Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 36
Segundo livro. Capítulo VII - Ansiedade.


Notas iniciais do capítulo

Por um breve momento de pânico eu jurei que não ia conseguir terminar esse capítulo... É muito difícil escrever uma coisa querendo escrever outra, massss eu fiz esse esforcinho e escrevi. O que mais me deixa triste é: A falta de comentário. Gente, pelo amor de Deus! ES tem mais de mil visualizações e os capítulos normalmente tem de 80-100 visualizações. Não vejo nem metade desse povo comentando e isso me deixa muito, muito triste mesmo! Enfim, eu espero que vocês compreendam a situação.
Enfimmm, quero agradecer a quem comentou no último! Responderei ainda hoje, suas lindas! Beijos!



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Quando as coisas estavam indo muito bem para mim, algo tendia a dar errado. Aquela era uma teoria que eu tinha criado quando ainda estava no Ensino Médio. Eu tirava umas três notas boas seguidas, e então, brigava a semana toda com os meus pais porque, afinal, eu não podia ser feliz em demasiado. Era proibido.

Eu estava deitada preguiçosamente na mesma cama de William, sentindo o sono deslizar levemente por minhas pálpebras, fazendo-as pesar. Ainda era de tarde e eu sabia que em breve teria de me levantar para ir a um restaurante que Angela e Eric haviam garantido ser o melhor em servir pratos locais. Eu estava mais animada que nunca, só um pouco sonolenta. Frio me dava sono em demasiado e Londres era muito, muito fria.

Eu e William havíamos ido ao Big Ben no dia anterior e, quando ele me beijou e falou que me amava — assim, do nada —, eu me senti a garota mais sortuda do mundo por tê-lo. Ele era tão maravilhoso comigo! Às vezes eu chegava a querer tê-lo conhecido antes de ter feitos tantas coisas das quais eu me arrependia…

Quero dizer, eu tinha gostado do meu tempo com Edward, mas ele tinha uma noiva quando o conheci, eu era a “outra” que precisava se esconder. Se eu tivesse conhecido William antes, eu não teria feito isso e tudo estaria completamente no seu lugar agora. Meus limites morais estariam intactos e eu não precisaria fazer tantos sacrifícios que eu fiz.

Deixei aqueles pensamentos de lado, envergonhada.

Eu estava dormindo levemente quando a porta do quarto bateu com força e eu percebi que William não estava mais ao meu lado. Eu franzi o cenho, relutando ao me levantar do edredom quente e aconchegante e pressionar para o olhar no quarto escuro.

— Ei — Eu o chamei calmamente, colocando minhas pernas para fora da cama. — O que houve?

Ele estava com a testa apoiada nas duas mãos e eu passei meus dedos com carinho por dentro do seu cabelo.

— Tenho que ir para a Suíça. — William falou.

Senti como se o chão tivesse desabado sob os meus pés.

Tudo bem que eu imaginava que isso fosse acontecer uma hora ou outra, mas não tão rápido. E o modo como ele falou me deu a impressão que, bom, ele não ia para lá porque sua mãe sentia falta dele no natal e no ano novo, ele ia para lá definitivamente. E eu? Foi a pergunta imediata que a minha mente fez quando absorveu a resposta dele. Expirei o ar que eu prendia quando percebi o que estava fazendo.

Ele esperou por alguns segundos e então levantou o rosto para me olhar. Eu ainda não sabia o que falar, embora quisesse o bombardear de perguntas. Se eu começasse a falar, tinha certeza que minha voz sairia falha e eu, provavelmente, começaria a gaguejar coisas sem sentido que me fariam parecer ridícula.

— Vem aqui. — Ele me chamou e puxou-me para seus braços.

Agarrei o seu casaco em minha mão quando me acomodei em seu colo, enterrando o rosto em seu ombro, já chorosa.

— E Cambridge? — Eu perguntei, enfim, quando queria perguntar sobre nós.

— Vou ter que me matricular em outra Universidade lá.

Eu suspirei pesadamente.

— O que aconteceu? — Perguntei, colocando uma mão em seu pescoço para aquecê-la. Ele, por outro lado, estremeceu com a frieza dela.

Seus lábios deslizaram por meu ombro antes de ele voltar a falar:

— Minha mãe pegou o seu marido a traindo. — A sua voz estava carregada de um ódio reprimido. — Ela estava indo para o hospital para cuidar de sua irmã, só que esqueceu alguma coisa e quando voltou para pegar, Patrick estava simplesmente…

Ele apertou o braço ao meu redor, reprimindo seu ódio.

