Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 40
Segundo livro. Capítulo XI - Fragilidade e descuido.


Notas iniciais do capítulo

Gente, to sem tempo, por isso to vindo postar rapidinho aqui porque sei que demorei muito! Me desculpem, mas o carnaval pôs meus planos por água abaixo! Enfim, obrigada a todos que comentaram! Amanhã à noite responderei todos os lindos comentários. Obrigada, obrigada e obrigadaaa, vocês são 10!



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— O William… — Alice passou os olhos nervosamente pela sua sala, parecendo procurar algo. — Droga, ele queria garantir a sua segurança e desde que foi para a Suíça está ligando para mim. Ele disse que, quando estivesse certo de que você estivesse bem, pararia de ligar.

Eu revirei meus olhos.

— Por que ele simplesmente não me liga?

— É, essa foi a minha primeira pergunta também. — Alice se sentou ao meu lado, colocando o celular ao seu lado e pegando minhas mãos entre as suas. Para me confortar. Eu não precisava ser confortada, por isso desvencilhei-me de seu carinho e pressionei meus lábios. — Ele falou que… seria mais fácil assim. Uma separação rápida e sem contato de nenhuma parte.

— William sempre foi um idiota mesmo.

— Bella — O tom de Alice era delicado e calmo. — Eu concordo com ele. Digo… eu sei que está doendo agora, mas daqui a alguns meses passa. E sabe o porquê disso? Porque vocês não tiveram nenhum contato nesse tempo.

Eu neguei com o rosto.

— O amor é apressado, não espera a vontade da pessoa amada para sempre. — Ela tocou meu pulso e depositou um carinho ligeiro em minha pele. — E, aos poucos, assim como memórias, vai se esvaindo… pode demorar, pode ser rápido. Depende da pessoa.

— Isso não vai acontecer comigo.

— Vai sofrer pra sempre, então? O William vai demorar na Suíça, Bella, ele vai achar alguém depois que tiver te superado. Ele é um homem, homem tem suas necessidades…

— Pare, Alice, pare. — Roguei. Engoli em seco e coloquei as minhas duas mãos na frente de meu rosto, tampando-o para que ela não visse o corar. Aquele que avisava das lágrimas.

— Eu não quero te machucar…

— Mas você já o fez!

Exasperada e incoerente demais para pensar em ficar e terminar de assistir o filme que assistíamos, saí pela porta assim que recolhi minhas coisas — sacolas enormes de compras que Alice havia me feito comprar para o ano novo e o natal. Saí em disparada e ela não correu atrás de mim ou gritou meu nome, ao contrário: compreendeu a minha crise ridícula de ressentimento.

A culpa não era dela, era somente minha. Eu apenas não… conseguia lidar com a realidade. A ideia de que William arranjaria alguma Suíça me afetava mais do que deveria. Não que… eu achasse que ele viveria no celibato quando estivesse por lá, apenas não evitava pensar sobre isso. Escutar a verdade vinda de Alice de uma forma tão dura e fria era chocante e doloroso demais.

Com a melhor cara de culpada que ela poderia assumir, Alice apareceu no outro dia na minha porta. Sua mão carregava um chocolate quente da Starbucks para mim.

— Estou perdoada? — Ela ergueu as sobrancelhas, colocando o rosto de lado e sorrindo.

— Está me comprando com um chocolate quente da Starbucks?

— Ah, vamos lá, Bella… pedi do jeito que você gosta.

Eu revirei meus olhos.

— Pode entrar.

Passamos o resto da tarde falando sobre os preparativos de natal. Tudo bem… Alice falava sobre os preparativos enquanto tudo que eu fazia era assentir e murmurar aprovações quando meu pescoço começava a doer. Na verdade, tudo que eu pensava no momento era em como eu estava com sono. Noite passada eu não havia dormido quase nada por estar pensando na bagunça em que meu closet se encontrava.

Eu precisava de estratégias para limpá-lo e esvaziá-lo.

Alice me ajudou com aquela parte naquele mesmo dia. Ela se recusou a doar todas as roupas que eu havia separado para a caridade, mas me ajudou a guardar boa parte delas — o que já melhorou o aspecto ainda tumultuado do closet. Segundo sua palavra muito confiável, a maioria das roupas ainda estava cabendo em mim, portanto não havia a necessidade de doar ainda.

