Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 25
Besteiras


Notas iniciais do capítulo

Oii, gente. Então, espero que gostem, apesar da maldadinha que sei que estou fazendo com nosso casal lindo...


xoxo



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Sem perder tempo, a Leah Corajosa toma a frente da situação. Ando de forma normal, ou da melhor forma que consigo no momento. Ignoro alguns assobios e palavras que não entendo pelo caminho até a vampira. Quando estou a poucos passos dela, seu rosto se vira em minha direção, embora eu tenha certeza de que ela me acompanhara com o olhar muito antes de eu me aproximar.

– Ora, ora. Não era bem a senhorita que eu esperava, mas tudo bem. - a garota sorri com seus caninos perfeitos brilhando à luz da lua. - Como vai, anh... não lembro o seu nome?

– Leah. Também não lembro do seu.

– Tia, do clã egípcio. Acho que é assim que o pessoal da América nos chamou, certo?

– Certo. - Não desvio o olhar, embora queira me afastar daquela figura o quanto antes. Por alguma razão, me sinto menor perto dela. - Onde está Zafrina?

– Onde está Benjamin? - Falamos juntas. - Desculpe.

– Em algum lugar por aqui. - eu respondo.

– Ah. Zafrina não está, mas prefiro explicar para seu grupo todo, de uma vez. - e diminuindo o tom de voz, ela se aproxima de meu rosto e diz – Temos que ir. Agora.

Não pergunto o motivo. Em alguns segundos estamos caminhando, apressadamente, em direção ao local onde deixei meu ingrato grupo, mais cedo. Não quero pensar na presença dessa estranha, porém próxima de alguém que me provoca sentimentos tão confusos. Observo, de longe, enquanto caminho, Paul e Suhen ainda rodeados pelas maria-offroad. Não vejo Ben em lugar algum. Droga! Perdê-lo de vista aqui não é nada bom. Não que ele não saiba se cuidar. Sei que ele chutaria muitos traseiros antes de sofrer qualquer dano mínimo provocado por sobrenaturais, mas não sei quanto às biscates. Dessas eu tenho medo, sério.

– Pessoal! - eu interrompo o que quer que eles estejam conversando e as biscates me olham com raiva, desviando, em seguida, a atenção para minha colega sangue suga. - Preciso falar com vocês. - Eles me olham confusos, mas logo entram num transe ao notar Tia. - Agora!

Eles dispensam as biscates, que saem pisando forte e bufando, provavelmente achando um ultraje contra suas figuras. Como uma garota pode se prestar a um papel desses? Aff, nunca vou entender!

– Olá, sou Tia. Vocês devem ser os transmorfos de La Push, certo?

– Por aí... - responde Suhen. Idiota, enxugue a baba, eu quero chutá-lo.

– Onde está Benjamin? - novamente, perguntamos ao mesmo tempo.

– Por aí... - responde Suhen, vagamente. Ah, eu vou chutá-lo!

– Então precisamos encontrá-lo, rápido. - ela diz, sem perceber minha irritação com os dois idiotas.

Estou pensando em qual caminho seguir, já que nenhum dos dois vai me responder, quando aquela voz interrompe meus pensamentos.

– Tudo bem. Estou aqui. - Quando me viro, Benjamin sorri para Tia, que corre em sua direção, lançando seus braços em seu pescoço de uma forma muito íntima. Uma náusea me surpreende, imediatamente.

Logo estamos seguindo para o jipe. Vou na frente, porque não quero e não posso escutar o que eles estão falando. Não faço ideia de quanto tempo estão longe um do outro. Tudo o que sei é que estou perdida. Em segundos, estou sentada no banco traseiro, atrás do carona, com a cabeça apoiada no vidro, fingindo estar em outro lugar. Ela está no carona. Consigo ver alguns fios de seu maravilhoso cabelo flutuando pelo vento. Estão conversando, animadamente. Paul está dormindo, de boca aberta, ao meu lado, espremido entre Suhen e eu.

Acabou que Zafrina enviou Tia em seu lugar porque já estava longe com Senna. Parece que as duas foram para a Austrália cuidar da confusão de outro clã. Acharam melhor não nos esperar para evitar qualquer possibilidade de sermos vistos juntos. Boatos estão correndo entre o planeta desde que o mesmo recém-criado com o dom de nos reconhecer foi visto nos cinco continentes em intervalos de tempo impossíveis. Talvez existam cinco deles, gêmeos ou algo assim, o que é melhor do que o fato de haver apenas um, porém um outro tendo um poder de se teleportar. Estaríamos ferrados.

