Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 39
Segundo livro. Capítulo X - As faces do altruísmo Parte II.


Notas iniciais do capítulo

GENTE, ME DESCULPEM PELA IMENSA DEMORA! Eu sei que demorei pra caramba, mas eu simplesmente estou com um bloqueio terrível e não consigo mais escrever NADA! Tive que fazer uma forcinha para ES tendo em vista que eu sempre estou em falta com essa fanfic. E EU TENHO UMA NOTÍCIA BOA O/ acabou a parte de ES que precisa ser reescrita, ou seja, agora é só revisar e postar! Eu estou suuuuuper feliz com isso! hahaha e quem quer beward? Hehehe, eu também quero e já estou dando pulos de alegria para o capítulo que vem! É isso, gente, comentem, POR FAVOR.
Ps: Eu sei que não respondi os comentários, mas eu estava TÃO empolgada para postar logo que não pude me conter? Estou perdoada? *corações*



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Quando eu estava desesperada, costumava fazer coisas impulsivas demais. Mesmo sendo dez horas da noite peguei meu casaco e saí em disparada para a casa de vovó Swan. Ela sempre foi a pessoa para a qual eu corria quando estava muito feliz ou muito triste. Quando eu era criança, era só eu lançar um olhar desolado para ela que vovó vinha me socorrer das garras dos meus pais.

Apenas me lembrei de ligar avisando a vovó que eu iria para lá somente quando já estava na metade do caminho. E sem celular. Passou pela minha cabeça voltar para casa e lidar sozinha com os meus problemas, mas… eu não queria desistir somente por causa de um esquecimento. Se ela estivesse dormindo quando eu chegasse lá, imploraria por suas desculpas. Eu sabia que minha avó era boa o bastante para apenas sorrir e me chamar para dentro.

Estremeci de frio e enfiei as mãos dentro do bolso do casaco assim que apertei uma vez a campainha de sua casa. Não demorou meio segundo e seu rosto já estava espiando através da janela para ver quem era, abrindo sem mais demoras a porta para mim. Eu caí direto em seus braços apertados ao meu redor.

— Eu sabia que não deveria ir dormir cedo hoje. — Ela disse.

Meus olhos voltaram a marejar e eu apertei meu rosto no ombro de minha avó, sentindo seu aperto ao meu redor ficar mais sério e tenso.

— Bella, meu amor, o que aconteceu?

Droga, Isabella, droga — Eu gemi de descontentamento em minha mente. Eu estava ótima durante o caminho, sem sequer ter os olhos marejados. Era só sentir um pouco mais de carinho e acolhimento que meus canais lacrimais marcavam presença. Apertei meus olhos e tentei me impedir de chorar mais uma vez, eu já o havia feito demais por hoje.

Infelizmente, eu não tinha controle total sobre isso e as lágrimas deslizaram sem permissão por minha bochecha e a blusa de lã de minha avó. Molhando-a. Delicadamente, ela me puxou para o sofá mais próximo e se sentou ao meu lado, puxando-me quase completamente para o seu colo que sempre seria confortável. Céus, eu parecia uma criancinha que havia tido um pesadelo e não conseguia aceitar que não havia sido real.

A minha situação era pior. Isso não era um pesadelo e eu não iria acordar. Sonhos ruins são uma preparação para a realidade da vida real e chorar não iria apagar as memórias. A vida não se esvai tão rapidamente quanto um sonho, embora algumas pessoas façam ela se esvair com mais facilidade.

Essa é a vida real e adulta, Isabella. Você é uma adulta, a infância já se passou. — Uma voz impiedosa e fria me fez lembrar, embora tudo que eu mais quisesse era esquecer o mais rápido possível.

— Shhh, Bella, shhh. — Vovó sussurrou. — Você vai ficar gripada amanhã de manhã, meu anjo.

Funguei e pressionei meus olhos com força.

— Não me importa.

Ela soltou um riso suave.

— Você sempre foi teimosa. — Ela passou uma mão por minhas costas em um simples carinho. — Eu lembro também que você sempre foi forte. Quando caía, sempre se levantava sozinha e nunca chorava.

— Isso dói mais que simplesmente cair. — Minha voz falhou.

— Me fale o que aconteceu, Bella. — Helen Swan, minha avó, pediu docemente. — O William te machucou?

Foi reflexo negar.

— Então o que aconteceu? — Ela insistiu.

Eu a contei sobre William e a sua adorável naturalidade britânica e sobre o quanto nós éramos amigos antes, nos tornando algo mais depois. Contei-a sobre o quanto eu gostava dele. O quanto ele sempre foi gentil comigo e sempre sabia o que fazer em todas as horas. Contei-a sobre tudo, basicamente. E, por fim, terminei em prantos quando a falei sobre sua ligação de mais cedo.

