Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 34
Segundo livro. Capítulo V - O bastante.


Notas iniciais do capítulo

Desculpemm a demora, prometo que isso não ocorrerá no próximo. Ainda não reescrevi nenhuma parte de ES por estar me dedicando inteiramente a SDF, no entanto vou começar a o fazer a partir de hoje!! Sem falta



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— O seu rosto está horrível. — Murmurei quando já estávamos dentro do carro.

— Minha mãe vai comer meu fígado por chegar desse jeito em casa.

— Não tem problema, o fígado é um órgão que se regenera. — Dei de ombros e sorri com a sua careta sutil. Apesar de seus olhos permanecerem na estrada escura que seguíamos, pude bem ver o brilho do sorriso neles. — Falando nisso, eu estou morrendo de fome. — Resmunguei. — Tyler deveria ter surtado depois de eu ter beliscado alguma coisa.

— Podemos parar e comer. — Ele sugeriu. — Ou… podemos pedir quando estivermos na sua casa.

Quase uma hora depois, sentei-me ao lado de William no sofá e inclinei-me para pegar o meu prato de sushi que estava sobre a mesa do centro. Na luz forte, o rosto dele parecia mil vezes pior e eu estava tentando ignorar a vontade de brigar por sua… sua… inconsequência. Ele poderia ter apenas imobilizado Tyler, não precisava machucar-se como fez. E era pior ainda quando eu percebia que aquela briga idiota havia acontecido por causa de mim.

Tudo bem, talvez a culpa fosse um pouco também do álcool, mas se não fosse por mim nada daquilo teria acontecido.

Assim que terminei de comer, virei meu rosto para William e ri levemente quando percebi a sua concentração toda voltada a pegar o hashi do jeito certo de novo. Suas sobrancelhas escuras se juntaram em frustração — aquilo me fez perceber que também tinha um machucado em sua sobrancelha direita. Eu mesma mataria Tyler assim que tivesse a oportunidade.

— Não é assim. — O disse pacientemente. — Você tem que usar o polegar para apoiar.

— Eu sei disso.

— Estou vendo. — Revirei os olhos.

William não era a pessoa mais paciente desse mundo todo, disso eu tinha toda a certeza, mas devo dizer que ele até que foi paciente quando quis. Ou talvez aquilo se chamasse orgulho, eu não sabia bem. Só depois que ele bufou e admitiu que talvez não tivesse ideia de como se pegava aquela porcaria que ele me deixou ajudá-lo.

Ainda um desastre, ele terminou de comer os sushis que restavam em seu prato. William dizia que era só uma questão de tempo até ele se acostumar com o hashi, mas disse que não gostou daquele negócio cru. Preferia as opções que vinham assadas. E ainda acrescentou que preferia garfo e faca; para quê complicar tanto? Ele indagava com sua típica petulância que me fazia revirar os olhos com divertimento.

Como eu nunca me cansava de perceber, ele era uma ótima companhia. Eu poderia nunca me cansar de ficar conversando com ele e eu não estava falando aquilo porque… estava começando a ter sentimentos por ele. Estendi minha mão para tocar a maçã direita de seu rosto machucada, passando meus dedos delicadamente pela parte que começava a perder a coloração rosada para uma roxa.

— Eu vou pegar uma pomada. — Disse a ele. — É ótima e em alguns dias seu rosto já vai ter voltado ao normal.

Tirei o meu vestido assim que fechei a porta de meu quarto, livrei minhas pernas da meia-calça e coloquei uma calça folgada de moletom junto com a blusa de alça mais confortável que eu achei em meu closet. Uma que não fizesse minha pele pinicar. Vesti também um casaco não muito pesado por cima de tudo e fui, enfim, até o meu banheiro.

A pomada estava óbvia por eu sempre usá-la quando prendia meu dedo na porta ou qualquer dessas situações desastrosas nas quais eu sempre estava envolvida. Só esperava que funcionasse para a situação de William, eu não sabia mais o que fazer. Ah! Colocar gelo para não inchar — agradeceria a Renée depois pela dica valiosa. Não havia se passado muito, havia? Meu lado positivo garantiu-me que não, já o outro…

Teria me sentado ao lado de William após ter pegado um pano com gelo, mas ele me puxou para seu colo e sem ter a capacidade de recusar ou me afastar — porque eu realmente não queria — passei um braço por seus ombros. Beijei-lhe o queixo com carinho antes de começar a limpar o machucado de seu lábio inferior e sobrancelha com algodão umidificado.

