Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 35
Segundo livro. Capítulo VI - Finalmente Londres.


Notas iniciais do capítulo

Então... eu só reescrevi uma mínima parte desse capítulo, mas o seguinte a ele as mudanças serão... enormes, por isso eu quero dizer de dianteira que eu não comecei a escrevê-lo, no entanto em menos de uma semana o postarei. Eu sempre consigo escrever as coisas mais rápido quando eu estou sendo pressionada e incentivada (sim, isso é uma indireta para que vocês comentem) hahaha.
Ahhh, ia esquecendo da fanfic nova que postei hoje. Quem quiser ver: http://fanfiction.com.br/historia/450868/Shed_Fly/
Beijoss, gente, obrigada por serem ótimos comigo e pela compreensão!

ps: Estou sentindo falta dos meus corações ): não dá para colocar mais nas notas ): que lástima!



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As provas estão em ordem decrescente — Avisou o Sr. Lowhing. Aposto que mentalmente ele estava sorrindo em divertimento com as variadas expressões aterrorizadas que tinham na sala. Inclusive a minha. — Se alguém tiver algum problema em entender o sentido da palavra “decrescente”, procure urgentemente um dicionário. As provas estão, numa linguagem mais clara, das maiores notas para menores.

Estremeci de horror e William, relaxado ao meu lado, sorriu e com discrição afagou o meu braço numa tentativa falha de tentar conter os tremores devido ao nervosismo.

— Bom, vamos lá. — O professor sorriu. — William Howard. — Quase o fuzilei com os olhos quando ele se levantou para pegar a sua prova. Quando ele me mostrou, tinha um sete no superior esquerdo de sua prova.

Se era em ordem decrescente a maior não deveria ser o nove vírgula oito que o Sr. Lowhing não havia falado alguns dias atrás? Deixei aquilo para lá enquanto esfregava minhas mãos para que os tremores parassem. Mas não era frio.

— Daniel Chrost — Continuou ele. — Anna Tirsdle.

Fiquei desesperada quando vi que na prova de Anna tinha um cinco gigantesco de caneta azul. A minha nota seria abaixo de cinco, que ótimo! Uma ótima notícia para se ter numa sexta-feira aparentemente tranquila. Tudo bem, tentei consolar a minha mente em frangalhos, eu recupero na próxima prova. Não tem problema. William vai me ensinar essa merda de matéria. O pensamento positivo foi quase impossível manter quando ele continuou a citar nomes e entregar provas.

William até tentou me consolar acariciando piedosamente a minha mão, mas eu a desvencilhei de seu toque. Eu não precisava da pena de ninguém. Já bastava a minha.

— Srta. Swan, pode vir até aqui, por favor? — Ele me chamou.

Engoli em seco e afastei as lágrimas de humilhação de meus olhos. Levantei-me sob o olhar constante das pessoas curiosas e que não sabiam ser malditamente discretas quando se precisa. O que é que eles estavam olhando? Não tinha nada de interessante para olhar na expressão que eu forçava a ser indiferente. Não tinha nada de interessante em meus punhos cerrados de raiva.

— Sente-se, por favor. — O Sr. Lowhing apontou para uma cadeira vazia na terceira cadeira.

Eu a puxei grosseiramente, colocando-a na frente de seu birô. Ele sorriu de modo forçado quando empurrou para mim a prova virada para baixo. Eu não podia ver a nota e quando eu tentei puxá-la para cima, ele pôs um dedo para me impedir. Bufei e me encostei à cadeira, cruzando os braços com raiva.

— Você é impaciente demais, Isabella. — Repreendeu.

— Eu já sei disso. — Resmunguei. — Saber a minha nota é mais importante.

Ele ergueu as sobrancelhas e assentiu pensativamente.

— Seus argumentos são terrivelmente falhos.

— Não planejo seguir a carreira de advocacia.

— Você planejava tirar uma nota boa e eu tenho certeza disso. Para tirar uma nota boa seus argumentos em minha matéria tem que ser melhores.

O Sr. Lowhing era jovem, tinha no máximo trinta e seis anos. Eu não entendia por que ele falava comigo como se fosse muito mais velho que eu. Tudo bem que eram dezoito anos de diferença, mas nem era tanto assim. Pelas leis naturais e que eu mesma impunha, ele só teria esse direito quando completasse quarenta. No mínimo.

