Vagando pelas ruas em seu carro, Quinn tentava entender o porquê de tudo isso estar acontecendo com ela. Começava a acreditar que tinha jogado pedra na cruz. Ela só queria saber por que Tina estava fazendo isso com ela. Elas sempre tiveram uma boa relação (tudo bem que essa boa relação era quando estavam na cama). Mas de qualquer forma a loira sempre deixou claro que não queria se apegar a nenhuma mulher e que o que elas tinham era só sexo de vez em quando.

Mas o que estava deixando Quinn ainda pior, era saber que Rachel estava acreditando na asiática. Assim como seu pai. Ele estava sego de amor. As duas pessoas que a loira mais amava, estavam do lado de uma mentirosa e contra ela, que tanto mudou pelos dois.

Totalmente desnorteada e sem saber para onde ir, que ela se viu tendo que recorrer à única pessoa que ela sabia que não iria abandoná-la.

Santana Lopez.

Ela bateu uma, duas, três vezes e nada. Resolveu tocar a campainha e segurar a mesma até que a latina aparecesse. Ela provavelmente estava dormindo, então Quinn não iria se incomodar de acordá-la, já que a mesma vivia fazendo isso com ela.

Um grito de "Acho muito bom que seja importante" foi possível escutar vindo de dentro do apartamento. E isso fez à loira sorrir de medo?

Uma latina vestida com uma camiseta enorme da universidade de NYU pelo avesso. Cabelos completamente emaranhados. Bochechas avermelhadas e a respiração falha abriu a porta com violência e a encarou com cara de poucos amigos.

- Ops!

Quinn fez uma carinha de quem estava entendendo a situação.

- Ops é o caralho.

Foi rude e bateu a porta na cara da loira. Sem esperar que ela falasse algo a mais ou a menos. Do lado de fora Quinn se encolheu colocando as mãos nos bolsos da calça. Ela sabia que Santana não abriria a porta de novo. Por isso deu a volta nos calcanhares e começou a andar pelo corredor.

Santana poderia até não abrir a porta, mas uma loira de calcinha e sutiã abriu.

- Q?

Quinn se virou e corou ferozmente ao ver os trajes que a loirinha se encontrava. Ela olhou para o carpete do lugar só para não ter que encarar Brittany. Mas está não parecia se importar com as roupas (ou melhor, a falta delas) porque saiu de dentro do apartamento e caminhou até Quinn e começou a puxar ela pela mão.

- Vamos entrar Q. Aqui fora está frio.

Ela disse sorridente e a loira não pode evitar rir de volta.

- Ela NÃO quer entrar Britt.

Santana apareceu na porta e estica os braços segurando no portal da mesma, enquanto lançava um olhar fulminante em direção a Quinn.

- Mas porque não Q?

- Eu acho melhor eu ir embora Britt. – disse sem tirar os olhos de Santana.

- Eu também acho melhor. – a latina concordou.

O olhar de terror de Quinn estava quase fazendo a mesma sair correndo daquele lugar. Mas a loira mais alta continuava a segurar seu braço. A impossibilitando de uma fuga rápida. Brittany começou a puxá-la para dentro do lugar. Fazendo a latina recuar um pouco, dando passagem.

Quando Quinn passa por Santana, ela encolhe os ombros, como se estivesse se desculpando, mas mesmo assim escutou um "vai ter troco em dobro agora" da parte da latina.

Ela ainda lembrava que Santana já havia prometido dar o troco a tarde. Mas agora ela tinha certeza que iria ser bem pior do que imaginava. Brittany a puxou até o sofá, onde ela sentou-se com a loira. Santana fechou a porta atrás delas e foi sentar-se no sofá que ficava de frente para ela. Brittany sentou no colo da latina.

- Então... Quem morreu para você estar batendo na minha porta a essa hora?

Senhoras e senhores, Santana Lopez.

- O jantar foi um fiasco.

- Nada do que já não soubéssemos. - a latina retrucou.

- Rachel acabou brigando comigo.

Falou tristemente enquanto baixava a cabeça.

 - Oh! Q. Brittany falou enquanto levantava-se do colo da latina e caminhava até sentar-se ao lado da loira mais baixa. Detalhe... Ela continuava de calcinha e sutiã.

Quinn corou quando sentiu Brittany rodear seu ombro com o abraço protetor e Santana pareceu tomar um choque em sua poltrona. Já e no segundo seguinte ela ficou de pé e foi até as outras duas mulheres e rodeou os ombros de Britt com sua camiseta longa. A qual ela tirou no pequeno percurso até elas. Mas Brittany recusou.

- Não precisa sant. Eu vou para o quarto. Não quero deixar Quinn mais vermelha que um tomate e sei que ela quer falar com você a sós. Sem contar que tenho que dormir. Amanhã acordo muito cedo.

Explica enquanto fica de pé. As outras duas a acompanham. Quinn com um sorriso que dizia "obrigada" e Santana com um bico adorável.

- Mas a gente estava começando uma brincadeira interessante.

O jeitinho que Santana falou, juntando com o bico adorável que ela estava, fez Britt derreter e Quinn segurar a gargalhada. A loira mais alta se aproximou da latina e depositou um beijinho no bico da mesma.

- Eu sei meu amor, mas Quinn parece estar precisando de você mais do que eu. Sem contar que você pode me acordar daquele jeito que só você sabe.

A ultima parte ela falou em um sussurro no ouvido da morena, enquanto deu uma leve mordida na orelha dela. A fazendo se arrepiar. Depois a loira se voltou para Quinn e foi em sua direção lhe dar um abraço. Quinn ficou um pouco desconfortável pelo fato da outra estar praticamente nua, mas mesmo assim retribuiu o abraço. Depois ela se retirou da sala, deixando as meninas a sós.

