, cara?

– Bem-

– Oi, pessoal. – Disse Kurt entrando na conversa e ficando do lado de Blaine, assim como Jeff ao lado de Nick.

– Ei, Kurtie. – Nick foi até Kurt e deu-lhe um abraço. Logo, Blaine cumprimentou Jeff, em seguida Kurt.

– Como vocês estão? Blaine e eu não fomos visitar vocês porque achei melhor deixar os parentes irem primeiro, para depois irmos. O presente dele está até guardado. – Explicou Kurt.

– Compreendo. Bom, nossa vida parece ter melhorado. É tão bom ser pai. – Disse Jeff. – Tem seus momentos estressantes como noites mal dormidas, choros irreconhecíveis, sensibilidade e todas as outras que começo de vida tem, mas fora isso, está sendo maravilhoso.

– Posso vê-lo? – Kurt pediu e foi para atrás de Jeff. O loiro tirou a manta que estava sobre o rosto do filho. O garoto era filho biológico de Jeff, então havia puxado os cabelos loiros e a pele clara. Pela luz do sol, o garoto não estava conseguindo ficar de olhos abertos, mas deu para perceber que eram cor de mel, porém mais claros que os de Jeff. Surgiu um sorriso no rosto do Hummel. – Posso pega-lo?

– Claro, K. – O loiro passou com cuidado a criança para os braços de Kurt.

Nick e Blaine se encararam e para disfarçar, Blaine tomou um gole de sua cerveja. Nick brincava com o menino em seu colo, já imaginando como seria Rory.

– Oi, Carson... Ei, garoto. – Kurt havia afinado mais a voz para falar com o pequeno. Como o menino havia acordado, Kurt o sentou em seu braço ao invés de deita-lo. – Oh meu Deus, Jeff, ele é a sua cara.

– Bom, apenas de minha prima ter gerado Carson, o menino não puxou nenhum traço de minha família. – Falou Nick. – Nem todos os casais gays tem a mesma, precisa e valiosa sorte de você e Blaine. – Disse se referindo por Rory carregar o mesmo DNA dos dois homens.

– Mas Kurt, como anda o final da sua gestação? – Perguntou Jeff.

– Ah... Ela vai ruim. – O homem só tirou os de Carson para responder o loiro e depois voltou a brincar com a criança.

– Ahn... Mas por quê? – Nick trocou olhares com Jeff e Blaine. Kurt segurou o sobrinho e ficou mais focado na conversa.

– Ultimamente estou tendo o mesmo pesadelo que tenho problemas na hora do parto e acabo pensando que é um sinal. – Respondeu o castanho.

– Woah! E você fala assim com a maior naturalidade? – Perguntou Jeff espantando.

– Eu tenho que encarar que é uma opção. – Disse Kurt deu um sorriso torto e ergueu os ombros.

– Kurt! – Disseram Nick e Jeff ao mesmo tempo.

– Não gente, ele é assim mesmo, sempre vê o lado bom e ruim das coisas. – Disse Blaine rolando os olhos e bebendo mais cerveja.

– Eu estou encarando a realidade. Mas vamos parar de falar de mim. Jeff, quero conversar com você, me acompanha? – Perguntou Kurt para o loiro.

– Vamos... – Os quatro homens começaram a entrar mais no jardim.

[...]

Quando finalmente todos os convidados chegaram, Lilian iniciou algumas brincadeiras. As pessoas comeram, beber, conversaram e finalmente deve o recebimento dos presentes. Uma depois, as pessoas começaram a ir embora até que só sobraram os mais íntimos de Kurt e Blaine, o castanho também havia aproveitado para dispensar Lilian e sua equipe. Todos os casais foram se sentar na grama por conta do sol.

– Então Kurt, quando pretende voltar para a Broadway? – Perguntou Rachel acariciando a barriga de gravida. – Acho que podemos finalmente fazer nossa peça juntos.

– Eu não sei, mas pretendo assim que Blaine conciliar trabalho, cuidar do Rory e todo o resto. – Respondeu o castanho olhando para morena. – E não vejo a hora de colocarmos esse projeto em prática. – Disse o castanho. Eles puderam perceber a curiosidade ao redor. – Nem pensem, isso é secreto. - Todos riram do amigo.

– E você anão irritante? – A irreconhecível latina estava com a cabeça no colo de Brittany.

– Acho que Broadway não é meu lugar. – Disse ele pensando sobre o assunto e arrancando algumas risadas. – Mas estou com um projeto em mente...