— Ela está arrasada, Bella. — William disse. — Precisa de mim… e a minha tia precisa dela.

— Eu entendo. — Murmurei.

Era mentira. Eu não entendia nada, queria mais é que a mãe dele dissesse para que seu filho ficasse, poderia cuidar bem de si mesmo. Logo me parei, surpreendida pelos pensamentos egoístas. Mas eu não podia me impedir… eu queria tanto que ele ficasse.

— E a gente? — Ele finalmente perguntou.

— Sim, e a gente? — Devolvi a pergunta.

— Um dia você me falou que relacionamento a distância era uma furada. — William realmente não precisava ter falado aquilo naquela hora.

A sua fala acabou comigo porque era a mais pura verdade, eu ainda achava relacionamento a distância uma furada das grandes e… e não deixaria de ser somente porque se tratava dele.

— Eu sei o que eu falei. — Disse eu, por fim.

William suspirou e encostou o rosto em meu ombro.

— Nos veremos nos feriados e férias…

Não é o suficiente, não é o suficiente…

— Eu ouvi falar que as garotas Suíças são lindas.

— Você não quer nem tentar? — Ele perguntou, seu tom de voz praticamente me acusava de ser a primeira a desistir.

Eu suspirei pesadamente.

— Claro que eu quero. — Levantei meu rosto de seu ombro e o olhei, esperando que ele não percebesse que meus olhos estavam marejados. Passei minha mão por seu rosto e pousei-a em sua nuca. — Só estou falando que as garotas Suíças são lindas.

— Você é mais.

Eu sorri e, somente por um momento, acreditei que aquilo era o bastante.

William iria no dia seguinte e só tinham voos para a parte da noite. Tentei não criticar em minha mente a sua pressa, sabendo que eu estava sendo egoísta. A mãe dele havia ido para um país novo, cuidar de sua tia, e não tinha apoio nenhum. Eu entendia que ela precisava do filho — eles sempre foram próximos —, mas às vezes eu pensava no quanto ele já era crescido… e pensava também, claro, na oportunidade enorme que ele estava perdendo ao sair de Cambridge.

E estava pensando em mim também, inevitavelmente. Estava pensando na falta que eu sentiria dele porque, apesar de fazer pouco tempo que nos conhecíamos, William já significava muito para mim. Sem dúvidas nenhuma, era uma das melhores pessoas que eu já tinha conhecido. De verdade.

— E — Ele passou o nariz pontudo em minha bochecha e eu sorri, encolhendo-me. — o seu natal e ano novo na Califórnia?

— Ainda vou, mas não fique com ciúme… Nada mudou.

— É mesmo? — Ele me olhou, os olhos azuis me sondando com uma facilidade incrível.

Eu assenti com o rosto.

— Aposto que para o Edward nada mudou mesmo.

— William. — Eu o repreendi. — Para o Edward, tudo mudou. Consegue entender isso? Pare com esse ciúme bobo porque não há motivo algum…

— Só os inúmeros quilômetros que eu vou estar longe…

— Nos veremos em breve.

Ele hesitou, então falou:

— Sim.

Tive a impressão de que ele quis falar mais alguma coisa, no entanto eu não seria quem insistiria, não queria brigar em nossos últimos dias juntos e eu sabia que estávamos quase perto disso. Eu o entendia por ter ciúmes, o entendia bem até demais, até, mas eu realmente não… sentia mais nada por Edward. Talvez só o ressentimento sufocante e mais nada. Não tinha a ansiedade apaixonada, na verdade, era ao contrário: Eu estava desanimada para vê-lo.

Eu estava feliz. Não queria deixar de estar ao me lembrar de tudo.

Arrumamos nossas bolsas logo de noite, e depois, nos esprememos na cama — porque era a minha vez de dormir no colchão fino que ficava no chão, William se recusou a me deixar ir — para dormir.

— E você, Bella? — Angie perguntou enquanto eu colocava um casaco. — Sua passagem para a Califórnia só é daqui há dois dias.

— Você deveria ficar. — William disse para mim.

— Não. Eu… sabe, eu me recuso a ficar segurando vela. — Lancei um sorriso complacente para Angela e suspirei. — Vou aproveitar esses dias para arrumar minha mala e a casa antes de sair… vai passar em segundos. — Eu menti.