— Por que você não me chama de “Will” como todas as outras pessoas? — Ele perguntou e afastou o rosto do toque glacial do gelo que eu pressionei de maneira gentil contra o alto de sua bochecha.

— Eu já te disse. Prefiro William. — Desviei meus olhos para os deles por alguns segundos antes de voltar minha atenção para o seu machucado.

— Sua boca fica incrivelmente mais atraente quando você fala o meu nome.

— Ah é? — Sorri e aproximei-me de seus lábios, beijando-lhe com cuidado para não acabar machucando-o mais do que ele já estava.

— É.

— William, William, William… — Cantarolei.

Ele tirou o pano com gelo de minhas mãos e jogou em um lugar que eu não me dei trabalho de ver. Ignorando o cuidado, ele trouxe meu rosto para o seu e me beijou avidamente, puxando a minha cintura para mais perto. Ao contrário dele, fui cuidadosa ao entrelaçar minha mão em seu cabelo macio e incrivelmente não embaraçado.

Inclinei-me, desejosa, para mais perto dele e reprimi a minha vontade de beijar-lhe de verdade. Seu lábio inferior estava machucado e eu tinha de lembrar daquilo constantemente, mais especificamente sempre que ele apertava a minha cintura e acariciava alguma parte de pele que ficava exposta. Ele se aproximava quando eu me afastava, tentando arranjar oxigênio e autocontrole o suficiente para murmurar que ele deveria ser mais atencioso com os seus machucados. Eu nunca conseguia.

William nunca me deixava falar, ele apenas sorria travessamente como uma criança teimosa e puxava meu queixo em sua direção. E eu… eu apenas me deixava levar. Minha vontade de ficar beijando-o era maior do que a cautela que eu deveria assumir.

— Céus, eu estou tão apaixonado por você…

Ele não me deixou falar ou ter alguma reação decente, talvez por medo do que eu lhe falaria, medo da minha reação… eu nunca soube muito bem o que ele pensava sobre os meus sentimentos por ele. Mas se ele perguntasse algum dia minha resposta seria bastante favorável. Eu lhe diria a verdade. Diria que o que eu sentia era mais que amizade. Bem mais. William, por sua vez, apenas me beijou mais uma vez e mais outra. Até que eu me esqueci do que ele tinha falado antes.

Só paramos de nos beijar por dois motivos: A falta de ar que era uma droga e o meu celular tocando. Eu teria até ignorado e continuado agarrada aos cabelos de William, mas… mas quando tocou pela terceira vez seguida, eu perdi toda a paciência e saí do colo dele para pegar a minha bolsa. William resmungou e agarrou um pedaço de meu casaco, impedindo-me de dar mais um passo.

— Já volto. Prometo. — Sorri para ele.

Era Carlisle. Ele normalmente não costumava ligar para mim, apenas nos falávamos quando Renée entregava o celular para ele. Nossas conversas não eram tediosas ou tampouco longas, era na medida certa para um pai e uma filha se falarem. E estava tarde demais para ser considerada educada uma ligação tão insistente quanto aquela. Atendi somente com a preocupação que fosse alguma coisa séria.

— Oi, Carlisle. — Tentei fazer minha voz soar animada para que ele não percebesse que estava atrapalhando.

Ele ficou calado, mas eu sabia que ele estava na linha. Eu ainda podia escutar sua respiração.

— Alô? — Tentei mais uma vez.

Odiava aquela merda de distância que fazia as ligações chiarem e ficarem terríveis. Naquela vez, a ligação não estava chiando ou com interferência, estava normal. Talvez o problema fosse com o meu celular…

— Carlisle?

— Deixa para lá, Bella. — William falou da sala. — As ligações ficam uma merda quando está de noite… Você ainda está me devendo um beijo se não esqueceu! — Ele disse mais alto, em tom de provocação.

Eu ri e revirei os olhos. Na minha breve distração, a ligação havia caído. Ainda com o pressentimento que era alguma coisa séria, franzi meu cenho e retornei. Ou tentei. Carlisle desligou no primeiro toque. Tudo bem, não aconteceu nada com Renée — Disse a mim mesma enquanto voltava para os braços de William e me aconchegava lá. Deixar as preocupações de lado foi fácil quando ele estava me beijando e apertando-me contra o seu corpo.

William só foi embora quando eu cochilei em seus braços durante o filme sem graça que passava na tevê. Era mais ou menos três horas da manhã quando eu me joguei em minha cama e deixei as minhas pálpebras pesadas se fecharem. Eu estava mais conformada sabendo que somente em algumas horas o veria de novo e sairíamos para almoçar em algum lugar.

