O Retorno Dos Seis escrita por Mrs Pettyfer


Capítulo 40
Capítulo 38 - I'm just afraid.


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys... Eu demorei tipo MUITO, eu sei. Me desculpem mesmo. Eu realmente estava com alguns problemas e tudo mais... porém estou de volta!
E espero que curtam o penúltimo capítulo de O Retorno dos Seis.



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Parabéns, John. Cada vez mais parecido comigo. Raivoso, com ódio de tudo e de todos. Procure por uma salvação agora, vamos! Acha mesmo que seus olhos negros ficaram assim por um acaso? Você é um de nós John, e pode muito bem ser útil do nosso lado. Eu sei que você tem ódio no coração, um ódio tão grande que foi capaz de quase matar de um de sua espécie por causa de uma humana!

– NÃO! - Malcolm grita. Estou olhando em direção ao cano de uma pistola, deitado no chão, com a cabeça na areia. - Adamus, não!

Adamus segura a arma, apontada para o meio de meu rosto. Nove está caído no chão, segurando o braço esquerdo, que provavelmente deve ter machucado. Penso no que aconteceu para que eu esteja caído no chão, mas não há explicação. Não me lembro de nada. Apenas da voz de Setrákus Ra na minha mente, me dizendo que seria útil do lado dos mogadorianos.

Adamus sai de cima de mim e anda até Jones, entregando-lhe a arma. Sento-me na areia fofa e quente e Sarah vem até mim, verificando se estou bem. Nove consegue se levantar e pede a Marina que o cure. Seis o leva para dentro de casa, com dificuldade.

– Sarah... - digo, me levantando e sacudindo a areia da calça. - Venha cá.

Seguro sua mão e nós começamos a andar pela praia deserta. O vento frio faz com que fiquemos juntos, bem colados. Bernie Kosar caminha devagar a nossa frente, parando de vez em quando para verificar algum bicho no chão.

– Sarah, algo está acontecendo comigo. Setrákus consegue acessar minha mente facilmente, assim como meus sonhos. Não consigo mais dormir tranquilamente, com medo de que tudo aquilo possa voltar a acontecer. Não tenho mais confiança de ficar parado, ou fugindo. Nós precisamos lutar, juntos. - Tento explicar, mas sinto que isso me fez parecer fraco demais para cuidar dela do jeito que é necessário.

Ela aperta minha mão e me faz parar, ficando a minha frente.

– John, eu tenho uma ideia em mente há muito tempo. Mas não sabia como colocá-la para vocês, pois não eram os momentos certos, sabe? Mas, com você me falando isso, acho que é a hora. - Eu assinto e ela continua. - Eu acho que vocês devem sair em público, mostrar do que são capazes para as pessoas. Eu sei que é arriscado, mas... John, deve ter algumas pessoas que entenderiam, como eu, Malcolm, Sam... Precisamos de ajuda. Se procurarmos as pessoas certas, poderíamos reverter a situação. Poderíamos fazer com que mogs começassem a fugir, se esconder de nós.

Eu penso na situação e imagino tudo em minha cabeça. Mas a imaginação dura pouco, quando lembro que Setrákus tem quase acesso livre para a minha mente.

– Sarah, não é uma má ideia. O problema é fazer com que funcione. Montar uma resistência, fazer com que as pessoas acreditem em nós... Temos que pensar em tudo calculadamente. - Eu admito. É de fato uma boa ideia, só acho que Seis e Nove não aceitariam.

Sarah assente e depois se aproxima de mim, entrelaçando os dedos nos meus e beijando delicadamente meus lábios. Passo meu braço direito por sua cintura e a puxo para mim. Quando já estamos sem fôlego, sorrimos. Ajeito uma mecha de seu cabelo loiro atrás de sua orelha e beijo sua testa. Nós nos abraçamos e começamos a andar de volta para casa. B.K corre a nossa frente, pulando e latindo. Ele se joga nas pequenas ondas e abana sua cauda rapidamente.

Depois de chegar em casa e pegar as sacolas que John trouxe do shopping, tomo um banho rápido e coloco as roupas novas. A legging preta e a regata branca ficaram perfeitas, porém ainda estranho usar isso para dormir.

John toma banho e veste uma bermuda e camisa esportiva. Na verdade, todos nós temos roupas iguais, então parecemos uma equipe de super-heróis, o que soa bem ridículo pra Seis e Nove.

Seis ajuda Marina com o jantar e Malcolm está lá fora desde cedo com Adamus. Os dois não entraram nem por um segundo sequer. Acho que eles têm muito que conversar, mas sinto que Malcolm prioriza mais ele que Sam.

– O jantar está pronto, venham comer! – Seis grita. Eu entro na sala e acordo Sam e Ella, que estavam cochilando. John já está sentado quando chego a cozinha. Ouço Malcolm entrar e bater a porta, ainda conversando com o tal de Adamus. Reviro os olhos e sento na cadeira ao lado de John.

Ella e Sam chegam um pouco antes deles, e se sentam perto de Marina, Seis e Nove. Todos nós os encaramos, deixando um clima horrível em “casa”.

– Então... – Malcolm começa. – Eu tenho algumas coisas a dizer.

– Não queremos ouvir nada de você, senhor Goode. – Nove o interrompe.

– Espera, Nove. – Sam o acalma. – Eu quero ouvir...

Nove relaxa os músculos antes tensos, e engole uma garfada de omelete, raivosamente. Malcolm assente em direção a Sam e continua.