Ele também não era feio e fora da sala poderia ser simpático. Talvez fosse o professor mais jovem que eu tinha aqui em Cambridge, porém com toda a certeza ele era o mais rabugento. Talvez fosse isso que não fazia as outras garotas não suspirarem toda vez que ele entrava na sala com — como Anna falava — toda aquela estrutura notavelmente forte e os cabelos loiros escuros. O olhar, ela dizia, era o que acabava com ele. Embora os olhos fossem de um azul quase tão claro quanto os de William, demonstravam uma indiferença assustadora.

O Sr. Lowhing sorriu mais uma vez e empurrou a prova com o dedo na minha direção.

— Sinta-se a vontade para ver a sua nota. — Mas quando eu a peguei fiz questão de não desviar meus olhos e logo a dobrei no meio. — Estou desapontado com você, Isabella. Realmente esperava mais.

— Bom, eu sinto muito, mas ninguém nunca te falou que manter esperanças sempre dá errado?

— Eventualmente.

— Deveria prestar atenção nessas pessoas. São as mais sábias. — Meu humor não era um dos melhores, mas aquele professor fazia questão de piorá-lo em cem por cento. — Se me der licença, vou voltar para o meu lugar.

— Fique a vontade.

Não me dei ao trabalho de agradecer, apenas voltei para o meu lugar e escorreguei até minha nuca estar encostada na cadeira dupla. Abri a prova após alguns segundos de hesitação e me deparei com o querido e lindo nove vírgula oito escrito de caneta azul em minha prova.

— Melhore seus argumentos, Srta. Swan. — O Sr. Lowhing disse.

Não o respondi.

Tentei por vários minutos ver se o nove não poderia ser um quatro ou qualquer outra coisa desse tipo. Mas não era. Era nove. Quase dez.

— Você sentiu a tensão sexual que havia entre você e o Sr. Lowhing? — Lauren perguntou, engatando um braço no meu e me puxando para fora da sala. William estava do meu lado e eu o olhei de relance com a esperança que ele não tivesse escutado a babaquice que ela havia falado.

Ele definitivamente havia escutado.

Eu e Lauren ficamos olhando para as costas dele por alguns segundos enquanto ele se afastava. Ótimo, pensei, ciúmes é uma ótima coisa para William ter agora. Não foi difícil achar algum pingo de paciência dentro de mim quando olhei para a expressão falsamente interrogativa que Lauren tinha em seu rosto. Eu estava de bom humor por causa da nota e ficaria pelo resto da semana.

— O que deu nele? — Ela perguntou.

— Ele não gosta de conversa de garotas. — Menti.

— Ah… — Lauren soltou meu braço e usou a mão para ajeitar o cabelo loiro. — Bella, eu preciso de ajuda. Você deve saber que eu tenho uma queda pelo William e…

— Lauren, eu sinto muito — Meu tom era quase áspero. —, ele está em outra faz algum tempo.

— Qual é o nome da garota? — Ela insistiu.

— Isabella Swan.

Não era surpresa para ela. Lauren não foi muito gentil comigo depois daquilo, ela me olhou com superioridade e saiu do meu lado. Se eu fosse legal, a diria para ela não fazer aquela expressão mais uma vez. Era assustadora. Seu nariz se abaixava e suas bochechas duplicavam de tamanho e a faziam parecer um esquilo com a boca cheia de nozes. No entanto, eu não era legal e ainda era culpa dela por ter falado aquela bosta perto de William.

Tentei pensar em várias formas de me aproximar de William sem que tivéssemos que falar sobre o Sr. Lowhing porque não havia o que debater sobre ele. Havia sido apenas uma… percepção muito idiota vinda de Lauren. Não havia ocorrido nenhuma tensão sexual.

— William. — Eu o puxei pela mão assim que o avistei conversando com Angela e Eric perto do estacionamento. — Oi Angie, oi Eric. — Os cumprimentei assim que eles desviaram os olhos para mim.

— Bella, eu estava falando com Will que já que estamos quase ficando livres de Cambridge que poderíamos fazer uma viagem para Londres. Sabe, dá para ir de carro… a gente se revezava durantes as três horas.

— Ah… — Franzi meu cenho. — Pode ser, eu acho.

— Combinado, então! — Ela sorriu largamente e se despediu de mim e de William com um aceno animado com a mão.