– Uuh e nós podemos saber o que o diabinho está tramando? – Quinn perguntou enquanto Puck ao seu lado, com o braço envolto do pescoço da loira.

– Ahn... Acho que meu cd?! – O moreno tinha um dos olhos fechados e o nariz franzido. Kurt que estava na frente do moreno, se sentou e virou para olhar para o marido. Blaine conseguia facilmente ler a mente do castanho.

– Não brinca? E já temos um título? – Mercedes mexia no cabelo de Sam, que tinha a cabeça repousando em seu colo.

– “We”. – Respondeu o moreno olhando para o marido e mandando um sorriso.

– Acho que sabemos do que se tratará. Como está se sentindo, Hummel? – Puck se sentiu como um repórter e colocou a mão fechada na frente da boca de Kurt.

– Gente, acho que não estou certo se minha calça ainda está seca. - Todos caíram na gargalhada.

– Kurt, minhas dúvidas sobre você ser uma mulher aumentam a cada vez que te vejo. – Todos começaram entender aos poucos a piada de Santana. – Se você estava apertado, era só ter ido.

– Santana, eu não estava aperta, por isso eu- Aaaaaaah! – Gritou Kurt se sentando sobre a grama. Todos que estavam deitados e viram o castanho se contorcer de dor no chão.

– Kurt?! – Blaine ficou de frente até o marido. – K-kurt, o que está havendo. – Blaine examinava o rosto de Kurt para tentar medir e imaginar o nível de dor do castanho. Sem folego o castanho tentou responder.

– E-eu não sei, eu senti uma dor terrível na- Aaaaaaaaah! – Kurt bateu o punho fechado no chão. Finn correu para o irmão.

– Parabéns, Hummel. – Disse Santana voltando a se encostar em Brittany.

– Mas por quê, Santana? – Kurt com uma das mãos segurava a de Finn e com a outra de Blaine. Ser jogado contra os armários era fichinha perto daquela dor.

– Realmente, pessoal? A bolsa do Kurt estourou. Rory está nascendo. - Blaine virou a cabeça bruscamente para Santana, enquanto o castanho tentava controlar a respiração e a dor no abdômen.

– Santana, Kurt só tem 8 meses ainda. – O homem se virou para o marido que apertou mais forte a mão dele e Finn. Kurt deu mais um grito e todos começaram a se despertar.

– Carson veio com uma semana antes. – Falou Nick.

– Sugar foram duas. – Disse Brittany.

– Então por que diabos ninguém se mexeu? Alguém virou parteira e vai me ajudar com Rory? – Kurt gritou mais uma vez, mas chamou pelo nome de Blaine. – Vocês vão ficar me vendo agonizar ou vão me levar para o hospital?

Toda a família começou a se movimentar para levar Kurt. Finn pegou o irmão no colo e todos correram para seus carros para poder acompanhar o castanho.

[...]

Havia mais de 30 pessoas dentro do hospital para Kurt, sem contar os que estavam para chegar como Burt e Carole, que não haviam vindo para o chá-de-bebê, mas com o nascimento de Rory, seria necessário; e os fãs do lado de fora da casa. Blaine não parava de andar de um lado pro outro, mexendo as mãos freneticamente.

– Blaine, se aquieta. Está me deixando mais nervoso. – Disse Puck que estava sentando no banco. Blaine parou no meio do corredor e olhou para o homem.

– Você ficou quieto quando Kitty foi nascer? – Puck abriu a boca, mas nada saiu. – Imaginei. – Blaine voltou a andar de um lado para o outro.

– Senhor Hummel-Anderson. – Chamou uma pessoa atrás de Blaine. O homem se virou para olhar para uma enfermeira de cabelo vermelho e uma prancheta. – Preciso que o senhor me acompanhe.

– O que? Por quê?

– Você vai poder assistir o parto. – Respondeu sorrindo para Blaine. A mulher deveria ser assistente do doutor Smith, então sabia da situação delicada e inusitada. – E você pode até gravar se quiser

– Hobbit tirou a sorte grande. – Chamou Santana em um tom mais alto.

– Oh meu Deus! – O homem colocou as mãos na frente da boca e se virou para Finn. - Finn, preciso que você vá até minha casa e pegue minha câmera. Ela está dentro do closet, na minha parte e dentro de uma caixa marrom. Você vai saber qual é o meu lado. – Blaine começou a seguir a enfermeira, mas voltou. – Ah, dentro do quatro de Rory, tem uma bolsa em cima do sofá, com uma caixa azul do lado, me traga ela também por favor. – O moreno foi correndo atrás da enfermeira. – Me desejem sorte. – Gritou no final do corredor.

