Akihiko acordou e se levantou do chão. Foi até o espelho do banheiro masculino para ver a situação em que ele se encontrava.

— Oh, não... Hemorragia nasal... — Disse ele tentando limpar o sangue com as mãos. — Por quê de repente uma garota linda e bêbada aparece na minha frente? Por quê?! EU NÃO ENTENDO! — Disse ele tentando se limpar. — Ah, chega... Vou tomar um banho. — Disse ele se dirigindo até um dos boxes do banheiro.

O garoto se despiu e começou a se lavar por completo. Até que pensou em algo:

— Espera um pouco... E se quando eu estiver tomando banho ela...—

— Akihikoo! Akihikooô! — Chamou uma voz feminina na porta de entrada do banheiro.

— É ela! — Sussurou Akihiko tendo uma explosão de hemorragia nasal e se cobrindo com uma toalha branca. Depois de se cobrir, ele fechou o chuveiro sutilmente.

— Ora, mas onde está esse Sasato? Eu até trouxe ajuda para carregá-lo...

— Ei, tem gotas de sangue no chão... — Observou Elfman, a “ajuda”.

— Pois é, com certeza ele teve uma hemorragia nasal por minha causa, He, He...— Comentou Cana.

— V-você procovou nele uma hemorragia n-nasal? — Perguntou Elfman tendo uma leve hemorragia nasal.

— Ei, vocês estão demorando demais e— Falou Evergreen surgindo ali, porém ao se deparar com Elfman com uma hemorragia nasal e Cana rindo maliciosamente, se envocou. — O que está acontecendo aqui?! Cana, por que você está com essa cara maliciosa e... E você está tendo uma hemorragia nasal, Elfman!

Elfman levou um pequeno susto com a gritaria de Ever e Cana apenas observou a fada furiosa sem falar e nem entender muito.

— Você por acaso ainda não percebeu que eu gosto de vo— Ela própria se interrompeu, colocando suas mãos no seu rosto. “O que eu estava prestes á falar?!”, pensou. — Q-quer dizer... Eu t-t-tenho que i-ir...! — Falou Evergreen saindo daquele banheiro ás pressas.

— E-e-eu acho que vou atrás dela, p-porque... — Começou Elfman, e Cana apenas bebeu mais um drink da garrafa de vinho que estava em sua mão sem dar a mínima importância para aquilo que o irmão Strauss dizia. Segundos á frente, Elfman já não se encontrava mais dentro daquele banheiro masculino.

— Que ela não me encontre, que ela não me encontre... — Torcia e suplicava Akihiko em sussurros cobertos pela sua toalha de banho, encolhidos dentro de um dos Boxes.

— Fazer o quê, já que o Sasato não está aqui... Vou voltar para junto da Mira... — Cana suspirou. — Que pena... Eu queria falar com aquele fofinho...

Akihiko corou naquele cantinho do banheiro, mas resolveu pensar duas vezes antes de chamar a garota. Porque, aliás, ele estava de toalha e... “Não se fala com uma garota que se acabou de conhecer em... Trajes tão íntimos, não é mesmo?”, pensou o garotinho não tão jovem nem velho, porém inocente: Akihiko Sasato.

Perto do barzinho, ainda dentro da Fairy Tail...

— E-eu não estou te entendendo, Natsu... — Murmurou Lucy.

Natsu suspirou.

— Bom, se você quer que eu te explique, terá que ser ali. — Ele apontou para a porta de entrada da guilda. — Lá fora, porque... Já cansei de mostrar meus sentimentos... Tão... Humilhantes na frente de todos. — Ele coçou a cabeça.

— O-ok... — Respondeu a loira.

No jardim da guilda...

— Você ouviu o que a Lisanna disse, né?— Perguntou o Dragonslayer sem jeito, sentado num banco de uma mesa de piquenique qualquer, com as mãos encobrindo suas pernas e observando o nada.

— Algo com... “Beijar alguém na qual não se gosta”...? — Perguntou ela dando de ombros e corando.

“E-então... Ele n-não gosta de mim de verdade, não é mesmo? Acho que... De qualquer jeito, eu... Eu sabia desde o que começo que tudo aquilo não passava de mais uma brincadeira dele...”, pensou Lucy com o coração apertado.

— É. — Assentiu ele e deu uma pausa, coçando a cabeça antes de continuar á falar. — Saaaabe quando eu tentava teee— Começou ele balançando a cabeça e alongando algumas palavras de um jeito desconsertado. — Tentava te... Te... Te... — Ele não conseguia dizer aquela palavra tão madura.

— B-beijar? — Completou a maga também um pouco desconsertada.

