O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado
Não havia muita claridade nos subterrâneos do Templo da Lua e a pouca que havia enganava o menos avisado. As sombras eram esquivas e irreais, ocultavam medos e coisas tenebrosas que assustavam qualquer guerreiro empedernido.
Vegeta estacou. Só os olhos se moviam. Aguardou calado, analisando as sombras que troçavam dele. Disparou um raio azul que falhou o alvo. O demónio apareceu após a explosão.
- Segue-me, saiya-jin.
Julep desapareceu numa esquina. Contrariado, Vegeta seguiu-o. Aquela perseguição pelos subterrâneos estava a enervá-lo. No início, tinham trocado alguns golpes, mas era evidente que o demónio fugia dele. Tinha-se apercebido da diferença de poder e receava-o. O que era mais do que ajuizado, pensava Vegeta impaciente. Assim que apanhasse o demónio iria matá-lo sem contemplações. Precisava matar alguém naquele dia.
Chegou a um santuário. Era uma sala ampla e escura onde brilhavam milhentas velas em nichos escavados nas paredes. Junto ao teto via-se uma cintura de orifícios redondos por onde passava a luz do dia, que não chegava a ser suficiente para cortar a penumbra. Num dos extremos situava-se um altar de pedra e, por cima do altar, um enorme disco de mármore branco com estranhas inscrições.
Vegeta encarou Julep. Sorria-lhe, o imbecil, de punhos assentes nas ancas, como se troçasse dele, como se pudesse sequer troçar dele. A energia que lia no demónio era ridícula. Derrotá-lo seria uma brincadeira. Fez um movimento, rodando ligeiramente o corpo e Vegeta avisou-o:
- Lutamos aqui.
Julep arqueou um sobrolho.
- Estás na minha casa. Eu digo onde iremos combater. Vamos lá para fora.
- Obriga-me a ir lá para fora.
Vegeta transformou-se em super saiya-jin. Não iria simplesmente matar o demónio, iria pulverizá-lo. Tinha estado reprimido durante demasiado tempo, nove meses na Dimensão Real, aqueles minutos em que tinha regressado à Dimensão Z da pior maneira possível. Era uma necessidade quase vital descarregar a tensão acumulada.
Julep apertou os dentes. Com um berro, inflou os músculos de força, o torso dobrou o tamanho. Investiu com sanha, mas a investida era ridícula para um super saiya-jin e Vegeta sorriu. Sem apagar o sorriso enviesado, esquivou todos os golpes.
Viu a falha clamorosa no ataque, desfechou um potente murro, Julep caiu para trás. Tentou levantar-se imediatamente, para recuperar a posição atacante, o sangue escorria do canto da boca, mas Vegeta não ia desperdiçar a ocasião. Não lhe deu tempo, não haveria de dar nada àquele maldito demónio. Esticou o braço, uniu os dedos da mão e gritou:
- Big Bang Attack!!!
A descarga de energia rebentou no sítio onde Julep se contorcia, ainda a tentar levantar-se. O choque da explosão sacudiu os alicerces do santuário, rachou as paredes, um pedaço do teto abateu e um raio de luz branca entrou naquela sala mórbida. A maior parte das velas caíram dos nichos e apagaram-se, o altar fendeu-se e o disco de mármore partiu-se aos bocados.
O fumo e a poeira assentaram. Vegeta recolheu o braço, apertou os punhos, lançando um olhar severo ao adversário. Julep estremeceu, moribundo. Tinha múltiplas feridas, o sangue misturava-se com as queimaduras.
- Acabemos com isto – disse o príncipe num tom áspero.
Atingiu o demónio com uma segunda descarga de energia, mais controlada. Julep estrebuchou, em convulsões, até que se quedou inerte.
Vegeta fungou, cuspiu para o lado. Fora demasiado fácil e não entendia por que razão Trunks, ou Son Goten, não tinham acabado com os demónios na primeira vez que ali tinham estado. Malditos rapazes universitários, que não estavam em forma e que apreciavam alongar demasiado o prazer do combate. Dirigiu o olhar para o buraco que se abrira no teto, detetando a aura de Kakaroto que combatia com o outro demónio.
No entanto, deteve o salto. Havia movimento atrás de si, um resfolegar. Virou-se e a surpresa atordoou-o. Recuou um passo, fincando os pés, numa posição defensiva.
- Nani?! Ma… Masaka!
Julep sorria-lhe, sem qualquer marca dos ferimentos. Contou-lhe a verdade, saboreando cada palavra:
- Não sabias, saiya-jin? Eu e o meu irmão temos um segredo. Somos imortais.
Apagou o sorriso, o rosto pálido tornou-se rígido e frio, como pedra polida.
- Vais pagar o que me fizeste.
Foi a vez de Vegeta sorrir, enquanto tentava, furiosamente, encontrar uma solução, a melhor estratégia para matar um ser imortal. Atirou, cheio de bravata:
- Estás a combater contra um super saiya-jin.
- Super saiya-jin, estás a lutar contra um demónio imortal.
- Se for preciso matar-te cem vezes… – Criou na mão aberta, voltada para cima, uma esfera azul. – Matar-te-ei cem vezes!
- Cem vezes não são suficientes… super saiya-jin!
Vegeta atacou, enviando a esfera azul.
O santuário tremeu. E o combate recomeçou.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Próximo capítulo:
Resumindo as rivalidades.