– Preciso de alguém para ir comigo. Sam? – Pediu Finn.

O loiro concordou com a cabeça e deu um beijo em Mercedes. Os dois foram em passos rápidos no caminho do elevador.

– Não se peguem! – Gritou a latina. Toda a sala de espera encarou o grupo e a morena.

– Santana! – Repreenderam Rachel e Mercedes juntas.

– O que? – Santana deu os ombros e voltou ao jogo de futebol americano.

[...]

Kurt estava em seu quatro, com todas as contrações e aguardando o anestesista geral.

– Kurt Hummel-Anderson? – Um homem colocou a cabeça dentro do quatro. Kurt já conseguiu concluir quem era.

– Eu. – O castanho disse com um meio sorriso.

– Hoje eu vou ser anestesista. – O homem fechou a porta atrás dele, deixou sua mala em cima de sua mesa e começou a fazer todos os procedimentos. – Prazer, Mac. – O médico estendeu a mão para cumprimentar.

– Olá. – Kurt estendeu a mão. – Kurt Hummel.

– Eu sei. – Disse o rapaz, voltando aos últimos detalhes.

– Ah, minha ficha. – O castanho nem aguentava sorrir, então só virou a cabeça.

– Não. – O homem sorriu pela confusão. - Fui assistir a sua peça. Você é incrível! – O homem lentamente virou Kurt de lado para poder aplicar a anestesia.

– Oh, obrigado. – Kurt conseguiu sorrir.

Toc-toc! – Blaine também colocou a cabeça para dentro da sala, mas o castanho não viu pois estava de costas. O loiro se virou para trás e viu que pelas roupas, era quem acompanharia Kurt na cirurgia.

– Oi, amor. – O castanho mesmo que não pudesse ver o marido.

– Oi, querido. – Blaine girou em torno da cama, se abaixou, ficando de frente para Kurt e beijou a testa do homem. - Como está indo?

– Dolorido. – Kurt conseguiu dar mais um sorriso.

Blaine sorriu de volta para o marido e passou as mãos sobre seus cabelos. Kurt fechou os olhos e o moreno que o anestesista aplicava a agulha na pele de Kurt. Mas o que chamou-lhe a atenção, foi a mão dele sobre uma das nádegas de Kurt.

– Prontinho, senhor. – O rapaz jogou a agulha e luvas dentro de um lixo e voltou a guardar suas coisas.

– Me chame de Kurt, por favor. – Disse o castanho tentando olhar sobre seu ombro.

– Ok. Prontinho, Kurt. O doutor Smith daqui a pouco chegará aqui para te levar a sala de cirurgia e iniciar o parto. – Mac trancou a mala branca e começou a se retirar. – Boa sorte. – E assim o médico saiu da sala.

– Obrigado! – Kurt gritou o mais alto que conseguiu. – Ele foi muito gentil, disse até que assistiu minha última peça. – Kurt elogiou depois de três segundo que a porta havia sido fechada.

– Imagino que a mão boba dele também tenha sido gentil. - Disse Blaine forjando um olhar de desconfiado.

– O que? – Kurt juntou as sobrancelhas.

– Nada. Adivinha? – O moreno puxou uma poltrona e ficou perto da cama segurando a mão de Kurt.

– Eles se enganaram e você é quem está grávido. Isso em mim são apenas gases. – Kurt conseguiu arrancar uma gargalhada de Blaine.

– Não, bobo. Vou poder assistir o parto. – Kurt finalmente pode perceber a roupa de Blaine. Ele pode se impressionar. Antes que Kurt pudesse dizer algo, Blaine o cortou. - E ainda tem mais.

– Rachel vai dar a luz também? – Perguntou o castanho pensando na única coisa que faltava para ele e Rachel se pareceram mais.

– Não, vou poder gravar o parto. – O moreno mostrou a câmera que estava em seu bolso.

– Pegue meu lado direito, que no caso é o meu melhor. – Disse o castanho esticando os lábios e olhando para cima. Outra vez Blaine estava rindo.

– Kurt? – Doutor Smith já foi entrando na sala. O homem se virou para poder ver o rosto do médico e Blaine ficou de pé. – Hora de Rory vir ao mundo. – O homem de branco abriu um enorme sorriso.

O casal se encarou e sentiram a adrenalina correr pelas suas veias.

[...]

