Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 24
Invisibilidade


Notas iniciais do capítulo

Oiee, gente, tenho um comentário para fazer: As reviews diminuíram, consideravelmente, nos últimos capítulos que postei. Fiquei triste. Vocês não estão gostando? O que preciso fazer para agradá-los?

Não deixem de me dizer, ok?

Conto com vocês para tornar essa fic melhor.


Bom, aí vai mais um capítulo...



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Fico mais tranquila quando tomamos o caminho de volta e seguimos viagem para os confins do Brasil. Estamos a caminho de Minas Gerais, um estado que faz divisa com o Rio de Janeiro e possui um número grande de cidades de interior. Benjamin parece estar no comando agora e estou satisfeita. Ele realmente sabe o que precisamos fazer. Ele é frio e calculista o suficiente para não nos deixar em enrascadas. Encontraremos Zafrina em uma cidadezinha quase invisível para só então seguirmos, sem ela, para a região onde ela e Senna deveriam estar e não podem, graças aos malditos sangue sugas superdotados.

Estamos de carro, um supermodelo de jipe utilizado pelos jovens e apaixonados participantes de rally. Ben acha que é a melhor forma de nos camuflarmos, encontrando nossa colaboradora em público, porém despercebidos. Nosso maior problema ainda é o sol. Está quente demais para passarmos dias nublados, o que impede Ben de sair quando todos nós podemos. Ele não parece se importar. O Senhor Elementos da Natureza parece muito satisfeito consigo mesmo desde que se plantou na liderança.

Chegamos em Ibitipoca ao final de uma tarde quente, mas para minha surpresa, a cidadezinha até que é bem fresca e agradável. Logo estamos estacionados e, como já anoiteceu, Ben também pode sair do carro. Os jipes estão realmente sujos de barro por aqui. As pessoas usam botas e casacos de equipe. A competição parece ser mesmo uma tradição por aqui. Gostei, confesso. Aqui ninguém fora do comum vai nos notar, exceto quem queremos encontrar. Espero que ela apareça na hora.

Estou sentada no galho de uma árvore, balançando as pernas no ar, enquanto meus três companheiros fingem discutir algum tipo de esporte envolvendo uma bola ou algo assim. Olhando de cima, eles quase parecem brasileiros comuns. Claro que um deles é bonito demais para ser alguém comum, mas ainda assim eles atuam bem. Logo, um grupinho irritante de garotas peruas demais para estarem num rally se aproxima e eu noto os olhares dos garotos. Não posso negar, elas chamam atenção com a beleza e o excesso de maquiagem a ponto de serem admitidas na rodinha deles. Uma audácia, se quer saber. Em poucos segundos, os seis estão envolvidos em uma conversa nauseante. Não ouço muita coisa, mas consigo perceber que Benjamin é quem direciona a conversa, em português. Uma pontada de alguma coisa chata me incomoda. Ele vai descartá-las logo, eu sei. Não podemos arriscar conversas duradouras com ninguém. Apenas o indispensável. Então por que, diabos, elas não estão indo embora?

Percebo que não só o Ben sorri e conversa muito bem em português, como as indivíduas agora arranham um inglês horroroso também. O grupo parece se conhecer há séculos. Elas sorriem e ficam tocando nos braços deles o tempo todo. Que ódio. Eles perderam, totalmente, o foco da nossa empreitada nesse fim de mundo. Não posso ficar aqui assistindo isso. Não mesmo.

Decido fazer uma aparição triunfal para espantar essas mosquitas. Testo o galho onde estou e salto em direção ao chão de terra batida. Elas não me viram aqui, portanto o susto é certeiro. Antes mesmo que meus pés toquem o chão, elas estão gritando e usando os garotos de escudo contra o que quer que elas achem que eu seja. Mal posso segurar uma gargalhada de bruxa, mas me contenho. Os três estão me olhando com cara de “Ficou louca?”, o que é ruim, já que eu queria mesmo irritá-los.

