Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 30
Segundo livro. Capítulo I - Previsão certeira


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo a Briane que ama de coração o William ♥
E, hmm, quem quiser spoiler diz no review, ok? ♥
Obrigada a todas as lindas que comentaram!



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Cambridge era mais fria do que eu tinha imaginado. Era tipo… um pouco mais do que Forks. Talvez a minha falta de costume estivesse afetando minha crítica sobre o lugar, porém tudo que eu sabia era que era muito, muito frio mesmo. Uns três graus a menos se comparado a Forks. Simplificando, eu estava praticamente congelando quando saí do carro que Charlie tinha alugado para me trazer até em casa.

Sua desculpa era que eu me perderia e não queria que eu andasse de táxi.

O carro parou de frente a uma casa que era quase idêntica à minha anterior, tudo que era escandalosamente diferente eram as cores que agora eram escuras de um bom-gosto impressionante, o fato de a casa ser alta e a garagem se espremer entre a cerca de enfeite e a propriedade pertencente à outra pessoa.

Foi amor à primeira vista, tinha certeza disso. Charlie me conhecia tão bem que eu chegava a pensar que esses anos que tínhamos passado “afastados” tinha sido apenas um delírio da minha mente. Eu simplesmente amava o pequeno e antiquado poste que tinha de frente à janela principal onde talvez ficasse a sala. Amava também a árvore de folhas amarelas e a entrada que tinha a fachada em estilo vitoriano.

Charlie me fez sentir confortável rapidamente, sem muito esforço evidente vindo de sua parte.

Dentro da casa era quente e agradável. E seria mesmo se eu decidisse ficar parada à frente da porta principal encarando o interior com uma expressão que oscilava entre surpresa e a vontade de encher os espaços vazios da estante pequena que sustentava a tevê com os quatro porta-retratos que eu havia me dado ao trabalho de trazer.

Tinha tanta coisa que eu deveria fazer e tanta vontade de ir dormir pelo resto do dia que eu me sentia atordoada em pensar nas quatro malas de roupas. Quando eu cheguei ao que Charlie havia descrito como meu quarto, eu me perguntei: Para quê eu trouxe roupas mesmo? O closet estava cheio de roupas que eu não reconhecia, do tamanho certo e que, se eu visse em qualquer loja, compraria sem pensar duas vezes. .

Eu não precisei ver o cartão que dizia “Charlie e Alice” colado com fita adesiva transparente na parede para saber que tinha o dedo dos dois naquilo. Apesar de me sentir agradecida, não conseguia parar de pensar no quanto era desnecessário e em quanto tempo eles haviam perdido montando aquilo. Eu tinha roupas… e se alguma coisa me faltasse, eu poderia… sei lá, passar em alguma loja e desenrolar um inglês britânico fajuto que só iria me causar vergonha.

Depois de deixar os porta-retratos em lugares diversos da estante, suspirei e decidi que amanhã, assim que chegasse da minha entrevista com a diretora acadêmica de Cambridge, arrumaria as coisas que faltavam. E depois, quem sabe, ir à um supermercado qualquer e comprar as besteiras que Charlie não havia colocado em meu armário.

Edward me ajudaria a falar se estivesse aqui…

Tentei me convencer silenciosamente de que minha casa era bonita demais para que eu ficasse triste como eu estava começando a ficar. Eu poderia ser feliz com as iluminarias e os abajures antiquados, eu poderia perceber a vontade de ser feliz nas pequenas coisas… e conseguiria se quisesse mesmo tentar.

Tudo bem. Não era só questão de tentar, era mais como uma percepção de que eu conseguiria no final de tudo. E eu me conformava em perceber que eu não conseguiria ser feliz com móveis da casa se Edward não estivesse aqui. Minha felicidade não consistia em coisas tão fúteis a esse ponto. Eu precisava dele.

Bom — murmurei para mim mesma, impertinente. —, já se passou da hora de se acostumar.

O problema era que, ok, eu me acostumaria com esforço a ficar o dia todo sem ver, tocar e beijar Edward. Até aí tudo bem. Mas ele ferraria com isso tudo vindo de novo para cá e fazendo com que todos os meus esforços fossem em vão já que, ao passar dos quinze dias, ele iria embora de novo e eu teria que me acostumar mais uma vez com a sua ausência. Que bosta de situação.