Acordei atrasada — para variar — e sonolenta. O clima frio e nublado de Cambridge ajudava bastante no meu sono uma vez que normalmente eu não costumava gostar de dormir tanto assim. Desci as escadas com o cabelo bagunçado, o rosto amassado e roupas de dormir quando a campainha tocou. Eu já estava arranjando uma desculpa para dar a William quando abri a porta e dei de cara com Charlie. Meu pai.

Tudo bem, eu sabia que ele havia me falado que viria para a Inglaterra e também que eu havia o pedido para vir o mais rápido possível. Mas eu não sabia que ele viria tão rápido assim. Não que eu estivesse reclamando, nada disso, era apenas a surpresa de ver alguém que você não vê há alguns meses em sua frente. Eu não tinha me preparado.

Charlie parecia mais novo, sem barba e com uma mecha fina de seu cabelo caindo sugestivamente por sua testa. Parecia um daqueles homens que faziam comerciais da prestobarba ou de alguma pasta dental de tão branco que seus dentes pareciam quando ele abriu um sorriso para mim. Foi ele quem me abraçou primeiro, apertando tanto os braços a minha volta que quase doeu. Quase. Fiquei feliz que ele estivesse recuperando a afetividade de Forks, abraçar parecia não estar no dicionário de Charlie Swan de Los Angeles.

— Los Angeles não é a mesma coisa sem você, Bella. — Ele murmurou. — Não tenho quase ninguém com quem ficar, sabia?

Eu sorri.

— Também senti sua falta, pai.

— Como você está? — Perguntou afastando-se para me olhar. Suas mãos permaneceram ternas ao segurar meus ombros. — Já fez muitas amizades? Está se adaptando bem?

— Vamos entrar antes que eu congele.

Charlie olhou curiosamente para a minha estante e eu desviei meus olhos para lá também, intrigada com o que ele estava encarando. Eram os porta-retratos. Os que tinham fotos minhas e de Edward foram substituídos por um simplório que tinha uma foto minha com William. Não era comprometedora, não estávamos nos beijando ou algo que entregasse o que tínhamos, estávamos apenas sorrindo.

— Aquele idiota Cullen… — Charlie começou a vociferar, virando-se para mim com o rosto vermelho de raiva. — Ele te machucou?

Não fisicamente, era o que eu queria responder a ele.

— Eu… não. — Suspirei, por fim. — Eu sabia que não iria dar certo.

— Ah Bella… — Ele envolveu seus braços ao meu redor e acariciou a parte de trás de minha cabeça. Como se estivesse me consolando. Sendo que eu não precisava, nunca precisei. Eu sabia me consolar melhor do que ninguém, e não, não era orgulho. Era… amor-próprio. Não me era agradável a ideia de alguém ter de me ver sofrendo.

— Eu já superei, pai. Está tudo bem. Mesmo. — Desvencilhei-me de seu abraço e sorri para ele.

— Quem é o garoto na foto? — Questionou mais uma vez, erguendo uma sobrancelha. — E, Isabella, o que foi que fez em seu cabelo? Há alguma tatuagem também?

Eu soltei uma gargalhada, colocando uma mecha de meu cabelo bagunçado atrás da orelha.

— Não, não há nenhuma tatuagem. E o garoto na foto é...

A campainha tocou, interrompendo-me.

— Estava esperando alguém? — Charlie perguntou, juntando as sobrancelhas.

— Ahn… sim. — Admiti cautelosamente. — É o garoto da foto.

— Vocês estão namorando?

— É… sim. — Na verdade… eu não sabia bem o que William e eu tínhamos. Tudo bem que existiram alguns beijos, mas não era nada tão certo quanto um namoro. Depois, quando eu me lembrasse, o perguntaria.

Assim que eu abri a porta, William que estava olhando intrigado para o carro do meu pai me abraçou impetuosamente sem sequer me deixar falar algo. Também o abracei, sentindo minhas bochechas corando na medida em que os segundos passavam e eu me dava conta que meu pai estava assistindo aquela demonstração de afetividade.

— Bella, por que Charlie Swan está parado na sua sala?

— Hum… — Hesitei.

— Isabella Swan. — Eu quase escutei o clique da descoberta em sua mente. — Sabe, isso não é coisa que se esconda de mim, sabia?

Ele me soltou de seu abraço e me olhou com o cenho franzido.

— Eu não escondi. — Disse abaixando minha voz. — Você nunca juntou as peças ou me perguntou.