Kurt estava em uma sala branca, deitado sobre uma maca e em uma daquela camisolas de hospital. Sua visão era turva e difícil, mas o castanho ainda podia ouvir vozes ao seu redor.

– Façam alguma coisa! – Gritava Blaine com algumas pessoas que Kurt não conseguia ver seus rostos.

– Calma Blaine, estamos tentando nosso melhor. – Respondeu uma das pessoas perto de Kurt. O castanho percebeu que aquela era a voz do doutor Smith, e pelo teto branco, ele deveria estar no hospital.

– Então façam algo rápido. – Gritava o moreno com o doutor. - Calma Kurt, você vai ficar bem. – Disse ele passando a mão sobre a cabeça de Kurt e segurava uma de suas mãos.

O castanho encarava a silhueta que parecia de seu marido com a sobrancelhas juntas. Ele não entendia porque ele estava gritando com os médicos e porque lhe pedia calma.

– O que... – Kurt tinha dificuldade de falar. Ele não conseguia levantar o braço para poder tocar Blaine. – Blaine, o que está havendo?

– Kurt! Oh meu Deus. Kurt, querido, aguente firme, vai tudo ficar bem. – Garantia Blaine ainda mais firme.

– O que está acontecendo? – Pediu Kurt.

– Não conte a ele. – Repreendeu doutor Smith.

– Não contar o que? – O castanho juntou as sobrancelhas e começou a entrar em pânico. Procurou o rosto de Blaine, mas não enxergava, quanto mais o tempo passava, pior era para Kurt conseguir falar ou respirar.

– Eu não posso mentir para ele. Kurtie, Rory está preso-

– Blaine, não faz isso! – O médico parou por alguns segundos o que estava fazendo, para se virar até o moreno.

– Fica na sua. – Blaine respondeu virando apenas o rosto para o médico atrás dele.

– Olha como fala rapaz. Estamos numa situação crítica. Você tem sorte de adorarmos Kurt e entendermos sua dor, então não vou te chutar daqui. – O doutor era amigo de Blaine, mas no momento o moreno estava deixando ele em nervos.

– Kurt, Rory ficou preso. Você tá perdendo muito sangue e ficando fraco. Kurt você precisa resistir e ficar acordado. – Blaine ignorou totalmente o que o médico havia lhe dito e explicou o que estava acontecendo com o marido.

– O que? – O castanho começou a sentir a cabeça girar e estava prestes a desmaiar. O castanho deixou a cabeça cair e então desmaiou.

– Kurt! Kurt! Oh, meu Deus, Kurt! – Blaine tentava reanimar Kurt dando tapas no rosto do marido. – Alguém faça alguma coisa, ele está desacordado. – Gritou Blaine para os enfermeiros. Os olhos do moreno estavam vermelhos.

– Estamos tentando. – Disse o médico pacientemente.

– Então façam rápido. Ele está morrendo. Blaine acabou falando um pouco alto demais.

O doutor Smith olhou para Blaine e não aguentou mais aquilo, parte pelo tensão emocional e parte pelo descontrole do moreno

– O retirem daqui. – O médico logo voltou ao que estava fazendo.

– O que? Não. Vocês não podem me tirar daqui a agora, eu preciso ficar com Kurt. – Alguns enfermeiros caminharam na direção de Blaine. O moreno começou a se afastar deles. – Não. N-não.

– Blaine, nós amamos você, amamos Kurt e já amamos Rory, mas você alterado desse jeito, só está piorando. – Confessou outro médico, já que doutor Smith estava ocupado com o abdômen de Kurt.

– Não, eu quero ficar. – Os enfermeiros seguram Blaine, mas o moreno começou a se debater e logo estaria se livrando deles. Rapidamente outro médico veio e imobilizou Blaine. Os três estavam tirando Blaine da sala, que ainda não havia parado de se rebater. – Não! – A última coisa que o moreno viu antes da porta dupla fechar, foi o rosto de Kurt desacordado e logo a porta foi trancada por um enfermeiro que estava dentro da sala.

[...]

– Cheguei! – Disse Burt respirando pesadamente encontrando os outros na sala de espera. – Cadê Kurt? Rory já nasceu? Eles estão bem?

– Calma, senhor Hummel. Uma pergunta por vez. – Santana respondeu com o homem que estava totalmente afobado, até seu nome no adesivo estava ao contrário.

– Kurt está na sala de cirurgia, nós não sabemos ainda se- - Rachel foi interrompida quando Blaine apareceu no meio da sala de espera ainda se debatendo e colocado no chão pelos os enfermeiros, que assim que soltaram o moreno, voltaram para a sala de cirurgia. – Blaine, o que houve? – Perguntou Rachel se levantando e caminhando até Blaine que estava se debatendo e chorando.