Os dias se passaram rapidamente e logo estávamos no natal. Ótima data comemorativa, com toda aquelas luzes e árvores. Eu estaria vibrando por dentro se o jantar não fosse no apartamento de Edward. E o problema de verdade nem era ele, era Tanya que sempre fazia questão de instaurar um clima tenso. Ela ainda me odiava e continuaria até sei lá quando. Eu queria dizer a ela que ela poderia ficar com Edward, a gente não tinha mais nada além de uma amizade literária, mas eu tinha certeza que ela gritaria na minha cara que eu era uma vadia mentirosa. Aquilo era bem a cara dela. Tanya duvidaria mesmo se eu jurasse.

Eu não a conhecia muito bem, admitia, porém todas as vezes que ela me olhava, fazia questão de ser desagradável. Eu também admitia que ela talvez tivesse toda a razão, mas era passado. E não voltaria a se repetir. Eu quem deveria ficar ressentida pelo fato de ela ter me imitado ao pintar o cabelo do mesmo tom do meu. Ela não precisava ficar mais bonita, seu cabelo ruivo anterior a dava um aspecto mais… autêntico e corado.

A barriga dela já estava enorme e Edward costumava falar com o bebê que ela carregava, sorrindo doce e bobamente como se ele já pudesse lhe escutar. Era uma imagem adorável de se ver… até Tanya me pegar no flagra. Ela sempre pressionava os olhos como um cão irritado então eu era forçada a desviar meu olhar para outro lugar. Minhas bochechas, claro, nunca deixavam de ganhar cor.

No natal, foi diferente. Eu não estava animada nem para escolher com qual dos vestidos eu iria e nem Alice conseguiu me animar. Não sabia o porquê de meu humor ter decaído tanto em tão pouco tempo, afinal… no dia anterior eu estava ótima distribuindo sorrisos para Sue e Riley no jantar que teve na casa de Charlie.

Eu sabia o que era: Saudades de William. No dia 21 de dezembro eu havia comprado a minha árvore de natal, branca e média. Enfeitei-a sozinha. Eu e William tínhamos planos de a enfeitarmos juntos, debatíamos sobre que cor ela seria: A tradicional verde ou a elegante e inovadora branca. Ambos escolhemos a branca. Com estrelas, bolas e enfeites todos vermelhos.

A única diferença foi que ele não estava junto para me ajudar a montar a árvore e eu engoli o nó que tinha em minha garganta para fazer isso. Por fim, consegui não chorar.

— Bella — Renée sorriu radiante para mim assim que eu abri a porta de minha casa para ela. — Você está tão magrinha, meu amor… o que anda acontecendo com você, hum?

Seus braços envolveram a minha cintura em um meio-abraço e me puxou para dentro da sala.

— Eu… eu… — Passei a mão por meu cabelo, puxando a franja já muito crescida para trás. — Ando nadando mais.

Mentira. Nos últimos dias, eu passava longe da piscina.

— E comendo menos, aposto. — Ela sorriu e se virou para ficar a minha frente, ajeitando carinhosamente uma mecha rebelde de meu cabelo. — Sei que sente falta de William, mas… mas tenho certeza de que ele queria que você ficasse feliz. Faça isso por ele e por mim, Bella, eu não quero ver você desse jeito.

Eu assenti, sentindo meus olhos marejarem.

— Então… eu vim aqui para te dizer que o jantar não vai ser mais no apartamento de Edward. Vai ser na minha casa. — Ela sorriu. — Todo mundo já tá lá, vão se arrumar por lá mesmo… por que você não vem? Vai ser legal e…

— Eu vou já pronta. Não tem problema.

— Bella. — Minha mãe tentou me coagir abaixando o queixo e me olhando. Não funcionou e, percebendo a minha imparcialidade, ela suspirou. — Tudo bem. Não quero atrasos, hein? Promete que fará isso?

Eu assenti. Mamãe sorriu e fixou as duas mãos levemente nas minhas bochechas, abaixando o meu rosto para poder alcançar a minha testa com os lábios em um beijo cálido e terno.

— Eu amo você, minha Bella. Só quero que fique bem.

Minha garganta travou e Renée deve ter notado já que sorriu e acariciou o meu rosto.

— Um fim de namoro não é um fim de mundo. Tenho certeza de que você sabe disso… você sempre foi muito mais madura do que eu.