— O que eu vou fazer? — Ele inquiriu baixinho. — Não vim preparado para ser interrogado pelo pai da minha namorada, sabia?

Minha mente parou na palavra “namorada”. William a falou tão natural e livremente que me pareceu… fascinante.

— O que foi? — Ele sussurrou. — Ah… droga, me desculpe. Eu estou apressando demais as coisas, não estou?

— Não, não está. — Sorri.

William beijou longamente a minha testa e sorriu.

Para o terror de William — e seu rosto que já estava bem melhor —, o deixei na sala com Charlie assim que fiz as devidas apresentações. Quase pude sentir contra o meu rosto o olhar desolado que ele me lançou assim que eu dei um jeito de escapar para me arrumar. Eu não podia ir de pijama para um restaurante, o que as pessoas pensariam? Eu também não podia chamar William para o meu quarto sendo que Charlie tinha a mente livre para pensar o que quisesse.

A única alternativa acessível era deixá-lo sob o olhar do “Chefe” Swan e torcer para que meu pai fosse legal.

O meu celular tocou assim que eu saí do banho. Era Alice. A única pessoa que ligava diariamente somente para tagarelar por vários minutos ou até mesmo horas. A baixinha sempre tinha algum assunto para conversar, sempre tinha tempo de sobra para me ligar. Ao contrário de Renée que havia arrumado um emprego de professora em uma escola e passava todo seu tempo livre com Carlisle. E eu não estava reclamando.

Já havia me acostumado.

— Você pintou o cabelo, Isabella Swan? — Sua voz estridente gritou assim que eu murmurei um simplório “alô?”.

— Ah, sim… espera, como você sabe? — Franzi meu cenho e puxei a calça jeans para cima com força.

Alice hesitou.

— Vi algumas fotos recentes suas na internet. Você está beijando um garoto que eu suponho ser William Howard…

— Droga!

— Vocês andam saindo muito, não é?

— Vamos nos centrar no fato de que tem fotos minhas na internet! — Exclamei exasperada.

— Hum… essa não é a primeira vez, você sabe, mas suponho que você quer esquecer isso e eu também, então… — Ela hesitou de novo. — Não é só na internet que tem. Alguns programas que Charlie é citado também aparecem você e algumas fotos recentes. Não é de se estranhar, você é a herdeira do trono dele…

— Trono. — Bufei. — Está mais para fardo.

Abotoei o botão da frente de minha calça jeans e procurei dentro do meu closet alguma blusa de manga comprida uma vez que eu detestava usar casacos. Eu fui feita para Los Angeles, seu clima quente e praias. Los Angeles foi feita especialmente para mim. Usar casaco, calça e luva todos os dias não era para mim. Nunca seria.

— Eu sinto sua falta, Bella. — Alice admitiu, suspirando. — Eu preciso saber quando é que você vem, preciso te ver. Eu sinto tanto por ter passado aquele tempo sem falar com você por besteiras.

— Você sabe que não era besteira.

Interrompi no meio do processo as memórias que assaltariam a minha mente. Não foi porque eu quis; eu sabia que se eu as deixasse vir, não doeria como antes. Na verdade, sequer doeria. Lembrar Edward era normal, ele estava na voz e no modo passivo que Alice falava. As palavras que ela usava. Interrompi porque estava centrada em coisas mais importantes como a voz de William, impaciente, me chamando para descer porque eu já tive tempo demais.

— Eu poderia ter aproveitado aquele tempo. — Ela disse. — Seriam tantas coisas legais que eu, você e o…

— Bella! — William chamou quando eu não respondi.

— Alice — A interrompi, resignada. — Nós recuperaremos esse tempo, mas somente eu e você.

— Você gosta dele, Bella? Do William? Você gosta tanto dele quanto gostou do meu irmão?

Fechei os olhos e respirei fundo. Gostar… uma palavra tão efêmera.

— Gosto de William bastante. — Falei depois de um tempo em silêncio, esperando que os meus pensamentos conflituosos se acalmassem.

— Você não respondeu minha pergunta.

— Conversaremos sobre isso depois. — A disse. — Charlie e William estão me chamando e eu preciso mesmo terminar de me arrumar. Desculpe-me, mas eu realmente preciso ir.

— Tudo bem. Me ligue.

— Ligarei assim que chegar. Prometo.

