Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 28
Descobrindo-me


Notas iniciais do capítulo

Preciso contar que estou realmente feliz por ter recebido com Leah minha primeira recomendação. J mary hochscheidt, muito obrigada!


Ahahaha, ahahaha (risada de bruxa define)
Estou tão felizinha que...

Vocês não perdem por esperar! Aproveitem. E comentem! ;,



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Pela manhã, meu braço está quase curado. Ainda sinto um incômodo, mas está mais para uma coceira do que uma dor. Acordo com um sentimento de frustração. Benjamin não está por perto, o que me faz agarrar e afofar sua jaqueta que ele deve ter me deixado como travesseiro antes de sair. Fico surpresa ao constatar que Tia e Paul também não estão à vista. Suhen conversa, ou melhor, flerta com Rosa do outro lado do campo. Eca. Ele não perdoa ninguém mesmo!

– Ei! - eu lanço um graveto, que fica preso no cabelo do índio garanhão, para chamar sua atenção. - Onde está todo mundo? - quando seu olhar encontra o meu, percebo que ele ainda está magoado. Que seja.

– Não devem demorar. - Rosa responde assim que compreende que Suhen não está muito interessado em manter qualquer diálogo comigo. - Foram pesquisar a área, mas já faz algumas horas, então já devem estar de volta.

E por falar neles, o trio acaba de entrar em meu campo de visão. Para minha surpresa, parecem um pouco felizes demais para quem está ferrado.

– Ei! Por que essas caras de quem ganhou na loteria? - pergunto a todos, olhando apenas para Ben. Ele me dá um daqueles sorrisos luminosos e se senta ao meu lado, revelando uma pequena sacola com uma banana, uma maçã e uma garrafinha de iogurte. Pego a banana primeiro, pois conheço muito pouco o sabor da fruta bem comum no Brasil. Está gostosa e madura na medida certa, mas isso não me faz esquecer da pergunta que fiz.

– Então... desembucha! O que vocês acharam? - Mais uma vez seu sorriso se abre e ele faz sua primeira demonstração pública de afeto desde que começamos nosso...hum...seja lá o que for isso que nós temos! Ele me dá um beijo na bochecha. Infantil, mas significa muito para mim.

– Bem, não achamos grande coisa, mas sabemos que temos um belo caminho adiante. Temos uma bela paisagem de Cerrado para apreciar e relaxar.

– Cerrado? Meio insignificante quando comparado ao que vai acontecer com todo mundo se não vencermos a guerra, não?

– Ah, Leah, sempre fazendo observações pessimistas... vamos apenas aproveitar o caminho, ok? Você vai gostar.

– Sei... você vai estar por perto, então...

Em pouco tempo estamos andando em meio à vegetação rasteira e cheia de arbustos retorcidos. Não quero adimitir, mas é realmente relaxante, apesar do sol que começa a esquentar. Não sei se vamos andar por todo o caminho ou até certo ponto. Só sei que a visão do perfil dourado ao meu lado vale mais do que o marrom escorregadio de La Push.

Nossa próxima parada é quase à beira de uma estrada pouco movimentada, mas equipada com algum tipo de armazém abandonado. A boa notícia é que há água encanada e um banheiro poeirento. Após fazer uso das instalações precárias, estou um pouco mais aliviada. Não quanto às necessidades fisiológicas, já que destas eu cuido na forma de lobo e é bem mais simples do que na forma humana, mas ter um pouco de água corrente para jogar no rosto é maravilhoso. Saio do tal banheiro um pouco mais digna do que quando entrei e encontro o grupo em uma discussão.

– Sim, acho que seria melhor mesmo.

– Discordo. Uma separação pode nos deixar desprotegidos.

– Ou mais rápidos. Não vamos chegar a lugar algum com um grupo grande como o nosso se continuarmos nesse ritmo.

– Mas é perigoso!

– Não se fizermos grupos de ambas as espécies, de modo que uma compense a fraqueza da outra.

– Opa, opa, opa! - eu os interrompo. - Que negócio é esse de separação, fraqueza e o diabo a quatro aí?

– Estamos pensando que talvez seja melhor nos dividirmos e seguirmos direções diferentes, que eventualmente, alcançarão o mesmo destino, claro, porém em tempos e pistas diferentes. - Ben é o único que consegue elevar a voz acima da discussão dos outros.

– Hum, bem...e quais seriam os grupos? - Ben tenta ser discreto, eu sei, mas consigo acompanhar o olhar que ele lança para Tia, antes de responder minha pergunta. Ela, por sua vez, sabe disfarçar melhor, quase me impedindo de ver o minúsculo sorriso que seus lábios esboçam, rapidamente.

– Hum, pensei que talvez devêssemos estar em duplas mistas. Eu e você, Paul e Tia, Suhen e Rosa. Assim, um guardaria a vulnerabilidade do outro.

Certo. Gosto da ideia, mas finjo indiferença. Por dentro, estou dando pulinhos de alegria por saber que vou andar com Ben sem outra alma, ou sem alma, intrometida ouvindo o que falamos. Acho engraçado não ouvir nenhuma reclamação depois de dividirmos os grupos. Todos me parecem muito satisfeitos com a escolha, até Suhen, que sorri de forma bem idiota para Rosa, que também parece meio idiota enrolando uma mecha de cabelo com os dedos.