Enfiei minhas mãos dentro de meu cabelo assim que Renée se foi. Eu me sentia tão ridícula e impotente. Ridícula por estar sofrendo dias depois — quando a ficha caiu de verdade — e impotente porque eu sabia que não podia fazer mais nada senão aceitar de que William Howard não voltaria para a minha vida. Tudo que eu poderia fazer era me conformar e seguir em frente. Como eu fiz quando foi com Edward.

Se eu já havia feito uma vez por que não poderia fazer outra? Eu não morreria sozinha, tinha certeza disso. Ninguém pode morrer sozinho, não é? A resposta positiva era mais um tipo de consolo bobo que não me garantia nada.

Encorajando-me o suficiente para rumar até o closet e decidir que roupa eu usaria, levantei-me do sofá com uma respiração profunda e resignada. Pararia com essa merda agora mesmo.

Perguntei-me se Alice reclamaria muito se eu passasse o natal de preto ao invés do vestido vermelho clichê que ela havia me coagido a comprar. Preto era uma coisa inovadora, não era? E o vestido era tão lindo… eu faria questão de arrumar meus melhores argumentos e fazer com que sua faladeira magoada continuasse por muito mais tempo.

Comecei a me arrumar de seis horas para Renée não ter nada que reclamar de mim e meu atraso constante, mas acho que demorei demais no banho de banheira. Eu não pude evitar, eu precisava relaxar ou continuaria o resto do dia com aquela morbidez. E não era o que eu queria, queria, pelo menos uma vez na vida, ter um natal normal. Como o de todas as outras pessoas.

Os meus natais passados, a partir de meus treze anos, eu passei trancada no meu quarto — que, por meu intermédio, estava com luzes amarelas ao redor de minha cama e da janela. Eu gostava de, pelo menos, ter alguma memória que eu estava mesmo no natal e que mais um ano havia se passado, por isso eu colocava as luzes dentro do meu quarto. Só as tirava quando Charlie — em seu antigo humor rabugento — dizia que o natal já havia se passado há muito tempo. E àquela altura já estávamos em Março.

Passei chapinha em meu cabelo ondulado e me maquiei, porém ambas as coisas não funcionaram muito. Meus cabelos ainda estavam ondulados e meu rosto ainda estava pálido. Eu nem deveria ter me dado ao trabalho. Bufando da minha incapacidade de me maquiar pelo menos uma vez no ano, saí de frente do espelho e calcei os saltos extremamente altos que Alice havia dito que combinaria com qualquer coisa.

Pensando melhor, tirei os saltos e desci a escada descalça, calçando-os de novo somente quando não havia nenhum degrau para me dar um tornozelo torcido — e não seria nada legal uma vez que teriam de me levar para o hospital e eu estaria estragando o natal dessa pessoa.

Sem mais hesitação, entrei no meu carro com o máximo de coragem que eu consegui — o que não era muita coisa uma vez que tudo cujo eu queria era voltar para o meu quarto e me encolher debaixo do meu lençol. E dormir. Seria um natal ideal para mim. Ideal para mim não seria as reclamações que eu receberia de Renée e Alice.

Portanto, suspirei e disse a mim mesma que poderia dormir quando chegasse a minha casa. Poderia dormir por uma manhã inteira. Quem sabe um dia inteiro. É, eu estava precisando mesmo.

POV NARRADOR.

— Você é um tolo, Edward. — Tanya vociferou para o homem que já havia se arrumado e estava sentado no sofá tranquilamente.

Sentado no sofá que era ao lado da porta a qual ele estaria pronto para abrir para Isabella que era a única pessoa que faltava chegar. Ele queria ser o primeiro a apreciá-la e talvez… ele fosse mesmo tolo. Mas só era quando se tratava da garota que, em sua mente, ainda continuava sendo irremediavelmente sua.

Edward ergueu os olhos para Tanya a tempo de ver o olhar mortal que ela lhe mandou antes de se virar de costas e entrar mais uma vez no quarto onde ela estava se aprontando. Ele ainda não sabia se aquele mau-humor era por causa da gravidez que alterava constantemente o humor da pessoa ou se era ela mesma. Apostava mais na segunda.

O pior disso tudo era não poder responder. Se respondesse, ela poderia ter uma raiva muito forte e afetar no bebê que ela ainda carregava. Por pouco tempo, graças aos céus. Daqui a algumas semanas ela daria a luz e não teria mais que aguentar os desaforos dela que oscilava entre o humor radiante e o humor rabugento — humor o qual ela assumia na maioria das vezes.