Virei-me para William e o olhei a espera de seus resmungos ou da raiva que eu previa que ele teria.

— Ei… — O chamei e ele me olhou.

— Eu pensava que era a minha imaginação ciumenta, mas…

— Lauren é idiota. — O interrompi. — E se você pensa assim, também é idiota.

— Bella…

— Não vamos falar sobre isso. — Erguendo uma mão, toquei a gola de sua camisa polo, ajeitando uma parte que estava levantada. — Ter ciúmes do Sr. Lowhing é a mesma coisa de ter ciúme de um… alienígena. — Ok, aquela não havia sido a minha melhor comparação.

William suspirou e colocou um dedo embaixo de meu queixo, o erguendo para que nossos lábios se encontrassem. Aquela foi a primeira vez que eu o deixava me beijar estando dentro da universidade e era por um bom motivo — pelo menos foi a desculpa que minha mente arranjou. Não era vergonha de assumir o namoro, era a falta de privacidade, todo mundo iria ficar comentando e minha paciência era mínima. Juntando tudo isso não dava uma combinação muito boa.

Só naquele dia, eu me deixei levar. E não foi muito difícil. O que me despertou foi o burburinho ao nosso redor e, suspirando mentalmente com pesar, relaxei meus dedos no colarinho de William. Ainda senti o seus lábios pousando em minha testa antes de ele agarrar minha mão com a sua e me levar até onde o seu carro estava estacionado.

Ele é um garoto decente, Bella. Eu relembrei aquela frase de Charlie umas mil vezes com um sorriso nos lábios. Ele a havia dito para mim na noite daquela sexta-feira quando eu e William fomos o acompanhar até o aeroporto. Estava voltando para Los Angeles com boas notícias, foi tudo que ele me disse com o seu humor, se possível, ainda melhor do que quando chegou. Perguntei-me esperançosamente se ele havia encontrado alguma namorada por aqui, mas, não, minhas esperanças foram pra o ralo quando ele falou que era sobre a sua empresa de publicidade.

Questionei-me sobre a definição de “decente”, mas eu nunca perguntei o sentido concreto a ele. William estava próximo demais e o ego dele costumava ser bastante inflado para me irritar — ou para me fazer rir com as gracinhas que ele soltava.

— Você não parece sentir tanto a minha falta quanto me falou no aeroporto de Los Angeles. — Charlie me falou, olhando-me com astúcia.

— Não pareço, mas sinto.

— Me parece que William amenizou isso em noventa por cento.

Ao escutar seu nome, William voltou o rosto e tentou se situar na conversa. Sorri discretamente em sua direção.

— Só um pouco. — Disse para meu pai.

Muito.

Inclinei meu rosto para o lado porque teimar com Charlie era impossível. Talvez tenha sido dele que eu tenha herdado a teimosia aguda que minha mãe sempre dizia que eu tinha. Ela nunca percebeu que eu só havia herdado uma parte pequena, seu ex-marido era mais teimoso do que qualquer ser humano em toda a terra.

Até aquele momento eu não tinha percebido que eu sentia falta deles juntos. Em Forks, em Los Angeles… qualquer lugar. Seja sorrindo como apaixonados ou somente jantando num perfeito silêncio que antigamente costumava me incomodar.

Mas a vida segue, foi o que eu me forcei a lembrar. Ela tinha Carlisle agora e meu pai… bom, eu sabia que Charlie iria encontrar alguém. Ninguém pode morrer sozinho, não é? Essa é a lei da vida. Ninguém deve morrer sozinho, há almas gêmeas andando por aí a procura de seu par. Mas eu tinha a sensação que eu estava me forçando a convencer aquilo somente por Charlie. Eu não acreditava na teoria de “metade da laranja” para a minha pessoa.

Se alguém me completasse de verdade, teria de ser igual a mim. E alguém com a mesma personalidade terrível, temperamento e humor iria me irritar facilmente. Ou seja, esse negócio de alma gêmea não funcionava para mim… talvez não funcionasse para ninguém, não tinha como provar de verdade.

As semanas se passaram sem muitas surpresas. Cortei qualquer intenção que o Sr. Lowhing talvez tivesse e deixei claro para todo mundo da universidade que eu estava com William. E que não era um relacionamento passageiro. Era sério. Tyler ainda não havia superado e toda vez que cruzávamos com ele na cantina, eu podia sentir o olhar irritado. Bom, um dia ele teria que crescer e parar com aquela besteira.