Acabei pegando uma blusa qualquer dentro do meu closet junto com um casaco creme que estava fácil. Em vez das botas que eu planejava usar, peguei as sapatilhas escuras que eram mais práticas de calçar. O meu cabelo era o que estava mais impossível e eu teria pedido mais um tempo para passar uma chapinha de qualquer jeito, mas então William, adivinhando, disse do lado de fora do meu quarto:

— Vamos, Bella, eu gosto do seu cabelo ondulado.

***

Com o rosto encostado ao ombro de William, eu estava entre a inconsciência e a vontade de terminar de assistir o filme. O dia na universidade tinha sido uma bosta cansativa e o Sr. Lowhing fez a questão de murmurar o quanto as notas tinham sido horríveis e que estava decepcionado com a turma. Havia existido uma exceção, no entanto. Eu, como já sabia previamente que minha prova tinha sido um horror, não mantinha esperanças que a exceção tenha sido eu.

Ele ainda disse, para desesperar toda uma sala de vinte alunos que a maior nota havia sido sete. De uma prova até dez. Com exceção de uma pessoa que havia tirando nove vírgula oito.

William estava confiante que havia sido ele e tudo que eu fazia era esperar que a minha nota tivesse sido pelo menos um sete simplório. Eu não me importava em ter de manter minhas notas sempre altas, não me importava com o plano que eu havia feito no começo do ano letivo. Tudo que eu queria era ter ficado na média. Toda a minha ambição por notas boas desapareceram assim que Sr. Lowhing apareceu e ferrou com a minha vida.

— Não estou entendendo nada. — Resmunguei para William.

— Isso não me surpreende tanto. Você estava cochilando na maior parte do filme. — Sua voz era acusatória e embora o sono estivesse entorpecendo meus sentidos, ri ao concordar. — Podemos assistir outro dia. Já está tarde e eu tenho que ir para casa.

— Mas… mas eu quero saber se ele fica com ela ou não.

— Primeiro você tem de entender o filme, Bella. — Ele me disse pacientemente, abaixando seu rosto para me olhar. — Prometo que em um dia em que você estiver sem sono algum, eu vou vir para assistirmos o mesmo filme, sim?

— Amanhã depois da faculdade. Podemos pedir pizza e comer no almoço.

— Sim, qualquer dia. — William concordou. Sua voz parecia aquela que um pai usava quando queria que seu filho birrento ficasse conformado de uma vez por todas. — Eu tenho que ir antes que minha mãe fique preocupada.

— Ela não sabe sobre nós? — Levantei meu rosto de seu ombro apenas para fitar os olhos claros dele.

Agora, estava em um tom claro de cinza devido a pouca luz que vinha da tevê ligada e somente. Quando tinha muita luz, os olhos dele eram azuis ou verdes, dependia do dia… era uma variação que sempre me chamava atenção. Um dia, William me dissera que quando ele era pequeno seus olhos eram de um castanho claro, mel e que chegara até o azul ao passar dos anos. Provavelmente devido à influência de seu pai.

E então ele se parava. William evitava falar sobre a sua parte paterna de sua família e eu, na maioria das vezes, ignorava a minha curiosidade que só fazia crescer.

— Alguns dias atrás você mesma me falou que preferia “privatizar” — Ele fez aspas com o dedo indicador e médio da mão direita. — isso que tínhamos.

— Não para ela. — Murmurei. — Eu te falei sobre as fotos na internet, é sobre eles que eu estava me referindo.

— Deveria ter me explicado.

Você deveria ter entendido. — Tirei de sua testa uma mecha ondulada de seu rosto e deslizei meus dedos pelo seu maxilar. — A não ser que você não queira contar a ela.

— Ser dramática não é nada parecido com você, Isabella. — Ele sorriu e pegou a minha mão que pousava em seu pescoço, levando-a até seus lábios e beijando os meus dedos. — Vou contar a ela assim que chegar a minha casa, quando ela me perguntar por onde estive.

— Sim. — Concordei. — E… — Hesitei, mordendo meus lábios. — você sabe que eu tenho família em Los Angeles, não é? Estou indo para lá assim que Cambridge encerrar as aulas. Vou passar por lá o natal, ano novo e o resto dos dias que eu tenho de folga.

— E eu? — Ele claramente não havia gostado da ideia primária.

Sorrindo com seu ciúme óbvio, passei a mão que ele havia soltado alguns segundos atrás em seu cabelo.

— Quero que venha comigo. Nem que seja só para ficar até o ano novo.


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Notas finais do capítulo

Algo me diz que essa amada e querida viagem não vai acontecer...
Sobre o Carlisle: Alguém me diz algo? Quero ouvir teorias, hahah



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