Santana continuava olhando para a porta do quarto por onde Brittany tinha entrado.

- Você é uma puta de uma empata foda Fabray. Acho bom que seja um assunto importante, porque você acabou de interromper uma brincadeira das boas.

A loira engoliu em seco com o tom diabólico que Santana usou.

- Tina está jogando Rachel e meu pai contra mim. Isso é o suficientemente importante?

- Como é que é?

- Hoje no jantar ela armou todo um drama para que eles se voltassem contra mim.

- Bitch.

- É. Preciso arranjar um jeito de desmascarar essa asiática antes que ela me separe de Rachel e faça com que meu pai me odei.

- O que você vai fazer?

- Não sei. Você que é que tem cabeça boa para ter idéias pra esse tipo de coisa.

- Veio ao lugar certo Fabray.

A latina deu seu melhor sorriso bitch. O sorriso que lembrou a Quinn da época em que vocês era lideres de torcida e jogava slushie nos nerds do glee club. Naquela época Santana era cruel.

- Em que está pensando?

- Tina está brincando com você Quinn. Então você também vai entrar na brincadeira dela.

- Como assim?

 - Eu vou te explicar loira. Vou te explicar.

As duas passaram horas bolando um plano infalível para tirar Tina da vida da loira. Na manhã seguinte Quinn estava batendo na porta da casa do seu pai para iniciar o plano.

Rosalinda, a empregada da família desde que Quinn era um bebê atendeu a porta. Abrindo um enorme sorriso ao ver que era a loira. A jovem senhora havia criado Quinn como se fosse sua mãe. A loira adorava aquela mulher com o mesmo carinho a ela dedicado.

- Onde está meu pai Rosa?

- Ele está tomando café com a noiva.

A mulher fez uma careta de desgosto quando falou de Tina.

- Você também não gosta muito dela, não é?

- No minha filha. Ela no é mulher pro seu papa.

- Eu também acho.

- Ela no gosta dele.

- Você viu ou ouviu alguma coisa?

- No minha filha. Mas dá para perceber pelo jeito que ele olha para ela e o que ela olha para ele.

- Entendi.

- Quem era Rosa?

Tina grita da ampla sala de jantar. Onde eles estavam tomando café.

- Vamos lá porque se não ela dona vem atrás de nós.

Quinn riu da cara da empregada e a seguiu pela casa. Quando chegou à sala de jantar, seu pai lia o jornal enquanto tomava seu café preto. Tina comia una salada de frutas e mexia no seu celular. Os dois pararam imediatamente de fazer isso quando viram a figura loira na porta.

- Bom dia.

Ela saudou, mas não recebeu resposta.

- O que está fazendo aqui a essa hora da manhã? - Russel soou grosseiro, mas Quinn relevou.

- Visitando o meu pai. Não pode?

- Achei que iria se esconder uns dias depois do que aconteceu ontem.

- Ai que ta. Eu vim pedir desculpas a Tina pela minha atitude infantil ontem.

E o suco que estava na boca da asiática voou fora.

- Porque essa mudança tão repentina?

- Porque eu vi que fui uma idiota com ela. Eu não estava querendo enxergar que ela estava apaixonada pelo senhor. Eu não conseguia entender que uma mulher da minha idade iria se tornar minha... Mãe?

Quinn falou tudo com um pouco de ênfase de mais. Para convencer seu pai de que ela estava arrependida. Talvez se ele acreditasse nela, conseguisse colocar o plano de Santana em prática.

- Você esta com medo de que a Tina queira tomar o lugar da sua mãe minha filha?

Bom, não era exatamente esse o medo da loira. Talvez ela já tenha sentido isso quando tinha seus 16 anos. Mas agora que era uma mulher independente, ela não tinha mais esse medo. Mas já que seu pai tocou no assunto, nada como prosseguir com a idéia.

- Isso papai.

Ela abaixou a cabeça. Fingindo ficar triste. Tina estava com os olhos arregalados. Ela não conseguia falar ou fazer nada. Sua surpresa por ver Quinn ali naquela manhã. E ainda por cima conseguindo a atenção de seu pai.

- Minha filha, ninguém nunca vai tomar o lugar da sua mãe meu amor.

O homem levantou-se da cadeira e foi abraçar a filha. A ninando, como se a loira fosse um bebê. Na verdade ele ainda via Quinn como sua menininha linda.

Com o queixo apoiado no ombro do pai, Quinn conseguia ver Tina. E ela estava adorando a expressão de aturdida da asiática. Com um sorrisinho debochado, Quinn mandou um beijo no ar para ela. Mostrando todo o seu desprezo pela mulher.

Quando se separaram, a loira tingiu secar algumas lágrimas e seu pai sorriu. O homem se virou para Tina e estendeu a mão para que ela se juntasse a eles. Ela levantou-se com um sorrisinho fraco e pegou na mão do homem.

- Eu te perdoou filha. E você Tina? Perdoa ela?

Sem ter saída, a asiática concordou freneticamente com a cabeça.

- Claro que concordo. Eu te perdoou Quinn.

A loira sorri largamente e debochadamente enquanto puxa a asiática para um abraço surpresa. Russel parece ficar feliz com isso e se afasta um pouco, para dar espaço às duas.

- Se você quer guerra, você vai ter guerra Tina.

Murmurou baixinho no ouvido da asiática, mas continuavam com sorrisos forçados.

- Você não sabe com quem está falando Quinn.

- Você que não sabe com quem está falando vadia.

As duas se separar sorrindo falsamente uma para outra e o Fabray mais velho bateu palminhas. As duas estavam começando uma guerra interna.