Quinn e Santana

- Você está me assustando Q.

Quinn e Santana estavam sentadas uma de frente para a outra, na sala da latina. A loira havia chegado lá a pouco mais que dez minutos, e desde então não tinha falado nada. Ela só tinha um enorme sorriso. Este que ocupava todo o seu rosto.

- Que sorriso maníaco é esse? - perguntou mais uma vez.

- Adivinha o que aconteceu. - a loira disse quase dando pulinhos no sofá.

- Hm... Você ganhou um vídeo game novo do seu pai?

- Melhor que isso...

- Você comprou uma moto nova?

- Não Santana! O que eu queria mais que tudo?

A latina para pra pensar no que a loira queria mais que tudo. Se não era o vídeo game dos sonhos e a moto que tanto queria, só podias ser...

- NÃOO!!!

- SIIM!!!

Quinn não aguentou ficar olhando para os olhos arregalado que Santana estava fazendo. Parecia que ela tinha levado um choque. A loira começou a gargalhar e suspirar ao mesmo tempo.

- A Berry finalmente... - ela começou a fazer gestos com as mãos. Gestos obscenos.

- Finalmente eu tive aquele corpo...

- Okey! Poupe-me dos detalhes sórdidos.

A morena se levantou do sofá que estava sentada com a loira e foi para a cozinha. Mas a loira estava tão eufórica que a seguiu, continuando a falar.

- Nossa foi tão romântico e gentil de ambas as partes...

- Eu não quero saber.

A latina começava a se desesperar por estar escutando os detalhes da intimidade de sua melhor amiga e da namorada dela. Mas Quinn estava se divertindo com isso. E ela não pretendia parar com o assunto.

- Ela foi delicada comigo, nós fizemos amor não uma, mas duas vezes na mesma noite...

- Sério loira, EU. NÃO. QUERO. SABER. DISSO...

Ela deu a volta no balcão da cozinha e voltou para a sala. Mas uma loira tagarela continuava a contar como havia sido a noite. A perseguindo pela casa. A morena sentou-se no sofá novamente e colocou as mãos nos ouvidos. Os bloqueando de escutar qualquer coisa que saísse da boca de sua amiga. Mas isso não estava ajudando muito. Já que Quinn não parava.

A loira vendo que Santana tinha colocado as mãos nas orelhas, ela se jogou por cima da latina e começou a puxar as mãos dela para longe do lugar. Obrigando Santana a escutar.

- E na manhã seguinte. Que por sinal é hoje. Agora a pouco. Nós fizemos a manhã toda. E eu ainda consigo sentir em meus dedos...

- HAAAAAAAAAAAA... Cale a boca!

A latina revoltada jogou a loira de cima dela, que foi parar no chão. As gargalhadas que Quinn soltava, eram escandalosas. Ela esta até chorando de tanto rir. Nem se levantou do chão também, preferiu ficar rolando de um lado para o outro com as mãos na barriga.

Santana emburrada por causa disso, exibia no rosto um bico do tamanho do mundo. E isso só fazia a loira rir mais e mais.

- Você precisava ver sua cara agora.

- Eu não precisava saber desses seus detalhes íntimos. Eu fico te contando como é minha vida na cama?

- Na verdade vive sim.

As duas sorriem com o comentário. A latina vivia contando para a loira como eram as suas aventuras na cama. E vice versa. Mas por algum motivo, elas não trocavam mais esse tipo de informação. Talvez porque suas parceiras atuais fossem diferentes?

É!

Com certeza era por isso. Santana estendeu a mão para ajudar a loira a levantar-se do chão e ela aceitou. Quando estava quase de pé, a latina solta da mão de Quinn, a fazendo cair mais uma vez de bunda.

- Mas que porra Santana. - levanta-se sozinha e alisando o bumbum que agora estava dolorido.

- O troco por essa sua brincadeirinha comigo. Mas ainda tem um bem pior por vir. Não se preocupe.

Sorriu maquiavelicamente, enquanto encarava Quinn. A loira ficou preocupada com isso. Também não era pra menos.

Quando as duas estavam no ensino médio e eram lideres de torcida, a loira fez uma brincadeira com Santana. Roubou suas calcinhas do armário, achando que a latina não teria coragem de andar sem elas pela escola. Já que as saias das lideres eram minúsculas.

Mas que nada, Santana conseguiu dar a volta por cima e ainda ficou mais popular na escola, já que foi a primeira a andar sem calcinha pelos corredores do McKinley. Santana prometeu dar o troco quando descobriu que tinha sido ela. Por isso essa brincadeira não ficou barata para Quinn.