Quando uma tia de William ficou doente, sua mãe teve de ir para a Suíça o mais rápido possível para cuidar de sua irmã, levando consigo Lucy — a irmã mais nova de William — e o seu marido. Apesar de não demonstrar muita coisa, eu percebi a sua chateação por ser o único que teve de ficar na Inglaterra, eu sabia que, apesar de morar sozinho, ele ainda era muito ligado à mãe — talvez em decorrência da antipatia que sentia por seu pai.

Foi naquele momento que eu percebi que, mais cedo ou mais tarde, ele iria para a Suíça. Família estava acima de qualquer relacionamento. De qualquer jeito, parei de pensar sobre aquilo. Não queria acreditar que a vida seria tão irônica a ponto de levar outra pessoa que eu gostava para longe…

Um dia depois da notícia eu e William compramos nossas passagens para Los Angeles assim que saímos da universidade. Enquanto voltávamos para minha casa, eu comentei com ele sobre o quanto Renée e Alice estavam animadas com a ida dele para L.A e desapontadas que estivéssemos gastando uma semana indo para Londres. Uma semana, elas diziam, que deveríamos já estar lá.

As aulas em Cambridge acabaram em um dia e em outro eu já estava com as malas prontas para ir a Londres com Angela, Eric e William, claro. Nós quatro estávamos animados pelos resultados das provas terem sido ótimos e pelos dias de folga que iríamos ter.

Os pais de Angie tinham um apartamento pequeno e desocupado em Londres e era lá que iríamos ficar durante uma semana inteira. Eu não conhecia nada do caminho, por isso fiquei isenta de qualquer dever de dirigir e nos levar para o caminho errado. Eric e William que dirigiram conversando sobre carros e sei lá mais o quê — eu e Angela estávamos distraídas demais cochichando sobre planos para Londres.

Os planos dela eram mais excêntricos que os meus. Namorar (por namorar entendemos: Ficar dentro do quarto com o namorado) Eric toda noite, ir para alguma boate, comer pizza no almoço, ir para algum parque de diversão e ver o Big Ben antes de ir embora. Os meus, simplórios, eram quase iguais ao dela tirando a parte do namorar toda noite e ir para alguma boate. Angela ergueu uma sobrancelha em minha direção quando eu os citei e prevendo o que ela perguntaria, minhas bochechas coraram.

— Você e William — Ela começou sussurrando de tal modo que os garotos a nossa frente não teriam nenhuma possibilidade de escutar. Não com a mera audição humana. — vocês nunca dormiram juntos?

Neguei com o rosto.

— Por quê?

Franzi meu cenho.

— Não chegou a hora certa ainda.

— Ora, Bella, você mora sozinha, ele mora sozinho… já deve ter rolado um clima.

— Hum… podemos falar nisso quando estivermos sozinhas?

— Sexo é a coisa mais normal do mundo.

— Talvez seja. — Concordei. — Mas eu ainda me sinto acanhada.

Ela sorriu para mim e graças aos céus não tentou retomar a conversa sobre sexo. Demoramos tanto dentro do carro que quando Eric finalmente parou no estacionamento do pequeno prédio que estávamos, eu já havia terminado de ler o livro que havia pegado na minha estante algumas horas mais cedo. Infelizmente, durante o caminho, tudo que eu consegui ver pela a minha frente foi neve e algumas casas em estilo vitoriano.

William carregou a minha única mala e eu estava com frio o bastante para agarrar o braço que estava carregando a sua mala. Eu deveria ter colocado o casaco que ele havia me proposto um pouco mais cedo.

— Temos um problema. — Angela anunciou assim que pôs os pés dentro do apartamento.

Ele não era muito grande, era modesto e com móveis bem espaçados entre um e outro. Tudo era em preto ou em branco, inclusive as cortinas. Desviando minha atenção da mobília, virei-me para Angela que me olhava com um sorriso envergonhado no rosto.

— Só há dois quartos. — Ela disparou.

— Ah, Angie, meu amor, isso não é problema. — Eric disse pondo um braço ao redor de seus ombros. — Estamos em casais aqui. Não há problema algum nisso, há Will, Bella?

Desfiz rapidamente a minha expressão chocada para um sorriso ameno.

