Seja Minha Maid escrita por Allie Próvier


Capítulo 4
Capítulo 4: Descobrindo seus segredos


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI, MAS CHEGUEI! hahahaha
Gente, eu mudei a Rosalie nessa fic! Como aqui elas tem 17 anos, não achei que a Nikki Reed iria aparentar isso... Então, aqui noa fic a Rosalie será a atriz Dianna Agron, ok?
Boa leitura!



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Capítulo 04: Descobrindo seus segredos

- Some daqui, Cullen. – falei entredentes.

- Está com tanto medo assim de não resistir a mim, Presidente? – perguntou, colando ainda mais seu corpo no meu.

   Bufei e tentei empurrá-lo, mas ele me prendeu ainda mais contra a parede, segurando os meus pulsos.

   Quando eu menos esperei, ele depositou um beijo no canto dos meus lábios e me soltou, indo para a cozinha do Café em seguida, em meio a risadas.

   Veremos se ele irá rir tanto assim quando eu quebrar todos os dentes desse infeliz!

   Fui a passos duros até o vestiário. Esme havia me liberado mais cedo, pois outra menina havia chegado para me substituir. Tirei meu uniforme e coloquei minha roupa normal. Suspirei, saindo pelas portas do fundo do Café.

   E quem eu encontro?

   Cara vai ser chato assim no inferno! Ignorei o Cullen e fui andando calmamente pela calçada. O dia estava frio em Toronto, e ao olhar para o céu constatei que teria neve mais tarde. Suspirei, sentindo o ar frio entrar em meus pulmões.

   Logo sinto a presença dele ao meu lado, e ao olhá-lo pelo canto dos olhos, vejo seu sorriso irritantemente torto.

- Não pode me deixar em paz? – perguntei, colocando as mãos nos bolsos do casaco, tentando aquecê-las.

   Não é muito divertido estar quase congelando e ainda ser perturbada por um Alien Pervertido. Não mesmo.

- Vou para o mesmo caminho. – ele disse.

   Fiquei em silêncio, ignorando-o. Estávamos quase chegando à entrada do metrô quando eu vejo uma caixa molhada no canto da calçada. Desacelerei o passo, indo até a caixa. Ouvi um miado baixinho e vi que havia um gatinho dentro da caixa, e ele tremia. Senti um aperto no peito, e engoli em seco.

   Edward se agachou ao meu lado, olhando para o gato, que soltou um leve rosnar para ele. Edward sorriu levemente, aproximando sua mão do felino para lhe acariciar a cabeça, e o mesmo mordeu seu dedo com seus dentinhos minúsculos. Edward riu, e não pude evitar sorrir também.

   Arqueei as sobrancelhas quando vi Edward pegar a caixa e ficar de pé.

- Ficará com ele? – perguntei surpresa.

- Sim. – respondeu simplesmente, ainda com os olhos fixos no gatinho.

- Seus pais não irão se importar? – perguntei. – Só não fico com ele porque não tenho condições...

- Eu moro sozinho. – respondeu.

   Edward se pôs a caminhar calmamente à minha frente, enquanto o que ele falou martelava em minha cabeça...

   Apenas 17 anos e mora sozinho?

   Crispei os olhos. Edward era realmente estranho...

(...)

- EU CONSEGUI! – Alice gritou, quase rompendo meus tímpanos.

- Espero que tenha conseguido ganhar na loteria e esteja feliz assim porque irá dividir o dinheiro com a gente. – Rose disse tranquilamente, enquanto arrumava seu material para irmos embora, no fim das aulas.

- NÃO, É MUITO MELHOR! – Alice gritou novamente eufórica.

- Melhor do que ganhar na loteria? – perguntei.

   Ela realmente não sabe o quão bom seria ganhar na loteria. Ah sim, claro, Alice não é pobre.

- Então o que é tão maravilhoso assim? – Rose perguntou, pendurando a bolsa no ombro, assim como eu.

- Eu consegui marcar um encontro com todos os meninos da banda! – falou animadíssima.

   Eu e Rose nos olhamos, receosas.

- Parabéns, Alice! – Rose disse, tentando sorrir.