— Bella… — Angie ainda tentou lançar um olhar de gato perdido, assim como Alice fazia quando queria algo, mas não funcionou.

Eu estava decidida.

— Está tudo bem. Mesmo. — Garanti.

Eles ainda foram gentis o bastante para levar eu e William de volta para casa e Angela, mais uma vez, implorou que eu voltasse para Londres junto com eles. Até jurou que seria mais atenciosa comigo do que estava sendo naqueles dias que eu passei por lá. Eu, acanhada, apenas sorri e lhe dei um abraço, dizendo-lhe que a minha viagem a Londres havia sido ótima — não era mentira —, no entanto que ela e Eric mereciam esse tempo a sós. Mesmo.

Ela não insistiu, apenas me prometeu ligar durante as férias para ter informações sobre mim.

Fomos direto para o apartamento de William uma vez que ele teria que arrumar suas coisas para a viagem a qual aconteceria em apenas seis horas — isso me deixava apreensiva toda vez que eu pensava.

Eu sabia que estava sendo muito tolerante, maleável e insensível com toda a situação, mas talvez aquilo fosse um modo de proteção. A ficha ainda não tinha caído — eu sabia disso. Cairia quando eu estivesse sozinha, não pensando em nada em particular e, então, eu choraria todas as lágrimas que deixei de chorar naquele dia.

Eu já estava acostumada e me conhecia bem o bastante para ter conhecimento daquilo.

— Eu sinto muito, Bella. — William sussurrou para mim, tocando o meu rosto nas pontas dos dedos quando percebeu que eu o observava. — Vou sentir sua falta.

— Eu também. — Pressionei minha bochecha contra o seu peito e suspirei. — Nos veremos em breve, eu prometo.

Com todo o meu histórico de fazer promessas, eu podia dizer que não era eu quem as quebrava, mas sim as outras pessoas que me faziam quebrá-la. Não era minha culpa, eu sabia. Com aquela situação toda, eu deveria ter aprendido que fazer promessas era uma coisa muito boba — uma garantia que não garantia nada em especial. Naquele momento, porém, não pude me impedir.

Aquela não foi uma exceção à regra.

Ajudei William a guardar todas as roupas dentro de cinco malas gigantes e, quando terminamos de arrumar tudo, só faltava três horas para ele ir. Tentei me conformar, dizendo-me mentalmente que nos veríamos de novo, mas não funcionou de nada. Era como se eu já soubesse que, se William entrasse naquele avião, não nos veríamos nem tão cedo. Afastei aqueles pensamentos de minha mente, concentrando-me em observar os portas-retratos presentes na estante dele.

A irmã dele tinha cabelos longos e loiros como os da sua mãe e olhos azuis como o de William os quais vinham diretamente de Peter Howard, o pai dele que havia deixado a sua esposa quando descobriu que ela tinha ficado grávida por pura covardia — era a versão de William. E, depois, quando voltou, sete anos depois, a engravidou novamente, partindo assim que Lucy nasceu por sua ex-namorada ter, finalmente, cedido e o chamado de volta para casa.

E era por esse motivo que William odiava de verdade o seu pai: por ter sido covarde e deixado sua mãe quando ela mais precisava dele.

— Me ligue assim que chegar lá, sim? — Eu pedi.

Ele apenas assentiu, pegando meu rosto entre suas mãos e me beijando. Aquele beijo foi diferente do que estávamos trocando em Londres — por sermos precavidos —, foi como naquele primeiro dia em que nos beijamos e Angie interrompeu ao chegar ao apartamento: Desejoso e firme, no entanto mais controlado por estarmos sendo vistos.

— Queria ter mais tempo aqui. — Ele disse para mim quando puxou a minha nuca e encaixou seu rosto entre o meu pescoço e ombro. — Se eu tivesse mais tempo, Bella, eu juro para você que você não sairia da minha cama nem tão cedo.

Eu corei, acanhada, e sorri levemente.

— Eu amo você. — Seus lábios tocaram a minha bochecha e depois de pegar meu rosto entre suas mãos, beijou a minha testa. — Venho te visitar em breve, sim?

Assenti e o abracei.

— Vou sentir a sua falta. — Murmurei, a voz já soando embargada por causa das lágrimas.

— Sim, Bella. Eu também.