A latina tirou os quatro pneus do carro da loira, e ninguém sabe como, os colocou em cada uma das traves do campo de futebol americano da escola. Quando a loira viu ela ficou perplexa. Foi preciso um guindaste para retirá-los do lugar, e isso demorou horas para acontecer. Ela ainda levou uma penalização por isso, afinal o único carro que estava faltando os pneus era o dela.

Quinn sentou-se ao lado da morena e ficaram em silêncio por uns instantes. Pelo menos até a latina o quebrar.

- Quem diria que iríamos nos apaixonar um dia, não é?

Quinn a olhou com um sorriso gentil nos lábios e concordou com a cabeça.

- Eu nunca imaginei isso para nós duas. Sempre achei que iríamos dormir com todas as mulheres do mundo. Mas agora eu vejo que para mim só basta Rachel.

Falou sonhadora e Santana tacou uma almofada no seu rosto.

- Lá vem você de novo com essa história de Berry e cama na mesma frase.

As duas caíram na gargalhada de novo.

- Amo aquela mulher - Quinn fala.

- E eu amo Britt Britt.

As duas suspiram gargalhando e se encostam uma na outra. Com sorrisos bobos e a feição feliz. Quinn olha em seu relógio e bufa descontente.

- Tenho que ir.

- Mas você acabou de chegar.

- Eu sei. Mas tenho que me arrumar para ir a um jantar.

- Com Rachel para variar?

- Na verdade com Rachel, meu pai e Tina Cohen-Chang.

- O que?

- É! Meu pai teve a brilhante idéia de fazer um jantar duplo.

Fala enquanto recolhe seu casaco e sua bolsa. Indo em direção a porta.

- Será que foi seu pai mesmo?

- Claro que não. Isso foi coisa da Tina e eu sei que ela ta aprontando alguma.

- Foi o que eu pensei também.

A latina concorda. E as duas param de andar, Quinn já mo corredor fora do apartamento e a latina na porta, segurando a mesma.

- Quem vai cozinha?

- Vamos em um restaurante que meu pai e eu gostamos.

- Isso é bom.

- Por que?

- Porque sinal que ela não pode te matar envenenada.

A latina começa a gargalhar mais uma vez. Quinn transforma seu rosto em um bico adorável.

- Idiota!

- Haha! Eu sei. Mas ainda digo cuidado com o vinho. Nunca se sabe quando alguém pode "batizar" sua bebida.

A morena pisca um olho para Quinn e a loira concorda.

- Ficarei de olho no vinho.

Elas se despedem com um beijo em cada bochecha e Quinn vai em direção as escadas. Mas antes que chegue lá, a latina grita.

- Sabe Fabray, se você sobreviver ao jantar hoje, podemos marcar um com Rachel, você, Brittany e eu.

Quinn sorriu largamente e concordou com a cabeça e desceu as escadas, indo embora. Ai sim era um jantar duplo.

Jantar

Quinn bateu pontualmente as 19:30 na porta de Rachel. Elas haviam marcado de se encontrarem meia hora antes do combinado com o pai da loira.

Do outro lado da porta, Rachel terminava de colocar os brincos nas orelhas e estendia a mão, para pegar na fechadura. Quando a porta foi totalmente aberta, Quinn sentiu o ar faltar em seus pulmões.

Rachel vestia um vestido vermelho colado ao seu corpo. Ele não era decotado, mas marcava bem os seus seios. Sem contar que ele era curto, chegava até metade de suas coxas grossas. Um salto preto discreto repousava sobre seus pés. E como Quinn estava de tênis, Rachel acabou por ficar da mesma altura que ela.

- Oi namorada!

Rachel cumprimentou, afastando um pouco da porta, para que a loira entrasse na casa.

- Oi namorada.

A loira cumprimenta de volta, na mesma hora que para ao lado de Rachel e a puxa pela cintura, fazendo com que seus corpos grudem um no outro. O beijo que vem a seguir não é surpresa. Já que Rachel sabia que a loira faria isso quando a visse com aquela roupa. Ao passar as mãos pela cintura da morena, Quinn pode sentir as costas nuas da mesma.

O vestido podia não revelar muita coisa na frente, mas atrás deixava tudo o que era de mais perfeito em Rachel a mostra. Quinn suspirou quando seus dedos acariciaram a pele lisinha da morena. Rachel colocou seus braços ao redor do pescoço de Quinn. Afinal elas estavam na mesma altura. E a morena também podia olhar diretamente nos olhos da loira, sem ter que mover a cabeça do lugar. Quando se afastaram um pouco para respirar a loira falou.