— É-é... E você... Sempre fechava os olhos, nervosa, não sei porquê...

— S-s-sei...

— Era por isso, não é?

— Hã? Por isso... O que? — Perguntou ela.

— Pelo motivo que a Lisanna falou...

—Hã?

Natsu bufou.

— VOCÊ NÃO QUERIA ME BEIJAR PORQUÊ NÃO GOSTA DE MIM, NÃO É MESMO?! — Perguntou ele nervoso, de olhos fechados e completamente rosa por ter que expor algo tão “constrangedor”.

Ela corou... E Natsu? Bom, ele já estava corado fazia um tempo mesmo...

— N-não é assim... Desse jeito, q-quer dizer...

— Quer dizer...?!

— E-eu sei lá! S-só que... Não é isso... — Falou ela se encolhendo com as mãos ao redor das pernas dobradas, assim como Natsu.

— E-então... O que é? — Falou de um jeito abafado, pois estava completamente encolhido entre as pernas. Do seu rosto inteiro, só seus olhos infantis e curiosos estavam visíveis ali.

— S-s-senta aqui do meu lado... B-b-bem perto de mim. — Pediu ela ao Dragonslayer, que até o presente momento estava sentado em frente á ela.

Natsu se dirigiu até o lado esquerdo da garota e, lá no mesmo banco que ela se encontrava, ele sentou. Bem pertinho dela, assim como pedira.

— P-pronto... Agora fala. — Disse ele com a mesma voz abafada de antes e com boa parte do rosto ainda entre as pernas.

— Olhe para mim. — Pediu ela novamente.

— Já estou. — Afirmou com aqueles olhos acriançados erguidos em sentido á face da garota, porém mesmo assim, seu rosto AINDA estava entre as pernas.

— N-não assim... Levante a cabeça.

Ele ergueu um pouco a cabeça, só ao ponto de seu queixo ficar visível.

Extremamente corada, Lucy colocou sua mão delicada no queixo do mago e foi o erguendo pouco á pouco, fazendo ele se aproximar mais ainda dela. Ele estava tão vermelho quanto ela. Seus corações só não apenas aceleravam em grandes escalas, como também os faziam tremerem-se inteiros por dentro, como um balanço de um terremoto ou incêndio que se alastrava por todo o seu ser. O sentimento na qual Natsu sentia naquele momento, todo aquele calor e batimentos descontrolados, também afetava Lucy na mesma proporção.

PONTO DE VISTA LUCY HEARTFILIA

E aqueles sonhados lábios macios se aproximavam mais e mais dos dela. Lucy conseguia sentir aquele mesmo hálito quente de Dragonslayer de antes. Seu coração e nem seu corpo se continham, ela só avançava lentamente... Os pares de lábios de Lucy e Natsu se tocaram por um instante. Porém, aquilo nada foi além de um simples toque. E por culpa daquele simples toque, um pequeno susto aconteceu. Os dois recuaram cerca de cinco centímetros. Foi um choque, um pequeno choque de emoções. Se eles ficassem com os lábios tocados por mais um segundo, um curto-circuito aconteceria. Sim, um curto-circuito. Um belo curto-circuito de emoções.

Natsu olhou para o chão com o rosto com uma cor quase tão escarlate quanto o cabelo de Erza. Lucy tocava e observava seus dois dedos indicadores tocando-se um no outro, tentou se entreter com isso por volta de cinco segundos, num gesto de timidez. Natsu agarrou de súbito o braço direito de Lucy, num gesto inopino.

— Então você gosta de mim?! — Indagou ele ainda de rosto vermelho para a garota, totalmente incrédulo.

Ela apenas assentiu com a cabeça, com os pensamentos totalmente desnorteados e mãos entre as pernas.

Ele então pegou sua própria mão esquerda, e pôs sob o rosto suave e liso da mesma, a puxou para si com um impulso dado por sua outra mão, a direita, e por fim... A beijou. O fôlego lhe foi tirado de pouco á pouco, porém em doses cada vez maiores. Doses que quanto mais vezes eram tiradas, mais o anestesiavam. Os lábios roçavam e roçavam, e o coração de Natsu... Encontrava-se totalmente acabado, cansado de bater tão rápido e ele por completo.... Também se encontrava ofegante. Não pensava em nada, apenas deixava seus lábios se roçarem nos de Lucy.

— Lu...cy... — Murmurou ele. — E-eu... Te amo...

Depois disso, os dois tiraram um tempo para respirarem.

— E-eu... Também te amo, Natsu... — Confessou Lucy.

Natsu sorriu e Lucy fez o mesmo. Finalmente... Finalmente eles estavam juntos.