Edward conseguia se lembrar muito bem do que o médico havia o falado na última vez que ela quase teve um aborto espontâneo.

— Ela precisa de apoio. — O Doutor Harrison o falara. — Independente de tudo.

O médico o olhara, esperando que ele entendesse o que estava falando. Entendesse o que havia por trás de suas palavras.

— Consegue entender o que eu estou falando? — Ele inclinou o rosto para o lado.

— Sim, claro.

— A situação da Srta. Denali é muito complicada — Harrison começara a falar mais uma vez. — Você trabalha nesse hospital Edward, somos amigos e como amigo e também médico de Tanya, sugiro que… coloque-a em primeiro lugar em tudo. Sei que você tem uma namorada e que você a ama… — Ele parou, ponderando suas palavras. — Não estou dizendo para acabar o relacionamento com Isabella.

— Até porque eu não farei isso.

— Você quer essa filha, Edward? — Indagou o homem que tinha idade para ser seu pai.

— Claro que quero. Que tipo de pergunta é essa?

O homem de cabelos pretos balançou o rosto.

— Cuide de Tanya como você cuidaria se fosse Isabella grávida. Não é só porque você não gosta mais da mãe que vai desprezar sua filha, não é?

Um filho dele e de Isabella estava longe de virar realidade, embora, em sua mente, Edward já houvesse fantasiado como o bebê seria: Planejado e depois do casamento, depois que ela terminasse a faculdade e não houvesse nada para atrapalhar.

— Claro que não.

— Então que assim seja. — Harrison concluiu. — Cuide da Tanya porque ela vai precisar e muito do seu apoio. Seja amável. Isso afeta o bebê também e como médico eu tenho certeza de que você está ciente disso.

Suspirando discretamente, Edward apenas fez assentir.

Algumas horas mais tarde, já em casa, Tanya pediu emprestado o celular de Edward para poder ligar para sua irmã que agora estava morando na Austrália. Ela estava fazendo macarrão para o jantar enquanto discava o número displicentemente. Todo mundo já pode imaginar o que aconteceu, não é? Sim, o celular caíra dentro da panela. Ela o disse que havia sido sem querer, que não era sua intenção, pediu várias desculpas, mas Edward a conhecia.

Havia sido de propósito.

A partir daquele dia ele parou de ligar para Bella por não ter o número e… por ser covarde demais para dizer que precisava de um tempo. Pelo menos até que Luna nascesse e Tanya parasse de ser tão problemática.

A campainha tocou, arrancando-o dos devaneios que tinha. Envergonhava-se severamente por ter machucado sua garota. Ele ainda se lembrava do que ele a havia falado algumas horas antes de ela ir embora para Cambridge. Não quero nunca, em nenhuma possibilidade, perder você. Mas havia o feito involuntariamente. O que mais poderia acontecer? Isabella Swan não esperaria para sempre.

Abriu a porta com uma ansiedade disfarçada, deparando-se com uma Isabella encantadora e distraída.

— Essas plantas são realmente lindas… mãe, a senhora precisa me dizer onde com…

Só depois de subir os olhos ela viu que não era Renée que a encarava maravilhado. Ela estava linda! Não que já não fosse antes, era apenas que ele nunca a viu de vestido. O preto destacava a sua pele alva e o vestido sem alças caia com perfeição, demarcando a sua cintura e caindo aberto e levemente rodado depois.

— Ah, oi, Edward. — Ela sorriu desajeitadamente para ele. — Eu pensava que era Renée que havia atendido a porta… não vi que era você.

— Bromélia. — Ele disse.

Bella franziu o cenho.

— O quê?

— O nome da planta. — Ele esclareceu. — É Bromélia.

— Ah… você entende de jardinagem?

— Não. — Ele riu da possibilidade. — Minha mãe… ela cultivava e era apaixonada especialmente por essas.

— É claro. — Acanhada, ela olhou para a piscina reluzente. — Ela cultivava essas Begônias também? É uma graça, não é?

Edward ergueu as sobrancelhas. Eles iriam mesmo conversar sobre plantas?

— Ah, é… você não conhece dessas coisas.

— Na verdade, eu pensei que você não conhecesse.

— Não sou muito ligada nisso, mas eu estava percebendo esses dias que o meu jardim está terrível. — Com um humor reluzente, ela sorriu mais uma vez, olhando para o chão. — Enfim, não sei por que estamos discutindo de plantas quando está claro que você não conhece nada sobre isso.