- Você está linda Rachel.

- A recíproca é verdadeira Fabray.

Quinn sorriu de lado envergonhada. Ela estava vestindo uma calça jeans preta e bem justa ao seu corpo. Tênis all star e uma blusinha dos "Beatles" por baixo de uma blusa xadrez que estava aberta.

- Já está pronta?

- Uhum! Deixa só eu pegar minha bolsa.

A morena falou enquanto se afastava de Quinn e ia pegar sua bolsa que estava no centro da sala. Quando voltou deu mais um beijinho em Quinn e saíram do lugar depois de trancar.

Quando chegaram ao restaurante, pediram a mesa com reserva no nome Fabray e foram conduzidas até o lugar. Russel e Tina ainda não tinham chegado. Isso foi bom porque deu um momento de privacidade para as duas. Que aproveitaram para trocar um pouco de carinho.

Não tardou muito e a risada escandalosa de Tina se fez ouvir. O que anunciava a chegada dos dois. Quinn amuou a cara quando viu de longe o aceno de Tina para onde elas estavam. Rachel retribuiu, mas Quinn não.

- Seja gentil com eles.

A morena murmurou para a namorada, enquanto ficava de pé para cumprimentar a amiga e o seu "sogro".

- Olá meninas.

Tina parecia eufórica ao falar. Mas ela estava, porque ela iria abraçar Quinn nem que fosse por um estante enquanto se cumprimentavam. A loira não fez esforço para retribuir o abraço, mas ninguém comentou também.

- Oi minha filha e minha futura nora.

O Fabray mais velho cumprimentou as duas e sentou-se ao lado de Tina.

- Desculpem o atraso, nós nos distraímos no caminho. - o homem falou olhando para Rachel ele sabia que ela detestava atrasos.

- Tudo bem Russel. Quinn e eu estávamos distraídas aqui também.

Rachel piscou o olho para o homem que começou a rir da situação. Nenhum deles três percebeu a careta que Tina havia feito.

Um garçom chegou no momento seguinte e seus pedidos foram feitos. Tudo estava indo conforme o esperado por Russel e Rachel. Um jantar descontraído e calmo. Mas para Quinn estava sendo um sufoco, já que ela ficou como uma estatua olhando para seu prato e sua taça de vinho. As palavras de Santana cercavam sua cabeça.

Tudo bem que a latina estivesse exagerando um pouco, mas a loira só deu a primeira garfada e o primeiro gole em seu vinho depois que Tina o fez no seu.

Precaução!

Já para Tina estava conforme ela tinha planejado.

Sim!

Ela quem teve a idéia para o jantar. Como Quinn e Santana imaginaram. Ela tinha liberdade para observar cada detalhe da loira. Cada movimento ou gesto. Rachel e Russel distraídos não perceberiam se ela colocasse seu pé entre as pernas de Quinn...

E assim ela o fez. Discretamente colocou seu pé entre as da loira. Quinn deu um pulinho quando sentiu isso. Ela rapidamente olhou para Rachel, mas a morena ria de alguma piada sem graça de seu pai. Seu olhar foi desviado para a direita de seu pai. Tina tinha um sorriso presunçoso no rosto e isso fez Quinn se irritar.

Ela colocou as mãos por baixo da mesa e empurrou o pé da asiática para longe. Fazendo a mesma bufar. Nenhum dos outros ocupantes da mesa percebeu a interação.

- E então filha, quando você vai parar de enrolar a Rachel e a pedir em casamento?

- Começamos a namorar a pouco tempo papai. Mas não se preocupe que eu vou me casar com essa linda morena.

Quinn disse sorrindo para Rachel que corou e baixou a cabeça. A loira depositou um beijinho na bochecha da mesma. A fazendo corar ainda mais. Tina vendo tudo isso, resolveu soltar um pouco de seu veneno.

- Quinn como sempre fugindo de algo mais sério.

A loira já estava mais que irritada com a asiática, então rebateu a provocação.

- Não estou fugindo de algo mais sério com Rachel. Só estamos indo de vagar, ao contrario de vocês que se conheceram a uma semana e já estão noivos.

- Quinn!

Seu pai a repreendeu. Mas seu olhar estava cravado em Tina. E vice versa. Rachel colocou a mão na coxa da loira e apertou com força. Fazendo assim a tensão que havia se formado entre Tina e ela se quebrar. Quinn olhou para Rachel e a morena murmurou baixinho.