Não tem problema — meu lado conformado falou —, o importante disso tudo é que ele vai vim para cá. Se acostumar de novo não vai ser tão difícil. Vai ficar tudo otimamente bem.

Infelizmente, ambos sabíamos que as coisas não eram bem desse jeito…

Fazendo força para me desvencilhar desses pensamentos, tomei um banho, vesti um casaco junto com a roupa de dormir — uma coisa que em Los Angeles seria considerado suicídio — e me deitei na enorme cama de casal pensando que Edward caberia ao meu lado sem dificuldade nenhuma. Respirei fundo e murmurei a mim mesma que eu não o ligaria de duas horas da manhã — para ele — e que não seria inconveniente somente por causa das minhas saudades.

De qualquer jeito, não foi um sono muito tranquilo. Tentei parar de associar àquilo a falta que eu sentia de Edward, tentei parar de metê-lo em tudo quanto era problema. Não era saudável.

Com preguiça por ser sete horas da manhã, arrastei-me para o banheiro. Aquela foi a primeira vez em toda a minha vida que eu fiquei com dúvidas sobre tomar banho ou não. Estava tão frio que eu simplesmente não conseguia suportar a ideia do vento gelado batendo contra a minha pele morna da água. Mas o fiz mesmo que fosse um tipo de tortura. Para a situação não ficar pior, evitei molhar meus cabelos.

Como o previsto, meu corpo tremeu até eu achar roupas confortáveis e quentes para vestir dentro de minhas malas que ainda não haviam sido desarrumadas. Lembrei-me também de vestir algo formal como uma blusa de botões, minha experiência em me dar um ar responsável não era lá uma das melhores.

Eu deveria ter ligado para Alice… porém, quase me bati por tamanha burrice, quando notei ser onze horas lá em Los Angeles. Que legal esse fuso-horário dos infernos. Mais um dia sem falar com Edward e todas as outras pessoas de quem eu sentia falta.

Está tudo bem por aqui, escrevi por mensagem de texto para Edward, Renée, Alice e Charlie, queria ter ligado, mas me confundi com o fuso-horário que, por acaso, é sete horas de diferença. Ligo quando for acessível.

Estava apressada demais para pensar em soar menos seca.

Peguei táxi somente porque não sabia para que lado eu deveria seguir até chegar em Cambridge e logo descobrir que era só seguir em frente e virar à esquerda duas vezes e eu estaria na universidade dos meus sonhos. Era agradecida por Charlie ter escolhido uma casa tão perto do campus, eu poderia vir andando sem nenhum problema.

— Bom dia. — Disse para uma secretária que passava apressada por mim. — Eu realmente não sei onde é a coordenação, você pode me dizer para que corredor eu devo pegar? Têm vários e eu demoraria mil anos para…

Ela me parou com um risinho.

— Fale devagar, querida. Eu entendi somente algumas palavras que você me falou. — A mulher tinha um sotaque carregado e eu tinha de fazer esforço para entender o que ela estava me falando.

Eu sorri pacientemente.

— A coordenação. Não sei para onde ficar. — Minha voz foi pausada e eu tentava bater minha boca mais do que eu faria em uma conversa normal.

— Ah sim. Fica é só cruzar à esquerda na próxima entrada.

— Obrigada.

Lá dentro, era tudo mais perfeito do que eu tinha imaginado antes. Era grande e espaçoso, cheio de quadros referentes às formaturas de turmas de mil anos atrás. Tudo que eu conseguia pensar era no quanto eu ficaria feliz em ver uma moldura que tivesse a minha foto quando eu concluísse o curso de direito.

Assim que cheguei à sala da coordenadora acadêmica, sua secretária pediu para que eu esperasse um pouco e preenchesse uma ficha. Tentei que meu nervosismo não fizesse minha letra não ficar pior do que já era.

Quando a coordenadora acadêmica me chamou com um sorriso amistoso, eu já estava passando do estado de “tremer por nervosismo”. Patético. Eu me imaginei confiante alguns anos antes, entrando na sala da coordenadora para fazer a breve entrevista, me imaginei indiferente a magnitude da situação. Bem diferente do que eu estava agora.

