Promise escrita por Jajabarnes


Capítulo 4
Caspian, o Navegador.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Seu coração batia.

Forte. Descompassado. Nervoso.

Ela tentou respirar tranquilamente enquanto caminhava pela rua em direção à feira com ele bem ao seu lado. Eles andavam tranquilamente e entre eles estava um silêncio nervoso. Na verdade, seu coração estava quase saltando pela boca desde que ela os ouviu chegar com seu pai. Ela estava com as pernas bambas ao entrar na sala e deparar-se com o homem alto, de cabelos na altura do queixo, olhos negros e intensos e sorriso de tirar o fôlego.

Lúcia tinha razão.

Ela respirou fundo, criando coragem para falar com ele.

- Vejo que ainda guarda o colar. – ele fora mais rápido, quebrando o silêncio. Ela sorriu tímida.

- Sim... – ela o olhou rapidamente. Ele sorria. – Mas e você, ainda usa meu anel?

- Não. – ele sorriu. – Há muito tempo não o uso, ele não cabe mais em nenhum de meus dedos. – Ele riu, conseguindo uma risada dela também. – Mas sempre ando com ele em um dos bolsos. – Ela apenas sorriu de leve, seus olhares se conectando novamente por segundos.

- Você não mudou muito, Caspian. – ela comentou.

- Já você, mudou demais. – brincou ele. – Podia jurar que a encontraria com o vestido sujo de lama e os cabelos soltos. – eles riram gostosamente.

- Bom... Depois que você partiu não tinha mais graça correr pelo bosque e os cabelos começaram a crescer, mamãe queria cortar, mas eu me recusava então a única saída era deixá-los presos. – explicou.

- Hm... Mas e os outros... Tem falado com eles? – ele puxou assunto.

- Lúcia e eu nos tornamos grandes amigas, nos falamos todo o tempo. Assim como Edmundo. Dash, o primo dele, nunca mais veio por essas bandas. Pedro ingressou no exército e hoje é general, nos falamos de vez em quando e Lilliandil... Bem, ela continua insuportável.

- Vocês nunca se deram bem. – ele lembrou.

- Ela é muito mimada e prepotente... Mas enfim, não quero falar disso.

- Tudo bem... Então, Pedro está no exercito? – admirou-se ele.

Ela riu e sua risada o encantou mais uma vez.

- Por mais incrível que pareça! – ambos riram. Eles chegaram à primeira banca onde Caspian a observava pegar os legumes. O dono da venda reconheceu Caspian do porto e logo fez um alarido por ter em sua banca um dos heróis de Narnia e tal alarido chamou a atenção de outras pessoas que logo o cercaram. Susana continuava escolhendo os melhores legumes sem conter o riso ao ver Caspian lidar sem prática com toda a fama. Até que, aos poucos, ele conseguiu desvencilhar-se dos fãs e seguir com Susana atrás de frutas, quando uma voz familiar soou atrás deles.

- Não acredito no que meus olhos veem! – ambos viraram para o dono da voz e viram o rapaz caminhar sorridente em direção aos dois.

- Edmundo! – Susana o cumprimentou.

- Como vai, Su? E ora, ora se não é o famoso Caspian, o Navegador! – voltou-se para o velho amigo e os dois trocaram um abraço com direito a tapinhas nas costas um do outro.

- Navegador? – questionou Caspian.

- É! – Edmundo estava animado, mas então lançou um olhar malandro para Caspian. – Pelo menos... É como aquelas garotas ali estavam chamando você. – ele apontou para a banca de onde Caspian e Susana tinham acabado de sair. Os dois olharam naquela direção e encontraram o grupo de moças que soltaram um risinho quando Caspian parou os olhos nelas. Elas cochichavam eufóricas. Meio sem jeito, Caspian acenou para elas. As garotas, por sua vez, vibraram com gritinhos e pulinhos. Susana rolou os olhos e Edmundo continuava com o sorriso malandro.

- Bom, eu tenho que ir agora, mas bem-vindo de volta. Falamo-nos depois. Tchau, Su! – Edmundo já seguia seu caminho.

- Tchau, Ed. – respondeu ela, calmamente, logo se voltando para Caspian. – É... Você é famoso, Caspian. – comentou, ignorando a pontinha de ciúmes.