Em meia hora já nos despedimos dos outros grupos e caminhamos ao crepúsculo rumo às entranhas do cerrado brasileiro. O céu já tem algumas estrelas quando meu instinto me alerta para uma presença intrusa. Tem alguma coisa andando por trás do matagal que cerca o lado esquerdo da minha visão periférica. Não sei o que pode ser, mas vejo que Ben também está alerta apesar de toda a descontração da conversa que tivemos até aqui.

Logo, parada em posição de pré transformação, vejo dois olhos escuros apontarem em nossa direção. Ben, que já estava com uma mão em meu pulso, pronto para me puxar para trás, imagino, relaxa. Estranho. Mas quando o dono dos olhos se mostra sob a luz da lua quase me transformo em uma Felícia, com a vontade que tenho de afagar o bicho à minha frente. Parece um cachorro, como um mestiço de pastor alemão que deu errado, com patas finas demais e desconfiado. Tenho certeza de que não é um cachorro graças ao cheiro, muito peculiar.

– Um Lobo-guará. - Sussurra Ben em meu ouvido.

Eu me abaixo e tento chamá-lo, calmamente. Para minha surpresa, ele se aproxima, lançando olhares em direção ao Ben. Quando está perto demais, sua cabeça abaixa e consigo afagá-la. Um som distante, semelhante a um latido surge de algum lugar e o lobo, que não é realmente um lobo, me olha e corre de volta ao matagal de onde saiu.

– Está aí uma experiência que não faço todo dia. - eu digo, a ninguém em especial.

Ben toca minhas mãos e nos conduz à trilha que dará não sei onde. Passamos a noite embaixo de uma árvore bem engraçada, toda retorcida e muito baixa, que mais parece um arbusto. Mais uma vez, pego no sono embalada pelo abraço do meu garoto dourado e seu cheiro de tâmara. Não que eu conheça o cheiro de tâmara, mas é o que acho que é, considerando sua origem.

Acordo sobressaltada com o calor do sol batendo em meu rosto. Olho para os lados e não vejo Ben em lugar algum. Levanto depressa e olho para o horizonte. Nada. Ouço um farfalhar de alguma coisa no arbusto retorcido que chamamos de árvore e, lá está ele. Ben está parado, feito uma estátua no galho mais alto, que estala e começa a se partir enquanto Ben aterrissa à minha frente.

– Vamos. - ele puxa minha mão após me dar um beijo estalado nos lábios. - Tenho um lugar para te mostrar.

Acordar de sopetão, com fome e apertada para ir ao banheiro não me deixa em condições favoráveis a uma corrida. Assim que Ben percebe minha lerdeza, me puxa para suas costas e, em questão de segundos, o vento corta meu rosto. Solto um grito de surpresa, mas logo estou rindo com a velocidade que ele atinge correndo. Incrível.

Ele pára e me deixa descer quando estamos de frente para uma rocha ou algo assim. Sem deixar de me tocar, agora com uma mão nas minhas costas, ele me conduz a um cenário que jamais esperei encontrar em um lugar como este. Há uma cachoeira aqui. Não muito alta, mas fresca o suficiente para sua energia me atrair até lá. Quase que, instantaneamente, estou apenas de short e top, pulando de forma nada elegante na parte que imagino ser a mais funda. Estou certa. A água está maravilhosa e não quero sair daqui tão cedo.

Droga! Tem alguma coisa passando pelas minhas pernas! Antes que eu possa gritar, uma silhueta dourada sobe à superfície e se sacode como um lobo escaldado.

– Ai! Você me molhou. - Faço um drama que não cola, óbvio, mas ele ri, por alguma razão. Jogo água em seu rosto, observando as nuances douradas e negras que dançam em seus olhos. Eles já deve estar ficando com fome. - Podemos ficar aqui para sempre? - eu brinco.

– Nada me faria mais feliz. - Ele diz, mas seu tom está sério demais. Paro de frente para ele e espero que diga algo mais. Só que ele não diz. Apenas responde ao meu olhar e se aproxima. Antes que seu peito nu toque meu corpo, estou atracada a ele como a um salva vidas. Meus braços se entrelaçam em seu pescoço, mas logo estão zanzando por seus ombros e abdomen. Sua mãos também dançam pelo meu corpo, de forma leve e, ao mesmo tempo, marcando presença. A movimentação da água à nossa volta também ajuda a despertar coisas bem esquisitas em mim. Nunca fiz nada deste tipo, mas pareço saber exatamente o que quero e aonde devo ir para encontrar o que preciso.

Entrelaço minhas pernas em sua cintura, sem afastar sua boca da minha. Logo, meus beijos ganham um clamor diferente e meus lábios circundam seu pescoço e clavícula. Revezamos um pouco e fico surpresa ao perceber que os beijos não servem apenas para o rosto. Alguns outros lugares em meu corpo agradecem pela descoberta. Explicar o que sinto no momento é falar bobagem, pois é inexplicável. Não sei o que é esta sensação que vem em ondas de prazer, ou melhor, sei sim, mas nunca passei por isso antes. Tudo o que sei é que é perfeito e, em pouco tempo, estou ofegante e deitada sobre o corpo úmido de Ben. Não sei onde foram parar as peças de roupa que eu vestia, mas estou bem, coberta pela camisa seca de Ben.

Caio no sono com a sensação da água batendo em meu corpo e das mãos de Ben me acariciando. Sim, eu definitivamente, gostaria de ficar aqui para sempre.


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Notas finais do capítulo

Não disse? Contem-me o que acharam, heim!

Ah, alguém aí curte Taylor Swift? Se sim, dê uma olhadinha na minha nova fic chamada Contos Taylorianos...



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