— Não. — Olhei para William que, agora, coçava a nuca. Sim, havia problemas para ele. — Não há problemas.

Aquela foi uma das maiores mentiras que eu já disse em toda a minha vida.

— Tudo bem — Declarei ao entrar no quarto e notar o desconforto de William. — Você dorme no chão um dia e eu durmo no outro, tá bom?

— Eu não me importo em dormir no chão. — Ele disse.

— Bom, eu me importo que você durma no chão. — Declarei, sorrindo passivamente ao me aproximar dele e virar seu rosto em minha direção. Seus olhos estavam constrangidos como eu desconfiei que estivesse desde o começo. — Vamos ser justos aqui, sim? Eu durmo um dia e você dorme outro.

Ainda foi preciso muita conversa para que William, enfim, deixasse de ser cabeça dura e aceitasse dormir na cama e se revezar comigo. Se ele dormisse todos os dias da semana no chão, acabaria pegando um resfriado e acabaria com o seu passeio — foi o que eu disse recebendo um revirar de olhos dele. Ele fez questão de dizer que não era tão frágil quanto eu pensava — é, talvez eu devesse concordar com ele — e que ele já havia vindo para Londres.

Eric e Angela foram comprar comida para colocar no armário e na geladeira e eu, por estar no banho, não fui convidada. William, muito gentilmente, se propôs a me fazer companhia. Eu só soube disso depois e esperava que quando eu saísse da suíte que tinha no quarto, este mesmo estivesse vazio. Mas não estava. William estava desarrumando sua mala e assim que abri a porta, voltou sua atenção para mim.

Observei a sua fala morrer em seus lábios quando ele percebeu que eu só estava de toalha e que havia sido idiota o bastante para esquecer-me de que eu tinha de me vestir dentro do banheiro. Eu até voltaria para dentro com as bochechas coradas. Voltaria se não tivesse esquecido as roupas dentro da mala. Eu sequer havia desarrumado-a ainda.

Depois de esquadrinhar-me com seu olhar, William pigarreou e olhou para o outro lado.

— Minhas roupas… — Eu disse. O rubor em meu rosto impossibilitava que frases completas saíssem de minhas cordas vocais. — Eu não…

— Droga, Isabella. — Ele vociferou.

E saiu do quarto com passos largos.

Ainda fiquei olhando a porta por alguns segundos a mais depois de ele a ter fechado, no entanto o frio fez questão de me acordar. Vesti-me apressadamente com uma calça jeans e uma blusa longa, grossa e de manga comprida. Eu me sentia envergonhada demais para sair do quarto assim que terminei de arrumar e para que o tempo passasse, comecei a arrumar minhas roupas no espaço que William havia deixado.

Depois, sentei-me para ler um livro que não estava captando a minha atenção. Desisti de ler e com toda coragem que consegui assumir no momento, saí do quarto após fazer um rabo-de-cavalo em meu cabelo.

— William… — Eu o chamei.

— Você está com fome? Deve ter alguma coisa por aqui. — Ele se levantou do sofá que estava sentado e rumou para a cozinha.

Disse a mim mesma que eu não queria discutir a situação constrangedora que nos aconteceu dentro do quarto e era nisso que eu estava centrada quando eu o segui até a cozinha em silêncio. Puxar conversa não era o meu plano, meu plano era tudo que me possibilitasse ficar com as bochechas pálidas e sem nenhuma cor. Não queria ficar corada mais uma vez no dia.

William procurou dentro de algumas bolsas que Angela antes tinha deixado algumas barras de chocolate para a viagem e que havia sobrado. Eu não estava com fome porque tinha me enchido de besteiras dentro do carro junto com Angie, mas não recusei a barra quando ele a passou para mim. De algum modo e pela primeira vez em toda a minha vida, eu estava me sentido desconfortável junto de William. Como se tudo que eu falasse pudesse me causar um desconforto enorme.

Odiava aquela sensação.

Ao contrário do que eu pensava, William se sentou consideravelmente perto de mim ao se acomodar no sofá. Ligou a televisão e comeu a barra de chocolate que ele havia trazido para si. A minha permaneceu intocada em cima de meu colo enquanto eu olhava fixamente para frente, olhando para a televisão que passava algum noticiário tedioso. Com o canto dos olhos, vi quando ele ergueu a mão para pegar a minha que estava dentro da manga comprida da blusa longa que eu usava.