Acho que, durante a minha crise de choro toda, eu acabei dormindo brevemente com o rosto encostado ao ombro perfumado e macio da vovó Swan. Não sei em qual momento, sequer sei se eu havia dormindo no meio de alguma frase, eu apenas havia… apagado de repente.

— Bella. — Ela me chamou.

Minha cabeça estava explodindo de dor quando eu abri meus olhos e lhe olhei, adaptando ao lugar onde eu estava. Casa de vovó Swan, é isso.

— Venha para a cama. — Vovó disse gentilmente, enrolando um cacho de meu cabelo entre os seus dedos. — Assim você vai ficar com o pescoço doendo.

Fiquei lá pelo resto da semana, acordando-me cedo para caminhar na luz da manhã com vovó e vovô que ficara incrivelmente feliz com a minha presença em sua casa. Eu a ajudava no jardim pequeno que ela tinha, cortava flores, fazia coroas delicadas com elas e, enfim, colocava em seu cabelo branco. Era uma boa rotina e eu não queria voltar para casa nunca mais. Não queria ficar sozinha.

William ligou para mim no dia seguinte de sua ligação exasperada, ele pediu desculpas por ter me tratado tão mal, não sabia o que havia dado nele. Sua voz estava cansada e ele soltou um suspiro pesaroso quando eu disse, com a voz travada, que estava tudo bem. Apesar de tudo, eu o entendia. Também ficaria com ciúmes imensos e a foto era bem comprometedora.

— Você sabe que eu amo você, não é? — Ele começou, hesitante.

— Sei. — Conseguir pôr para fora em um fio de voz.

Então ele começou:

— Bella, eu… Eu não vou voltar para a Inglaterra. Lucy gostou daqui, mamãe arranjou um emprego, em breve todos nós teremos cidadania suíça… Aqui tem uma Universidade ótima também, eu estou aprendendo a língua com facilidade…

Engoli em seco, enterrando minha testa no travesseiro enorme e fofo que tinha no quarto onde vovó me colocara.

— Eu entendi. — Sussurrei.

— E, além do mais, você nunca esqueceu o Edward, esqueceu?

— Não o coloque nisso. — Eu disse, aumentando minha voz com raiva. — Ele não tem nada a ver com a sua escola de ficar na Suíça. Se você decidisse voltar, você sabe que eu ficaria com você sem sequer pensar duas vezes. Essa é a sua escolha, não a minha.

Ele suspirou.

— Eu conheço você.

— Parece que não o bastante. — Murmurei.

William desligou dizendo que sentia muito por estar me magoando e que aquela era a sua última ligação para mim. Ele disse que uma separação definitiva era mais fácil para superar, disse que sentia muito. Disse que nunca quis que acabasse daquele jeito, mas eu não era mais tão boba quanto outrora. Eu sabia que tudo aquilo eram desculpas — e eu sabia também que talvez eu estivesse soando conspiratória demais, no entanto eu não podia evitar.

Quero dizer, ele poderia voltar para a Inglaterra. Ele poderia passar as férias com a sua mãe. Eu era uma maldita egoísta. Mesmo com todo esse egoísmo, eu sentia falta dele.

Passei a manhã toda chorando no quarto branco com flores delicadas e espalhadas rosas, pressionando os lábios para não soltar nenhum soluço alto. Mas, no final de tudo, eu chorei silenciosamente, os olhos fixos na parede enquanto as lágrimas deslizavam pela minha bochecha, pela ponte de meu nariz.

Quando eu estive com Edward e, consequentemente, fui abandonada por ele, aprendi que nenhum sofrimento durava para sempre. Nenhuma saudade era tão persistente que você permanecesse sofrendo por duas semanas inteiras, sem nenhuma pausa. Eu estava bem no dia seguinte e melhor ainda no dia posterior.

Não melhor como saltitante de felicidade. Apenas melhor.

Angela ligou e eu não atendi. Deixei cair na caixa de mensagens. A verdade era que eu não conseguiria lidar com as perguntas que Angie teria sobre William. Ela iria querer saber se eu ainda estava namorando ele e eu não era capaz de responder isso. Porque a resposta era não. Não. Eu nunca me acostumaria com aquela palavra.

Só fui pra casa quando faltava mais ou menos uma semana para o Natal, não queria incomodar por muito mais tempo vovó que sempre procurava colocar mais sal em sua comida por causa de sua visitante ainda sem problemas de saúde. E, além do mais, eu ficaria bem sozinha. Sem crise de choro nenhuma — eu estava certa disso — ou momentos depressivos. Eu estava bem, ficaria bem.