   Céus, por favor, não faça com que esse encontro inclua...

- Vocês também irão comigo! – Alice disse o que eu e Rose mais temíamos.

(...)

- Mike, amanhã você pode avisar às turmas que já podem começar os preparativos para o festival. – avisei a Mike.

- Ok, Bella. – ele disse, sorrindo levemente para mim.

   Eu sorri de volta e terminei de pegar minhas coisas para ir embora. Alice e Rose já haviam ido para casa minutos antes, e eu tive que ficar para resolver algumas coisas no Conselho. O dia do festival estava chegando... Cada turma deveria preparar algo que chamasse a atenção das pessoas que viriam (uma casa mal-assombrada, uma “lanchonete”, essas coisas). Esse ano nosso objetivo era: atrair mais meninas para a escola!

   Tínhamos que passar uma boa impressão para que mais meninas se matriculassem no Aurora College, assim esse colégio iria mudar. Para melhor.

   Já estava quase anoitecendo, e eu me encolhi em meu casaco. Vi o céu cinzento acima de mim... Será que daria tempo de chegar em casa antes que a neve caísse?

   No portão da escola vi o Cullen. Estava com um casaco quase maior do que ele, e tinha o olhar perdido no céu.

   Revirei os olhos, tentando passar despercebida por ele. Não obtive sucesso.

- Vai trabalhar hoje? – ele perguntou, andando ao meu lado.

- Não.

   Ficamos em silêncio. As ruas pareciam ainda mais movimentadas, todos correndo contra o tempo para chegar em casa após o trabalho. Apressei meu passo, tentando me afastar dele, mas Edward pôs-se a andar rápido também.

   Céus, que prazer é esse que ele sente em me irritar?

   Logo chegamos ao ponto de ônibus e eu me virei para ele, irritada.

- Que eu saiba a sua casa é para o outro lado. – falei entredentes.

   Edward sorriu torto.

- É perigoso deixar uma dama como você andando sozinha por aí. – falou.

   Bufei.

- Eu sei me cuidar!

- Foi o que eu ouvi horas antes de você ser atacada no Café e quase ser violentada.

   Desviei o olhar do seu, e passei a olhar a rua. O ouvi suspirar ao meu lado, mas ele ficou quieto. Ótimo.

   Logo o dia anterior me veio à mente... Quando Edward pegou o gatinho e levou para casa. Ele disse que morava sozinho...

- Onde estão seus pais? – perguntei após minutos de silêncio.

   Edward ficou quieto, e eu virei o rosto para olhá-lo. Seu olhar estava fixo no nada, e ele suspirou, balançando a cabeça.

- Morreram. – respondeu simplesmente.

   Engoli em seco.

- Sinto muito. – murmurei.

   Edward deu de ombros.

   Morreram? E Edward agora vive sozinho, sem nenhum responsável? Ele ainda era menor de idade! Mordi o lábio inferior, curiosa. Tem mais nessa história... Tem algo por trás disso tudo, eu tenho certeza!

   Logo meu ônibus chegou, e eu olhei para ele. Edward sorriu levemente para mim e eu me enfiei no ônibus antes que corasse na frente dele. Patético. Eu devia era dar uns bons golpes naquele infeliz.

   Bufei e me sentei em um banco ao lado da janela. Ainda pude vê-lo parado no ponto de ônibus, e quando o veículo se pôs em movimento, nossos olhares se encontraram.

   Mas não era como antes. O olhar de Edward estava perdido. E pela primeira vez eu me vi interessada nele... Ou em algo que lhe diz respeito.

   Qual era o segredo que ele escondia?

(...)

1 semana depois...

- Poderíamos fazer uma casa mal-assombrada! – um dos meninos sugeriu.

- Mas a outra turma já fará isso! Que tal uma série de jogos? – uma das meninas falou.

- Isso já está meio batido! – um dos garotos reclamou.

- Poderíamos montar um Café! – Alice disse de repente, animada.

   Senti um arrepio percorrer toda a minha espinha, e os alunos sorriram e concordaram com Alice.

   Oh droga!

