“ENTÃO É ISSO?!”, pensou Natsu e afastou seu corpo da maga.

— Agora eu entendi! — Afirmou Natsu olhando para a maga loira com um olhar furioso. — PARE DE BRINCAR COMIGO, LUCY!

— HÃ?! — Ela ficou surpresa, sem entender.

— Pare, pare! PARE COM ISSO! Brincar com os sentimentos dois outros como... Como se fosse... Como se fosse um jogo! — Exclamou ele de olhos e punhos fechados, sem contar as costas inclinadas e joelhos dobrados de raiva.

— MAS O QUÊ...?! Do que você está falando, Natsu?!

— Ah, não... Exatamente como eu previ... — Murmurou Charles.

— Você previu isso, Charles?! — Indagou o gato preto surpreso. — Por que não contou isso para nós?

— Ela contou... — Sussurrou Happy olhando tristemente para a situação de Natsu e Lucy no momento.

Pather Lily não conseguiu esboçar outra reação, além de ficar de boca aberta para Charles.

— Isso... Isso... Isso é tão errado, Lucy! — Disse abrindo os olhos de novo, com sobrancelhas tristes e uma lágrima se derramando de cada olho lacrimejante do garoto. — Com os conselhos que o Jellal me disse, eu... Eu fui bobo em acreditar que você poderia me amar! — Falou descendo o rosto para baixo, derrubando várias lágrimas no chão e limpando outras novas que queriam cair também, com seu próprio braço.

— N-não é desse jeito, eu... — Começou a garota pasma.

Natsu ergueu seu rosto sem expressão por um momento e olhou para o chão ao seu lado esquerdo.

— Seria possível... Você amar alguém como eu? — Perguntou ele.

— M-mas Natsu... Eu já te amo... — Confessou ela.

Ele olhou nos olhos dela, mas não sabia se deveria ou se ao menos conseguiria crer no que ela falava. Voltou á observar o chão.

— O problema Lucy... É que depois de tudo o que aconteceu... Nesse momento, eu não consigo mais decifrar o sentido das coisas que você fala, seus gestos ou suas expressões faciais... — Ele olhava direto para o rosto da Maga Celestial. — O caso é que... Eu acho que... Não estou mais conseguindo acreditar nas suas palavras e nem ao menos... Te entender. — A sua voz soou fraca e chorosa, mais lágrimas estavam prestes a se derramarem do rosto dele.

— Mas eu não...

— Não minta, Lucy! Se você negar, quer dizer que você está mentindo! Mentindo na frente de todos!

Lucy olhou para Natsu pasma.

— Desde quando... — Ele fechava seus punhos com muita força e fazia um gesto de “não...” com a cabeça, tentando negar a realidade, mas mesmo assim... Ele não conseguia. — Desde quando você é desse jeito, Lucy?

— Mas do que ele está falando? — Murmurou Jellal sem entender a situação.

Não, ninguém estava entendo aquilo que se passava no momento... “Lucy... O que será que ela fez ao Natsu?”.

— Eu não sei Juvia... Mesmo eu estando feliz com você aqui, eu estou preocupado com Lyon... Eu e ele somos amigos de infância, não consigo ignorá-lo assim... — Murmurou Gray caminhando com Juvia sob as ruas de Magnólia.

— Bom, a Juvia acha que...—

— Fale em primeira pessoa... Você não está abaixo de ninguém aqui. — Aconselhou o mago sorrindo.

— E-eu acho que... — Começou ela corada. Juvia não era acostumada a ser tão bem tratada por Gray. No entanto, sabia que daqui em diante seria assim. Ela prosseguiu com sua fala. —Não podemos fazer nada por agora, então... Vamos somente... Voltar para a guilda, por enquanto...

— Você está completamente certa. — Afirmou ele sorrindo e arrumou uma mecha dos cabelos de Juvia, que estava caindo sob seus olhos.

A maga corou e Gray riu.

— Você não vai parar mesmo de corar á cada instante que passa, não é? — Perguntou ele quase que retoricamente para a garota, colando suas testas ainda com o mesmo sorriso bobo de quando ele, pela primeira vez, agora a pouco tinha a beijado.

— É-é-é... — “Respondeu” Juvia.

— Aah... O que vou fazer da vida agora? — Perguntou Lyon a si mesmo em voz alta, pensativo, deitado num banco qualquer. Ele bufou e fechou os olhos que há pouco tempo atrás haviam lacrimejado. “N-não é por mim, né?”, lembrou. — Não consigo nem ao menos pensar...

— Algo aconteceu, Lyon-san?

— Hã? Sherry?! — Disse ele assustado ao abrir os olhos e dar de cara com o rosto da outra maga da Lamia Scale. Ele logo se move e

— Ora, não se assuste tanto com a minha presença. — Disse ela desencurvando a coluna para observar Lyon de um jeito mais normal.