Acalme-se. — ordenei mentalmente.

Limpei a palma de minhas mãos molhadas de suor em minha calça jeans quando ela não estava olhando.

— Isabella Swan. — A coordenadora sorriu brevemente ao olhar alguns papéis. — Desculpe-me a grosseria, sou Chelsea Haddard.

Perguntei-me insistentemente o que eu deveria fazer quando ela estendeu a mão em minha direção, em um cumprimento. Ignorando a umidade nervosa, estendi-lhe a mão com um sorriso educado em minha boca. Ela não pareceu notar ou se apressar para limpar na saia o meu suor, parecia já estar acostumada.

— Sua primeira ficha foi muito boa. — Murmurou ela. — Assim que a li, tive certeza que Cambridge não hesitaria em lhe oferecer uma vaga. Para uma pessoa que estava na metade do terceiro ano, você parecia bem decidida.

— Eu estava, na verdade.

— A sua segunda ficha foi a que mais me… estarreceu. Aqui tem dizendo que foi aceita na UCLA, Universidade de Virginia, Yale, UF, Binghamton… — Ela ergueu as sobrancelhas. — Isso é impressionante, Isabella. Eu tenho alguns contatos e eles me disseram que a sua escolha não foi pela fama do seu pai ou coisas supérfluas, me disseram que suas notas são excelentes. E, mesmo sem ver o seu histórico, tenho certeza de que eles não estão sendo exagerados.

Senti minhas bochechas corarem quando ela ergueu os olhos do papel para mim e sorriu mais uma vez.

— Por que escolheu Cambridge? Você tem família aqui na Inglaterra?

— Não, mas meu pai sempre vem para cá. — Passei a língua por meus lábios ressecos. — Cambridge sempre foi minha primeira escolha. Desde pequena eu sonho em me formar aqui. É tipo uma meta que eu tenho de alcançar.

— E o coração? — Ela perguntou. — Soube que estava namorando um rapaz lá nos Estados Unidos…

Baixei meus olhos e reprimi um sorriso.

— Ele entendeu. — Falei simplesmente. Conversar sobre Edward não era bem o que me deixava mais confortável. A qualquer momento eu poderia olhar à minha volta e perceber que nada disso valia a pena.

— Você é o tipo de aluna que estamos procurando, Isabella, definitivamente.

Depois de mais algumas palavras, ela me deixou ir com outro de seus sorrisos amigáveis que me acalmavam. Chelsea me recomendou alguns lugares bons para comer alguma coisa e depois disse com animação que eu passasse lá no prédio central para comprar um moletom porque as aulas já começavam semana que vem e eu tinha de entrar no clima de Cambridge.

Óbvio que eu acatei ao que ela havia falado. Tentei murmurar a mim mesma que eu estava comprando os bonés, moletons e bolsas de Cambridge para o início das aulas. Mas não era exatamente aquele motivo. Na verdade, internamente eu sabia ser para me agarrar a alguma esperança que eu iria querer ficar mais em Cambridge do que voltar desesperada para os Estados Unidos e ficar com Edward.

Eu também sabia que os motivos os quais eu estava me mantendo firme eram fracos e em breve se partiriam ao meio. Não me seria surpresa nenhuma, eu já estava esperando por isso.

— Deixe-me ver… você tem cara de… Medicina. — Uma voz masculina e desconhecida soou ao meu lado enquanto eu mexia em minha bolsa à procura da minha carteira.

Ergui meu rosto somente para ver se o indivíduo estava mesmo falando comigo.

Ele estava. Percebi isso pelo modo que ele olhava diretamente para mim.

— Conheço você? — Perguntei franzindo meu cenho.

Só naquela hora percebi o quanto eu era rabugenta com algum cara sem ser Edward. Era mais um tipo de defesa que era ativada quando alguém do sexo masculino — sem serem meus dois pais e o meu namorado — se aproximava de mim. O garoto de cabelos escuros com olhos azuis sorriu com a minha chatice, no entanto, por incrível que possa parecer, não parou de agir como se me conhecesse.

Permaneci o olhando, a procura da graça.