- Mas um Café é muito menininha! Se nós, garotos, teremos que participar também, então queremos que seja algo mais masculino! – um dos meninos disse, cruzando os braços, e a maioria dos garotos concordaram com ele.

- Poderia ser com fantasia. – uma menina sugeriu. – As meninas de Maid, e os garotos com uma fantasia legal!

   Tá ficando pior cada minuto!

- V-Vocês não acham que um Café já está meio batido também?! – perguntei nervosa, tentando sorrir. – Outra turma já deve ter pensado nisso!

- Eu já fui conferir! Nenhuma outra turma pensou nisso! – Alice disse sorrindo abertamente.

- Então está decidido: nossa turma montará um Café para o festival! – uma menina, cujo nome era Leah, disse.

   Todos sorriram e concordaram animados, inclusive os meninos. Isso era uma boa coisa...

   Suspirei, anotando na ficha em minhas mãos o tema da turma para o festival. O lado bom é que eu não teria que participar... Como Presidente do Conselho Estudantil, eu tinha que ficar de olho em tudo, durante todo o festival. Caso sobrasse tempo eu poderia ajudar a minha turma...

   Eu realmente espero ficar BASTANTE ocupada.

   As meninas já haviam se reunido para decidir como seria a decoração da sala, e eu olhei ao redor, à procura do Cullen. Eu não o havia visto durante todo o dia...

- Mike, você viu o Cullen por aí? – perguntei à Mike, enquanto voltávamos para a sala do Conselho.

- Edward? Não o vi, Bella. – Mike disse, distraído enquanto anotava algumas coisas na prancheta em suas mãos. – Ontem eu o ouvi reclamar de estar pegando um resfriado. Provavelmente ele faltou por isso.

   Suspirei, assentindo. Logo tratei de resolver os assuntos do Conselho e me esqueci dele.

(...)

- Volte sempre, Mestre! – falei para o último cliente.

   Suspirei, me encostando à parede ao meu lado. Edward não havia aparecido no Café, e incrivelmente todas as meninas havia sentido sua falta. Será que ele estava realmente doente? Bufei.

   Por que estou preocupada com ele, afinal?

   Retirei meu uniforme e vesti minhas roupas normais, para voltar para casa. O caminho até o metrô se tornou tedioso e calmo demais...

   Ok, eu admito: ter Edward me perturbando o dia inteiro, tanto no colégio quanto no Café, tornara-se uma rotina para mim. Uma rotina irritante e estressante, mas era algo com o qual eu havia me acostumado... De repente, não tê-lo me enchendo de perguntas e me lançando sorrisinhos ridículos e fez falta.

   Assim que cheguei em casa, Nessie apareceu no corredor, me olhando.

- O que foi? – perguntei.

- Edward ligou, queria falar com você. – ela disse.

   Engoli em seco.

- O que ele queria?

- Eu não sei, mas ele pediu para você ligar para esse número aqui, - falou, estendendo um pedaço de papel para mim – ele não parecia muito bem...

   Assenti e peguei o papel de sua mão. Nessie rapidamente voltou para a cozinha, provavelmente para terminar de fazer o jantar, já que o cheiro de comida estava um pouco forte. Fui até o quarto da minha mãe, e até o seu atelier, mas não a encontrei. Logo lembrei que ela havia dito que faria plantão no hospital...

   Fui até o meu quarto e vi que havia coisas demais ali desde que saí para ir ao colégio hoje de manhã. Aquele tapete felpudo não estava ali antes, nem aquele relógio e o vaso de flores, muito menos aquela coberta na cama. A coberta que eu usava era roxa.

- O que aconteceu?! – Nessie perguntou arfante, na porta do quarto.

- Que coisas são essas? – perguntei, apontando para o que havia de novo no quarto.

   Nessie revirou os olhos, mas sorriu.

- Mamãe recebeu um aumento, então comprou algumas coisas novas para o seu quarto e para o meu. Ela comprou algumas roupas também, depois olhe no guarda-roupa. – falou. – Agora, por favor, deixe-me terminar de cozinhar? A não ser que queira frango queimado!

