O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 9
I.9 Resumindo as rivalidades.




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Kumis esquivara-se dele pelas passagens infindáveis e escuras dos subterrâneos do Templo da Lua. Goku seguira-o, não o atacara. Paciente, deixara-o escolher o local que mais lhe conviesse para lutar. Uma pequena concessão, pois o combate iria ser desigual, pressentira, pois as forças não eram comparáveis e haveria de derrotar o demónio sem qualquer dificuldade.

Subiram, a voar, o poço de uma escadaria estreita e alcançaram um pátio construído em pedra negra que precedia o edifício principal. Passaram o muro que rodeava o recinto. Então, o demónio dera-se por satisfeito e parara, suspenso no vazio por cima do lago.

O som abafado de uma explosão sacudiu um santuário que se encostava ao edifício principal. Um pedaço enorme do telhado ruiu, esventrando a estrutura, as paredes encheram-se de fendas. Pela energia libertada, Goku percebeu que fora Vegeta, percebeu que estava transformado em super saiya-jin e percebeu também que Julep tinha ficado em muito mau estado, pois o seu ki diminuía rapidamente.

Olhou para Kumis. Mostrava-se confiante, provocante, exibia músculos grandes, mas era tudo insuficiente se ele se transformasse em super saiya-jin, como Vegeta. Disse:

- Antes de começarmos, quero dizer-te que não estás à minha altura.

Kumis riu-se.

- O combate ainda não começou. Guarda os teus juízos para depois dos primeiros golpes, Son Goku.

- Tens a certeza que queres lutar comigo?

- Porquê? Estás com medo?

- Não quero que tenhas surpresas desagradáveis.

- Sou o teu inimigo, Son Goku. Sou um dos guerreiros de Zephir. Não me queres destruir?

- Zephir é o meu inimigo.

- Vamos… Não te acanhes comigo, Son Goku. Mostra-me o poder imenso de um super saiya-jin. Até poderá acontecer que sejas tu a ter surpresas desagradáveis.

- Acho que não…

A petulância do demónio desconcertou-o. Havia ali jogo escondido, pensou.

Guiado pelo seu instinto e acedendo ao que lhe era solicitado, Goku transformou-se em super saiya-jin.

O primeiro ataque coube a Kumis. O punho do demónio rasou a face esquerda de Goku, que apenas teve de fazer um ligeiro movimento, inclinando a cabeça, para escapar desse punho. Aproveitou o mesmo movimento, levantou o joelho e atingiu Kumis no abdómen, que se dobrou para a frente, cuspindo saliva.

- Disse-te que não estavas à minha altura.

E despachou-o com um murro que fez o demónio afundar-se no lago. A água saltou com violência, criando ondas enormes que desfizeram as margens. Um espírito familiar passou atrás dele. Voltou instantaneamente a cabeça e reconheceu-o. Afastava-se rapidamente a voar para ocidente, levava alguém nos braços. Era Trunks. Tinham conseguido o que queriam, a rapariga da Dimensão Real e assim, o que tinham ido ali fazer estava feito e já se podiam ir embora. Piccolo combatia nas entranhas do templo e Vegeta tinha acabado de eliminar o outro demónio. O seu demónio jazia no fundo do lago, que se agitava em remoinhos. Preparou-se para dar um sinal aos amigos, para abandonarem o local, mas travou o gesto.

A água do lago espirrou para todos os lados, como um tsunami devastador. Goku apenas teve tempo para cruzar os braços diante da cara e aparar o soco de Kumis. Não conseguiu aparar o pontapé que lhe esmagou as costelas. Gritou com a dor, rodopiando pelo ar. Recuperou o equilíbrio. Concentrou energia, sentiu o corpo estremecer com o ki gigantesco.

Kumis esticou os dois braços e das mãos abertas saíram inúmeros raios amarelos. Goku executou um bailado nos céus enquanto se esquivava dos raios, verificando, um por um, todos os pontos fracos do demónio. Utilizou a supervelocidade e apareceu diante do adversário, ameaçador, dentes apertados, olhar duro. O demónio, ofegante, defendeu um soco, dois, mas levou com o terceiro. Goku afastou-se às arrecuas, unindo as mãos à frente, levando-as atrás, gritando:

- Ka-me-ha-me

Kumis olhava para ele confuso e irritado.

Disparou:

- Ha!!!!!!

A onda brilhante e azul sibilou pelos ares. Em pânico, o demónio esbugalhou os olhos, levantou os braços. Goku observou os esforços patéticos para deter a Kamehame, mas a defesa estava definitivamente anulada. A onda azul engoliu o demónio na sua luz, derrubou-o. Desta feita, Kumis estatelou-se nas margens encharcadas do lago, junto aos muros do templo.