- O que falei sobre ser gentil?

- Se me dão licença eu vou até o toilette.

A loira murmurou se levantando sem esperar respostas e sair da mesa.

- Eu vou atrás dela...

- Não Rachel. O problema da Quinn é comigo. Deixe que eu resolva.

A morena já estava praticamente em pé e ficou insegura sobre deixar Tina ir, mas permitiu que a asiática fosse. Com um sorriso debochando ela entrou no banheiro, encontrando Quinn segurando a pia com força.

- Você está ficando descontrolada Quinnie.

- O que você acha que está fazendo armando todo esse circo?

- Que circo baby?

- Não me chame assim.

- Mas era assim que eu te chamava quando estávamos na cama.

- Pare com essa palhaçada agora.

- Eu não vou parar com nada loira. Seu pai e eu vamos nos casar e eu vou ser sua nova "mamãe".

- Você nunca vai se casar com meu pai e não volte a falar da minha mãe.

- Sabe que você me deixa excitada quando está bravinha?

Tina pergunta se aproximando mais da loira. Mas parou quando escutou a gargalhada que saiu dos lábios de Quinn. Ela estava gargalhando descompassadamente e isso deixou Tina confusa.

-Do que você está rindo?

- De... De... De você.

- Não vejo o porquê.

Quinn vai andando até a porta e volta a olhar para Tina.

- Na verdade eu estou rindo da sua cara de pau. Fique sabendo que eu NÃO vou deixar que meu pai se case com você. Nem que para isso eu tenha que sequestra-lo também. Mas eu acho que você quer se casar com ele por algo além de perturbar minha vida com Rachel.

A loira estava começando a refletir sobre toda a situação. Ele nunca havia pensado sobre isso, mas fazia todo o sentido agora.

- Eu estou apaixonada por seu pai.

- Você pode estar o que quiser. Mas com meu pai você não casa. Você também quer o dinheiro dele, não é?

- Assim você está me ofendendo Quinn. Posso não ser rica como vocês, mas nunca iria querer o dinheiro dele.

- Claro que quer. Você está com esse diamante ai no dedo e esses brincos escandalosos.

- Você é uma idiota Fabray.

A asiática põe a mão sobre a boca e sai do banheiro como se estivesse chorando.

O teor da conversa havia mudado a algum tempo. Mas tinha passado despercebido por Quinn. Ele estava tão entretida com seus pensamentos que não percebeu que Tina tinha passado do papel de acusadora para vítima.

Ela também não percebeu que isso mudou no momento que Rachel apareceu na porta do banheiro. Só se deu conta quando virou descrente do que Tina tinha falado e deu de cara com sua namorada.

- Eu não acredito nisso Quinn.

- Rachel isso faz todo sentido.

- Eu não quero ouvir sua teoria sobre minha amiga.

- Rachel eu posso explicar.

- Não quero Quinn.

Dizendo isso a morena da as costas e sai do banheiro. A loira vai logo atrás. Quando as duas chegam à mesa, Russel está pedindo a conta e pagando. Tina estava vestindo seu casaco com lágrimas falsas no rosto.

Rachel vai até ela e pergunta se está tudo bem. A asiática concorda enxugando algumas de suas lagrimas falsas e é abraçada por Rachel. Tina encara Quinn e pisca o olho para ela. Sorrindo debochadamente. Russel fica de pé e encara a filha quando Tina e Rachel se afastam.

- Vamos ter uma conversa séria mocinha. Tina não me falou o motivo de estar chorando, mas tenho certeza que você está envolvida.

- Papai...

- Depois Quinn. Agora vou levar minha noiva para casa.

O homem fala quando passa o braço sobre os ombros de Tina e se encaminham para fora do lugar. Quinn bufa e se joga na cadeira que estava antes. Rachel pega sua bolsa e sai em direção à porta de saída do lugar. Quinn rapidamente pega as suas coisas e a segue.

- Rach espera.

- Vou para casa Quinn.

- Vamos conversar. Você pode, por favor, me escutar?

- Acho que eu já escutei de mais por hoje Quinn.

Ela fala parando ao lado de um taxi que estava na porta do lugar.

- Deixa pelo menos eu te levar pra casa?

- Eu vou de taxi. Tenha uma boa noite Fabray.

Ela entra no taxi e vai embora. Deixando a loira sozinha no lugar.

- Mas que porra é essa?