   Antes de eu responder, Nessie voltou correndo para a cozinha. Suspirou, sorrindo comigo mesma. Eu agradeceria mamãe quando ela voltasse do trabalho amanhã cedo. Ela era realmente um anjo... Sempre que ela recebia um dinheiro a mais, comprava algumas coisas novas para mim e Nessie, e para a casa, a fim de deixar tudo mais aconchegante e bonito. Dizia que éramos sua vida, portanto, queria dar tudo do melhor para nós, sempre que surgisse um pouquinho mais de dinheiro. Eu lembro o quanto ela se esforçou para montar nossos quartos...

   Deixei a mochila sobre a cama e fui até o guarda-roupa, vendo algumas blusas a mais nos cabides. Também havia um tênis novo sobre uma das prateleiras.

   Deixei tudo arrumado e fui tomar um banho. Assim que terminei, eu lembrei de Edward... Peguei o papel com seu número no quarto e fui até a sala, para ligar para ele.

   O telefone chamou 3 vezes, e ele atendeu.

- Como descobriu meu número? – perguntei assim que o ouvi dizer “alô”.

   Pude ouvi-lo rir fracamente, e estranhei o quanto sua voz parecia também fraca e baixa.

- Sua mãe me deu no dia em que fui aí... – ele disse.

- E o que você queria? Nessie disse que ligou querendo falar comigo.

- Ah... É que eu queria ouvir sua voz.

   Engoli em seco. Ouvir minha voz?

- Diga logo o que quer, Edward. – falei, tentando soar fria, mas não consegui.

   Eu realmente estava preocupada com aquela coisa.

- Era apenas isso. – ele murmurou. – Eu... Eu tenho que desligar.

- Espera! Você está doente?

   O ouvi arfar do outro lado, e arregalei levemente os olhos. Ele estava tão mal assim?

- Um pouco. – respondeu com a voz ainda mais fraca. – Tchau.

   Antes de eu responder algo, ele desligou. Suspirei, colocando o telefone no gancho novamente. A curiosidade e preocupação martelando em minha cabeça.

- Como ele está? – ouvi Nessie perguntar, na entrada da sala.

- Está doente. Não sei o que ele tem. – falei.

   Nessie suspirou.

- Eu vou separar algumas laranjas e vou preparar uma sopa. Aí você leva para ele amanhã, após a escola, já que você terá o dia de folga no Café. – ela disse.

   Sorri. Nessie era mesmo um amor.

- Mas eu não sei onde ele mora, Nessie.

   Ela revirou os olhos, um sorrisinho brotando em sua face.

- Você é a Presidente, Bella. Pode muito bem olhar a ficha dos alunos e verificar qual é o endereço dele!

- Na verdade, eu não posso não. – falei rindo.

- É por uma boa causa. – ela deu de ombros. – Deixarei as laranjas e a sopa sobre a bancada, ok?

   Apenas assenti e Nessie voltou para a cozinha. Fiquei olhando o nada por alguns minutos, pensando. Será que Edward estaria realmente tão mal assim? Ele parecia muito fraco ao telefone... E ele morava sozinho. E como eu não percebi que ele estava doente ontem?!

   Ah sim, ontem foi um dia estressante e muito movimentado no Café, e eu gritei com ele, mandando-o calar a boca e me deixar em paz. Ele não fez isso, claro. Continuou me parando no meio do corredor como sempre, e me acompanhou até o ponto de ônibus. Mas lembro que ele estava muito mais agasalhado do que antes...

   Argh, eu realmente não percebo nada.

   Bufei e fui para a cozinha ajudar Nessie com o jantar. Seríamos apenas nós duas hoje, então ela separou pouca coisa para preparar, mas Nessie era meio perfeccionista com essa coisa. Bem mais do que eu. E olha que ela tinha apenas 15 anos...

   Logo terminamos de preparar e comer o jantar, e fomos dormir.

(...)

- Bella, as laranjas e a sopa estão em cima da bancada, não esqueça! – Nessie disse do lado de fora da porta.

   Em seguida pude ouvi-la ir para o colégio, e suspirei. O dia estava bem frio, e a vontade de sair de casa era zero. Mas eu tinha responsabilidades, portanto...