– Blaine, cadê meu irmão? – Finn pôde sentir as grandes pernas começarem a vacilar.

– Blaine, onde está meu filho? – Pediu Burt caminhando até o rapaz, que no momento, parou de se debater e agora só chorava sem forças.

Enquanto todos faziam milhares de perguntas, Blaine continuava a chorar, mas pararam quando o moreno começou a sair do chão.

– Kurt... Kurt n-não está nada bem. Rory acabou ficando preso... E Kurt está perdendo muito sangue. – Blaine correu até Burt e se jogou nos braços do homem. O homem acolheu o cunhado como se fosse seu filho. Logo Burt deixou sua ficha cair e colocou a cabeça na curva do pescoço de Blaine e chorou silenciosamente.

Todos ficaram em silêncio. Aos poucos, pode se ouvir os choros começarem, um de cada vez. Alguém talvez tivesse desmaiado. Depois de alguns minutos, que Burt e Blaine já estavam acomodados em suas cadeiras, Burt quis saber de algo.

– Conte para nós o que aconteceu. – O homem levantou o rosto de Blaine e limpou as lágrimas do rapaz.

Blaine soluçava fortemente em suas tentativas de tentar dizer algo.

– Estava tudo indo bem, o parto ocorria normalmente, porém... – Blaine tentou engolir o choro com uma profunda respiração. – Na hora de tirar Rory... Houve um problema e ele ficou preso e com isso, Kurt está perdendo muito sangue.

– Há alguma coisa que nós possamos fazer? – Perguntou Mike, que segurava Tina em seus braços.

– Trazer meu marido e meu filho conta? – Blaine disse sem pensar, mas logo se arrependeu e fechou os olhos.

Depois de um bom tempo, a sala foi preenchida com a chegada de mais uma pessoa. Essa qual parou de frente a sala e chamou a atenção de todos.

– Senhores? – Era a mesma enfermeira do cabelo vermelho de antes.

– Sim? – Blaine rapidamente se levantou, assim como Burt, Carole, Julia, Rachel e Finn.

– Tenho duas notícias. – Blaine fechou os olhos e esperou o pior. Finn indicou que ela poderia continuar. – Rory Louis Hummel-Anderson acaba de vir ao mundo. – Pôde-se ouvir a felicidade e alegria se encher pela sala. Blaine que tinha os olhos fechados e a cabeça abaixada, limpou a boca e colocou as mãos na cintura esperando a segunda notícia. – Pesando dois quilos e meio e com vinte e cinco centímetros. É um meninão, grande e saudável.

– Está bem, mas e a outra notícia? – Pediu Puck lendo a mente de Blaine.

– A outra notícia não é tão boa. – Disse a enfermeira.

– Diga! – Burt estava se irritando com o suspense desnecessário.

– Kurt precisa de doação de sangue. – Disse ela colocando a prancheta em frente a sua barriga.

– Mas que tipo de hospital é esse? A conta deve ser uma fortuna e vocês não tem sangue o suficiente? – Santana se levantou revoltada.

– Kurt perdeu muito sangue, tínhamos só duas bolsas de sangue do tipo dele, precisamos de mais e como temos muitas pessoas aqui, queríamos saber se alguém poderia doar. – Disse a mulher claramente.

– E de qual tipo seria? – Pediu Blaine olhando para a mulher.

– “O positivo”; o doador universal, onde ele pode doar para todos, porém só outro “O positivo” pode doar para ele. – Disse ela aguardando manifestações.

– Mas o meu é “B negativo.” – Disse Blaine coçando a testa.

– O meu é “A positivo.” – Disse Burt indo perguntar o de Carole.

– Alguém aqui tem o sangue “O positivo”? – Blaine se virou em desespero para os amigos.

– Eu tenho! – Disse Julia.

Todos encaram a Anderson mais velha. Porém Blaine foi o único que enxergou com outros olhos, com outro jeito, de um jeito que depois de todos esses anos de ódio, anos de raiva e preconceito que ela sempre sentiu por Blaine e pelo namorado e atual marido. Naquele momento ela deixou de ser mãe, sogra, vó, ela virou a salvação de Blaine, mas não só de Blaine, de todos, mas principalmente daquele bebe que tinha uma vida toda pela frente e precisava do pai dele.


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Notas finais do capítulo

:T



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