Benjamin não me dirige a palavra durante as duas horas de estrada que tomamos. Quando paramos, finalmente, para usar um banheiro e comer algo, desço do carro antes de todos. O posto de gasolina está vazio. Ótimo! Menos testemunhas para meu mau humor. O banheiro feminino fica nos fundos da construção, então tenho que dobrar uma esquina. Assim que ponho os pés no pátio dos fundos, uma mão fria se fecha em meu cotovelo esquerdo, puxando-me de volta. Assustada e pronta para chutar quem quer que seja, me dou conta dos olhos dourados que me analisam. O Garoto Dourado está com os olhos raivosos?

– O que agora? Não posso fazer xixi em paz?

– Não. O que você estava fazendo?

– Como assim?

– Você sabe! - e me lança um olhar direto em direção da minha barriga sem roupa. Opa!

– Só quis me misturar. É algum crime?

– Por que precisaria disso? Não entendo você. Juro que tento, mas você parece uma pessoa com várias personalidades, não sei...

– Eu? E quanto a você? Como acha que me senti vendo você me ignorar e falando todo sorridente com aquelas vadias? - pressiono os lábios tentando conter a raiva borbulhante, enquanto uma lágrima teimosa cai por minha bochecha.

– Eu não estava... - ele emite um som e um olhar de compreensão. Finalmente! Um pouco tarde. Logo, suas mãos estão em meu rosto, seguidas por sua boca. Minhas lágrimas são enxugadas com delicadeza, enquanto um beijo saudoso me tira da Terra por uns instantes.

– Isso elimina suas suspeitas? - ele me pergunta, ainda com as mãos em meu rosto.

– Nem pensar. Você não pode conseguir o que quer com um beijo.

– Hum, o que falta então?

– Bem, primeiro: o que ela está fazendo aqui?

– Ela já não explicou? - sonso!

– Sabe onde quero chegar! Não se faça de bobo!

– Não estou.

– O que ela, sua ex-sei-lá-o-quê-vocês-foram está fazendo aqui, atrás de você?

– Leah. Estamos prestes a entrar numa batalha que pode não ser o que esperamos. Quer mesmo perder tempo com ciúmes?

– Ciúmes! Haha. Ela foi sua companheira ou não? - ele não responde e isso me irrita ainda mais. - Uma simples pergunta! Não pode responder?

– Não.

– Não? - chocada com a atitude de Ben, viro-me em direção ao banheiro. Quero jogar água no rosto, me agachar no chão imundo e ficar lá para sempre.

Outro puxão me impede de continuar. Olho em seus olhos, mas eles perderam todo seu efeito sobre mim hoje. A decepção é insuportável.

– Não posso te responder algo que não tem lógica, Leah, mas se quer mesmo saber, sim, houve algo, uma vez. Talvez tenha sido algo grande, naquele tempo, mas éramos humanos e tudo mudou no dia em que me tornei vampiro. O que antes era amizade, proteção e um quase amor, se tornou respeito e, apenas, amizade.

– Eu não... deixa pra lá. Me deixa sozinha. - Não quero falar sobre isso. De repente, o peso da verdade é demais para meus ombros. Não quero saber o que Ben perdeu quando deixou de ser humano. Não posso pensar no que eles tiveram juntos. Não são simples ciúmes. A realidade é que não posso estar tranquila sabendo que ele ainda vive com a garota com quem ele poderia ter tido uma vida. Uma família.

O banheiro até que está limpinho. Escorrego pela parede e me sento com a cabeça apoiada nas mãos. Por que eu tinha que perguntar? Por que eu não consigo fingir? Eu sabia da resposta, por que insisti em obtê-la por ele? Agora já era. Ele sabe que posso ser uma maníaca possessiva. Viva, Leah! Você sabe mesmo como agarrar um homem!

Quando decido voltar para fora, noto que ele está onde o deixei. Parado, de frente para mim.

– Desculpe-me. - Eu lhe digo, porque é verdade. - Eu não queria bancar a difícil. Você não sabe o quanto fiquei arrasada lá no rally, com você me ignorando.

– Desculpe-me por não conseguir te mostrar o que realmente estava acontecendo. Não é fácil admitir, mas por alguns momentos, eu me senti humano de novo. Não pensei que estivesse te fazendo mal, mas tenha certeza, nunca mais acontecerá. Só tenho olhos para você. Não consegue ver?

Uau. Obrigada, Leah Impulsiva, por quase perder essa perfeição. Não acho que a tempestade esteja distante, mas vou fazer o possível para controlar o que tenho agora. Tenho duas opções: desistir de Benjamin de vez ou acreditar no que temos e não complicar mais. Fico com a segunda opção. Sem perguntas. Sem supor obstáculos. Sem dúvidas. Preciso sentir o momento. E se posso arriscar um palpite, acho que estou apaixonada. Mesmo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? (carinha de inocente)