   Eu me levantei rapidamente e coloquei uma roupa quente. Fui até o quarto da minha mãe, e vi que ela dormia. Provavelmente chegou apenas a algum tempinho atrás...

   Dei um beijo em seu rosto e rapidamente fui para a cozinha. Como Nessie, dissera as laranjas, que eram três no total, e o potinho com a sopa estavam sobre a bancada, em frente à janela. Suspirei ao ver, pela janela, tudo branco do lado de fora. Neve.

   Peguei as laranjas e a sopa e os coloquei dentro de uma bolsa, e fui para a neve e o frio que me esperavam.

   O dia no colégio foi um pouco tedioso. Não havia muita coisa para se resolver no Conselho, apenas os preparativos para o festival. As turmas estavam bem organizadas, então tudo estava correndo tranquilamente e como o planejado.

   Ao fim das aulas, comecei a arrumar meu material para ir embora, enquanto falava amenidades com Rose, quando Alice veio pulando igual a uma pipoca para o nosso lado, com um sorriso de orelha em orelha.

- Adivinhem! – falou.

- Esse negócio de adivinhar vindo de você não é legal, Alice. Fala logo. – Rose disse crispando os olhos.

- O encontro com os meninos da banda será na semana que vem, eles conseguiram nos encaixar na agenda deles! – falou, batendo palmas.

   Eu e Rose demos um sorriso aberto e forçado, tentando parecer que estávamos animadas também, e Alice percebeu e começou a rir.

- Não adianta reclamar, ok? Vocês irão comigo e ponto! Será divertido. – falou.

   Eu e Rose nos olhamos, ainda com o sorrisinho nos lábios, e Alice riu, nos abraçando ao mesmo tempo.

   Alice nos enfiava em cada loucura...

(...)

   Engoli em seco ao ver o prédio em que, segundo os dados do colégio, o Cullen morava. Olhei o papel em minha mão, onde eu havia anotado as coisas, e vi que ele morava no 5º andar... Olhei para cima novamente, e vi que o quinto andar era a cobertura.

   Suspirei. Fui até a recepção do prédio, e pedi para ver Edward Cullen. O homem rapidamente telefonou para Edward, para perguntar se eu poderia subir. Um tempo depois o homem me permitiu ir até o apartamento de Edward.

- O senhor Cullen informou que a porta estará aberta, e você pode entrar sem bater. – o homem disse.

   Os ponteiros do elevador pareceram se arrastar, e eu sentia um frio na barriga. Será que ele estaria melhor? Eu me sentiria extremamente patética se eu chegasse ao seu apartamento e o visse de pé com aquele sorriso torto e convencido nos lábios. Se bem que ele faltou no colégio hoje novamente...

   Logo cheguei ao quinto andar e saí a passos lentos do elevador. Tudo era muito luxuoso naquele lugar, e eu me senti um peixe fora d’água.

   Pensei em bater na porta, mas lembrei que o homem da recepção disse que estaria aberta... Empurrei a porta, um pouco receosa. Eu me deparei com uma sala grande, e muito bem decorada. Era tudo muito luxuoso e, ao mesmo tempo, frio. E não digo isso pelo tempo lá fora, e a neve. Era como se ninguém morasse nesse apartamento. Era como se fosse um daqueles cenários perfeitos. Não era algo que você olhasse a pensasse como se fosse um “lar”.

   Olhei ao redor, fechando a porta atrás de mim. Nem sinal de Edward. Fui até a cozinha, e novamente aquela frieza. Deixei a bolsa com as laranjas e a sopa sobre a bancada.

   Fui até um dos corredores, e me impressionei com o tamanho do local. Olhando de fora não parecia ser tão grande quanto aqui dentro. É tudo muito espaçoso. Havia várias portas no corredor, e eu fui olhando uma por uma. A primeira, aparentemente, era um quarto de hóspedes. A segunda era um banheiro. Na terceira, um quarto vazio... Com exceção de um piano negro solitário. E na quarta e última porta, um quarto.

   E um Edward deitado na cama, vestido apenas com uma calça moletom.

   Engoli em seco, e pensei em sair logo dali, quando o ouvi dizer meu nome.

- Bella?