– Sam, desculpe-me por não ter participado muito da sua vida ultimamente. Você sabe que não foi porque eu não quis participar. Eu fui surpreendido aquele dia por mogadorianos e não tive escolha. Era te deixar, ou você ser morto. Eu jurei pra mim que iria voltar a te ver, que iria fazer você notar que entre nós, há algo muito mais poderoso do que qualquer ser, e aqui estamos. Tudo o que eu quero é poder passar os anos que me restam ao seu lado, te protegendo, te ensinando tudo o que sei sobre Lorien... - lágrimas escorrem pelo rosto de Malcolm, porém ele continua. - Eu quero que você saiba tudo o que aconteceu... Eu só consegui sair após conhecer Adamus, que foi levado para lá muitos meses depois que eu cheguei. Ele estava muito machucado, e para que ele melhorasse e fosse útil novamente ao mogadorianos, eles o colocaram junto a mim e me obrigaram a cuidar dele. Dando os remédios que me foram entregues, fazer os curativos e tudo o que ele precisasse. Mas eu não sabia que ele poderia me ajudar a sair dali... Tudo aconteceu muito rápido. Ele logo se curou, em menos de três dias. Ao conseguir se levantar, um soldado mogadoriano entrou na cela rapidamente e, antes que possa pegar o braço do recém-curado, Adamus o nocauteou e pegou seu canhão. Lembro dele gritar para eu me mexer, para o seguir. - Malcolm ri sozinho e balança a cabeça, emocionado. Ele volta a falar assim que Adamus aperta seu ombro com firmeza. - Ele me salvou, Sam. Ele me trouxe de volta para você. Ele conseguiu me manter vivo por dias, até chegarmos aqui. - Sam começa a chorar, se levantando e anda até o pai.

– Pai... - Mas antes que Sam pudesse falar qualquer coisa, Malcolm o abraça e chora. John e Nove continuam a comer, não dando importância a situação.

Logo que o drama acaba, todos se sentam e voltamos a comer em silêncio. A "declaração" de Malcolm foi bem tocante, mas ninguém realmente foi tocado. Nós todos estamos concentrados e desconfiados de Adamus. Inclusive eu, afinal, ele tentou matar meu namorado.

Malcolm acaba de comer bem antes de nós. Ele pede licença e sai da cozinha, indo em direção à varanda. Percebo que Sam está inquieto e olha constantemente para John, procurando alguma resposta. Cutuco o braço de John discretamente, e ele levanta a cabeça. Sam levanta as sobrancelhas e deixa os músculos do rosto tensos. Seus olhos estão vazios e procuram por alguma aprovação, pelo que percebo.

Ouço John murmurar algo, mas não entendo. Ao contrário de mim, Sam assente com a cabeça e se levanta quase imediatamente. Ele pede licença educadamente e vai atrás do pai. Esse seria o momento perfeito para propor a ideia que eu e John conversamos hoje à tarde.

– Pessoal – Começo. – Preciso dizer algo. Algo que está realmente me afetando, e que estou com medo.

– O que foi, Johnny? – Seis diz, preocupada.

– Setrákus Ra agora invade minha mente assim que quer. Ele tem livre acesso a todos os planos, ideias, sonhos, tudo. Eu não consigo dormir, pois tenho medo de que ele me faça sofrer, com imagens de vocês morrendo, de Lorien... E-eu estou com muito medo de tudo isso...

– John, isso tem acontecido com frequência? – Jones pergunta.

– Eu tento ao máximo impedir, Jones. O problema é que nunca sei quando ele está vindo me “visitar”. Ele nunca deixa sinais. Simplesmente entra, corrompe, e sai.

– Você anda confiante, John? – Ella me pergunta, com uma voz rouca e bem baixinha.

Fico pensativo por alguns instantes e quando tento responder, Ella continua.

– Você precisa saber que é maior que Setrákus, e que é do bem. Você não tem ódio em seu coração, John. Eu sei disso. Você faz de tudo para nos proteger, você nunca nos machucaria. Mostre que tem autocontrole, esqueça essa droga de olhos negros, e lute por Lorien.

Eu assinto e me levanto, indo em direção a Ella e depositando um beijo em sua testa. Dou boa noite a todos, beijo a bochecha de Sarah e sigo para o quarto dos meninos. Decidiram nos separar hoje, para que Jones e Nove possam me vigiar, sem preocupar Sarah e dar as meninas uma boa noite de sono.

O início da noite é horrível. Toda a casa está silenciosa e, pelo menos, devem ser três horas da madrugada. Me reviro na cama de um lado para o outro, porém nenhum posição é demasiadamente confortável o bastante para que eu adormeça.

Penso onde Malcolm, Adammus e Sam podem estar dormindo, mas esqueço a ideia assim que ouço a porta do quarto se abrir lentamente. Vejo uma garota com os cabelos soltos entrando devagar e fechando a porta com cuidado. Não consigo distinguir se é Sarah, Seis, Ella ou até mesmo Marina. Ela se encaminha em minha direção e se aproxima de minha cama. Sua mão encontra meu rosto e o acaricia.

– Achei que era para ficarmos separados essa noite. - digo, adivinhando de cara que é Sarah. Ela continua quieta, e beija meus lábios suavemente.

– Nunca ficaremos separados, John. - ela responde, mas sua voz está diferente. Mais grossa, rouca e masculina demais.

Espreito meus olhos na escuridão, mas não consigo ver seu rosto.

A suposta Sarah beija meu pescoço, porém sua pele está mais áspera que o normal.

Até que a luz se acende. E o pânico toma conta de meu corpo.

Pois Sarah se transformou em Setrákus Ra.


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