— Devemos conversar sobre o quê, então?

Bella levantou os olhos e corou, logo os desviando para as plantas.

— Eu não posso entrar?

— O quê? — Patético, isso que Edward era quando estava perto dela. Agia como um adolescente apaixonado. — Claro que pode…

Ele ainda tinha a esperança que ela se sentasse no sofá e continuasse a conversar sobre amenidades, não se importava em falar sobre plantas, mas Alice, inconveniente como sempre, fez questão de aparecer e dar um chilique por causa da roupa de Bella. Já Edward não via problema nenhum…

— Preto? Qual a pessoa que passa o natal de preto? — Ela indagou.

— Eu passo. — Edward falou.

Só quando ele falou aquilo que Bella percebeu as roupas dele. Ele estava com uma camisa grossa e de mangas que ele enrolara até chegar à metade de seu braço. Por incrível que parecesse, ele havia tirado a barba e desde a última vez que o viu, seu cabelo havia crescido consideravelmente. Edward parecia quase saudável mais uma vez.

— Você é homem, Edward! — Alice exclamou. — Homem passa natal de qualquer cor.

— Está tarde demais para colocar outro vestido. — Bella sorriu, atraindo o olhar curioso de Edward. — Então nem adianta falar e eu gosto desse, não vejo nenhum problema.

— E maquiagem que você não colocou nenhuma? — A baixinha ergueu as sobrancelhas. Bella iria começar a falar se ela não tivesse continuado no seu tagarelar. — Rímel, pó e batom não valem como maquiagem!

Bella ergueu as sobrancelhas, soltando um suspiro pesado logo em seguida.

— Venha que eu vou te ajeitar.

— Eu não preciso…

— Não discuta comigo, Isabella.

Com uma carranca que aos olhos de Edward era adorável, Isabella seguiu Alice para o quarto onde ela estava se arrumando. Jasper, vendo a amiga de sua namorada entrar no quarto, entendeu o recado e como já estava pronto, saiu depois de cumprimentar Bella com um sorriso tímido. Ele era uma gracinha, parecido com Alice ou pelo menos foi aquilo que Bella pensou de primeira.

Alice terminou de se vestir e começou a tortura em sua amiga. Na verdade, nem fez muita coisa, só colocou um pouco de sombra e lápis de olho que era estava faltando principalmente.

— Olhe só que aspecto ótimo você está agora. — Alice disse, sorrindo.

— Não sei o que faria sem você. — Bella suspirou teatralmente.

— Provavelmente passaria o Natal um desastre.

A amiga somente fez assentir, sorrindo de modo ligeiro.

Tanya parecia mil vezes mais rabugenta com Isabella e não foi só ela que percebeu, todos se sentiram constrangidos com o envio de farpas para garota que apenas ignorava. Bella nem havia feito nada, havia evitado contato ocular com Edward desde que a mãe da filha dele saiu do quarto com um lindo vestido verde musgo que chegava até acima de seus joelhos. Ela, sem dúvidas alguma, nem precisava se esforçar muito para chamar atenção.

Mas Edward parecia distraído. Seu olhar não saía de Isabella e quando saía era quando percebia que estava olhando por muito tempo e que as bochechas da garota estavam corando. Como poderia evitar olhá-la? Ela parecia radiante e, devido aos olhares que ela recebia dele, corada. Com impaciência, queria logo tomá-la em seus braços e beijá-la. Alice o mataria se fizesse isso. Bella, segundo ela, não estava pronta para seguir em frente ainda.

Edward odiava com todas as forças aquela deliberação, mas era culpa dele que ela estivesse hesitante.

— Nunca vi pessoa mais teimosa que Edward. — Carlisle comentou com Renée, depois do jantar, vendo o filho ir para o jardim onde Isabella estava.

Renée riu docemente.

— Ele a ama. — Carlisle disse.

— Mas é impaciente.

— E desobediente. — O loiro revirou os olhos. — Eu mandei que ele ficasse longe dela e… não funcionou de nada.

Renée sorriu.

— Bom, ele sabe o que faz.

— A Bella não é uma garota que cede fácil.

— Edward já a namorou, Carlisle, ele sabe disso. Pare de se preocupar… vai dar tudo certo. Eu espero que dê.