— William Howard. — Estendeu a mão. — Agora conhece. — Que sotaque era aquele? Era aterrorizante.

Erguendo as sobrancelhas brevemente, virei-me para a moça que ainda esperava que eu pagasse pelas coisas que eu tinha pegado na loja da universidade. Com um sorriso gentil, passei-a as libras e esperei o troco.

— Então? Eu estou certo? — Ele indagou. — É medicina mesmo?

— Nem perto. — Murmurei. — Direito.

— Eu sabia dessa. Bom, provavelmente estamos nas mesmas aulas.

Eu espero que não.

— Eu duvido. — Arqueei minhas sobrancelhas enquanto o olhava. — Você tem cara que ainda está terminando o ensino médio.

Inclinando a cabeça para trás, ele gargalhou, cruzando os braços.

— Dezessete, talvez? — Arrisquei. — Ou estou sendo muito generosa?

De-ze-no-ve. — Ele fez questão de destacar as silabas, sequer disfarçando o toque de orgulho presente em sua voz. — E olha quem está falando! Você tem cara de quem tem dezesseis anos e…

— Eu não te perguntei nada. — Dei de ombros. — E ambos sabemos que você está inventando isso.

— Bom… — Ele passou a mão pelos cachos de seu cabelo e deu de ombros. — eu também não te perguntei nada da primeira vez.

Eu revirei os olhos, sorrindo quando ele finalmente ficou sem jeito.

— Sou Isabella. — Finalmente o falei, estendendo minha mão.

Ele a olhou, erguendo as sobrancelhas.

— Eu poderia te deixar na merda, você sabe disso, não sabe?

— Mas não vai. — Concluí.

William sorriu, olhando para o outro lado enquanto umidificava os lábios.

— Eu sou uma pessoa muito boa para fazer isso.

***

Desabei na poltrona e suspirei, abraçando minhas pernas enquanto tentava me manter aquecida. Eu ainda não havia descoberto como ligava o aquecedor e isso era um problema já que eu ainda não havia me acostumado com o clima e tremia eventualmente sempre que uma rajada de vento frio entrava por alguma brecha da janela ou do além. Bastava-me somente a opção de me aquecer mais do que o necessário para ficar em casa.

O problema no momento não era bem o aquecedor que ainda me era uma incógnita. Era Edward e a vontade esmagadora que eu tinha de falar com ele. Não só de falar, de vê-lo, de cumprir com a rotina que tínhamos construído… por ora, no entanto, eu tinha de me conformar com a opção de falar. Tentei manter a minha mente focada na ideia de que era melhor somente falar do que nada.

Era isso. Era daquele jeito que eu tentaria encarar as saudades que eu sentia dele.

Falar-me era o suficiente. Teria de ser.

Um, dois… — minha mente, aflita, contou os toques que Edward passara para atender o celular. No quarto eu desligaria, presumiria que ele estava dormindo ou ocupado com coisas mais importantes que eu para atender. Era extremamente engraçado o quanto eu era masoquista, o quanto eu parecia gostar de causar a minha própria dor.

Três.

— Bella. — Ele suspirou.

Voz de sono. Nada bom.

— Eu te acordei? Me desculpa! — Apressei-me a falar, apertando nervosamente o pano que sobrava da minha calça jeans. — Eu… eu… droga, eu não conferi para ver se aí estava uma hora acessível para se ligar e…

— Calma. — Edward me interrompeu, rindo. O ato me pareceu cansado e forçado. — Sabe que não tem problema. Faz quase dois dias que você não dá sinal de vida.

— É… eu estava procurando uma hora boa para ligar. — Continuo tentando, pensei amargamente. — Acho que… agi por impulso e acabei te acordando. Eu… eu… — Minha voz travou e eu me parei antes de denunciar meus olhos que já começavam a marejar.

Ele também ficou em silêncio, então aproveitei a deixa para limpar as minhas bochechas molhadas e soltar a minha respiração muito lentamente para que ele não escutasse o ar saindo por meus lábios trêmulos.

— Bella?

Pressionei meus lábios e funguei baixinho enquanto baixava meus olhos para o meu colo.

— Você… não me incomoda. — Continuou. — Quero que me ligue quando for a melhor hora para você, não se importe para as horas que irão ser aqui. Sabe que isso não me interessa.