O troar de um rebentamento fez Goku voltar a cabeça para o complexo. Vegeta, outra vez… Achou estranho. Quase que jurava ter sentido a aura de Julep fenecer até a um perigoso mínimo, mas Vegeta continuava a lutar com Julep, que se apresentava com a energia renovada.

Aterrou junto ao corpo massacrado de Kumis.

- Vais pagar-me… esta afronta… Son Goku – balbuciou o demónio, com os dentes tisnados de sangue.

Não se deixou impressionar. A energia de Kumis escoava-se, desaparecia, chegava ao mínimo. Não quis rematá-lo, não viu necessidade, Kumis estava derrotado. Voltou-lhe as costas.

Mas Kumis levantou-se, rugindo, apoiado nas pernas bambas. Concentrou o ki num único ponto do corpo, na mão direita. Preparava uma resposta, utilizando as derradeiras reservas de energia para atacar, mesmo que essa escolha implicasse drenar as forças que o mantinham vivo, mesmo que o ataque fosse tão ridículo que significaria nada mais que uma carícia para um super saiya-jin. Goku não o deixou concluir o ataque desesperado. Atravessou-o com um tiro de energia branca e faiscante.

O demónio dobrou-se com um urro de raiva. Depois, silenciou-se e caiu pesado, sem vida, na terra escura. Goku expirou o ar que guardara nos pulmões. Voltou-se para o Templo da Lua. Piccolo continuava com os kucris, Vegeta com Julep. Trunks já tinha percorrido metade do caminho até ao bosque sagrado de Karin.

E Zephir escondia-se, num qualquer recanto dos subterrâneos, como um rato.

Deu três passos.

Uma voz gelou-lhe o sangue.

- O combate ainda não terminou, Son Goku.

Girou sobre os calcanhares. Exclamou incrédulo:

- Mas tu estavas morto!

Kumis soltou uma gargalhada demoníaca, que ressoou nos muros atrás deles. Não tinha qualquer vestígio da ferida mortal que lhe abrira o peito segundos antes, apenas o buraco nas vestes testemunhava o evento.

- Ainda não sabias, Son Goku? Sou imortal – revelou trocista.

Goku percebeu a razão do combate de Vegeta contra Julep ainda continuar, apesar das quantidades de energia que o príncipe utilizava. Olhou para o Templo da Lua apreensivo. As coisas não estavam a ser tão fáceis quanto julgara, havia truques e detalhes a ultrapassar. Amaldiçoou-se por se ter esquecido, nem que fosse por breves instantes, quando sentira que vencera, que lidava com magia.

Os ossos dos dedos de Kumis a estalar puxou-o de regresso à realidade. O rosto tornou-se duro.

- Continuamos o combate?

A dureza do rosto abriu-se num meio sorriso. Fez a terra tremer quando encheu os músculos de energia, criando faíscas. O convite estava feito. Kumis aceitou-o, sem hesitar.

Lutava com um ser imortal, não sabia o que fazer para superá-lo, mas o desafio excitou-o. Ninguém era imortal, nem mesmo Majin Bu o fora, muito menos aquele demónio. Haveria certamente uma maneira de acabar com ele para sempre.

Com um sorriso de satisfação, Kumis deu um toque na argola dourada que usava na orelha esquerda. O brinco tilintou. Goku investiu, punho em riste. Envolveram-se num combate corpo-a-corpo, os golpes ressoavam na atmosfera com estampidos surdos, vergando a vegetação à beira do lago, lançando vagas invisíveis de poder que varriam a paisagem até ao horizonte.

Nisto, Kumis afastou-se, voando. Goku foi no seu encalço, lançou um par de esferas luminosas que o demónio defendeu com duas palmadas. Parou, de repente, a pairar sobre o lago. Goku também parou. Viu-lhe os olhos hipnotizados.

- O que é que se passa?

Os olhos vermelhos do demónio recuperaram a fulgor diabólico.

- Mil perdões, Son Goku. – Fez-lhe uma vénia trocista. – Gostaria muito de continuar o nosso combate, mas terá de terminar. Continuaremos noutra ocasião.

- Nani? Porquê?

- Ordens do meu sensei. Devo cumprir uma tarefa urgente e não me devo demorar. O meu alvo já tem algumas milhas de vantagem.

- Do que é que estás a falar?

Uma fina capa cintilante de energia envolveu o demónio, antes de se impulsionar pelos céus, furando nuvens e o próprio ar. O coração de Goku deu um salto. Rumava para ocidente, pelo mesmo caminho que Trunks seguira, com a rapariga da Dimensão Real.

O maldito feiticeiro não perdia tempo.

Goku gritou:

- Volta aqui!

Umas mãos fortes agarraram-se às suas pernas. Puxaram-no para baixo com um safanão inesperado.

- Luta agora comigo.

A rasar as águas frias do lago, Goku levantou a cabeça para ver quem o atacava.

Era Keilo.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
O início da aventura.



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