Lyon se sentou direito no banco.

— Não se preocupe. Foi só uma reação inopina. — Falou ele sentado completamente como um cavalheiro, tirando o fato que ele não estava nem sequer olhando para o rosto de Sherry, perdido em seus próprios pensamentos.

— No que está pensando tanto? — Perguntou ela.

— A Juvia... Ela escolheu o Gray. — Murmurou sem poder na voz.

Sherry abraçou Lyon de súbito.

— H-hã?! — Balbuciou o Mago do Gelo da Lamia Scale.

— Pare de pensar nela... E vamos viver o nosso amor! — Convidou Sherry.

— N-nosso... Amor? — Perguntou ele. Não sabia de onde ela tinha tirado a ideia de que ele a amava daquele jeito.

Ela soltou-se um pouco do abraço e com suas mãos sobre as bochechas de Lyon, disse:

— Entre você e a Juvia... Não havia um amor completo, um amor... Verdadeiro. Isso havia entre ela e o Gray. Depois de uma perda como essa, Lyon-san... O que você tem que fazer é seguir em frente... Superar e... Prosseguir com sua vida. — Ela falou sorrindo ternamente. Sim, aquilo que havia nos olhos dela... Isso sim era amor.

— Eu não sei, Sherry... Não sei se vou conseguir superar... — Ele olhou para o chão e sua nakama de guilda o abraçou mais uma vez.

— Não se preocupe, eu estou ao seu lado... — Acalmou ela.

Na guilda...

— Você é o Axkihixko, não é? — Perguntou Cana ainda segurando suas costas com uma das mãos, e uma garrafa de vinho na outra.

— Aah, sim... Sou eu.— Falou ele se desviando de Makarov para ver quem dirigia a palavra á ele. — C-cana, n-n-não é? — Ele começou a rir de um jeito extremamente desconsertado. “Por que essa mulher linda e bêbada estava falando com ele?”.

— Ahaaan. — Ela soltou um sorriso malicioso para o Sasato e ele corou absurdamente. — E você é Axkihixko não é?— Ela começou a se aproximar bruscamente e pervesamente do mago, que recuava cada vez mais para trás, até que foi parado pela parede da guilda.

— É-é-é! S-s-s-sou! — Balbuciou corado.

— Belo corpinho, He, He, He... — Murmurou Cana tocando no peitoral nu de Sasato. Ela já havia aberto os botões da camiseta branca do mago!

— Obri-bri-gadaa! O-o que você pretende fazer comigo? — Ele tentava tirar as mãos da maga de seu peitoral, mas as mãos não paravam de se esgueirar por dentro de sua camiseta. — O-o-oh, meu Deus! M-master! Master! Me ajude! Master! — Implorou.

— Ora, ora... Sasato... Eu não posso te ajudar em tudo na sua vida, principalmente em assuntos amorosos! He, He. — Falou o anãozinho tomando seu chá gelado e rindo da situação.

— Ela vai abusar de mim! AAH! — Disse correndo em direção ao banheiro masculino da guilda, e lá se trancou. Cana o seguiu, mas não deu tempo de impedi-lo de fechar a porta.

— Oe, Oe... Não seja fraco, Sasato... Saia daí e vamos brincar um pouco. — Disse ela dando duas batidinhas na porta do banheiro.

— B-b-brincar? — Perguntou ele do outro lado da porta, corado.

— Sim...

— Só brincar?

— É...

Akihiko abriu a porta do banheiro e Cana o beijou com um único impluso, que os fizeram cair no chão.

— Huuum... É assim que a mamãe gosta. Espere um pouco... — Ela olhou com dificuldade para os olhos fechados e a expressão morta e corada do mago. — Akihiko! Ei, Akihiko! Você está acordado? — Não, ele não estava acordado. — Aaah, poxa...! Você é bonito, mas nem para ficar acordado quando a gente precisa você fica... — Ela bufou, se levantou e saiu dali cambaleando e segurando as costas como sempre, voltando assim pro barzinho da guilda.

— Yo, Mira... Aquele Akihiko é bem fraco, sabia? — Especulou ao se sentar.

— F-fraco, é? — Comentou Mirajane com um sorriso estranho e uma gota sobre sua cabeça.

— Ele desmaiou só por que eu caí em cima dele... — A Alberona bufou.

"Ah, claro... 'SÓ' por isso, não é, Cana...?", pensou a albina enxugando um copo e soltou um risinho.

— Ué, mas o que está havendo ali com o Natsu e a Lucy? — Perguntou a Maga das Cartas ao observar Natsu de cabeça baixa e Lucy olhando para Natsu pasma, sem entender.

— Eles estão brigando... — Explicou a Strauss.

— Quêee?! Esses dois... Brigaando?! — Indagou Cana surpreendida.

— Pois é...