Mentira.

— Você sabe que não há nenhuma chance de eu fazer isso, não é?

— Sim — Ele suspirou cansadamente. — Mas me diga… como vão as coisas por aí? Como é Cambridge? — Tentou mudar de assunto.

— Hum, é… igual a todas as fotos que tem na internet. — Falei vagamente, mordendo com hesitação o meu lábio superior. — Nada demais. — Se comparada a você. — Acho que eu ainda preciso me acostumar.

— É, eu também. — Ele concordou. — Ás vezes me pego pensando em ir para a sua casa porque há algum tempo livre…

— E então você se dá conta que eu não estou lá.

— Não seja tão dura consigo mesma. — Edward repreendeu. — Eu já comprei minhas passagens. Está tudo certo para dia primeiro de novembro eu estar com você.

— Já falou com Tanya? — Era impossível não se lembrar dela.

— Sim. — Suspirou. Eu sabia que ele odiava entrar naquele assunto, mas ambos tínhamos consciência que era inevitável. — Também falei com um amigo meu que é taxista, ele vai levá-la para as consultas e trazê-la. Ela vai ficar bem e nem pareceu se importar tanto quando eu a falei que iria.

— Talvez a ficha não tenha caído ainda.

Pare de ser rabugenta com ele. Respirando fundo e torcendo mais uma vez o pano entre meus dedos, fechei meus olhos e encostei meu rosto no apoio da poltrona. Minha tentativa de relaxar não foi nada eficiente. O desconforto que a ligação telefônica continha era quase palpável, eu quase podia senti-lo aumentando por implicância.

— Como está Alice? — Perguntei.

— Com Jasper. Como você deve saber. — Sua voz mal-humorada me fez sorrir levemente. Deus, eu sentia falta dele como nunca senti de ninguém. — Eu ainda não sei por que ela teve que passar esse tempo na casa dele. Não entendo o porquê, aqui no apartamento estava ótimo.

Tanya e Edward com suas brigas constantes não era bem o que a palavra “ótima” queria dizer, mas fiquei calada, escutando-o resmungar brevemente o quanto odiava que sua irmã mais nova já estivesse morando com o namorado. O namorado, ele reforçava, que ela só conhecia há alguns meses!

Eu só me despedi de Edward quando notei que, para ele, já deveriam ser mais de quatro horas da manhã e que ele provavelmente iria trabalhar no dia seguinte. Eu o disse que no dia seguinte eu precisava acordar cedo, ele não parecia aceitar as minhas preocupações quando se tratava das horas que ele dormia a noite.

Não que eu quisesse me livrar de Edward do modo mais fácil que eu conseguisse, eu apenas era preocupada com ele. E não queria que ele se prejudicasse por causa de mim.

Praticamente me arrastei para a cama naquela noite, encolhendo-me bem no canto da parede, apertando os lençóis a minha volta, cerrando minha mandíbula para não me deixar tremer. Tinha o pressentimento que o frio que eu sentia não era ligado à temperatura. Não naquele momento.

Eu me acordei cedo naquele dia, inquieta com alguma coisa que eu ainda não conseguia identificar. Talvez saudades — de todo mundo — de minha casa, do calor, das pessoas de Los Angeles… talvez somente saudades de Edward. Eu ainda não sabia, não havia conseguido descobrir. Mesmo depois de todas as minhas tentativas.

Saí para comprar um chocolate quente em um dos Cafés que a Sra. Haddard havia me dito ter por aqui, eu precisava mesmo me esquentar. Me animar. Quem sabe um chocolate quente com bastante creme não resolvesse a minha situação? Tudo bem, eu sabia que esperar ficar animada com um chocolate quente era a mesma coisa de que ir para um enterro e se animar por causa do lindo vestido preto que você vai usar. Ou seja, incoerente.

Eu estava tentando desenrolar um inglês britânico horrível quando escutei uma gargalhada discreta ao meu lado.

— Você está me seguindo, Isabella? — William indagou, erguendo as sobrancelhas.


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Notas finais do capítulo

Vem fanfic nova por aí, pessoal. Quando eu postar, coloco o link aqui para quem quiser ler, ok? ♥ beijos!