   Sua voz era rouca e fraca, e eu senti uma dor incomoda no peito. Mordi o lábio inferior e entrei no quarto, indo até a cama. Quando estava mais próxima, Edward abriu um pouco os olhos, e vi que seu rosto estava corado.

   Eu me sentei ao seu lado e levei uma mão até sua testa. Arregalei os olhos ao sentir sua temperatura elevada.

- Além da febre, o que mais você está sentindo? – perguntei preocupada.

   Edward suspirou, fechando os olhos novamente.

- Minha garganta dói, minha cabeça também e eu sinto frio. – ele sussurrou.

   Só então notei o quanto seu corpo estava trêmulo. Rapidamente o ajudei a se colocar debaixo das cobertas, e pedi para que esperasse. Corri até a cozinha e rapidamente achei o liquidificador. Preparei um suco com as laranjas que havia trago, e peguei a sopa. Nessie fora inteligente e colocou a sopa em um pote térmico, então ela não esfriou. Coloquei o suco e a sopa em uma bandeja que havia achado em um dos armários, assim como um comprimido para dor que estava em minha bolsa. Eu costumava carregar essas coisas, porque aquele colégio quase me deixava maluca às vezes.

   Voltei ao quarto pouco tempo depois, e vi que Edward ainda estava acordado. O ajudei a se sentar, encostado em alguns travesseiros, e coloquei a bandeja sobre o seu colo. Ele olhou para a bandeja com olhos sonolentos, e me doeu ao vê-lo tão debilitado.

   Joguei o orgulho para o alto e peguei a colher com sopa, assoprando-a e levando-a até os lábios de Edward. Ele me olhou estranho, e um leve sorriso se formou em seus lábios avermelhados. Logo ele passou a comer a sopa, como um bebê. Vê-lo tão debilitado daquela maneira, sem sorrisinhos maliciosos e falas irritantes, me fez ter um tipo de instinto de proteção em relação a ele... Era como quando Nessie ficava doente, e eu ficava agoniada quando tinha que 

sair para estudar ou trabalhar, e deixa-la daquela maneira.

   Eu amava Nessie, e me preocupava muito com ela. Sentir essa preocupação com Edward... Isso quer dizer que eu gosto, ao menos, um pouco dele?

   Suspirei, colocando a última colher de sopa em sua boca. Eu lhe entreguei o copo de suco e o comprimido para dor de cabeça, e ele bebeu tudo, sem reclamar. Sorri com a visão de suas bochechas coradas e o cabelo liso e um pouco longo bagunçados. Ele realmente parecia um bebê...

   O deitei debaixo das cobertas novamente, e levei a bandeja para a cozinha. Lavei tudo o que havia sujado e voltei ao quarto. Medi a temperatura de Edward novamente, e ele ainda estava quente.

- É melhor você tomar um banho para ver se a temperatura diminui. – sugeri.

   Edward balançou a cabeça.

- Já tomei banho. – murmurou.

   Assenti e fui até o banheiro. Achei uma toalha pequena, e enchi um pouco um pote com água. Eu colocaria um pano úmido em sua testa, com certeza melhoraria sua temperatura. Voltei ao quarto rapidamente e umedeci a toalha, colocando-a dobrada em sua testa. Edward suspirou e se encolheu mais debaixo das cobertas.

Down – Jason Walker:

(http://www.youtube.com/watch?v=JgSyuGJWAI0)

- Por que faz isso? – ele perguntou com a voz fraca. – Por que está cuidando de mim?

   Engoli em seco, sem saber o que responder. Falei a primeira coisa que me veio à cabeça.

- Precisamos de um cozinheiro no Café. – falei rapidamente.

   Ele sorriu fracamente fechando os olhos.

- Você realmente me odeia. – murmurou fracamente.

   Senti uma pontada no peito ao ouvi-lo dizer isso. Levei uma mão até seus cabelos revoltos, e lhe fiz um leve cafuné. Edward pôs a mão sobre a minha, e abriu os olhos, me olhando. Eu me senti corar até a raiz dos cabelos, e ele sorriu fracamente.

- Deita aqui comigo. – pediu.

   Crispei os olhos para ele.