— Bella… — Ele me chamou. Eu o olhei hesitantemente e, falhando, minhas bochechas coraram quando ele sorriu. — A minha reação foi ridícula, mas você deve saber que, pelo amor de Deus, sair com uma toalha curta do banheiro quando tudo que eu consigo ver de você normalmente são as mãos, é superestimar o meu autocontrole.

— Você vê meus cotovelos. De vez em quando. — Eu sorri para amenizar a tensão.

Ele sorriu mais largamente, erguendo uma mão até que esta estivesse dentro de meu cabelo. Ele empurrou o prendedor de cabelo para baixo até que estivesse nas pontas do meu cabelo, desfazendo sem muita cerimônia o meu rabo-de-cavalo. Não tive tempo para indagá-lo sobre o porquê de ele ter feito aquilo já que William se inclinou para frente e trouxe meu rosto para mais próximo do seu.

Não hesitei ao apoiar meus joelhos no sofá e agarrar seu cabelo em minha mão que havia se fechado em punho. Ele ainda sorriu astutamente contra os meus lábios antes de começar a me beijar de verdade, lentamente de início para em seguida puxar-me para perto como se não fosse o suficiente. E não era. Ultimamente não estava sendo.

Por algum motivo, eu ou ele parava a explosão de desejo porque… porque, bom, era o sensato a se fazer. Tudo bem, eu não sabia bem o porquê a gente se parava sempre que as coisas estavam indo um pouco mais longe, mas… era o certo a se fazer, não era? Ir para a cama no começo do namoro não era uma característica nossa. E, bem, já haviam se passado mais ou menos dois meses que estávamos juntos. Não era pouco tempo.

Não que eu estivesse pensando em ir para a cama com William enquanto estivéssemos em Londres, na verdade… eu sequer pensava no assunto — não muito. Minhas bochechas ficavam coradas e não era agradável imaginar. Executar, por outra parte…

Foi o que eu estava pensando quando ele me fez sentar de lado em seu colo, com as pernas esticadas no resto do sofá. Quando eu já estava arfando de falta de ar, seus lábios passaram para o meu pescoço, beijando sua lateral até chegar à parte de trás de minha nuca. Todo o caminho que seus beijos percorreram sobre minha pele esquentou de uma maneira que me fez inclinar o rosto para o lado e facilitar seu acesso.

Puxando a gola larga de minha blusa para o lado, ele beijou a minha clavícula e ombro descobertos. Estremeci e suspirei desejosamente. Ambos queríamos mais que somente aqueles beijos impetuosos. O anseio era quase palpável no ar.

— Droga, Isabella — Ele sussurrou e, atordoada, abri meus olhos para o seu rosto corado daquele lindo modo britânico. — Eu te desejo tanto.

Esmaguei meus lábios contra os seus mais uma vez.

Eu sabia que teríamos continuado daquela vez se as chaves de Angela não estivessem tilintado umas contra as outras e nos avisado de sua chegada. Gemi de frustração em seus lábios, encostando minha testa por pequenos segundos em seu ombro cheiroso. Meu rosto estava corado demais para que eu o levantasse, porém eu o faria. Tinha de sair do colo de William e voltar para o meu assento comportado.

— “Um acidente de carro em Bristol deixa dois feridos e um morto” — Angela leu no noticiário, erguendo uma sobrancelha em nossa direção. E eu já sabia que vinha besteira. — Por que vocês estão tão corados? — Ela perguntou.

— Angie. — Eric repreendeu quando percebeu o nosso desconforto. Ela riu astuciosamente.

— A gola da blusa está abaixada, Bella. — Ela disse antes de rumar para a cozinha.


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Notas finais do capítulo

Cão que ladra não morde. Só digo isso hahahaha. E sabe quem aparece no próximo capítulo? Isso mesmo! Edward Cullen em carne e osso, não por foto nem muito menos por telefonema. Não esperem que eles (A Bela e o Edward) vão se beijando logo quando se encontrarem, sim? Ainda tem muito ressentimento rolando solto por aí...
EEEE não se esqueçam da fanfic nova que eu postei: http://fanfiction.com.br/historia/450868/Shed_Fly/
Vou postar ainda essa semana, sim? E feliz natal (porque eu vou postar um ou dois dias depois dele) para todos vocês, tudo de bom!!



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