- Acho que não me acostumo com isso. - eles continuaram andando. – Caspian, o Navegador... Soa estranho.

- Não acho. Gostei de “o Navegador”. – comentou a moça sem se dar conta, ao parar na banca de frutas. Ela não percebeu o olhar intenso nos olhos dele quando ela disse isso.

- Gostou?

- Sim – ela sorriu para ele.

- De repente não pareceu mais tão estranho. – falou ele dando um sorriso largo, o que a fez corar.

Ela é tão linda...

Susana sorriu de leve e por um tempo nada disseram.

- Já podemos voltar. – informou Susana. Ambos começaram a andar pelo caminho que levava de volta a casa dela. Aquele silêncio estava deixando Caspian nervoso e com receio de ter dito algo que não devia. – Mas me diga, como foi a viagem?

- Foi esplêndida. – ele abriu um sorriso. – Descobrimos diversas Ilhas encantadoras... – sua voz foi se perdendo quando seu olhar mergulhou nos olhos dela, perdendo-se neles. – Gostaria que tivesse ido comigo...

Ela sorriu tímida.

- Eu adoraria ter ido, mas provavelmente não me deixariam ir dizendo que isso não é coisa de mulher. – rolou os olhos graciosamente com um meio sorriso nos lábios.

- Você teria adorado... Lama era o que não faltava por lá.

Os dois gargalharam.

- Lama não faz mais meu estilo. Deixou de fazer quando eu tive que começar a lavar meus vestidos – ambos riram novamente. - Mas eu ainda gosto dos banhos de chuva... E de cachoeira.

- E... A nossa clareira? Tem ido lá?

Ele chamou de nossa por que era assim que eles chamavam quando crianças, mas esse “nossa”, agora, soava diferente.

- Bom... Não vou lá desde que você partiu. – confessou ela.

- Por que não?

- Por que não tinha graça ir para lá sozinha.

Ele parou de andar antes de dobrar a esquina, na entrada de um beco onde não havia muito movimento. Susana parou também e olhou para ele com a intenção de saber por que havia parado, mas assim que seus olhos encontraram os dele, não conseguiu desviá-los.

Mais uma vez o silêncio.

Caspian lentamente estendeu uma das mãos e tocou o rosto de Susana, fazendo-a estremecer com o coração a mil. Caspian afagou a face suave e alva dela, perdendo-se no mar azul que ocupava suas órbitas.

- Eu senti tanto a sua falta, Ana, tanto... – sussurrou ele. – Eu contava os dias para vê-la de novo... Mal conseguia esperar pelo momento em que estaria perto de você outra vez, assim, como agora...

Os olhos dela brilharam e por alguns momentos ela não soube o que dizer. Até que achou as palavras certas.

- Eu também senti sua falta, Cas... Durante todos esses anos... Eu deixei de fazer muita coisa depois que você foi por que eu simplesmente não via graça em correr por aí sem você correndo atrás de mim... – ela sorriu, corando e ele sorriu também.

- Temos tanto para conversar... – ele pensara em um assunto em particular, mas não achava que Susana perceberia. Mas ela percebeu.

- Muita conversa para pôr em dia. – concordou ela. – Mas antes, precisamos almoçar. – brincou. Eles riram e seguiram para a casa de Susana.

Lá, Caspian sentou-se na sala com o pai e Raphael, conversando sobre a viagem e contando histórias das Ilhas recém-descobertas enquanto Susana ajudava a mãe na cozinha, foi assim até a hora em que todos se reuniram em volta da mesa e almoçaram alegremente. Depois eles foram para sala tomar café e pelo meio da tarde Tirian decidiu que era hora de ir embora.

- Quero encontrá-la outra vez. – disse Caspian, quando foi se despedir de Susana, ambos ao fundo da sala, distantes dos outros. Ela corou suavemente com a intensidade dos olhos do rapaz.

- Claro. Onde?

- Amanhã... Na clareira. – falou ele, olhando-a nos olhos. Ela assentiu e com acenos de cabeça eles se despediram.


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Notas finais do capítulo

Pintou maior clima, né? E, acredite, o capítulo que vem será muito especial, mas só posto se tiver review!
Beijokas!!



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