Tive que o soltar quando foi anunciada a segunda chamada para o voo dele. Ele sorriu para mim e beijou minha testa mais uma vez, dizendo que me ligaria o máximo que pudesse e que se esforçaria para tudo dar certo para nós dois porque não queria me perder. Embora eu tivesse escutado palavras semelhantes antes, eu me permiti acreditar que tudo daria certo ao menos daquela vez.

Eu merecia não ser decepcionada, não era? Espera que sim, de verdade. Já estava cansada e William era… William era bom demais para abrir mão tão facilmente. Não estava disposta a deixá-lo ir.

Quando cheguei a minha casa, joguei-me na cama e tentei dormir — normalmente, era o que eu fazia para não pensar em coisas desagradáveis. Consegui dormir com rapidez, não sonhando com nada… Foi um sono estranho, seco e escuro, apenas apaguei e me acordei no outro dia, morrendo de dor de cabeça e com a certeza de que eu não poderia aguentar nem um dia a mais sem William.

Quando eu vim para Cambridge tudo que eu mais queria era que o tempo passasse o mais rápido somente o bastante para que eu pudesse ver Edward. Agora, a ideia de o ver, com Tanya grávida, me enjoava. Não de ciúmes, embora de, nos primeiros dias, eu tivesse me roído ao saber que eles tinham reatado o noivado — ou eu podia deduzir que sim. Eu me enjoava do ressentimento que eu já começava a sentir desde agora.

Por esse motivo, eu queria que William fosse comigo para a Califórnia. Seria mais fácil me abstrair de Edward se ele tivesse comigo porque nós íamos, claramente, nos encontrar. O pai dele era o meu pai — e o pensamento, antes, era cômico para mim por insinuar incesto, mas agora me parecia uma piada de muito mau-gosto.

Amuada e tentando me distrair da realidade, permaneci na cama por toda a manhã, os olhos fechados. Não por sono e sim por opção.

Acordei da letargia apenas quando o meu celular tocou. Animada com a possibilidade de ser William já com notícias, disparei pelo quarto à procura do aparelho branco. Minha expressão animada meio que caiu quando eu percebi que não era a foto dele que estampava a chamada. Era a de Alice com o seu rosto sorridente.

Como de costume, ela falava alto e sorria do mesmo jeito ao perguntar se tudo ainda estava de pé para amanhã. Dei-lhe poucos detalhes sobre o porquê de William não me acompanhar e nem tentei me esforçar. Alice parecia quase feliz por ele não estar indo.

A tal da ligação dele só aconteceu a noite e, com ela, trouxe boas notícias.

— William. — Eu quase choraminguei ao atender ao telefone.

— Tenho boas notícias para você! — Ele exclamou logo de cara.

— Ah, é mesmo?

Ele, então, me falou que a mãe dele recusou a ideia de ele perder Cambridge só por causa dela e insistiu que ela ficaria bem em breve — sempre superou perdas com facilidade, não era naquele momento que não o faria. William voltaria para Cambridge quando as aulas retornassem, e eu acho que nunca fiquei tão feliz por receber uma simples notícia.

Fui jantar explodindo de felicidade e depois, me debati na cama por não estar conseguindo me acalmar o suficiente para dormir. Dormi muito pouco durante a noite e de sete horas em ponto já estava de pé para me arrumar para o voo.

A viagem foi tranquila, houve apenas poucas turbulências — o que ajudou para me tranquilizar uma vez que, quando pequena, eu tinha pesadelos comigo mesma dentro de um avião e ele despencando ao ar livre. Tive de superar isso com o passar do tempo. Na verdade, foi Charlie quem me ajudou a superar quando tivemos de sair de Forks. Lembro-me bem de como ele me mostrou uma pesquisa que dizia que uma pessoa tinha mais facilidade em morrer engasgado com a própria saliva do que por queda de avião.

Era Alice quem estava me esperando no aeroporto quando eu cheguei com os cabelos bagunçados e o rosto corado por causa do sono.

— Bella! — Ela exclamou, sorrindo largamente e abrindo os braços para mim.

Abracei-a com força, sorrindo o tanto que eu conseguia.

— Senti sua falta, Alice. — Murmurei com o rosto enterrado em seu ombro.

— Eu também! Os dias foram solitários sem você aqui…

Eu me separei dela, observando o seu rosto, ainda sorrindo.

— Cadê as outras pessoas? — Eu perguntei, franzindo o cenho. — Carlisle, Renée…?

Ela abaixou os olhos.