- Não irei te agarrar... – murmurou. – Mal consigo me mexer.

   Suspirei e fiz o que ele pediu. Tirei as botas e o casaco pesado, e me deitei ao seu lado. Edward permaneceu na posição que estava e eu me deitei de lado, observando-o.

- Você realmente mora sozinho? – perguntei um tempo depois.

   Edward sorriu fracamente e me olhou.

- Eu sabia que uma hora você perguntaria sobre isso. – murmurou. – Sim.

- Por quê?

    Edward suspirou, parecendo não querer falar sobre aquilo. Quando eu abri a boca para dizer que ele não precisava dizer nada, ele me interrompeu.

- Minha mãe era uma inglesa mestiça americana. – ele disse. – Ela teve um casamento arranjado com um barão inglês, Cedric. Eles tiveram um filho, e seu nome é James. Mas a minha mãe... – ele parou, parecendo fazer um esforço para respirar e falar. Realmente estava muito fraco. – Minha mãe se apaixonou pelo mordomo, e ele era americano. Eles se relacionaram às escondidas, e minha mãe engravidou de mim. O meu avô, pai da minha mãe... Ele queria evitar que o nome da família fosse sujo, e escondeu a infidelidade da minha mãe. – o olhar de Edward estava focado no teto branco acima de nós. – Então ele me mandou para ser criado “escondido” pelo lado americano da família, e eu passei a morar com a minha avó e alguns outros parentes, e era educado em casa. Há um tempo nós nos mudamos aqui para Toronto, e eu tive permissão para cursar o colegial em um colégio normal. Escolhi o Aurora, porque tive a certeza de que lá ninguém conheceria os Cullen.

   Ao fim da história, eu mordi os lábios, tentando controlar as perguntas. Então... Edward era um filho bastardo? Quero dizer... Ele vinha de uma família rica, praticamente da nobreza. É isso?

- Mas sua mãe... E seu pai... Eles... – murmurei, sem saber ao certo o que perguntar.

- Minha mãe, Elisabeth, morreu quando eu ainda era pequeno. Meu pai, Anthony, morreu há dois anos. – ele murmurou.

- E o outro garoto? James, certo? Ele é seu meio-irmão... Você já o viu? – perguntei.

   Edward negou fracamente com a cabeça.

- Tudo o que eu sei é que sou de uma família rica, e há alguns patrimônios que minha mãe deixou... Mas provavelmente tudo irá para James. – Edward disse, quase sussurrando ao fim. – Eu sou o bastardo, afinal.

   Pude sentir a dor em sua voz, ao dizer a última frase. Suspirei surpresa com toda a história. Eu podia imaginar várias coisas, menos... Menos aquilo.

   Quando vi, Edward ressonava tranquilo. Passei a mão em seus cabelos, e acariciei de leve sua bochecha. Foi com um estalo em minha mente que percebi o que fazia, e me afastei. Respirei fundo, sentando-me na cama. Coloquei uma mão sobre o rosto de Edward novamente, apenas para medir a temperatura, e senti que ele estava bem menos quente. Retirei o pano de sua testa e o umedeci com água gelada novamente. Coloquei-o de volta sobre a testa de Edward e saí do quarto. Rapidamente escrevi um bilhete, que dizia:

   Ainda tem um suco pronto na geladeira, beba assim que acordar. Há alguns comprimidos para dor em cima da bancada, para o caso de você precisar. E... Espero vê-lo no colégio. Vá apenas se sentir que pode manter-se ao menos de pé. Qualquer coisa, bem... Você sabe o número da minha casa.

   Bella.

   Rapidamente saí daquele apartamento, e respirei aliviada. Não era bom...

   Não era nada bom eu me envolver daquela forma com Edward. Não mesmo.

(...)

- Mas Presidente, está muito frio! – Seth reclamou.

- Todos os anos várias pessoas escalam o Everest, apenas por prazer e satisfação pessoal! Vários morrem, mas se sentem orgulhosos por ter ao menos tentado! Deixe de ser frouxo! – falei para Seth, que soltou um muxoxo e foi para a quadra fazer a aula de Educação Física.