Bella estava olhando para a lua quando percebeu uma movimentação vinda do seu lado. Era Edward que parecia quase translúcido a luz fraca da lua cheia. Ele soltou um sorriso torto quando percebeu a atenção da garota sobre si. Perguntou-se se talvez ela quisesse sozinha e se estava sendo inconveniente demais a seguindo até para o jardim, mas, fez um pacto consigo mesmo de que assim que terminasse o que queria, voltaria para dentro.

Em silêncio, Bella o olhou sentar ao seu lado em uma distância aceitável. Não sabia o que ele queria, porém seu humor não estava tão ruim o bastante para começar a enxotá-lo dali e dizer que preferia ficar sozinha. Daria um jeito suave de escapar, sem que precisasse haver agressões verbais. Afinal, eles já haviam passado dessa parte, não era?

— Tenho uma coisa para você. — Ele anunciou.

— Por quê?

Edward franziu o cenho, sorrindo incredulamente.

— Como assim “por quê?”. — Ele indagou. — É natal, Bella.

— Você não precisava me dar nada.

— Pare de falar e simplesmente aceite.

Bella pegou de modo cauteloso o embrulho prateado da mão de Edward e respirou fundo antes de abrir. Não entendia o porquê de ele estar dando presentes a ela já que… ele não tinha obrigação. Não eram mais nada e o fato de ser noite de natal não interferia em nada. Um presente vindo dele era no mínimo suspeito.

— Olha… eu não sei o que você pretende me dando esse presente. — Ela disse antes de abrir.

— Apenas abra.

Revirando os olhos, Bella soltou o objeto do embrulho e não pôde evitar soltar um sorriso descrente. Era um livro de capa dura de Charlotte Brontë, um dos quais ela vinha procurando há séculos.

— Jane Eyre?* — Ela indagou, virando o rosto para ele. — Eu não acredito nisso!

Edward sorriu.

— Fico feliz que tenha gostado.

— Como conseguiu achar?

— Tenho os contatos certos. — Ele se gabou.

Teriam conversado sobre a história que o livro retratava e sobre a autora se uma Tanya raivosa não tivesse os avisado que já estava na hora de distribuir os presentes. Mas, ela acrescentou ao perceber o livro na mão de Isabella, parecia que algumas pessoas já começaram antes de todo mundo. Acanhado, Edward pediu desculpas por causa da atitude ridícula e infantil dela e Bella apenas deu de ombros.

A árvore de natal da casa de Renée era enorme, quase o dobro do tamanho de Bella e cheia de enfeites de várias cores. Embaixo dela tinha os presentes que foram distribuídos, seguidos de abraços e conversas animadas por madrugada a fora. Embora tivesse vontade de tomar Isabella para si e ter toda a atenção que pudesse exigir vinda dela, Carlisle o parou com um olhar repreensor. Seja um pouco menos desesperado, Edward.

Desacatando as vontades do pai, no dia vinte e sete lá estava ele de frente a casa de Isabella com um vaso de Begônias em suas mãos.

— Tudo bem. — A garota disse, sorrindo. — Agora eu acho mesmo que você está exagerando. Não precisava comprar Begônias pra mim…

— Você não gostou? — Ele ergueu as sobrancelhas.

Bella balançou o rosto. Na verdade, havia amado as flores. Ele não havia comprado das rosas, tinha comprado das alaranjadas que provavelmente seria a sua escolha mais óbvia.

— Eu não sei por que você está fazendo isso. — Ela saiu da frente da porta para que ele pudesse entrar.

Depositando o vaso em cima do balcão da cozinha que era seu lugar temporário, Edward se virou para ela, vendo os lábios rosados prensados em uma linha reta e fina.

— Edward, eu não…

— Não é pelo motivo que você está pensando. — Ele a interrompeu. — Eu me conformo com a sua amizade.

— Obrigada.

— Então… você gostou? — Desde quando ele era tão tímido?

— Sim, eu…

O celular de Edward tocou, interrompendo-a. Com um resmungo, ele enfiou a mão dentro do bolso da calça, pegando o aparelho preto.

— Oi, Alice.

— Edward! — O grito desesperado de Alice foi escutado até por Bella. — A Tanya… a bolsa dela estourou.


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Notas finais do capítulo

Hahaha, as coisas entre Beward estão andando, não? Em breve correrá. Correrá meeeeeeeesmo. Vocês entendem o que eu quero dizer? HAUSHAUSHAUHSU, postarei o mais rápido possível. Comentem, sim? E quem aí já passou na minha fanfic mais recente? She'd Fly está pegando fogo, hahah! Beijos, suas lindas!



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