Normalmente era mais fácil enfrentar uma coisa quando já se conhecia a sensação.

Quando cheguei a minha casa decidi, por fim, que tudo que eu iria fazer por esse resto de semana seria dormir e me trancar dentro de casa enquanto terminava de ler os livros que ainda estavam intocados na minha estante. Mas… droga, eu iria ter que comprar alguma coisa para reabastecer o armário vazio. Eu suspirei pesadamente ao perceber aquele impasse. Por que eu não havia pensado naquilo antes?

Deixando a mala que eu havia levado para a casa de minha vó no meio da sala, joguei de qualquer jeito o meu casaco no sofá e peguei dentro da bolsa grande que eu levava a minha carteira, celular e chaves do carro e da casa. Corri até o closet e tirei negligentemente a blusa de manga que eu vestia, colocando uma solta e sem mangas já que o clima não era um dos mais frios. Tirei também a calça, trocando-a por um dos meus amados shorts folgados com uma lavagem clara. Coloquei uma sandália e finalmente fechei a porta do terceiro quarto.

Não tive que enfrentar quase nenhuma fila, mas acho que formei uma atrás de mim pela quantidade de coisas que eu comprei. Eu podia muito bem escutar as pessoas resmungando atrás de mim e se mudando para outro caixa por eu estar comprando comigo para um ano — segundo um homem mal-humorado e barrigudo. Para a informação dele, era só para um mês e… e eu comia muito quando estava sozinha. E triste.

Saindo do carro, perguntei-me o porquê de coisas maravilhosamente boas durarem tão pouco tempo. A teoria de penitência divina ainda não havia me abandonado, no entanto eu ainda continuava a procura de uma resposta mais aceitável. Deveria ter alguma coisa a mais, algum sentido concreto e que satisfizesse as minhas dúvidas.

Levei desajeitadamente as compras que eu podia para dentro, pousando-as com os braços já doendo em cima do balcão da cozinha. Iria voltar para pegar a outra parte que faltava quando percebi um Edward confuso parado na porta de minha casa. Em suas mãos, ele carregava o que faltava das compras.

Embaixo do braço, ele levava o meu exemplar de capa dura de Orgulho e Preconceito. Eu sabia que não havia o colocado em outro lugar!

— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou.

— Aqui é a minha casa.

— Alice me disse que você estava na casa de sua vó porque houve sei lá o quê por lá…

— Anda perguntando de mim para Alice? — Rebati, franzindo meu cenho ao mesmo tempo em que um riso de incredulidade assaltava meus lábios.

Ele não me respondeu, apenas sustentou meu olhar curioso e andou calmamente por dentro de minha casa, colocando as compras que eu havia feito também em cima do balcão.

— Onde está o britânico?

— O nome dele é William — Corrigi raivosa. — E eu não tenho que responder isso.

Ignorando o seu sorriso cínico, fui para a cozinha. Eu estava contando com a amada vergonha na cara que Edward ainda possuísse, esperava que ele deixasse o meu livro em cima do sofá e se retirasse da minha casa sem falar mais nada. Mas ele era insistente e irritante e não fez isso. Ao contrário, se colocou ao meu lado e começou a desarrumar as coisas e colocá-las no armário.

— Edward, eu acabei de chegar de viagem, eu estou cansada e minha paciência para discutir agora está mínima. Não quero ser desagradável com você, por isso eu ficaria agradecida se… simplesmente… fosse embora.

— Só vim deixar o seu livro aqui. — Ele murmurou. — E estou te fazendo um favor nesse exato momento.

— Certo, obrigada. Eu acho que eu posso fazer isso sozinha, não é? — Recuei um passo ao me virar para ele, olhando-o. Ele continuava com aquela aparência velha e cansada. — Como pegou o livro?

— Estou deixando a chave em cima do balcão. — Ele sorriu travessamente.

— Quem te deixou entrar em minha casa enquanto eu estivesse fora?

— Você. — Edward juntou as sobrancelhas ao me olhar, sua expressão duvidava das minhas capacidades mentais. — “A chave está dentro do seu carro, pode passar lá para pegar suas roupas”.

— Pegar suas roupas e dar o fora.

— Você não falou com esse sentido.

— É, mas a partir de quando perdemos o contato, você deveria ter deduzido a impossibilidade de entrar em minha casa mais uma vez.