   Não acredito que no último ano do colegial eu ainda tenha que lidar com gente reclamando da aula de Educação Física por está frio! Eu também estou morrendo de frio, mas aqui estou eu, fazendo o meu dever!

   Vi os alunos ao redor do professor George, de Educação Física, e logo vários deles correndo ao redor da imensa quadra. Balancei a cabeça, suspirando.

- Já está estressada, Presidente? Está muito cedo para isso.

   Arregalei levemente os olhos ao ouvir a voz dele. Não olhei para trás para ver de quem se tratava.

- Diga isso para esses garotos. – falei.

   O ouvi rir, e logo senti seu corpo se projetar ao meu lado.

- Obrigada. – ele agradeceu baixinho.

- D-De nada. – gaguejei.

- A sopa estava uma delícia. – ele disse próximo ao meu ouvido, e eu dei um pulo para o lado, olhando-o arfante.

   Edward ria de mim, as mãos no bolso da calça jeans.

- Afaste-se, Cullen! – falei, tentando manter a compostura.

- Você não estava tão na defensiva assim ontem, quando esteve em minha cama... – falou.

   Vi algumas garotas passarem e nos olharem de olhos arregalados, com certeza por terem ouvido o que Edward dissera. Senti meu coração quase parar, e já ia gritar que era tudo perversidade daquele Alien Pervertido, quando elas apressaram o passo e se afastaram. Bufei, e Edward riu ainda mais.

- Idiota. – murmurei, me preparando para entrar no colégio novamente.

   Senti meu braço ser puxado, e logo bater de frente ao peito largo e forte de Edward. Engoli em seco, com o corpo tenso. Edward me apertou em seus braços, afundando o rosto em meu pescoço. Senti sua respiração quente em minha pele e me arrepiei.

   Oh, droga.

- Obrigada. De verdade. – ele sussurrou.

   Apenas assenti fracamente, e ele me manteve em seus braços por alguns segundos antes de me soltar. Ele sorria levemente, sinceramente.

   Saí de perto dele, desnorteada, e voltei para o colégio para terminar minhas obrigações.

   Céus, eu tinha que me afastar dele.

(...)

- É AMANHÃ! – Alice gritou.

- Eu ficarei surda desse jeito. – falei, crispando os olhos para ela.

- Vai ser tão divertido! Nós nos encontraremos em um Café no centro de Toronto! – Alice disse com os olhos brilhando de ansiedade.

   A simples menção da palavra “Café” já me fazia arrepiar inteira.

- Vai ser tããããão divertido. – Rose falou, com a expressão séria. – Mas Alice, é sério que você tem coragem de aparecer para eles assim? Quero dizer, você caiu feito uma jaca podre quando o tal Gaspar...

   Alice interrompeu Rose, para corrigi-la.

- Não é Gaspar, é Jasper!

- Tanto faz. – Rose disse, balançando a mão em descaso. – Enfim, você caiu feito uma jaca podre quando o cara piscou para você. Eu não teria coragem de mostrar as caras depois disso.

   Alice revirou os olhos, ainda sorrindo.

- Gente, será muito divertido! E o Jasper foi tão fofo comigo ao telefone! Será muito legal, vocês vão ver!

   Eu e Rose nos entreolhamos, receosas.

   Esse encontro será tudo... Menos “MUITO DIVERTIDO”.

   Não tenho um bom pressentimento.

   


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, coitado do Edward! :(
O que será que vai acontecer agora? OMG! Como será o encontro das meninas com os garotos da banda? Será que o Jasper é assim tão fofo? Será? Será? TANANANANANNNN...
AH, E EU GOSTARIA DE AGRADECER À REZINHA_CULLEN pela Recomendação linda que ela fez para a fic, apesar de estar só no início! Muuuuuuuuuuuuito obrigada mesmo, amore!!
E agora? O que vocês acham que vai acontecer? Ainda terá umas surpresinhas... hahahahh!
Espero que tenham gostado! Mandem reviews, por favor! Digam o que precisa melhorar, deem opinião, deem sugestões... Aceito tudo! *-*
Beeeeeeeeeeeeeijos, e até o próximo! ♥