Assustadas e me olhando de cima a baixo com cara de nojo, elas falam algo para Ben, em tom de pergunta, mas não faço ideia do quê. Ele responde, ainda me encarando. Educado, sei que ele é, então tenho certeza de que irá dispensá-las com jeito, para o azar de Paul e Suhen. Fico esperando o desenrolar, de braços cruzados, com o peso do corpo em uma perna só. Fico surpresa ao notar que uma nova conversa se inicia e que estou sendo, completamente, ignorada pelos meus amigos. Amigos? A quem estou enganando. Eu não ligo a mínima para os amigos. Benjamin não é um amigo. Ele não tem o direito de fazer algo assim na minha frente. Quero matá-lo, mas bem, uma ideia melhor e mais limpa me vem à mente. Ignorada, irritada e um pouco vestida demais para o gosto brasileiro, acho que o melhor é pagar na mesma moeda. Ainda que essa moeda seja um lixo, deve surtir algum efeito. Olho com o canto do olho para as mosquitas que sufocam os garotos. Elas estão usando blusas que mais parecem sutians e saias jeans minúsculas. Suas botas não são nem um pouco viáveis para o local onde estamos com seus saltos agulha. Elas usam as jaquetas de equipe amarradas à cintura, ou melhor, ao cós das saias. Para completar o visual biscate fora d'água, ainda usam brincos enormes, que mais parecem espanadores, e cabelos muito longos e artificialmente lisos. Ok, eu sei que parece despeito de garota mordida (quase mordida), mas não é. Sério.

Antes que me arrependa, corro em direção a um banheiro químico que avistei mais cedo e lá começo minha transformação. Já estou de shorts, mas eles são um pouco compridos demais, então desfio as barras com um pequeno estilete que guardo no bolso. Estou usando uma camiseta ribana por baixo de uma camisa xadrez de botões aberta. É, não vai dar para ficar com as duas. Tiro a ribana branca e abotoo a camisa xadrez até uns três dedos acima do umbigo e com as pontas abertas da camisa, faço um nó que dá um ar sexy e charmoso ao visual. Um palmo inteiro da minha barriga ficará exposto. Dane-se! Solto meu cabelo, que estava preso num nó preso com um lápis e o deixo cair em ondas pelos ombros. Eles não estão muito compridos, mas já têm movimento suficiente. Com a ribana que tirei, faço algo semelhante a um cinto, cortando-a com o estilete. Não tenho maquiagem, mas isso já deve bastar.

É isso aí. Saio do banheiro me sentindo a Leah pós-transfiguração, nua e sei lá, diferente. Assim que passo por um grupo de homens, tenho vontade de voltar para o banheiro e ficar escondida por lá. Saem todo tipo de palavras estranhas de suas bocas e que eu não entendo nenhuma letra, mas algo me diz que é algo que as brasileiras apreciam, já que eles não parecem se envergonhar, nem nada. Sou forte. Não vou me esconder. Pela janela de um carro que ainda se parece um carro e não um monte de barro, vejo o meu reflexo. É chocante e me faz virar de costas e encostar na porta com o susto. Sou qualquer coisa, menos a Leah. Tenho visto muitas Leahs, ultimamente, mas nenhuma se compara a esta. Que deusa monstrenga se apossou de mim?

Chocada, mas recuperando meu chão, ainda encostada no carro, noto uma estranha pessoas, solitárias, mas muito distinta de qualquer outra por ali. É uma garota também. Morena, com cabelos longos e soltos em ondas perfeitas. Está usando um macaquinho simples em jeans com uma camiseta dos Ramones por baixo, mas ainda assim é a garota mais bonita neste lugar. Ela está parada, mas tenho certeza de que se estivesse andando, deslizaria. A julgar por sua pele pálida à luz da lua, posso adivinhar a cor dos olhos que se escondem por baixo do Ray Ban. É uma vampira. Por que outra razão estaria usando óculos escuros a esta hora da noite? E seus olhos devem ser vermelhos, ou não precisaria escondê-los.

Com toda a descrição que consigo manter, me aproximo dela e tenho certeza de que não é Zafrina, mas eu também a conheço. A compreensão me atinge em cheio, deixando gosto de fel na boca. Não consigo lembrar seu nome, mas ela estava lá, em Forks, quando os Cullen juntaram os clãs. Elaa estava com... o clã de Amun. O clã de Benjamin. Era a garota que parecia ser sua... companheira. Estou passada. O que ela faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Então? Reviews. Gostando ou odiando, comentem!

xoxo