A paciência de Edward também havia diminuído em pouco tempo e eu me surpreendi quando ele bufou impacientemente e quase arrancou os poucos fios de cabelo que ele ainda tinha na cabeça. Seus dedos sequer poderiam se afundar como fazia antigamente… eu ainda me perguntando por que diabos ele tinha cortado o cabelo tão curto.

— Bom, me desculpe então.

— Obrigada por ter limpado a casa. — Agradeci, abaixando meus olhos.

— O quê? — Ele riu incredulamente. — Você acha que foi eu que limpei essa casa toda?

Eu assenti, franzindo o cenho. Minha mente já estava começando a considerar uma entidade maligna ter limpado a minha casa já que todo mundo que eu perguntava negava como se eu tivesse algum problema mental. Parei com minhas divagações quando vi um dos sapatos de Edward dando um passo para frente para logo em seguida recuar. Pensando melhor.

— Eu pedi para alguém vim limpar. — Ele esclareceu.

Ótimo, sem entidade alguma.

— Obrigada mesmo assim.

— Eu vinha aqui quando queria ficar sozinho e quando estava quase explodindo de estresse. — Edward se explicou.

Problemas no paraíso com Tanya? — pensei amargamente.

— Você dormiu alguma vez aqui?

— Sim. Sinto muito. — Quando ergui meus olhos, ele parecia envergonhado por estar admitindo. — Não vai acontecer de novo.

Edward se encostou a parede e olhou para baixo. Pela primeira vez, notei que ele tinha cortado minimamente a barba, ainda tinha os pelos dourados, mas estava bem melhor do que antes. Perguntei-me o motivo de ele estar se deixando ficar tão… acabado e tive que me conter para não indagá-lo. Minha pergunta seria uma crítica que eu não queria fazer.

— Você terminou de ler Orgulho e Preconceito? — Perguntei. Um silêncio desconfortável estava começando a infiltrar-se na cozinha e eu podia notar que Edward também estava percebendo.

— Já faz um tempo. Mas não tinha como trazer, você estava aqui e com certeza me bateria com o livro se me visse em sua porta.

— Com certeza não. — Franzi meu cenho, bufando. — Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Coitado do meu livro…

Ele soltou um riso incrédulo pelos lábios e sustentou meu olhar até que eu, corando, olhei para as compras em cima do balcão. Queria escapar o mais rápido possível dele.

— Estou com outro também… O Morro dos Ventos Uivantes. Eu não li ainda, mas se você quiser que eu traga…

— Não, tudo bem. — Dei de ombros. — Apenas cuide bem dele.

Edward sorriu tortamente.

— Estou indo. — Ele avisou e eu reprimi o suspiro aliviado que queria soltar.

— Tudo bem.

Seu olhar me esquadrinhou por mais alguns segundos até que ele pegou a chave de seu carro que ele havia soltado em cima da mesa de jantar e se foi.

— Ei, Edward. — O chamei.

— Hum? — Sua expressão demonstrava toda a expectativa dele e a constatação daquilo me fez sorrir brevemente.

Expectativa? Pra quê?

— Não fale a Alice que eu estou aqui. Nem a ninguém, sim?

Ele ergueu as sobrancelhas e pude perceber que ele iria perguntar se não tivesse a certeza de que eu não iria o explicar. Então Edward apenas deu de ombros e assentiu. Alguns segundos depois, ele fechou a porta da sala atrás de si.

Os dias se passaram sem muitas surpresas e assim que fui avistada na rua por Alice — nove dias depois de ter chegado da casa de vovó — não tive um dia sequer de paz. Como William queria que acontecesse. A baixinha sempre estava me chamando para sair, aparecendo na minha casa de supetão, trazendo pizzas e me chamando para passar tardes no apartamento que ela tinha com Jasper.

Ela não me perguntou o que havia acontecido, parecia já saber e eu estranhei aquilo até o dia vinte de dezembro. Alice havia deixado seu celular ao meu lado no sofá enquanto ia ao banheiro. O celular dela se acendeu sem que eu tivesse mexido em nada, juro e eu nem queria fuxicar nada.

William H. Era o nome que aparecia. Ele havia a mandado uma mensagem que eu estava prestes a abrir se não fosse pelo grito histérico que ela soltou ao ver que eu segurava seu celular e o olhava incredulamente. Alice tomou o pequeno aparelho de minhas mãos e o amparou contra o peito, como se ele estivesse machucado.

Demorei um tempo para expressar a minha incredulidade.

— Você tem que me explicar isso.


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Notas finais do capítulo

Entãaaao, PRÓXIMO CAPÍTULO TEM BEWARD! comentem, sim? Beijoss, suas lindas



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