— Tanya passou mal, Carlisle está com ela no hospital. E Renée o acompanhou. — Alice falou cuidadosamente, observando a minha expressão. No momento, era uma careta de descontentamento. — Ah, Bella, não fique assim! Amanhã você os vê.

Engoli em seco todas as palavras que eu queria soltar.

— Assim como? — Fiz-me de desentendida. — Não estou de jeito nenhum.

— Bella…

Eu me empertiguei, desviando os olhos.

— Você quer passar em um restaurante? Estou morrendo de fome.

— Você quem sabe. — Ela deu de ombros.

Alice passou o tempo todo falando sobre como Jasper era um príncipe — exatamente desse jeito — e me fez várias perguntas sobre o William e sobre o porquê de ele não ter vindo. Como da primeira vez em que ficara sabendo, ela aparentava uma felicidade controlada e que queria disfarçar a todo custo. Não comentei — eu estava distraída e cansada demais para indagar o porquê de sua felicidade.

E, além do mais, eu podia muito bem deduzir.

Minha casa estava em perfeito estado quando Alice me deixou lá, após ter me ajudado a arrumar minhas malas dentro do guarda-roupa mais uma vez. A casa não era com nenhum pouco de poeira nos móveis, as cortinas eram outras e o sofá estava limpo, quase como se alguém o tivesse aspirado.

Renée, eu pensei sorrindo.

Deitada, eu refleti no quanto eu sentia falta do clima da Califórnia, sentia falta do ar quente e da liberdade de vestir o que quisesse — e não apenas coisas quentes — na hora em que eu quisesse. E a cama… A cama do terceiro quarto era ótima, funda e grande e aconchegante. Nenhuma cama conseguiria barrar aquela, eu tinha certeza. E havia também o papel de parede floral e a varanda enorme que, não importava a hora que fosse, despejava luz sobre o quarto.

Acordei-me no outro dia praticamente resmungando por já serem doze horas e Renée ter marcado comigo de doze e meia. Tomei um banho rápido, poupando meu cabelo por detestar sair com ele molhado e deixando toda a minha blusa e costas molhadas. Vesti uma calça jeans e uma blusa qualquer que encontrei dentro do closet, não fiz nenhum esforço para tentar parecer bonita — eu tinha quase certeza de que Edward estaria lá.

Eu estava certa, apesar de não quer estar.

Quando Renée abriu a porta para mim, a primeira coisa que eu percebi foi que a casa dela era enorme e linda, cheia de vidros e móveis em tons neutros e elegantes. A segunda coisa foi que Edward estava lá e Tanya também, é claro. Ambos estavam conversando com Carlisle no sofá menor.

Não passou nenhuma música romântica pela minha mente quando o avistei, conversando com um sorriso no rosto com Carlisle. Não teve nenhum sorriso apaixonado ou suspiro, ou conforto mental quando eu o vi. Não houve nada comigo. Ok, eu estava mentindo. Houvera, sim. Ressentimento. O mais puro e intenso do que um dia já senti em toda vida.

Edward estava… velho. Eu nunca o presenciara com tanta barba e com o cabelo tão curto como ele estava usando naquela hora, nunca tão magro e desleixado. O que havia acontecido com o Edward de sempre? Saudável e… jovem. Tudo que eu via a minha frente era um homem de 24 anos que estava mais acabado do que deveria.

Foi quando Carlisle olhou para mim que estava parada na porta que ele ergueu os olhos, ansioso demais e se decepcionou ao perceber a minha expressão indiferente. Não tinha direito de ficar decepcionado, diabos! Ele quem havia escolhido e eu não esperaria uma ligação para sempre. O tempo corria e eu o seguia.

Eu jurei que o olhar de Edward sobre mim estava pedindo desculpas, mas ele logo desviou os olhos e sorriu para Alice a sua frente. O tempo de pedir desculpas já havia passado… há muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Entãããããão, no próximo capítulo teremos uma participação maior do Edward e de suas palavras afiadas. Quem disse que ele desistiu e entregou a batalha? hahaha. Como foi o Natal de vocês? hahah o meu foi ótimo... e confuso (por que, mds, por que?). Enfim, espero que tenham gostado! Não esqueçam de dar uma passadinha em She'd Fly, vou postar o primeiro capítulo hoje! Beijoss, gente, até breve! Venho postar logo porque o próximo capítulo... não tenho muita coisa para reescrever.



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